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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO


DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL I
GABARITO

1. Na ação penal privada, concluído o inquérito policial, o delegado de polícia remeterá os autos
ao juízo competente, independentemente de tramitação pelo órgão ministerial? Explique!

Sim, isso ocorre porque, na ação penal privada, a titularidade da ação é do ofendido ou de
seu representante legal, e não do Ministério Público.

2. O inquérito policial pode ser arquivado pelo Delegado de Polícia? Quem pode?
Não, o delegado de polícia não pode determinar o arquivamento do procedimento de
inquérito policial. Ao terminar o inquérito, a autoridade policial envia os autos ao Ministério
Público. O representante do Ministério Público é quem possuí competência para requerer o
arquivamento do inquérito. Caso o juiz não concorde com o arquivamento e considere
improcedente a razão invocada, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao
procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a
atender.

3. Quais as características do Inquérito Policial?

Obrigatoriedade: havendo justa causa o Delegado é obrigado instaurar IP;


Discricionariedade: o Delegado, no curso da atividade regular, tem a liberdade de conduzir a
investigação da melhor forma que aprouver - art. 14 do CPP
Sigilosidade: nos termos do art. 20 do CPP, as investigações criminais são sigilosas, necessário
para que as investigações possam ser conduzidas de forma eficaz, visando a elucidação do fato
criminoso em benefício da sociedade.
Dispensabilidade: o IP é um procedimento necessário, mas não é imprescindível ao
oferecimento da inicial (STF, STJ, arts. 39, §5º., e art. 46, §1º., ambos do CPP)
Informativo: os elementos colhidos no IP servem para subsidiar a inicial, mas não podem,
sozinhos, embasar condenação (art. 155 do CPP).
Documento escrito: todos os atos produzidos no IP são reduzidos a escrito (art. 9º. do CPP).-
Atualmente, com o avanço tecnológico, lembremos do IP eletrônico.
Indisponibilidade: a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Temporariedade: o IP tem prazo para ser encerrado (art. 5º, LXXVIII, CF; art. 10 do CPP)
Oficialidade: a apuração de infrações penais fica a cargo de órgão oficial do Estado.
Oficiosidade: o curso do IP não deve depender de provocação do investigado, vítima ou de
outros interessados (art. 5º., I, CPP).
Legalidade: no procedimento investigatório só devem ser praticados atos legais.

4. Sobre o inquérito policial, responda:

a) pode ser iniciado de ofício pela autoridade policial? Sim!


FORMAS DE INICIAR O IP (ART. 5º., CPP) – Por portaria da Autoridade Policial (de ofício) –
“Notitia criminis” de cognição IMEDIATA (ou espontânea): ocorre quando a autoridade
policial toma conhecimento do fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras

b) pode ser iniciado mediante requerimento do ofendido, mas não por quem tenha qualidade
para representá-lo?
Errado! Tanto a pedido da vítima ou do seu representante legal: Notitia criminis de cognição
MEDIATA (ou provocada): Notitia criminis (qualificada) e quem subscreve é o próprio ofendido,
ou seu representante legal.
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c) no seu requerimento de abertura deve conter, sempre, a narração do fato?


TÍTULO II - DO INQUÉRITO POLICIAL: Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial
será iniciado: § 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: a) a
narração do fato, com todas as circunstâncias;

d) do despacho que indeferir a abertura de inquérito policial não cabe recurso?


Com base no Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: § 2º Do
despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe
de Polícia.

e) nos crimes em que a ação pública depender de representação, ele poderá ser iniciado sem
ela?
NÃO, com base no Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: § 4º O
inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.

5. Sobre o inquérito policial, mais especificamente sobre procedimento administrativo, responda:

Sigiloso, presidido por delegado de polícia, sendo dispensável para propositura da ação
penal.

6. De acordo com o entendimento do STF, ao julgar ações diretas de inconstitucionalidades sobre


o juiz das garantias, previstas na lei anticrime, é correto afirmar que não se aplica o juiz das
garantias aos procedimentos?
A Lei n. 13.964/2019 trouxe exclusões à sistemática do juiz das garantias: Os processos
originários dos Tribunais; Aqueles da Justiça Militar, não repetindo as modificações no CPPM.
Menor potencial ofensivo (art. 3º-C)

Ademais, o STF, nas ADIs 6298, 6299, 6300, 6305: Procedimento do Júri e Violência doméstica
e familiar contra a Mulher.

7. Carlos, advogado de João, solicita ao delegado de polícia que seja instaurado inquérito policial
para apurar fato criminoso ocorrido contra João. Sabe-se que o delegado de polícia indeferiu o
pedido. Levando-se em consideração o caso narrado, caberá recurso? Para quem?

Caberá recurso ao chefe de polícia, de acordo com o Art. 5º, § 2o Do despacho que indeferir
o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

8. Em se tratando de réu preso preventivamente, tendo como base o previsto no Código de


Processo Penal, o inquérito policial, em regra, deverá ser concluído em qual prazo e será contado
a partir de quando?

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança
ou sem ela.
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9. Em relação ao inquérito policial, é correto afirmar que qualquer pessoa do povo que tiver
conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente
ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito? Fundamente.

Sim, de acordo com o Art. 5º, § 3º do CPP: Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento
da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito,
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará
instaurar inquérito.

10. Durante inquérito policial que apura a prática de crimes de estelionato por Júlia, o delegado
de polícia impediu que Breno, advogado de Júlia, pudesse ter acesso aos elementos de prova já
produzidos e documentados nos autos da investigação. Agiu corretamente? Fale sobre o sigilo
para o advogado.

Agiu de forma equivocada o delegado. O delegado de polícia é obrigado a permitir o


acesso ao advogado de todos os elementos já documentados nos autos do inquérito. O
delegado somente pode deixar de exibir diligência em curso ainda não documentada.

STF: súmula vinculante nº 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso
amplo aos elementos de prova que, JÁ DOCUMENTADOS em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, diga respeito ao exercício do
direito de defesa”.

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