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UNIDADE II

Provas Processuais Penais

Profa. Ma. Marina Della Torre


1 – Provas processuais penais

O conceito das provas no Direito Processual Penal:


 A prova é o ato que busca comprovar a veracidade dos fatos que concorreram para a prática
de um delito, no qual influenciará, diretamente, o julgador;

 Em seguimento, as provas se dividem em espécies, podendo, às vezes, uma ter maior


valor do que outra;

 Sua origem vem do latim, probatio, que significa “demonstrar”, “conhecer”, “examinar” e
“persuadir todo elemento que leva ao esclarecimento de um fato ou uma pessoa”.
1 – Provas processuais penais

 No Código de Processo Penal, o art. 155 regulamenta a prova do seguinte modo: “O juiz
formará a sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar a sua decisão, exclusivamente, nos elementos informativos
colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas”.

 Aprofundando-se no assunto, pode-se dizer que a prova é “a soma dos motivos geradores
da certeza”, atingindo os seus aspectos objetivos, subjetivos e conceitos.

 Desse modo, a prova é constituída por todos os(as) fatos e acontecimentos, coisas, pessoas
e circunstâncias úteis para formar a convicção do julgador acerca do acontecido.
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 A análise dos meios e o objeto das provas no processo penal.


 A princípio, ressalta-se que o meio de prova é diferente do objeto de prova.
 Portanto, o meio de prova é todo fato, documento ou alegação, que sirva, direta ou
indiretamente, à descoberta da verdade.
 Ou seja, é o instrumento que tem como objetivo levar ao processo um elemento ou uma
informação, que o julgador irá usar para a formação de sua convicção.
Por ser de grande relevância, o Código de Processo Penal traz, em seu texto, os meios de
provas; são estes:
a) Prova pericial;
b) Exame de corpo de delito;
c) Documental;
d) Testemunhal;
e) Prova emprestada.
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 Quanto ao objeto da prova, este se refere aos acontecimentos relevantes para o


esclarecimento da causa, estando relacionado ao que é pertinente provar, ou seja, aos
elementos que a lei não desobriga de provar.

 O objeto da prova é a coisa, o fato, o acontecimento que deve ser conhecido pelo juiz, a fim
de que possa emitir um juízo de valor. São os fatos sobre os quais versa o caso penal.

 Ou seja, é o thema probandum, que serve de base à imputação penal feita pelo
Ministério Público.

 Pelo exposto, para melhor compreensão, tem-se,


como exemplo, o que não é objeto de prova: os fatos
notórios, também conhecidos como “verdade sabida“,
pois são de domínio de grande parte da população,
medianamente, informada.
1 – Provas processuais penais

Das provas em espécie:


 Os meios de produção de provas previstos em lei, encontram-se nos artigos de
158 a 250, do CPP.
Os principais são:
a) Perícia: o juiz se utiliza do exame pericial, que resulta no laudo pericial, sendo o documento
elaborado pelos peritos, resultante do que foi examinado na perícia;
b) Exame de corpo de delito: são elementos materiais ou vestígios que indicam a existência
de um crime;
 O exame de corpo de delito é uma importante prova pericial; a
sua ausência, em caso de crimes que deixam vestígios, gera
a nulidade do processo;
c) Prova documental: é o documento constituído,
especificamente, para servir de prova para o ato, ali,
representado. Como exemplo, tem-se uma certidão ou um
documento apto a declarar um direito;
1 – Provas processuais penais

d) Interrogatório: quando se ouve o acusado sobre a imputação a ele dirigida; o interrogatório


é considerado um meio de prova porque leva o elemento de convicção ao julgador;
e) Testemunha: é qualquer pessoa que narra os fatos de que tenha conhecimento, acerca do
objeto da causa;
f) Reconhecimento de pessoas e coisas: uma pessoa admite e indica como certa, a
identidade de outra ou a qualidade de uma coisa;
g) Acareação: é quando se colocam, frente a frente, duas ou mais pessoas que fizeram
declarações divergentes sobre o mesmo fato;
h) Confissão: no processo penal, pode ser conceituada como a expressão designativa da
aceitação, pelo autor da prática criminosa, da realidade da imputação que lhe é feita.
Interatividade

Quanto ao tema das provas, analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta:
I. Provas cautelares são aquelas produzidas com a observância do contraditório real, perante
à autoridade judicial, em um momento processual diverso daquele legalmente previsto, ou,
até mesmo, antes do início do processo;
II. Provas antecipadas são aquelas produzidas quando há o risco do desaparecimento do
objeto da prova, em razão do decurso do tempo, em relação às quais o
contraditório será diferido;
III. A interceptação telefônica é um exemplo de prova cautelar;
IV. Fonte de prova é uma expressão utilizada para se referir às
pessoas ou às coisas pelo meio das quais se obtém a prova,
ou seja, cometido o fato delituoso, tudo o que possa servir
para elucidar a existência desse fato pode ser conceituado
como fonte de prova;
V. A prova colhida em razão da suspensão do processo e do
curso da prescrição, em relação ao acusado citado por
edital, que não tenha comparecido nem constituído defensor
é um exemplo de prova antecipada.
Interatividade

a) Todas as assertivas estão corretas.

b) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.

c) Apenas as assertivas III, IV e V estão corretas.

d) Apenas as assertivas II, III e V estão corretas.

e) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.


Resposta

c) Apenas as assertivas III, IV e V estão corretas.

III. A interceptação telefônica é um exemplo de prova cautelar;


IV. Fonte de prova é uma expressão utilizada para se referir às pessoas ou às coisas pelo
meio das quais se obtém a prova, ou seja, cometido o fato delituoso, tudo o que possa
servir para elucidar a existência desse fato pode ser conceituado como fonte de prova;
V. A prova colhida em razão da suspensão do processo e do curso da prescrição, em relação
ao acusado citado por edital, que não tenha comparecido nem constituído defensor é um
exemplo de prova antecipada.
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Das provas ilícitas:


 Primeiramente, a doutrina diferencia as provas ilícitas, provas proibidas e provas ilegítimas;
 As provas proibidas são o gênero; as demais são as espécies;
 As provas ilícitas são aquelas que se produzem, com violação ao ordenamento jurídico,
como a confissão mediante a tortura;
 Com efeito, a prova ilegítima é aquela que viola a regra do Direito Processual no momento
de sua produção em juízo;
 Um exemplo de prova ilegítima é o interrogatório do acusado sem a presença do advogado,
com violação ao disposto no art. 185 do CPP.
1 – Provas processuais penais

 Desse modo, a diferença entre as provas ilícitas e as provas ilegítimas é que a primeira foi
alcançada com a violação à lei, ou seja, fora do processo.

 Já a segunda, as provas ilegítimas, foi com violação às regras de Direito Processual, dentro
do processo em curso.

 Outra diferença entre ambas está no fato de que, quando se apresenta a prova ilegítima, ela
é desentranhada do processo, sem ocorrer a nulidade processual.
1 – Provas processuais penais

 Quanto à prova ilícita, além de ser desentranhada, poderá ter efeitos penais,
civis ou administrativos.

 Com a nova redação do art. 157, do CPP, prevê como inadmissíveis, devendo ser
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação às
normas constitucionais ou legais. Assim, é ilícita tanto a prova que viole o Direito Material,
quanto o Processual.
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Provas ilícitas por derivação:


 Há, também, as provas ilícitas por derivação, que trata de prova lícita em si mesma, mas cuja
produção derivou de uma prova ilícita;
 Daí que se origina o princípio dos frutos da árvore envenenada;
 Diz-se que, para essa teoria, quando uma prova lícita for obtida através de uma prova ilícita,
aquela se contamina com a ilicitude desta.
Apesar da proibição da utilização de provas ilícitas por derivação, há duas exceções:
1. Quando não houver nexo de causalidade entre a prova ilícita
e a lícita;
2. Quando, de outra maneira, for possível obter a prova,
independentemente, da primeira fonte.
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Da prova pessoal ou real:


 Outro tipo de classificação é em relação ao sujeito da prova, que se divide em prova real e
prova pessoal;
 Desta maneira, a prova pessoal é aquela que se obtém por meio de manifestação humana,
onde é feita uma afirmação pessoal fazendo fé aos fatos afirmados;
 Como exemplo, tem-se o interrogatório, o testemunho e o depoimento;
 No que corresponde à prova real, esta aflora do próprio fato, e ocorre quando se atesta
a exteriorização de uma arma ou uma fotografia;
 Dessa maneira, ao contrário da prova pessoal, a prova real se
alcança mediante a apreciação de elementos físicos.
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Da produção antecipada de provas:


 São as provas produzidas perante o juiz, antes do momento processual adequado,
ocorrendo nas situações de emergência e urgência;
 Observa-se, nesse caso, o contraditório real, que é a formação da prova na presença do juiz
e das partes. É o caso da prova testemunhal;
 Vejamos como dispõe o art. 225 do CPP: “Se qualquer testemunha houver de ausentar-se,
ou por enfermidade, ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já
não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe,
antecipadamente, o depoimento”;
 Apesar disso, cabe ao juiz decidir sobre a conveniência e a
oportunidade da antecipação das provas;
 Logo, há dois pressupostos a serem observados: o fumus boni
iuris (relevância) e o periculum in mora (urgência).
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Legitimidade para a produção antecipada:

1 – Durante o processo penal:

A) Do juiz – que só pode determinar a produção antecipada das provas no curso do processo.
Antes de iniciada a ação penal, o juiz não pode fazê-lo de ofício.

2 – Antes da ação penal:

A) Do Ministério Público;
B) Do ofendido;
C) Do investigado; ou
D) De representação da autoridade policial.
Interatividade

De acordo com a “teoria das provas ilícitas”, assinale a opção correta:


a) A prova ilegítima é a prova obtida com a violação de regras de Direito Material, sendo um
exemplo a prova obtida com a violação do domicílio do indiciado.
b) Prova ilícita é a prova obtida com a violação do Direito Processual, como, por exemplo, o
depoimento prestado com a quebra do sigilo profissional.
c) A teoria da fonte independente constitui uma exceção à teoria da inadmissibilidade das
provas ilícitas por derivação, obtida a prova legitimamente a partir de uma fonte autônoma
de prova, sem relação de dependência com a prova ilícita, nem o decorrer da prova,
originalmente, ilícita e desprovida de vínculo causal, não estaria contaminada pela
prova ilícita.
d) A doutrina e a jurisprudência acerca da prova ilícita – teoria
dos frutos da árvore envenenada , impõe a rejeição de toda
prova ilícita, inclusive, a prova ilícita pro reo.
e) Nenhuma das anteriores.
Resposta

De acordo com a “teoria das provas ilícitas”, assinale a opção correta:


a) A prova ilegítima é a prova obtida com a violação de regras de Direito Material, sendo um
exemplo a prova obtida com a violação do domicílio do indiciado.
b) Prova ilícita é a prova obtida com a violação do Direito Processual, como, por exemplo, o
depoimento prestado com a quebra do sigilo profissional.
c) A teoria da fonte independente constitui uma exceção à teoria da inadmissibilidade das
provas ilícitas por derivação, obtida a prova legitimamente a partir de uma fonte autônoma
de prova, sem relação de dependência com a prova ilícita, nem o decorrer da prova,
originalmente, ilícita e desprovida de vínculo causal, não estaria contaminada pela
prova ilícita.
d) A doutrina e a jurisprudência acerca da prova ilícita – teoria
dos frutos da árvore envenenada , impõe a rejeição de toda
prova ilícita, inclusive, a prova ilícita pro reo.
e) Nenhuma das anteriores.
ATÉ A PRÓXIMA!

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