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19.02.2019
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1 FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA
1.1 Princípio da soberania
Consiste em um poder insuperável na ordem interna, de
estabelecer comportamentos obrigatórios, incondicionais ao
quais todos tem que se submeter. Já independência se
manifesta na ordem externa ou nas relações com os demais
Estados estrangeiros. A independência é uma relação de
igualdade no tratamento entre os diversos Estados, já que
nenhum deve se submeter ao outro.
1.2 Princípio da cidadania
Confere aptidão de participar da vida política e da promoção
de meios para realizar esses direitos. O cidadão tratado no
artigo 1º difere daquele previsto no artigo 14 da Constituição
Federal, porque mais amplo. Não é apenas o direito de votar e
ser votado. Compreende o direito de, mesmo que não seja
eleitor, participar de um evento público, por exemplo. 2
Alcance do princípio da cidadania no STF
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Vídeo: origem princípio da dignidade da
pessoa humana
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1.3 Princípio da dignidade da pessoa humana
“Direito de ter direitos”. (Hannah Arendt)
O ser humano tem um valor em si mesmo, que está
a exigir certas realizações. Não é apenas evitar o
tratamento desumano, mas, também dar acesso à vida,
saúde, educação, cultura, e outros direitos sociais
suficientes para a realização pessoal (direito ao
mínimo existencial. No direito constitucional
alemão: “ (1) A dignidade da pessoa humana é
intangível. Respeitá-la e protegê-la é obrigação de todo
o Poder Público; (2) O povo alemão reconhece, por
isto, os direitos invioláveis e inalienáveis da pessoa
humana como fundamento de toda comunidade
humana, da paz e da justiça no mundo”.
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STF, direito civil constitucional e princípio da dignidade
humana
“3. A família, objeto do deslocamento do eixo central de seu regramento
normativo para o plano constitucional, reclama a reformulação do tratamento
jurídico dos vínculos parentais à luz do sobreprincípio da dignidade humana (art.
1º, III, da CRFB) e da busca da felicidade. 4. A dignidade humana compreende o
ser humano como um ser intelectual e moral, capaz de determinar-se e
desenvolver-se em liberdade, de modo que a eleição individual dos próprios
objetivos de vida tem preferência absoluta em relação a eventuais formulações
legais definidoras de modelos preconcebidos, destinados a resultados eleitos a
priori pelo legislador. Jurisprudência do Tribunal Constitucional alemão
(BVerfGE 45, 187). 5. A superação de óbices legais ao pleno desenvolvimento das
famílias construídas pelas relações afetivas interpessoais dos próprios indivíduos é
corolário do sobreprincípio da dignidade humana. 6. O direito à busca da felicidade,
implícito ao art. 1º, III, da Constituição, ao tempo que eleva o indivíduo à
centralidade do ordenamento jurídico-político, reconhece as suas capacidades
de autodeterminação, autossuficiência e liberdade de escolha dos próprios
objetivos, proibindo que o governo se imiscua nos meios eleitos pelos cidadãos
para a persecução das vontades particulares. Precedentes da Suprema Corte
dos Estados Unidos da América e deste Egrégio Supremo Tribunal Federal: RE
477.554-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 26/08/2011; ADPF 132, Rel. Min. Ayres
Britto, DJe de 14/10/2011.
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Vídeo: valor social do trabalho
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1.4 Princípio dos valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa
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2.1 ORIGEM DA TEORIA SEPARAÇÃO DOS PODERES
Não obstante o poder político seja uno, pode-se dizer que ele
se manifesta em três funções clássicas: legislar, executar as
leis de ofício e julgar os conflitos decorrentes da
aplicação da lei quando provocado. Divisão orgânica e
funcional do poder. Independência significa não
interferência de um poder sobre o outro, conforme a
delimitação constitucional de competências. Harmonia
tem o significado de cortesia e consideração no
tratamento. Direito constitucional dos EUA: doutrina do
check and balances (freios e contrapesos).
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2.3 Funções Típicas e Atípicas dos Poderes
A separação orgânica e funcional não é inflexível. Além de funções
típicas há funções atípicas de cada Poder. Por exemplo: o Poder
Legislativo legisla exerce sua função típica (CF, art. 44). Quando está
julgando, por exemplo, o Presidente da República, no crime de
responsabilidade, está exercendo uma função que não é própria dele, mas
do Poder Judiciário, portanto, uma função atípica. O Poder Executivo (art.
62) e o Poder Judiciário (art. 93) igualmente exercem funções atípicas.
Além disso, a importância crescente da função parlamentar de
fiscalização (arts. 31 e 49, X) e o incremento da jurisdição
constitucional (CF, art. 102) alteraram significativamente a configuração
tradicional da separação dos poderes. De todo modo, a Constituição
estabelece a separação dos poderes como cláusula pétrea (art. 60,
§4º, III).
A competência de cada Poder, decorrente do desenho constitucional da
separação de poderes, é indelegável, ou seja, não pode ser transferida.
Daí, por exemplo, a Constituição de Sergipe, no art. 6º, parágrafo único:
“É vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições, não se
permitindo, salvo nas exceções previstas nesta Constituição, que o
cidadão investido nas funções de um deles exerça as de outro.”
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2.4 STF, Separação de Poderes e a Pílula do Câncer
Notícia: “Como a lei da ‘pílula do câncer’ uniu Congresso dividido e foi
aprovada em tempo recorde” (BBC Brasil, 19.05.2016)
Lei 13.269/2016: “Autoriza o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes
diagnosticados com neoplasia maligna.”
“SAÚDE – MEDICAMENTO – AUSÊNCIA DE REGISTRO. Surge relevante
pedido no sentido de suspender a eficácia de lei que autoriza o
fornecimento de certa substância sem o registro no órgão competente,
correndo o risco, ante a preservação da saúde, os cidadãos em geral.” (STF,
ADI 5501, Pleno, 19/05/2016)
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – LEI Nº 10.640/1998 DO
ESTADO DE SANTA CATARINA – DIPLOMA LEGISLATIVO QUE
RESULTOU DE INICIATIVA PARLAMENTAR – CONCESSÃO DE VALE-
TRANSPORTE A SERVIDORES PÚBLICOS, INDEPENDENTEMENTE DA
DISTÂNCIA DO DESLOCAMENTO – USURPAÇÃO DO PODER DE
INICIATIVA DO PROCESSO LEGISLATIVO RESERVADO,
NOTADAMENTE, AO GOVERNADOR DO ESTADO – OFENSA AO
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA SEPARAÇÃO DE PODERES –
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL – AÇÃO DIRETA JULGADA
PROCEDENTE. PROCESSO LEGISLATIVO E INICIATIVA RESERVADA
DAS LEIS.” (ADI 1809, Pleno, 29/06/2017)
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3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: OBJETIVOS
CONSTITUCIONAIS DO ESTADO BRASILEIRO (ART. 3º)
O dispositivo é classificado como elemento socioideológico da
Constituição de 88 e conteúdo reflete a opção por um Estado
Social, típico de uma Constituição dirigente.
3.1 Construir uma sociedade livre, justa e solidária
Permite, por exemplo, que o Estado cobre mais tributos de quem
tem maior capacidade econômica para financiar programas
sociais dirigidas à população mais carente que não tem como se
manter. Daí também o regramento constitucional sobre
seguridade social nos arts. 194 e ss.:
Art. 195: “A seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:”
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3.2 Garantir o desenvolvimento nacional
A sociedade se desenvolve, cresce populacionalmente e o
Estado deve estar atento a essas modificações sociais para
garantir o desenvolvimento econômico que assegure, no futuro, a
existência digna de seus cidadãos. A norma constitucional
impõe, por exemplo, leis que estabeleçam planos econômicos ou
diretrizes para a economia, como previsto no artigo 174 da
Constituição Federal.
Precedentes do STF sobre o desenvolvimento nacional
“Agravo regimental no agravo regimental no agravo de
instrumento. Tributário. IPI. Açúcar. Alíquota máxima.
Essencialidade. Seletividade. Uniformidade geográfica. Artigo 2º
da Lei nº 8.393/91. Constitucionalidade. 1. O Plenário do
Supremo Tribunal Federal assentou a constitucionalidade do art.
2º da Lei nº 8.393/1991, o qual observou os requisitos da
seletividade e da essencialidade, bem como o princípio da
isonomia. 2. A utilização do IPI como instrumento de
promoção do desenvolvimento nacional e de superação das
desigualdades sociais e regionais não caracteriza desvio de
finalidade e não ofende o princípio da uniformidade
geográfica, dada sua função extrafiscal. 3. Agravo regimental
não provido.” (AI 729667, 2ª Turma, 25/08/2017) 18
3.2 Garantir o desenvolvimento nacional
A sociedade se desenvolve, cresce populacionalmente e o
Estado deve estar atento a essas modificações sociais para
garantir o desenvolvimento econômico que assegure, no futuro, a
existência digna de seus cidadãos. A norma constitucional
impõe, por exemplo, leis que estabeleçam planos econômicos ou
diretrizes para a economia, como previsto no artigo 174 da
Constituição Federal.
Precedentes do STF sobre o desenvolvimento nacional
“Agravo regimental no agravo regimental no agravo de
instrumento. Tributário. IPI. Açúcar. Alíquota máxima.
Essencialidade. Seletividade. Uniformidade geográfica. Artigo 2º
da Lei nº 8.393/91. Constitucionalidade. 1. O Plenário do
Supremo Tribunal Federal assentou a constitucionalidade do art.
2º da Lei nº 8.393/1991, o qual observou os requisitos da
seletividade e da essencialidade, bem como o princípio da
isonomia. 2. A utilização do IPI como instrumento de
promoção do desenvolvimento nacional e de superação das
desigualdades sociais e regionais não caracteriza desvio de
finalidade e não ofende o princípio da uniformidade
geográfica, dada sua função extrafiscal. 3. Agravo regimental
não provido.” (AI 729667, 2ª Turma, 25/08/2017) 19
3.3 Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais
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4. Princípios das relações internacionais (art. 4º)
O artigo 4º estabelece os princípios que devem orientar o Brasil
quando se relacionar com outros Estados na ordem internacional.
4.1 Elenco dos princípios: independência nacional (relacionado com
a soberania, fundamento da República), prevalência dos Direitos
Humanos (relacionado com art. 5º, §§ 2º e 3º, e 7º, ADCT),
autodeterminação dos povos (norma dirigida à consolidação do
processo de descolonização da África), igualdade entre Estados,
defesa da paz, solução pacífica dos conflitos (repete o preâmbulo),
repúdio ao terrorismo e ao racismo (na ordem interna: crimes
inafiançáveis e imprescritíveis – art. 5º, XLII e XLII), cooperação entre
os povos para o progresso da humanidade (sujeição ao Tribunal Penal
Internacional – art. 5º, § 4º), concessão de asilo político (relacionado
com o artigo 5º, LII)
4.2 Norma programática (parágrafo único): busca da integração dos
povos da América Latina para formação de uma comunidade de
nações (Embrião: Mercosul, Unasul, OEA...).
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4.3 Agenda 2030 da ONU e princípios fundamentais
das relações internacionais
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4.4 Precedentes do STF
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