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TEORIA GERAL DA PROVA E DECISÕES PENAIS

Prof. Gabriel Ventorin


Conteúdo programático:
1-4 – Teoria geral da prova – toda
5 – Provas em espécie
5.2 – Interrogatório
5.9 – Modos de obtenção de prova
6-8 – Decisões
2 trabalhos – p1; 2 trabalhos – p2
__________________________________________________________________________________________________

Único requisito para condenação de alguém: certeza – devo ter de certeza do contrário para a efetivação da sentença,
superando então, a presunção de inocência (todos são inocentes até que se prove o contrário) , objeto da lide do processo penal
(jus puniendi vs inocência). Superando o fato descrito no CPP/CP e enquadrando-se em crime descrito.

Finalidade: “certeza da prova”, um lastro, pois sem isso, sou inocente. – Provas dependem de critérios claros, e tem
elementos como:

 Convencimento; - de que serve a prova ou o indício se não convence?


o Quem deve ser convencido? O órgão jurisdicional deve ser convencido.
 Relevância; - de que adianta a opção climática se não há ligação para o fato discutido no processo?
o O que deve ser relevante? A apreciação do fato crime.
 Contraditório; - para ter/ser prova, preciso do contraditório, debater a questão ali tratada.
o Ampla defesa e licitude, não adianta ter uma prova que convença, mas que não respeite a lei.

Conceito genérico de prova: elementos, objetivos ou pessoais, relevantes, no exercício do convencimento, desde que, sujeitos ao
contraditório.

Conceito técnico de prova: prova é o elemento material ou pessoal, relevante para o convencimento do órgão jurisdicional, sob o
ato/fato crime, desde que seja lícito (legitimo a tutela jurisdicional, livre convencimento motivado – necessidade de fundamentação) e que
respeite o contraditório e a ampla defesa.

 Órgão jurisdicional: se questiona e analisa o valor probatório. Prova pericial ou testemunho? Por de trás de toda
prova, existe uma premissa humana, por isso que não existe nem utilizamos um rol taxativo de provas e sim um livre
convencimento (art. 155 CPP), existem provas com subversão mais fácil, mas não necessariamente são subversivas.
o Livre convencimento motivado: Art. 92, XI CF. Fundamentação, esta que deve ser técnica e jurídica.
o Livre convencimento “íntimo” – júri/jurado: não deve haver fundamentação, tão pouco técnica nem jurídica,
tem liberdade de julgamento que magistrados não tem, podendo absolver ou condenar com fatos sociais
estranhos ao direito, com interesses públicos que permeiam sua sobrevivência.
 Objeto de prova? O que se precisa provar em um processo penal? – Aquilo que for relevante sobre o
conhecimento do fato
o O que não precisa se provar:
 Fatos axiomáticos/intuitivos – fatos que são induzidos por questões lógicas ao caso concreto.
 Presunções legais/jurídicas – dois tipos de presunção legal, “relativa” (iuris tantum – até que se
prove o contrário, admitindo prova ao contrário, a favor não é necessária. Ex.: posse da camiseta, não tenho
nota fiscal, mas estou usando) e “absoluta” (iure et iure – presunção legal decorrente de lei – não admitem
prova em contrário pelas próprias circunstâncias. Ex.: comprovar que sou maior) .
 Fatos inúteis – definidos pelo magistrado, não vinculados pelo crime, nem em elementos relevantes
para a tipificação, nem secundários do tipo criminoso.
 “Fatos incontroversos” – dependendo da doutrina, será a ausência do objeto de provas. Se o fato
não é controvertido é confesso, ou é irrelevante, o problema não é à revelia, nem a contradita o
problema para o processo penal é a confissão, tal fato é perigoso, pois não será objeto de prova por
desinteresse das partes, ligado à máxima da verdade formal.
 Ônus Probatório – art. 156 CPP e art. 93, IX CF.
o CPP: a prova incumbe a quem alega.
o Álibi: fatos novos trazidos pela defesa que contrapõe a acusação, fato estranho a acusação,
independentemente se for provado, não há prejuízo a presunção de inocência, devendo ser
“rebatido” pela acusação. – Assemelha-se aos fatos impeditivos do processo civil.

Princípios:
 Princípio da verdade real/formal: princípio inatingível, máxima do processo penal, já houve uma época em
que tal princípio era irrefutável, hoje não mais, tornou-se uma meta programática, fazendo então, o máximo
da verdade de fato (aquilo que aconteceu sob uma ótica neutra, visões da vítima/agressor, sentimentos) . Determina
uma máxima, não ignora que o juiz só pode ser usado o que estão nos autos para fundamentar sua
sentença.
o Documentos podem ser juntados a qualquer momento, não existe limite.
o Temos uma ação chamada revisão criminal para alcançar a verdade real e não há prazo para ser
interposta.
 Vedação da prova ilícita: - art. 157 CPP – (regra legal) não é admitida. Existe uma reflexão principiológica
funcional, a qual cria uma hipótese casuística (caso específico) que pode chegar em pensamento diverso.
o Prova lícita que ofende direito: quebra de sigilo bancário, telefônico, grampo telefônico, ofendendo direito de
liberdade, porém podem ser superadas por não ser o direito absoluto, ocorrendo o choque de direito, mas
não as tornam ilícitas. – Art. 5º, XII. Em último caso é possível a violabilidade do sigilo de correspondência e das
comunicações telefônicas do investigado, para fins de investigação ou instrução processual penal.
 São lícitas pois contam com uma proporção de direitos, uma das mais dramáticas é o direito à
intimidade, provas estas que em qualquer outra circunstância de não autorização seriam ilícitas.
o Prova ilícita derivada: “fruto da árvore envenenada” – se uma prova ilícita é fonte de outras, essas outras
também serão ilícitas.
 Equipe 1: Invasão de domicílio sem ordem judicial e conseguem um livro com endereços, e com esse
livro conseguem uma ordem judicial para a realização de busca e apreensão. – Embora a busca e
apreensão serem lícitas, derivam de uma prova ilícita (invasão).
 Equipe 2: Vigilância e acompanhamento, por meio destes chegam a mesmas conclusões, um livro e
uma ordem judicial para a realização de busca e apreensão. – Momento lícito.
 Tem-se a cima um resultado que chegariam por ambos os lados, se por viés lícito (2), a prova
é válida e o resultado será validado pois teria como chegar neles por ambos os métodos e
validado pela equipe 2.
 Prova ilícita por derivação é ilícita, salvo se conseguisse chegar a ela de forma independente e de
forma lícita.
o Flexibilidade da prova ilícita:
 No ordenamento jurídico brasileiro há o princípio da ampla defesa e não da ampla prova, pois
decorro de uma presunção de inocência, pois temos de considerar todos inocentes, se preza tanto
por tal presunção. O que aconteceria se, em um processo, uma pessoa que é presumidamente
inocente, tenha sua presunção superada por um consentimento viciado? Se o processo se mantiver
nesse caminho, o juiz será convencido de forma inocente e ingênua, onde a inocência do acusado
não deverá prevalecer, e se desse cenário eu tivesse uma única prova que conseguisse reverter tal
acusação?
- Revertendo tal acusação. Já que tenho um sistema penal que se presume a inocência, garantidor da
ampla defesa e que a acusação deve ser estreita aos trilhos da legalidade.
Pela proporcionalidade, considerando a função do processo e seus princípios, se a prova ilícita é
a única da defesa, talvez ela poderá ser usada, pois estaria preservando a máxima que a própria
acusação assume que tem.
SM. 74 das Mesas de Processo Penal da USP foi admitida a interpretação e o uso de tal prova ilícita
E se a única prova acusatória seria ilícita? A prova ilícita não deve ser admitida, porém, se consigo
garantir a aplicação em favor da defesa, se for a única prova ilícita talvez, pudesse ser usada pela
acusação, afinal tenho a verdade real, segurança pública. – Justificativa deste é a
proporcionalidade que o primeiro pensamento se justificou.
A prova ilícita pode ser usada, “depende”. Onde na regra é totalmente outra, tal pensamento
simplista está ganhando força e sendo adotado em diversas teses.

Exame de corpo de delito e perícias em geral


 Conceito: conjunto de elementos matérias ou vestígios que indicam a existência de um crime. O exame é
uma importante prova pericial, sua ausência em casos que haja crime, deixa vestígios gerando até a
nulidade do processo.

O juiz goza da presunção de conhecimento de direitos a perícia servirá para a admissão de algo que não é de seu
conhecimento, para isso, será nomeado um perito judicial, aquele que exerce um cargo público, com diploma
de curso superior na área.
Art. 159 CPP – O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso
superior.

§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do crime.

§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.

§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação
de quesitos e indicação de assistente técnico.

§º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos
peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.

§ 5º Durante o processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:

I – Requerer a oitiva dos peritos para esclarecem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação
e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 dias, podendo apresentar
as respostas em laudo complementar;

II – Indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em
audiência;

§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado ao ambiente do
órgão oficial, que manterá sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a
sua conversação.

§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a
atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.

Cada perícia é feita por um perito, e nos casos da ausência de peritos oficiais (diplomados), serão aceitos
especializadas da área em que haver relação com o crime, e estes não oficiais, serão colhidos seus
compromissos para o cargo momentâneo.

Os peritos são auxiliares da justiça e, portanto, a sentença deve ser dada de forma isenta (art. 252, 254 e 274
CPP).

Em casos de perícia complexa serão admitidos mais de um perito (art. 159, § 7º) – ações que envolvem
responsabilidade penal de presidentes (Brumadinho), naturalmente o conhecimento extrapola o direito, por
conta disto um único perito não é capaz de realizar todo o trabalho.

Art. 180. Um caso necessita de dois peritos, e eles descordam entre si sobre os laudos, teremos um terceiro
perito para “desempatar”, não realizando uma nova perícia e sim escolhendo pelo laudo do 1º ou do 2º, salvo se
não concordar, teremos uma nova perícia.

Art. 182. Hipótese de rejeição de laudo, o juiz pode aceitar ou rejeitar o laudo, mesmo sendo importante ou de
caráter técnico.

O assistente técnico pode ser solicitado pela parte, e tem atuações diferentes das do perito, o perito realizada a
perícia demonstrando todo seu caráter técnico sobre o caso tratado, e o assistente técnico, pode ser invocado
por qualquer das partes para interrogar o perito e instruir o processo, direcionando o conhecimento da parte.
Este, não participa antes, durante ou depois da perícia e sim somente após finalizado o laudo pericial.

Art. 169, parágrafo único – Não deverá ser alterado o local, nem o estado das coisas do local do crime, até a
chegada do perito. Pelo fato de haverem detalhes, que se forem alterados podem alterar o resultado do laudo
pericial.
Art. 170. Provas laboratoriais são provas que se consomem o objeto periciado, deve ser periciado, mas parte
dela deverá manter guardado (DNA, drogas).

Art. 50 Lei 11.363/06: Exame de corpo de delito tem como finalidade demonstrar a materialidade do delito.

- Se não houver exame de corpo de delito, não é possível a ação penal!

Atenção: laudo de constatação não é exame de corpo de delito, apenas a investigação preliminar do
corpo de delito, que é suficiente para manter e sustentar a materialidade, mas, a constatação vai se
tornar depois o exame de corpo de delito.
Art. 172. Pós a realização da perícia deverão ser destruídas as provas que as originaram.

Crime transeunte: crime que não deixa vestígio (normalmente crimes de mera conduta), aqui acontece o
suprimento do exame de corpo de delito. Terá uma substituição em alguns casos, ou seja, pela prova
testemunhal, exame de corpo de delito, mas a confissão não supre esse exame.

Contraditório diferido/postergado – acontece depois do ato, no exame de corpo de delito indireto.

O que é autópsia? É a perícia praticada no corpo do de cujus, com finalidade de colher elementos de
interesse na colheita do delito, há regras para ser realizada o prazo para ser realizada deve ser
respeitado, salvo se houver indícios de que não há mais vida (art. 162 CPP).
Exame cadavérico: mesma ideia da autópsia, porém no de cujus a mais tempo.
Art. 173. Exame de incêndio.

Art. 174. Exame grafotécnico.

Art. 175. Exame de instrumentos do crime.

Interrogatório:
 Conceito: o ato personalíssimo do acusado de infração penal, em denúncia ou queixa-crime, que se realiza
perante o juiz competente para apreciar a ação penal.
 “Indispensável em caso de réu presente, personalíssimo, que manifesta o ápice da defesa genérica”.
o Lembrar do conceito de ampla defesa – todos os métodos de se defender , são componentes da ampla defesa
tais:
 Defesa técnica é aquela exercida profissional habilitado para a prática da defesa de um réu em
determinado processo penal
 Defesa genérica é todo e qualquer ato que se opõe a acusação.
 No art. 6º do CPP, falamos sobre a ouvida do indiciado, sem sombra de dúvida, um momento indispensável,
para que o processo flua com respeito das garantias fundamentais.

Hoje temos um conhecimento pacificado de que, o interrogatório tem natureza jurídica mista, isto quer que, ao
mesmo tempo é um meio de defesa e um meio de prova.
É um dos momentos mais importantes do processo penal, momento em que o julgador fica cara a cara com o julgado, um
momento de defesa e de provas, possui natureza mista, isto é, um ato de defesa e também fonte de prova, como regra o
último ato da instrução, o momento em que o acusado pode se defender de tudo contra ele imputado, não importa então,
o tempo do processo, o interrogatório sempre deverá e irá acontecer.

A todo tempo o juiz poderá requisitar de ofício, novo interrogatório ou fundamentado pelas partes. (Art. 196
CPP c.c. Art. 185).
É um exame da cruz, uma inquirição direta, ou seja, pergunta-se diretamente a pessoa, não sendo, então o sistema
presidencialista, pergunta para o juiz e ele pergunta.

A qualificação não permite o silêncio, a não ser que a própria qualificação traga prova contra ele, qualificação é o momento
em que o juiz conhece o réu.
Nucci: o interrogatório é fundamentalmente um meio de defesa, pois a Constituição assegura ao réu o
direito ao silêncio, entretanto, caso opte por falar, abrindo mão do direito ao silêncio, seja há o que
disser, constitui meio de prova inequívoco, pois o magistrado poderá levar em consideração suas
declarações para condená-lo ou absolve-lo.
 Pós a reforma de 2008, passou este, a ser o último momento do processo penal, então, podemos perceber
que é um ato que pode revirar todo o processo.

Forma e requisitos:
 Ato personalíssimo: não existe interrogatório por procuração, tão pouco haverá uma substituição por uma
declaração.
 Art. 185, § 5º - Entrevista prévia com defensor e presença do defensor.
o A videoconferência possui diversas críticas, principalmente em razão da impessoalidade e a própria
defesa do réu, porém, é aceita para que o depoimento seja por meio desta, para casos em que
forem réus de facções posto isto, causariam valores econômicos maiores ao Estado para a colheita
direta, e também, em momentos em que se garante a saúde ou está enfermo em outros casos
também, quando forem de forte relevância, ex: políticos e ou fatos que tomaram notoriedade.
 Direito ao silêncio: - Art. 186, parágrafo único: o silêncio não importará em confissão, nem poderá ser
impetrado em prejuízo da defesa. – Quem cala, no processo penal não consente, só fica quieto.
o Extensão do direito ao silêncio - qualificação do réu por si só poderá implicar em responsabilidade –
Tal qualificação, teoricamente, não pode ser prova, apenas um registro. Ex.: crime realizado em
2013 em Valinhos, e o Denilson mudou-se para Campinas em 2014.
o O acusado tem direito de mentir? – Direito de mentir não existe! Poderia ser responsabilizado por isto?
Depende, o que existe hoje em dia é uma tolerância, porque, não sou obrigado a produzir prova contra mim
mesmo.
 Qualquer tempo – pode ser colhido o interrogatório.
 Interrogado em separado – art. 191.
o Se houverem vários interrogados serão realizados em separado para que não combinem o que falar.
 Interrogatório do surdo, mudo ou do surdo-mudo
o O que interessa é a pessoalidade, a certeza é que a pessoa teve seus direitos garantidos, e será
realizado de forma escrita
o Em caso de analfabetos, poderá ser utilizado o auxiliar da justiça, em libras ou por pessoa, habilitada
para entende-lo sob compromisso.
o Em casos de o interrogado não falar a língua nacional, poderá ser realizado por intérprete. Art. 193
CPP.
 Art. 188 c.c. Art. 400 e 473 . O 188 prega o sistema presidencialista de inquirição, um sistema de
reperguntas, advogado pergunta ao juiz, que reformula e pergunta ao acusado. Este sistema não existe
mais. Atualmente é o sistema de inquirição direta (cross examination). Porém, a lei não mudou, conforme a
reforma de 2008, mudou-se a política de procedimentos e passou a ser a inquirição direta. Porém, hoje
temos resquícios do sistema presidencialista, portanto, uma revogação tácita do art. 198, não foi admitido
na Constituição Federal de 88.

Confissão:
 Conceito: é a admissão do fato acusatório feita com o respeito ao contraditório judicial – todo o resto não
é aceito como confissão.
No direito penal, temos um só tipo de prova, a confissão, é uma prova judicial.
 É sempre feita a uma autoridade, temos duas autoridades que podemos conceder a confissão, delegado e juízo.
 A confissão será divisível (parcialidade) e retratável (pode voltar atrás) por questões motivadas, porém o juiz
não necessariamente se vinculará a “reforma” da confissão.
 É um ato personalíssimo. Não pode ser realizada por procuração, tão pouco documentado.
 Confissão já foi uma prova “predileta”, já foi a rainha das provas, conforme a doutrina, porém, hoje não é
mais, é importante, porém, para que tenha valor de prova deverá de ser realizada em juízo. Até a não
confirmação em juízo é apenas um indício.

Classificação:

o Quanto ao momento:
 Extra processual: aquela feita no âmbito da investigação, perante um delegado. E deverá de
ser confirmada no âmbito processual para que seja confirmada como prova.
 Processual: feita no âmbito, processual, perante um juízo. Fiz uma confissão perante um
juízo, sob o contraditório e ampla defesa, já é prova.
o Quanto à forma:
 Simples: é quando o sujeito admite o crime na sua integralidade ou na parcialidade,
admitindo um crime unitário. “Uma confissão para um crime”.
 Complexa: é aquela à qual o acusado confessa vários crimes com um único ato só. “Uma
confissão para vários crimes”.
 Qualificada: é quando o sujeito confessa, mas apresenta motivos de afastamento do crime.
“Fui eu, eu fiz, mas foi em legítima defesa”.
 Confissão com relação à integralidade
o Parcial: posso confessar só parte dos fatos. Condiciono a fala. “Matei, mas não teve
tortura”.
o Total: posso confessar a totalidade dos fatos.
Ofendido: é fonte de provas e importante, pode ser forçado a comparecer ao processo (art. 201), qualquer pessoa que
se torne ofendido deve auxiliar a marcha processual.

O TJ-SP já tem jurisprudências que até barram no STJ em que o depoimento da vítima tem forte relevância para
o processo, levando até a condenação, embasada tal no depoimento do ofendido.

Ligado diretamente ao favorecimento pessoal (art. 346 CP), o ofendido pode cometer crime caso não
compareça e coopere ou até atrase o processo.

Testemunha – arts. 202-225. Depois do interrogatório é uma das mais complexas.


 Testemunha ≠ testemunho – Art. 202. – “Qualquer pessoa pode ser fonte de prova testemunhal”.
o Testemunha é fonte, testemunho é prova.
o Prova é o depoimento, um registro produzido pela testemunha.
o A prova pessoal é construída pela interação do julgador com a fonte da prova (testemunha), desde o jeito que
se apresenta, se expressa, manifesta, roupa, cheiro, tudo isso faz parte do contexto da prova pessoal, pois o
ser humano é assim.
o Testemunho é o fruto de um contato pessoal (interação juiz-testemunha).
 Toda pessoa pode ser testemunha?
o O código diz que sim.
o E o incapaz? Será observado o grau de desenvolvimento da testemunha.
 Deve ser levado em questão um sentido de discernimento e valorado tal testemunho.
 Art. 208 – Pessoas que irão ser ouvidas, mesmo sendo incapazes, independe do compromisso.
 Art. 15/16/28 ECA – Toda criança e todo adolescente tem o direito a opinião e a expressão.
o Compromisso – art. 203.
 A palavra da testemunha tem como objeto dizer a verdade, porém, o compromisso firmado salienta
que, ao atestar veracidade de fatos, me responsabilizo pelo testemunho.
 Pessoas próximas? Íntimas?
 Ser testemunha é obrigatório.
 Posso ter testemunhas não compromissadas? Sim, são chamadas de testemunhas informantes,
trazem informações, elementos para compor o julgamento, a diferença é que, o valor do depoimento
será menor, tecnicamente.
o Proibidas de depor – art. 207.
 Em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar função, salvo se quiserem dar o
testemunho.
 Porém, caso a testemunha ampare e argua que seu advogado fez com que ele omitisse, o advogado
pode levantar o sigilo, e então, ser aceito como testemunha, em respeito ao princípio da ampla
defesa e contraditório, flexibilizando-se o conceito de licitude, garantindo um direito de defesa
própria.
o Contradita – art. 214. É a contraposição do compromisso do depoente.
 Manifestação da parte para afastar a testemunha de testemunha compromissada, na prática é a
retirada da testemunha da oitiva. Faz com que a testemunha não seja compromissada, fazendo com
que o testemunho dela não tenha tanta relevância.
 Testemunha é a prostituta das provas, quer dizer, é muito fácil fazer com que alguém minta perante
o juízo.
 Acontece desde o preparo (bom testemunho e um conforto a testemunha) e a instrução (formalizar algo a
ser dito perante juízo).
 Art. 211 c.c. art. 39 – Juiz é destinatário da notícia-crime.
 Forma:
o Forma de inquirição direta – art. 210-212;
 Serão ouvidas as testemunhas individualizadas.
 De forma direta, onde, a parte questiona a testemunha, isto permite mais interação.
o Incomunicabilidade das testemunhas – art. 210, parágrafo único;
 Pouca gente repara tal questão, para que evite contato com outras testemunhas, réu, vítima.
 O grande problema é, pós os testemunhos as testemunhas não podem ter contato, com pena de
nulidade relativa, das futuras.
o Preservação da pessoa – art. 217;
 Caso o juiz identificar humilhação da testemunha perante o réu, deverá ser providenciado a
inquirição por videoconferência, caso não haja a possibilidade, deverá o réu ser retirado da sala,
porém, seu defensor deverá ficar.
 Há a necessidade da fundamentação da retirada do réu.
o Condução coercitiva – art. 218;
 Caso, devidamente intimada para o depoimento da testemunha e a mesma não comparecer, caberá
ao juiz determinar a condução coercitiva, com amparo de oficial de justiça e auxílio da força pública.
o Podem não fazer o testemunho: Presidente da República e cargos de Estado – art. 221, parágrafo único.
 Poderão depor de forma escrita.
o Art. 222-222-A – A Testemunha de outra comarca, será ouvida por carta precatória, mesma coisa acontece
em casos do estrangeiro, porém, pela carta rogatória.
 Com pendência de precatória, alguns juízes entendam que há a necessidade da suspensão do
processo, porém, alguns desembargadores entendem não haver a necessidade da suspensão.
 Fixará um prazo para ser tomada tal testemunho de precatória, pela questão de haver um processo e
uma audiência esperando a realização do testemunho do juízo deprecado, que implicaria na
sentença/decisão.
o Art. 223 – Será nomeado um perito, um intérprete para traduzir as perguntas e respostas para melhor
colheita do testemunho.
o Art. 220-225 – Em caso de impossibilidade da testemunha, ou por enfermidade ou por questão de velhice,
poderá ser colhida de forma antecipada, ou até no local em que estiver.
Reconhecimento de pessoas e coisas – art. 226.
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I - A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
Il - A pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança,
convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III - Se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a
verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
IV - Do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao
reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no nº III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento.

 É uma das poucas provas que não são feitas em juízo adequadamente.
 Reconhecimento está na distinção em que a parte reconhece, qualquer parte pode reconhecer.
 O reconhecimento fotográfico é valido, porém, cada tipo de reconhecimento deverá ser avaliado dentro de
sua capacidade. É prova documental tal reconhecimento.
o Tem controvérsias, existem autores que defendem a validade do reconhecimento fotográfico (pessoa-foto),
porém alguns, defendem a validade da prova pessoal (reconhecer pessoa-pessoa).

Classificações de prova testemunhal: a prova testemunhal é totalmente subjetiva, relativa em relação ao sujeito. Depende
do ponto de vista, mesmo que seja fato igual, receberá um filtro pessoal de cada testemunha, experiências, valores, a testemunha é
muito volúvel. Tendo então, variáveis do mesmo fato.
 Quanto a proximidade do fato:
o Diretas;
 Testemunhas que tiveram “contato com o fato” – corpo pessoal de contatual fática, não é a ideia de
contato físico;
 Temos um julgamento e um relato da própria testemunha;
 Chamada de testemunha ocular, aquela que viu o fato.
o Indiretas;
Testemunhas que tiveram uma impressão própria
Aqui, são testemunhas do “ouvi dizer” – não estão julgando o fato a título de crivo próprio, não
tiveram conhecimento do fato, estas, ouviram ou tiveram conhecimento por terceira fonte, jornal,
amigo em comum, pelo próprio réu ou pela vítima, fazem um testemunho com base em impressões
que tiveram em um “julgamento anterior”.
 A distorção neste momento é natural.
 Podem trazer credibilidade ao fato e corroborar versões probatórias.
 Quanto ao teor de seu testemunho; que tipo de informação a testemunha irá produzir;
o Fato;
 Trará elementos sobre a circunstância e a conduta apurada.
 “Eu vi o sujeito entrando na casa”.
 “No dia seguinte no condomínio todo mundo estava comentando que ouviu barulho”.
 Primárias.
o Antecedentes;
 Vão trazer eventos referentes às circunstâncias judiciais “secundárias ou judiciais” – art. 59, CP.
 Não irão trazer elementos em relação à apuração principal, e sim a pessoa do acusado ou da vítima,
ou o contexto de fato, são informações que irão compor o mundo jurídico-fático, para que o
magistrado conheça a pessoa que está a julgar.
 São vulgarizadas pelo juízo, se não atingirem realmente o fato. A doutrina chama de “canonização”
do réu, falar que o réu é bonzinho e benfeitor, não implica na desqualificação do crime.
 Para efeitos do processo penal não importa o comportamento social, escolaridade.
 Quanto ao cabimento dentro do procedimento; classificando testemunhas que estão dentro do número legal.
o Numerárias; testemunhas que estão pré-dispostas na petição inicial, na defesa do réu ou em momento em
que o procedimento prevê (rito sumário – 8, júri 1ª fase – 8, rito sumaríssimo – 8).
 Compromissadas: são as isentas de qualquer interesse sujeito do processo, podem responder por falso
testemunho. O compromisso é o que caracteriza efetivamente o testemunho. Testemunha compromissada é
testemunha.
 Não compromissadas: por qualquer motivo que seja, não tem obrigação com o processo. Testemunha não
compromissada é informante.
 “Tenho prevista no procedimento e presta compromisso”. Nucci.
 Tem direito de arrolar, previsto no art. 391 e 41 CPP, se arrolar 8, mesmo que sejam antecedentes, o
juiz terá de ouvir todas sob alegação de cerceamento de defesa.
o Extranumerárias; Testemunhas que não estão dentro do número previsto para o procedimento (art. 209
CPP).
 Toda ouvida de testemunha extranumerária deve de ser fundamentada.
 Muito embora estejam arroladas, extrapolam o número de testemunhas, porém podem ser ouvidas.
A título de informantes – Art. 208.
 Testemunha referidas, é aquela não arrolada, conforme art. 209, § 1º, não são computadas ao
número do procedimento, é chamada pelo juiz, fundamentadamente.
 A razão dela existir, é, a testemunha referida traz fatos que a testemunha arrolada não tem
informações, mas indicou quem possivelmente teria.
 Caso o juiz não queira ouvir a testemunha extranumerária, o mesmo deverá fundamentar a negativa
de inquirição.

A prova testemunhal é a prova mais volúvel e mais deturpável, e a mais que deve ficar de olho, a princípio depende de
qual questão que se atacada, teremos uma importância para cada tipo de classificação. Não existe hierarquia entre
testemunhas, porém é obvio que uma testemunha de fato é muito mais robusta em relação à de antecedentes. Com
testemunha, deve-se ensaiar e prepara-la antes para que saiba o que ela está prestes a falar.

O juiz deve fundamentar sua decisão, não precisando creditar as testemunhas ou fatos diferentes de acordo com seu
nome, mas com o livre convencimento, não é porque uma testemunha vai falar do fato que ela é irrelevante. Se
juntarmos 7 testemunhas da 8, que posso trazer no processo, como testemunhas de bons antecedentes o juiz pode
ouvir 1 ou 2 e falar basta... Porém, se a testemunha trazer elementos de fato, mesmo que não seja compromissada, o
juiz poderá ouvi-la.

Para saber as melhores características de melhor espécie de testemunha, saber o que cada testemunha tem a contribuir
com o processo, e a partir disso, posso articular melhor.

 Art. 209, § 2º – Não será computada aquela que nada souber que interesse à decisão da causa. Posso
contestar o lugar dela, porém ocorrerá a preclusão da inquirição de testemunha.
 Art. 401, § 2º – Posso antes do início do testemunho requerer a desistência de determinada testemunha,
pois uma vez produzida a prova, ela não é da parte e sim do processo, tendo então uma testemunha “ruim”.

Depoimento do incapaz:
 Art. 15, 16 e 28 ECA – o adolescente tem direito de manifestação, assim como a criança também.
o 15 – Princípio da condição peculiar;
o 16 – Direito de liberdade e expressão;
o 28 – Possibilidade de manifestação do adolescente em juízo.

Documentos: quaisquer escritos ou papéis, vinculada a ideia em descrito, não só caligráfica, e sim tudo aquilo que
contém informação. Pelo art. 3º do CPP, nos estendemos este conhecimento, e sim reconhecendo documento como
qualquer objeto que contenha e registre informações primariamente. Retrato falado e reconhecimento fotográfico é
uma prova híbrida, pois há a foto (documento) e o ato de apontar a foto é prova.

 Laptop é objeto;
 Extrato bancário é documento;
 Gravação ambiental (do ambiente) é documento.
o Extrato e a gravação são espécies de provas especiais, pois contam com a preservação do sigilo. Devendo ser trabalhados
com ressalvas.
 Art. 231 – As partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo? Pode ser a qualquer
momento, desde que respeitado o contraditório e o devido processo legal, ou seja, a qualquer momento da instrução,
pois se a instrução já se encerrou haverá prejuízo ao contraditório em relação a este documento juntado. O problema a
qualquer tempo é que irá ferir a ordem do processo, afastando o contraditório.
o E se o documento for muito importante podendo gerar uma absolvição? Existe uma distinção entre prova
ilícita e prova ilegítima:
 A prova ilícita fere a constituição e direito material;
 A prova ilegítima fere leis infraconstitucionais e ou ordem processual, ao mesmo tempo também é
ilícita.
 Art. 621 – Na ação de revisão poderão ser apresentados documentos para que possam alterar a decisão já sentenciada.
o Existem casos que, em razão de alguns direitos alguns direitos podem ser sacrificados.
 Art. 233 – Cartas particulares não poderão ser objeto de prova documental, salvo que o interlocutor da
mesma as apresente.
 Art. 235 – Veracidade dos documentos levados ao processo tem responsabilidade pela parte que juntou,
podendo ser arguida pela parte.
 Incidente é uma questão secundária, mas de muita relevância para o objeto principal do processo, pode ter
várias formas, são elas:
o Falsidade, incompetência, incompatibilidade, suspeição.
o Art. 147 – O juiz poderá de ofício verificar a falsidade.

Existem provas que ofendem direitos, mesmo sendo lícitas, pois, constam uma proporção de direitos. Prova
que sem autorização judicial seriam enquadradas como ilícitas. O sigilo serve para a privacidade, defesa, mas
para controle de acesso e restrição à somente uma pessoa, o proprietário delas.
 Quebra de sigilo: além da vontade do proprietário/investigado.
o Telefônico – colho informações daquilo que consta no telefone ou em seu registro (histórico de ligações)
 Interceptação telefónica: é um tipo de prova, que é além de uma colheita simples de informação
intermediada.
 Além de quebrar sigilo, além de ter acesso às informações eu sou intermediário de suas informações e
consecutivamente, intermediário de suas “transações”.
 Figura de “terceiro”: pessoa que houve de fora, quebrando o sigilo bilateral, por isso que há a
necessidade de autorização judicial.
 Consigo informações telefônicas contra a vontade do proprietário delas.
 Grampo: interceptação forçada, colhendo a informação sigilosa na fonte.
 Implantado o grampo participo da “escuta ambiental” e com isso, não posso arguir sigilo em
local público, obviamente que depende de caso concreto. Até que ponto é caracterizável um
local público? Aquele de trânsito público, qualquer pessoa pode transitar em qualquer
momento, ex: praça. Já, o escritório de advocacia é privado.
o Daí surgem dificuldades, o carro é um local público ou privado? Limitado e privado,
porém em via pública, depende do contexto de fato.
o Sala de aula? Não é absolutamente um local público, pois há um controle de
entrada, matrícula, inscrição. Os interlocutores estão definidos? Consigo desenhar
o grupo que irá realizar a interlocução? (LISTA DE CHAMADA) Sim! Então não é um
local público, pois há um controle. É sala de aula? Goza de proteções
 STJ e STF chegaram à conclusão que, o sigilo do preso era relativo, podia-se abrir suas
correspondências? STF se manifestou em relação à questão do “no último caso”, referido no art. 5º,
XII, dependia de regulamentação, enquanto não houvesse uma regulamentação o sigilo era expresso
e total, o que veio a ser legislado na lei 9.296/1996:
 Art. 1º - Havendo interceptação será segredo de justiça, todas interceptações seguem esta
lei;
 Três limites para a implantação da interceptação:
o Suspeita razoável, esgotamento de vias ordinárias – não podendo a interceptação
ser a primeira prova levada no processo penal, a interceptação deve ser
proporcional, se o crime não apresenta periculosidade maior de um crime apenado
com detenção não haverá a interceptação.
 Art. 3º - Depende de ordem judicial; e pode ser requisitado pelo delegado e pelo Ministério
Público e em raros momentos pelo magistrado, uma prova esta, muito difícil de ser
justificada por ele. Podendo ser durante o inquérito ou durante o processo.
 Toda interceptação necessita ter um alvo, um objeto, este, relevante para o processo,
quando há uma interceptação temos uma prova totalmente evasiva, não havendo um filtro
para somente momentos relevantes do processo.
 Art. 5º - Tem como prazo 15 dias prorrogável pelo prazo, podendo ser requisitada
novamente caso comprovado fatos novos.
 Art. 6º, § 1º - É imprescindível a transcrição, para melhor veracidade dos fatos ali
interceptados.
 A escuta somente será disponibilizada ao final do inquérito ou na conclusão do processo ao
juiz.
 Súmula Vinculante 14 – O advogado tem acesso aos autos, porém só dos findados, e como a
interceptação não está no fim, o advogado não tem acesso a ela.
 Art. 9º - A interceptação inutilizada ou sem interesse à prova, deverão ser registradas,
depois sob autorização (MP ou outra parte interessada) poderão ser destruídas, podendo a
parte acompanhar o momento de destruição destas “provas inúteis”.
 Tem valor probatório condicionado à autorização judicial, como é juntada ao final do
inquérito ou do processo, seu contraditório é diferido (depois da prática), e, mesmo sendo
uma interceptação tem valor relativo.
o Bancário;
o Fiscal;

Colaboração premiada (Art. 4º-7º) e infiltração de agentes (Art. 10-14) Lei 12.850/2013.
 Colaboração não é delação, colaboração é gênero, e delação é espécie.
 Colaboração, efetivamente é uma facilitação da apuração da infração, mediante acordo autorizado judicialmente. É um
acordo para facilitar a apuração de determinado crime.
o O crime organizado é difícil apuração, pois as condutas precisam ser amarradas por um dolo coletivo, conta
com alguns métodos de provas não ortodoxos. A colaboração não é prova, o seu produto sim. Pode ser fonte
de prova, porém somente quando o objeto delatado deve ser eficaz e validado, só que, ela é uma fonte de
prova totalmente frágil, a colaboração nunca pode ser vista em caráter isolado, jamais! “Pois se não, o dono
diz que é faxineiro”.
o Sempre devo levar em conta a figura do delator, quanto maior seu cargo na cadeia criminosa, mais maquiada
pode ser feita a delação.
 Delação é a mais fraca das colaborações, pois é feita através de um testemunho, pois tem carga de
um envolvido, não compromissado.
o §§ 2º e 4º - O Ministério Público pode deixar de oferecer denúncia, se não for o líder ou o primeiro a delatar.
 Infiltração de agentes: o agente policial se transveste de criminoso, pratica atos ilícitos autorizados, para
que o agente emita relatórios de informação.
o É um tipo de manifestação probatória, que demanda muito conhecimento da polícia, pois o delegado e seus
agentes devem ter preparo físico e psicológico.
o O maior problema e prejuízo é o agente duplo, isto é, o infiltrado ingressar para o grupo criminoso e ficar por
lá.
o A atuação pode ser feita oralmente. Apontado o agente que irá realizar a infiltração, o juiz autoriza
determinados atos que poderão e não poderão ser realizados pelo infiltrado.
 O agente será punido pelos excessos praticados por ele, salvo quando inexigível conduta diversa.
 O agente pode recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada. Se ele perceber que deu problema na infiltração,
pode deixar de realizar a investigação sem justificativa motivada;
 A infiltração produz relatórios de infiltração e o próprio depoimento do infiltrado, tornando então esta, uma
fonte de prova mais fidedigna em relação à colaboração, pois há um agente policial retratado.

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