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INSTRUÇÕES GERAIS
4. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obri-
gado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
5. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença em pessoa da família por
até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor.
Segundo a Lei n. 8.429/1992, que institui normas sobre improbidade administrativa, julgue os
próximos itens.
7. O agente público que tem suas contas aprovadas pelos órgãos competentes não res-
ponde por improbidade administrativa.
9. A referida lei é aplicável ao particular que, sozinho ou em conluio com agente, concorrer
para a prática de ato ímprobo ou que dele se beneficie.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
10. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que
seja instaurada a investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade e a
representação, que será escrita ou reduzida a termo, assinada e conterá a qualificação
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de
que tenha conhecimento.
Segundo a Lei n. 9.784/1999, que regula o processo administrativo, na esfera federal, julgue
os próximos itens.
11. Nos processos administrativos, serão observados, entre outros, os critérios de divulga-
ção oficial de todos os atos administrativos praticados no processo.
12. A referida lei é aplicável ao Poder Judiciário e ao Poder Legislativo de quaisquer dos
poderes da União, estados, DF e municípios quando no exercício de sua função atípica,
ou seja, função administrativa.
13. Embora intransferível, a competência para prática de atos administrativos sempre poderá
ser objeto de delegação e avocação nos termos dessa lei.
15. O interessado somente poderá desistir parcialmente do pedido formulado ou, ainda,
renunciar a direitos disponíveis.
Segundo a Lei n. 8.666/1993, que institui normas sobre licitações e contratos, julgue os pró-
ximos itens.
16. A contratação direta de organizações sociais pode ser feita mediante inexigibilidade de
licitação.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
19. Os contratos regidos pela Lei n. 8.666/1993 poderão ser alterados por acordo das partes
quando conveniente a substituição da garantia de execução.
(DA CUNHA JÚNIOR, Dirley. Curso de Direito Administrativo. 14. Ed. Salvador: Juspodivm,
2015. p.19)
21. Segundo a concepção absolutista, a responsabilidade civil do Estado tinha base em rela-
ção paritária entre as pessoas e o Estado, o que permitia a responsabilização do Estado
pela doutrina do risco integral.
22. As condutas omissivas do Poder Público rendem responsabilidade civil subjetiva pelos
danos que delas se originam. Para a condenação da Fazenda Pública, deverão ser com-
provados, concomitantemente à negligência na atuação estatal, o dano e o nexo de cau-
salidade entre o evento danoso e o comportamento ilícito do Poder Público.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
23. Situação hipotética: Em determinado município, uma empresa estatal federal refina-
dora de petróleo permitiu que vazassem litros de óleo cru. O referido material se alas-
trou por diversas cidades do respectivo estado, deixando inúmeras famílias ribeirinhas
desprovidas de suas atividades laborais e do seu sustento. Assertiva: Nessa situação,
segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, houve responsabilidade objetiva
da referida entidade, por aplicação da Teoria do Risco Integral.
24. A responsabilidade civil do agente público perante o Poder Público pelos danos que
causou a terceiro, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, é imprescritível.
26. A sentença criminal que negar a autoria ou a existência do fato afasta a responsabilidade
administrativa e civil do agente pelo mesmo ilícito.
27. O Estado responde civil e objetivamente por danos decorrentes de atos praticados por
seus agentes, mesmo que eles se achem acobertados por causa de excludente de ilici-
tude penal.
(BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 26. Ed. São Paulo:
Malheiros, 2008. p. 380)
Acerca dos atos administrativos e suas regras jurídicas, julgue as próximas afirmativas como
certas ou erradas.
28. Situação hipotética: Mônica, Analista do MPU, requereu do setor competente a conces-
são de afastamento para pós stricto sensu. Decorrido o prazo legal para manifestação
sem a devida resposta da Administração, Mônica decidiu buscar a opinião de um advo-
gado sobre quais medidas poderiam ser tomadas para remediar a omissão do Poder
Público. Por ser a concessão do afastamento em tela de um ato discricionário, o advo-
gado sugeriu a Mônica demandar judicialmente, visando à obtenção de decisão que obri-
gue a Administração a se manifestar sobre o pleito, sob pena de multa diária em caso
de descumprimento. Assertiva: A orientação oferecida pelo advogado é plausível, tendo
em vista que, por se tratar de ato discricionário, a demanda judicial sobre ele não pode
invadir o mérito para se obter a concessão do benefício em si.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
29. Se, por um lado, no ato composto, as manifestações de dois ou mais órgãos se fundem
para formar um único ato, no ato complexo, pratica-se um ato administrativo principal
que depende de outro ato para a produção plena dos seus efeitos.
30. A Administração pode anular os próprios atos, por motivo de conveniência ou oportuni-
dade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a apreciação judicial, bem como
pode revogá-los quando eles estiverem eivados de vícios que os tornem ilegais.
31. Os atos da Administração que apresentarem vício de legalidade deverão ser anulados
pela própria Administração. No entanto, se de tais atos decorrerem efeitos favoráveis
a seus destinatários, o direito da Administração de anular esses atos administrativos
decairá em cinco anos, contados da data em que forem praticados, salvo se houver com-
provada má-fé.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
37. Os atos de improbidade administrativa importarão, entre outras consequências jurídicas,
na perda dos direitos políticos e da função pública.
38. O servidor público de uma autarquia federal investido no mandato de Prefeito poderá
optar pela percepção da remuneração de seu cargo ao longo do exercício do mandato.
40. Os servidores públicos efetivos não terão acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço – FGTS, já que, em seu lugar, a Constituição Federal assegura a estabilidade.
CONTRATO ADMINISTRATIVO
RAPHAEL SPYERE
(ZANELLA DI PIETRO, Maria Sylvia. Direito Administrativo. 27. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
p.263)
41. Nos contratos administrativos, a natureza do negócio jurídico celebrado entre a Adminis-
tração e o particular é vertical, enquanto, nos contratos celebrados com a Administração
regidos pelo direito privado, a relação jurídica que se estabelece tem traços horizontais.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
42. Devido às características que apresenta nos contratos da Administração regidos pelo
direito privado, o Poder Contratante não poderá se valer de prerrogativas públicas, salvo
se expressamente previstas no termo e em lei.
Para os contratos celebrados pela Administração, a lei enumera uma série de normas relati-
vas à forma que devem ser observadas, sob pena, do contrário, de incorrer-se em ilegalidade.
Sobre as regras jurídicas de forma aplicadas sobre os contratos administrativos, julgue como
certas ou erradas as afirmações subsecutivas.
43. O contrato administrativo deve ser publicado no Diário Oficial, resumidamente, como
condição indispensável de validade.
44. Ressalvados os contratos relativos a direitos reais sobre imóveis e aqueles que tenham
por objeto pequenas compras de pronto pagamento, os contratos e seus aditamentos
serão formalizados por escrito nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo
cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato.
Acerca das regras de garantia e de prazos contratuais aplicadas aos contratos administrativos
celebrados com o Poder Público, julgue os itens subsecutivos.
45. A critério da autoridade competente, poderá ser exigida caução contratual em obras, ser-
viços e compras, desde que tal prerrogativa tenha previsão no edital da licitação que deu
origem ao respectivo contrato.
46. Como regra, a duração dos contratos regidos pela Lei n. 8.666/1993 ficará adstrita à
vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto em casos especiais, taxativa-
mente previstos em lei, como, por exemplo, os projetos que se achem comtemplados
nas metas do Plano Plurianual.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Conforme a ótica adotada para a respectiva abordagem, a autotutela pode ser tratada como
princípio geral da Administração Pública, pacificamente aceito pelo Supremo Tribunal Federal,
ou como prerrogativa de que se reveste o Poder Público por meio de lei. Independentemente
da maneira como é estudada, a autotutela viabiliza à Administração anular e revogar seus
atos, respectivamente, quando eivados de vícios que os tornem ilegais ou ilegítimos e quando
deixam supervenientemente de ser oportunos e convenientes.
Diante desse importante tema aplicado aos contratos administrativos celebrados entre Admi-
nistração Pública e particulares, para consecução de obras, serviços ou compras, julgue as
próximas assertivas.
48. A anulação de contrato administrativo produz efeitos ex tunc, como regra geral, oblite-
rando os efeitos já produzidos e impedindo os que haveriam de se produzir acaso não
ocorresse o referido desfazimento.
49. A nulidade contratual exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo
que já houver sido executado até a data de sua declaração.
A alteração unilateral do contrato administrativo deve sempre ter por escopo a sua melhor
adequação às finalidades de interesse público. Devem, ademais, ser respeitados os direitos
do administrado, especialmente o direito à observância dos limites legais de alteração por
parte da administração e o direito ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro ori-
ginalmente estabelecido.
53. Os contratos administrativos podem ser modificados unilateralmente para melhor aten-
der ao interesse público, respeitados os direitos do contratado.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
54. O contratado fica obrigado a aceitar alterações unilaterais para acréscimos quantitativos
promovidos pela Administração, em sede de contratos que tenham por objeto serviços,
de até 70% do valor original.
55. Se a reforma do edifício sede do governo do Distrito Federal foi orçada inicialmente em
R$ 10.000.000,00, o contrato poderá ser aditado, para supressão de seu objeto, até 50%
desse valor devidamente atualizado, observado o equilíbrio econômico-financeiro.
56. Situação Hipotética: Durante a realização de uma obra de construção de túnel para
ligar mais facilmente determinado trecho de estrada ao centro de determinada cidade,
a Administração Pública precisou promover alteração unilateral que suprimiu, nos limi-
tes da lei, encargos do consórcio de empresas contratado. Assertiva: Nesse caso, se
o referido consórcio já houver adquirido materiais e equipamentos para consecução do
objeto contratual e colocado à disposição de uso no local da obra, não caberá à Adminis-
tração o respectivo pagamento.
57. A variação do valor contratual para fazer frente ao reajuste de preços estatuído no próprio
contrato não corresponde a alteração contratual e, por isso, prescinde de termo aditivo.
A respeito das normas da Lei n. 8.666/1993 sobre rescisão do contrato administrativo, julgue.
60. Pela inexecução total ou parcial do contrato administrativo por culpa do contratado, a lei
permite a aplicação de multa cumulativamente com a suspensão temporária de partici-
par de licitação e com a Administração contratar por até 5 anos, assegurado o direito a
defesa prévia.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTRODUÇÃO, PRINCÍPIO, PODERES, ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA
RICARDO BRANCO
63. Segundo a lei de falência, a empresa pública e a sociedade de economia mista podem falir.
65. De acordo com o STF, a extinção da empresa pública e a extinção da sociedade de eco-
nomia mista dependem de autorização legislativa, porém a extinção das subsidiárias
independe de autorização legislativa.
66. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confir-
mada pelo tribunal, a sentença proferida contra a União, os estados, o Distrito Federal,
os municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público.
67. Segundo o STF, fundação pública de direito privado se submete ao regime de precatório.
68. Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente
detido pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios.
69. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do estado,
do Distrito Federal ou do município, será admitida, no capital da empresa pública, a par-
ticipação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades
da Administração indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
70. Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações
com direito a voto pertençam, em sua maioria, à União, aos estados, ao Distrito Federal,
aos municípios ou a entidade da Administração indireta.
72. A atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé define o princípio da
moralidade.
73. O princípio da impessoalidade determina que a publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou
de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac-
terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
75. Adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e san-
ções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse
público define o princípio da proporcionalidade.
78. A edição de decreto legislativo faz parte do poder regulamentar da Administração Pública.
80. O decreto regulamentar pode inovar o ordenamento jurídico por ser considerado uma
norma primária.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
GABARITO
1 E 21 E 41 C 61 E
2 E 22 C 42 C 62 E
3 C 23 C 43 E 63 E
4 C 24 E 44 C 64 C
5 C 25 C 45 E 65 C
6 E 26 C 46 C 66 C
7 E 27 C 47 E 67 E
8 E 28 C 48 C 68 C
9 E 29 E 49 E 69 C
10 C 30 E 50 E 70 C
11 E 31 C 51 C 71 C
12 E 32 C 52 E 72 C
13 E 33 E 53 C 73 C
14 C 34 E 54 E 74 C
15 E 35 C 55 E 75 C
16 E 36 C 56 E 76 C
17 E 37 E 57 C 77 E
18 C 38 C 58 C 78 E
19 C 39 E 59 C 79 E
20 E 40 C 60 E 80 E
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
LEI N. 8.112/1990, LEI N. 8.429/1992, LEI N. 9.784/1999,
LEI N. 8.666/1993
LEANDRO PEREIRA
Errado.
Lei n. 8.112/1990, art. 3. Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Errado.
Ascenção e transferência foram declaradas inconstitucionais.
Certo.
Lei n. 8.112/1990, art. 13, § 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publi-
cação do ato de provimento.
4. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obri-
gado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Certo.
Lei n. 8.112/1990, art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qual-
quer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
5. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença em pessoa da família por
até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor.
Certo.
Lei n. 8.112/1990, art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença
do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou
dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante
comprovação por perícia médica oficial.
§ 2º, I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor;
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Segundo a Lei n. 8.429/1992, que institui normas sobre improbidade administrativa, julgue os
próximos itens.
Errado.
No caso de lesão ao erário, também se admite conduta culposa.
7. O agente público que tem suas contas aprovadas pelos órgãos competentes não res-
ponde por improbidade administrativa.
Errado.
Lei n. 8.429/1992, art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.
Errado.
Lei n. 8.429/1992, art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta
lei podem ser propostas:
I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de
função de confiança;
II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares pu-
níveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo
ou emprego.
9. A referida lei é aplicável ao particular que, sozinho ou em conluio com agente, concorrer
para a prática de ato ímprobo ou que dele se beneficie.
Errado.
Lei n. 8.429/1992, art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de impro-
bidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Sozinho o particular não
responde pelos preceitos dessa lei.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
10. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que
seja instaurada a investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade e a
representação, que será escrita ou reduzida a termo, assinada e conterá a qualificação
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de
que tenha conhecimento.
Certo.
Lei n. 8.429/1992, art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de
improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualifica-
ção do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas
de que tenha conhecimento.
Segundo a Lei n. 9.784/1999, que regula o processo administrativo, na esfera federal, julgue
os próximos itens.
11. Nos processos administrativos, serão observados, entre outros, os critérios de divulga-
ção oficial de todos os atos administrativos praticados no processo.
Errado.
Lei n. 9.784/1999, art. 2o, parágrafo único. Nos processos administrativos serão observa-
dos, entre outros, os critérios de:
V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas
na Constituição;
12. A referida lei é aplicável ao Poder Judiciário e ao Poder Legislativo de quaisquer dos
poderes da União, estados, DF e municípios quando no exercício de sua função atípica,
ou seja, função administrativa.
Errado.
Lei n. 9.784/1999, art. 1o, § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrati-
va. Somente na esfera federal.
13. Embora intransferível, a competência para prática de atos administrativos sempre poderá
ser objeto de delegação e avocação nos termos dessa lei.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Errado.
Lei n. 9.784/1999, art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Certo.
Lei n. 9.784/1999, art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento
da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
15. O interessado somente poderá desistir parcialmente do pedido formulado ou, ainda,
renunciar a direitos disponíveis.
Errado.
Lei n. 9.784/1999, art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir
total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
Segundo a Lei n. 8.666/1993, que institui normas sobre licitações e contratos, julgue os pró-
ximos itens.
16. A contratação direta de organizações sociais pode ser feita mediante inexigibilidade de
licitação.
Errado.
Lei n. 8.666/1993, art. 24. É dispensável a licitação:
XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações so-
ciais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contem-
pladas no contrato de gestão.
Errado.
Os tipos de licitação não são usados em todas as modalidades.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
"Lei n. 8.666/1993, art. 45, § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação,
exceto na modalidade concurso:"
Certo.
Lei n. 8.666/1993, art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento
somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato su-
perveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, de-
vendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer
escrito e devidamente fundamentado.
19. Os contratos regidos pela Lei n. 8.666/1993 poderão ser alterados por acordo das partes
quando conveniente a substituição da garantia de execução.
Certo.
Lei n. 8.666/1993, art. 65, II – por acordo das partes: a) quando conveniente a substituição
da garantia de execução;
Errado.
Lei n. 8.666/1993, art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação
de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
O terceiro não poderá substituir o representante da administração pública e sim assisti-lo e
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
RESPONSABILIDADE, ATOS, SERVIDORES PÚBLICOS NA
CONSTITUIÇÃO
RAPHAEL SPYERE
(DA CUNHA JÚNIOR, Dirley. Curso de Direito Administrativo. 14. Ed. Salvador: Juspodivm,
2015. p.19)
21. Segundo a concepção absolutista, a responsabilidade civil do Estado tinha base em rela-
ção paritária entre as pessoas e o Estado, o que permitia a responsabilização do Estado
pela doutrina do risco integral.
Errado.
Durante o Absolutismo Monárquico, vigorava a Teoria da Irresponsabilidade, também de-
nominada Fase ou Teoria Regaliana, pela qual o Poder Público não tinha responsabilidade
pelos danos que desse causa.
Explica Dirley da Cunha (2015), nas palavras de Alexandrino e Paulo (2017, p. 355), que:
Durante muito tempo, na época dos chamados Estados Absolutos, nos quais imperava um regime
de concentração do Poder e da autoridade em um único Governantes, o Estado dispunha de incon-
testável autoridade sobre o súdito, de modo que, responsabilizá-lo, significaria colocá-lo no mesmo
nível que o súdito, em total desrespeito à sua plena soberania. Nessa época vigia a máxima The
King can do no wrong ou Le Roi ne peut mal faire (o Rei não pode errar). (…) Era a fase da irres-
ponsabilidade do Estado, sustentada pela teoria regaliana, segundo a qual o Estado não responde
pelos danos causados a terceiros.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Nesse contexto, na concepção absolutista, não havia uma relação paritária entre as pesso-
as e o Estado, como afirma o examinador, porque este não tinha responsabilidade civil por
danos causados a terceiros como se observa atualmente.
22. As condutas omissivas do Poder Público rendem responsabilidade civil subjetiva pelos
danos que delas se originam. Para a condenação da Fazenda Pública, deverão ser com-
provados, concomitantemente à negligência na atuação estatal, o dano e o nexo de cau-
salidade entre o evento danoso e o comportamento ilícito do Poder Público.
Certo.
O entendimento do Superior Tribunal de Justiça (AgRg no REsp 501.507/RJ, Rel. Ministro
Humberto Martins, DJe 02.06.2014) é de que a responsabilidade civil do Estado por con-
dutas omissivas é, como regra geral, subjetiva, devendo ser comprovados a negligência na
atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade, exatamente como afirma o examinador.
23. Situação hipotética: Em determinado município, uma empresa estatal federal refina-
dora de petróleo permitiu que vazassem litros de óleo cru. O referido material se alas-
trou por diversas cidades do respectivo estado, deixando inúmeras famílias ribeirinhas
desprovidas de suas atividades laborais e do seu sustento. Assertiva: Nessa situação,
segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, houve responsabilidade objetiva
da referida entidade, por aplicação da Teoria do Risco Integral.
Certo.
Acerca dos danos ambientais, o STJ tem firme entendimento (EDcl no REsp 1.346.430/PR,
Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 14.02.2013) de que incide a Teoria do Risco Integral,
advindo dela o caráter objetivo da responsabilidade de quem quer que exerça atividade que
implique risco ambiental. Por conseguinte, para o aludido Colegiado torna-se: “Descabida a
alegação de excludentes de responsabilidade, bastando, para tanto a ocorrência de resulta-
do prejudicial ao homem e ao ambiente advinda de uma ação ou omissão do responsável.”
24. A responsabilidade civil do agente público perante o Poder Público pelos danos que
causou a terceiro, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, é imprescritível.
Errado.
Em virtude de entendimento firmado pelo STF em sede de repercussão geral nos autos de
Recurso Extraordinário (RE 669.069/MG, Rel. Ministro Teori Zavaski, DJe 30/06/2016), os
danos causados ao erário decorrentes de ilícito civil se submetem à regra de prescrição.
Assim, na ocasião do julgamento do referido recurso extremo, foi fixada a seguinte tese: “É
prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil.”
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
25. Por aplicação da teoria da concausa, na hipótese de atropelamento de pedestre em via
férrea, impõe-se a redução da indenização por dano moral pela metade, quando a con-
cessionária descumpre o dever de cercar e fiscalizar os limites da linha férrea e a vítima
é imprudente ao realizar travessia em local inapropriado.
Certo.
Nas palavras do Superior Tribunal de Justiça (AgRg AREsp 724.028/RJ, Rel. Ministro Raul
Araújo, DJe 06.04.2016):
A teoria da concausa ou da culpa concorrente explica que, se tanto o Poder Público como a
vítima contribuíram ativamente para ocorrência do dano, não deverá ser aquele condenado
integralmente pelos prejuízos. É precisamente o que ocorre no caso narrado.
26. A sentença criminal que negar a autoria ou a existência do fato afasta a responsabilidade
administrativa e civil do agente pelo mesmo ilícito.
Certo.
Em harmonia com o previsto na legislação pátria, especialmente, na Lei n. 8.112/1990, art.
126 e CC/2002, art. 935, cujas redações merecem destaque:
CC, art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem
decididas no juízo criminal.
27. O Estado responde civil e objetivamente por danos decorrentes de atos praticados por
seus agentes, mesmo que eles se achem acobertados por causa de excludente de ilici-
tude penal.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Certo.
Segundo a orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.266.517/PR,
Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, DJE 10.12.2012), a Administração Pública pode
responder civilmente pelos danos causados por seus agentes, ainda que estes estejam
amparados por causa excludente de ilicitude penal.
Isso se deve ao fato de que o Estado, nos termos da CF/1988, responde objetivamente
pelos danos causados por seus agentes a terceiros. Então, apesar de agir licitamente (ex-
cludente de ilicitude ou antijuridicidade), havendo conduta de agente nessa qualidade, dano
e nexo de causalidade entre a conduta e o dano, o Estado deverá arcar com a respectiva
indenização/compensação.
O ato administrativo pode ser entendido como declaração do Estado (ou de quem lhe faça
as vezes – como, por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de prer-
rogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a
título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por órgão jurisdicional.
(BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 26. Ed. São Paulo:
Malheiros, 2008. p. 380)
Acerca dos atos administrativos e suas regras jurídicas, julgue as próximas afirmativas como
certas ou erradas.
28. Situação hipotética: Mônica, Analista do MPU, requereu do setor competente a conces-
são de afastamento para pós stricto sensu. Decorrido o prazo legal para manifestação
sem a devida resposta da Administração, Mônica decidiu buscar a opinião de um advo-
gado sobre quais medidas poderiam ser tomadas para remediar a omissão do Poder
Público. Por ser a concessão do afastamento em tela de um ato discricionário, o advo-
gado sugeriu a Mônica demandar judicialmente, visando à obtenção de decisão que obri-
gue a Administração a se manifestar sobre o pleito, sob pena de multa diária em caso
de descumprimento. Assertiva: A orientação oferecida pelo advogado é plausível, tendo
em vista que, por se tratar de ato discricionário, a demanda judicial sobre ele não pode
invadir o mérito para se obter a concessão do benefício em si.
Certo.
A questão trata de uma situação conhecida pela doutrina como silêncio administrativo, na
qual a Administração, diante de um requerimento feito pela servidora Mônica, deveria profe-
rir uma decisão, mas não se pronunciou, nem deferindo o pleito, nem indeferindo. Nas lições
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
de Bandeira de Mello (2008, p. 405): “Se a Administração não se pronuncia quando deve
fazê-lo, seja porque um órgão tem de pronunciar-se para fins de controle de ato de outro
órgão, está-se perante o silêncio administrativo.”
O silêncio administrativo não equivale a uma manifestação de vontade da Administração,
mas, ao revés, consiste em uma não manifestação. Noutras palavras, não é um ato, mas
sim um fato e, como tal, não se preordena a produção de efeitos jurídicos, muito embora
eles possam ser gerados por força de lei ou de um provimento judicial.
Portanto, como não se preordena a produção de efeitos jurídicos, a falta de uma decisão
do setor responsável do MPU junto ao caso de Mônica (silêncio administrativo) não significa
que o benefício demandado administrativamente foi deferido ou indeferido de forma tácita.
E, como a lei também é silente quanto aos efeitos que haveriam de ser produzidos, há ne-
cessidade e utilidade de se buscar a tutela jurisdicional para sanar a omissão ilegal.
Acontece que a concessão do referido benefício é discricionária, conforme não deixa dúvida
a Lei n. 8.112/1990, art. 96-A, aplicada a espécie. Senão vejamos:
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não
possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário,
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em progra-
ma de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País.
Nesse contexto, o Judiciário não pode substituir a Administração Pública, aqui representada
pelo setor responsável do MPU, e avaliar a oportunidade e a conveniência do afastamento
para cursar a pós, sob pena de, com isso, violar o Princípio da Separação dos Poderes.
O que é possível, por meio de ação, é requerer do Judiciário o reconhecimento da omissão
ilegal para obrigar a Administração a se manifestar sobre o pedido feito por Mônica no prazo
a ser razoavelmente fixado, sob pena de multa diária em caso de descumprimento e res-
ponsabilização de quem lhe tenha dado causa. Mesmo se tratando de ato discricionário, a
servidora Mônica tem o direito a um pronunciamento administrativo devidamente motivado.
Por todo o exposto, a assertiva é CORRETA.
29. Se, por um lado, no ato composto, as manifestações de dois ou mais órgãos se fundem
para formar um único ato, no ato complexo, pratica-se um ato administrativo principal
que depende de outro ato para a produção plena dos seus efeitos.
Errado.
É exatamente o contrário. No ato complexo, as manifestações de dois ou mais órgãos se
somam para a formação de um único ato. Segundo o STF (MS 25.697/DF, Rel. Ministra
Carmen Lúcia, DJe 05.03.2010), é exemplo de ato complexo a concessão inicial de aposen-
tadoria de servidor público.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
No ato composto, por outro lado, é praticado um ato principal cuja produção de efeitos (efi-
cácia) fica condicionada à prática de outro ato de natureza secundária por outro órgão ou
autoridade. É o caso da dispensa ou inexigibilidade de licitação prevista no art. 26 da Lei
8.666/1993, que será comunicada pelo setor responsável à autoridade superior para ratifi-
cação e publicação na imprensa oficial como condição para eficácia.
30. A Administração pode anular os próprios atos, por motivo de conveniência ou oportuni-
dade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a apreciação judicial, bem como
pode revogá-los quando eles estiverem eivados de vícios que os tornem ilegais.
Errado.
Novamente, os conceitos foram invertidos. Nos termos da Lei n. 9.784/1999, art. 53, a anu-
lação incide sobre ato administrativo que apresenta vício que o torna ilegal, enquanto a
revogação incide sobre ato válido que supervenientemente deixou de ser oportuno e conve-
niente. Em seus termos: “Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando
eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportuni-
dade, respeitados os direitos adquiridos.”
No mesmo sentido, a Súmula 473, desde 1969, vem representando o entendimento do STF
sobre o tema:
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
31. Os atos da Administração que apresentarem vício de legalidade deverão ser anulados
pela própria Administração. No entanto, se de tais atos decorrerem efeitos favoráveis
a seus destinatários, o direito da Administração de anular esses atos administrativos
decairá em cinco anos, contados da data em que forem praticados, salvo se houver com-
provada má-fé.
Certo.
Em conformidade com a Lei n. 9.784/1999, arts. 53 e 54, que estabelecem, respectivamen-
te, o dever de anular imposto à Administração e o prazo de 5 anos para sua realização se o
ato administrativo inválido gera efeitos favoráveis ao seu destinatário, como por exemplo, a
concessão de uma licença profissional sem a observância das formalidades legais exigidas.
Nos termos dos citados dispositivos legais:
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo compro-
vada má-fé.
Certo.
Ato negocial é todo aquele que busca conciliar os interesses públicos com os interesses do
particular, visando à gerência da vida em coletividade. Tais atos consentem determinada de-
manda do administrado e, por isso, não apresentam imperatividade. São exemplos desses
atos licenças, autorizações, permissões.
Errado.
Trata-se de presunção relativa – juris tantum –, que admite prova em contrário. Assim, gra-
ças a isso, se o ato administrativo não está em conformidade com a lei e o direito ou, ainda,
apresenta motivos falsos como justificativa para a sua realização, é perfeitamente possível
impugná-lo, judicial ou administrativamente.
Errado.
O examinador, nessa questão, faz uma verdadeira confusão nas classificações dos atos
administrativos para induzir o candidato ao erro.
Preliminarmente, é preciso entender que os atos administrativos dotados de imperatividade
são denominados de atos de império. Eles são assim denominados porque se impõem
independente da aquiescência de seus destinatários. É o que ocorre, por exemplo, no "guin-
chamento" de veículo parado em local proibido ou na requisição de imóvel diante de iminen-
te perigo público (CF/1988, art. 5º, XXV).
Agora é preciso compreender o que representa cada um dos atos enumerados na assertiva,
pela ordem:
Ato constitutivo é o ato que cria, modifica ou extingue um direito ou uma situação do admi-
nistrado, como, por exemplo, a revogação, a autorização, a dispensa, a aplicação de multa
e a remoção de ofício de servidor.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Ato negocial, por sua vez, é todo aquele que busca conciliar os interesses da Administração
com os interesses do particular, visando à gerência da vida em coletividade. Exemplos: li-
cenças, autorizações e permissões.
Ato enunciativo, finalmente, é o que a Administração emite apenas para declarar situações
de que tem o conhecimento ou que constam em registros de órgãos públicos, ou ainda, para
proferir opinião sobre assunto determinado. Exemplos: o atestado, a certidão e o parecer.
Por tudo que foi explicado, para a questão ser correta, é preciso que todos os atos nela elen-
cados sejam também atos de império. E, por seus conceitos, atos enunciativos e negociais,
NUNCA serão atos de império.
Quanto aos atos constitutivos, eles podem ser atos de império, como a revogação de um ato
administrativo, mas também podem não ser atos de império, como a autorização e, nesses
casos, não possuem imperatividade.
Logo: ERRADA a assertiva.
Certo.
Os atos administrativos praticados com fim de vingança, para prejudicar sujeito com quem
o agente competente tem algum desafeto, violam, entre outros, os princípios da impessoa-
lidade e da moralidade. São atos inválidos, contrários ao Direito (ilegítimos).
Quanto aos seus elementos, atos como esses desviam da finalidade, porque se divorciam
dos fins públicos a que devem ser dirigidas as ações do Poder Público. Noutras palavras, são
atos públicos destinados à satisfação dos interesses particulares. Nesse sentido, são nulos.
Nulo é o ato administrativo inválido que nasce afetado de vício insanável. Por ser insanável, o
ato deve ser anulado, administrativa ou judicialmente, não se admitindo a sua convalidação.
É importante salientar que o agente público que pratica atos administrativos nessas con-
dições responde por improbidade administrativa, nos termos da Lei n. 8.429/1992, art. 11,
inciso I e, além de perder a função pública e ser alvo de suspensão dos direitos políticos,
ainda pode ser responsabilizado penal e civilmente.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
36. Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, os Procuradores Estaduais e
Municipais estão submetidos ao teto de 90,25% do subsídio mensal dos Ministros dessa
Corte Judicial.
Certo.
O STF (RE 663.696/MG, Rel. Ministro Luiz Fux, Julgado em 28.02.2019) fixou a seguinte
tese em sede de repercussão geral:
Errado.
Nos termos da CF/1988, art. 37, § 4º:
Art. 37, § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
38. O servidor público de uma autarquia federal investido no mandato de Prefeito poderá
optar pela percepção da remuneração de seu cargo ao longo do exercício do mandato.
Certo.
Extrai-se da CF/1988, art. 38, II que, uma vez investido como Prefeito, o servidor deverá
ser afastado de seu cargo, mas poderá optar pela remuneração deste ou pelo subsídio de
Prefeito enquanto durar o afastamento. Em seus termos:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de man-
dato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
(…)
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facul-
tado optar pela sua remuneração.
Errado.
Segundo a CF/1988, art. 41, serão estáveis após três anos de efetivo exercício os servido-
res nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
O § 4º do mesmo dispositivo complementa, condicionando a aquisição da estabilidade à
avaliação especial de desempenho obrigatória, realizada por comissão instituída para essa
finalidade.
Assim, a estabilidade não é garantida imediatamente após a posse do servidor. Afirmativa
incorreta.
40. Os servidores públicos efetivos não terão acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço – FGTS, já que, em seu lugar, a Constituição Federal assegura a estabilidade.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Certo.
A CF/1988, art. 39, § 3º, ao enumerar os direitos sociais trabalhistas do art. 7º de que serão
beneficiados os servidores públicos, não trata de FGTS. Senão vejamos:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
III – fundo de garantia do tempo de serviço.
Art. 39, § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII,
IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferen-
ciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
Mas por que o constituinte foi silente? Em linhas gerais, porque o Fundo de Garantia foi
criado com o objetivo de proteger o trabalhador que vier a ser alvo de demissão sem justa
causa, o que poderá ocorrer por arbitrariedade do empregador privado, desde que respeita-
das as regras do Direito do Trabalho.
Estabilidade é tema do Direito Administrativo. E, como nesse campo do Direito, não há es-
paço para arbitrariedades, tendo em vista que aos administradores públicos só é dado fazer
o que a lei autoriza (legalidade) em busca da satisfação dos interesses públicos (impessoa-
lidade-finalidade), torna-se inócuo.
Mais adequado à proteção dos interesses públicos é assegurar aos servidores a estabilida-
de, pela qual a perda do cargo efetivo somente poderá acontecer nas hipóteses e condições
expressamente previstas na própria Constituição.
CONTRATO ADMINISTRATIVO
RAPHAEL SPYERE
(ZANELLA DI PIETRO, Maria Sylvia. Direito Administrativo. 27. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
p.263)
41. Nos contratos administrativos, a natureza do negócio jurídico celebrado entre a Adminis-
tração e o particular é vertical, enquanto, nos contratos celebrados com a Administração
regidos pelo direito privado, a relação jurídica que se estabelece tem traços horizontais.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Certo.
Contratos administrativos, nas palavras de Di Pietro (2014, p. 263), são:
Os ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas
ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de direito público. Nos
contratos administrativos, a Administração age como poder público, com todo o seu poder de impé-
rio sobre o particular, caracterizando-se a relação jurídica pelo traço da verticalidade.
Por outro lado, ensina a autora (op. cit.) que “nos contratos de direito privado, a Administração
se nivela ao particular, caracterizando-se a relação jurídica pelo traço da horizontalidade”.
Por esse nivelamento/horizontalidade, entende-se que a Administração não goza de po-
deres públicos sobre o particular como se verifica nos contratos administrativos. Asserti-
va CORRETA.
42. Devido às características que apresenta nos contratos da Administração regidos pelo
direito privado, o Poder Contratante não poderá se valer de prerrogativas públicas, salvo
se expressamente previstas no termo e em lei.
Certo.
Di Pietro (2014, p. 269-270), responsável por cunhar a expressão contrato da administração
de direito privado, explica que:
Quando a Administração celebra contratos de direito privado, normalmente ela não necessita dessa
supremacia e a sus aposição pode nivelar-se à do particular; excepcionalmente, algumas cláusulas
exorbitantes podem constar, mas elas não resultam implicitamente do contrato; elas têm que
ser expressamente previstas, com base em lei que derrogue o direito comum.
Para os contratos celebrados pela Administração, a lei enumera uma série de normas relati-
vas à forma que devem ser observadas, sob pena, do contrário, de incorrer-se em ilegalidade.
Sobre as regras jurídicas de forma aplicadas sobre os contratos administrativos, julgue como
certas ou erradas as afirmações subsecutivas.
43. O contrato administrativo deve ser publicado no Diário Oficial, resumidamente, como
condição indispensável de validade.
Errado.
Em conformidade com o parágrafo único do art. 61 da Lei n. 8.666/1993:
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 61 (…)
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na
imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Admi-
nistração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte
dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art.
26 desta Lei.
Está errado o item ao afirmar que a exigência em tela é condição de validade. Para ficar
correta a assertiva, a expressão “validade” deve ser substituída por “eficácia”, na forma do
dispositivo citado.
44. Ressalvados os contratos relativos a direitos reais sobre imóveis e aqueles que tenham
por objeto pequenas compras de pronto pagamento, os contratos e seus aditamentos
serão formalizados por escrito nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo
cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato.
Certo.
Conforme se extrai da leitura da Lei n. 8.666/1993, art. 60, e de seu parágrafo único, in verbis:
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais
manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os
relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartó-
rio de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de
adiantamento.
Acerca das regras de garantia e de prazos contratuais aplicadas aos contratos administrativos
celebrados com o Poder Público, julgue os itens subsecutivos.
45. A critério da autoridade competente, poderá ser exigida caução contratual em obras, ser-
viços e compras, desde que tal prerrogativa tenha previsão no edital da licitação que deu
origem ao respectivo contrato.
Errado.
Consoante o art. 56 da Lei n. 8.666/1993, ficará a critério da autoridade competente exigir
prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras, desde que prevista
no instrumento convocatório. Mas a forma como será prestada a garantia é de escolha do
contratado, na forma do § 1º do mesmo artigo: caução, fiança bancária ou seguro-garantia.
Daí o ERRO da questão: afirmar que a Administração poderá exigir caução.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
46. Como regra, a duração dos contratos regidos pela Lei n. 8.666/1993 ficará adstrita à
vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto em casos especiais, taxativa-
mente previstos em lei, como, por exemplo, os projetos que se achem comtemplados
nas metas do Plano Plurianual.
Certo.
Precisamente a redação do caput do art. 57 e de seu § 1º, in verbis:
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos cré-
ditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I – aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual,
os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido
previsto no ato convocatório.
Errado.
Nos termos da Lei Geral de Contratos Administrativos – Lei n. 8.666/1993, art. 57, § 1º, é
vedado celebrar contrato com prazo de vigência indeterminado.
Conforme a ótica adotada para a respectiva abordagem, a autotutela pode ser tratada como
princípio geral da Administração Pública, pacificamente aceito pelo Supremo Tribunal Federal,
ou como prerrogativa de que se reveste o Poder Público por meio de lei. Independentemente
da maneira como é estudada, a autotutela viabiliza à Administração anular e revogar seus
atos, respectivamente, quando eivados de vícios que os tornem ilegais ou ilegítimos e quando
deixam supervenientemente de ser oportunos e convenientes.
Diante desse importante tema aplicado aos contratos administrativos celebrados entre Admi-
nistração Pública e particulares, para consecução de obras, serviços ou compras, julgue as
próximas assertivas.
48. A anulação de contrato administrativo produz efeitos ex tunc, como regra geral, oblite-
rando os efeitos já produzidos e impedindo os que haveriam de se produzir acaso não
ocorresse o referido desfazimento.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Certo.
Essa questão se baseou no enunciado expresso no caput do art. 59 da Lei n. 8.666/1993,
segundo o qual, "a declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente
impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de descons-
tituir os já produzidos".
É importante esclarecer o significado da expressão ex tunc usada na assertiva. Trata-se
de termo em latim empregado para se referir aos efeitos retroativos inerentes aos atos de
natureza declaratória como a anulação.
Então, ao explicar que a declaração de nulidade do contrato, que nada mais é que a sua anu-
lação, "opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deve-
ria produzir, além de desconstituir os já produzidos”, o legislador aplica a eficácia ex tunc.
Errado.
Exatamente ao contrário. A Lei n. 8.666/1993, art. 59, § único determina que:
Constata-se que não só o que já houver sido executado contratualmente será indeniza-
do, assim como também outros prejuízos que venham a ser comprovados em desfavor do
contratado.
Errado.
A questão, noutras palavras, afirma que somente a Administração Pública poderá anular os
atos que pratica, consistindo nisso seu ERRO.
Com efeito, por aplicação do princípio da Ação Judicial, também denominado Inafastabilda-
de da Jurisdição, que se extrai da CF/1988, art. 5º, XXXV, o Poder Judiciário também detém
a prerrogativa de, judicialmente (e não administrativamente), declarar nulidade/anular os
atos ilegais ou ilegítimos praticados pela Administração.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Nos casos em que ocorrer a anulação judicial de atos da Administração, como os contra-
tos administrativos, estaremos diante do Controle Externo Judicial Repressivo, que tem por
objeto a legalidade e legitimidade.
Certo.
Apesar de não haver previsão explícita na Lei n. 8.666/1993 quanto à proibição de se revo-
gar um contrato administrativo, esse é o melhor entendimento.
Com efeito, uma vez celebrado, o contrato constitui ato jurídico perfeito que, constitucional-
mente (art. 5º, XXXVI), é protegido de revogação pelo Poder Público. Acrescentam Alexan-
drino e Paulo (2017, p. 635) que:
A utilização da palavra "revogação" deveria ser reservada para o desfazimento de atos administra-
tivos discricionários. Tecnicamente, contratos não se revogam (não são atos unilaterais discricio-
nários), mas, sendo o caso, se rescindem.
Errado.
Ao contrário: o Direito Administrativo Brasileiro tem diversas fontes que explicam que a de-
claração de nulidade dos atos praticados pela Administração que tragam efeitos favoráveis
aos seus destinatários deve observar contraditório e ampla defesa.
Esse vem sendo o entendimento jurisprudencial adotado pelo Supremo Tribunal Federal
(AI 522.905/MG) há alguns anos quando o assunto é anulação (ou revogação) de ato que
assegure efeitos favoráveis ao administrado. É justamente o que ocorre nos contratos ad-
ministrativos.
Expressamente, a Lei n. 8.666/1993 nada afirma. Todavia, é a interpretação mais colmatada
ao seu espírito, na medida em que, em outros de seus artigos, como o 49, § 3º, e 78, para
situações análogas à anulação do contrato administrativo, são respeitados o contraditório e
a ampla defesa.
Acrescento ainda que a CF/1988, em seu art. 5º, LV, corrobora para essa cognição, na me-
dida em que explicitamente determina observar contraditório e ampla defesa aos litigantes
em processos administrativos.
Para encerrar, cumpre destacar a opinião de Alexandrino e Paulo (2017, p. 634). Para eles:
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Deve ser dada ao contratado oportunidade para exercer o contraditório e a ampla defesa, mesmo
que não se pretenda imputar a ele culpa pela nulidade. A nosso ver, o simples prejuízo causado ao
contratado pela anulação implica a necessidade de que lhe seja dada oportunidade de se manifes-
tar. Ademais, é certo que ele poderá contraditar o valor da indenização que, nos termos do parágrafo
único do art. 59, lhe seja devida.
A alteração unilateral do contrato administrativo deve sempre ter por escopo a sua melhor
adequação às finalidades de interesse público. Devem, ademais, ser respeitados os direitos
do administrado, especialmente o direito à observância dos limites legais de alteração por
parte da administração e o direito ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro ori-
ginalmente estabelecido.
53. Os contratos administrativos podem ser modificados unilateralmente para melhor aten-
der ao interesse público, respeitados os direitos do contratado.
Certo.
Em conformidade com a Lei n. 8.666/1993, art. 58 e seu inciso I:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administra-
ção, em relação a eles, a prerrogativa de:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respei-
tados os direitos do contratado.
54. O contratado fica obrigado a aceitar alterações unilaterais para acréscimos quantitativos
promovidos pela Administração, em sede de contratos que tenham por objeto serviços,
de até 70% do valor original.
Errado.
Segundo a Lei n. 8.666/1993, art. 65, § 1º, o limite para alteração quantitativa de contrato de
prestação de serviços, tanto para acréscimos como para supressões, é de até 25% do valor
inicial do termo atualizado.
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2º SIMULADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
55. Se a reforma do edifício sede do governo do Distrito Federal foi orçada inicialmente em
R$ 10.000.000,00, o contrato poderá ser aditado, para supressão de seu objeto, até 50%
desse valor devidamente atualizado, observado o equilíbrio econômico-financeiro.
Errado.
Em casos especiais de reforma de edifícios ou equipamentos, os acréscimos de encar-
gos poderão chegar até 50% do valor inicial atualizado, segundo o art. 65, § 1º, da Lei n.
8.666/1993.
Para supressões, como reforma de edifício, que se enquadra no conceito legal de obra
previsto no art. 6º, I, do mesmo diploma legal (para os fins dela Lei, considera-se: “I – obra:
toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução
direta ou indireta), deverá ser aplicado o limite de 25% do valor inicial do contrato atualizado
(art. 65, § 1º).”
56. Situação Hipotética: Durante a realização de uma obra de construção de túnel para
ligar mais facilmente determinado trecho de estrada ao centro de determinada cidade,
a Administração Pública precisou promover alteração unilateral que suprimiu, nos limi-
tes da lei, encargos do consórcio de empresas contratado. Assertiva: Nesse caso, se
o referido consórcio já houver adquirido materiais e equipamentos para consecução do
objeto contratual e colocado à disposição de uso no local da obra, não caberá à Adminis-
tração o respectivo pagamento.
Errado.
A Lei n. 8.666/1993, art. 65, § 4º é clara: “no caso de supressão de obras, se o contratado
já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos
pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamen-
te corrigidos”.
57. A variação do valor contratual para fazer frente ao reajuste de preços estatuído no próprio
contrato não corresponde a alteração contratual e, por isso, prescinde de termo aditivo.
Certo.
É o que se infere da leitura do § 8º do art. 65, in verbis:
Art. 65
(…)
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio
contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições
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DIREITO ADMINISTRATIVO
de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até
o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por
simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.
A respeito das normas da Lei n. 8.666/1993 sobre rescisão do contrato administrativo, julgue.
Errado.
A Lei n. 8.666/1993, art. 77, explica que a rescisão contratual pode ter como causa a inexe-
cução total ou parcial do ajuste, ao contrário do que afirmado na questão. Em seu termos:
“Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as conse-
quências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.”
Certo.
Lei n. 8.666/1993, art. 78, I, c/c arts. 79, I e 80, III.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
60. Pela inexecução total ou parcial do contrato administrativo por culpa do contratado, a lei
permite a aplicação de multa cumulativamente com a suspensão temporária de partici-
par de licitação e com a Administração contratar por até 5 anos, assegurado o direito a
defesa prévia.
Errado.
O prazo é de até 2 anos, nos termos da Lei n. 8.666/1993, art. 87, III.
Errado.
Transfere apenas a execução do serviço sem transferir a titularidade.
Errado.
O STF, ao analisar a constitucionalidade desses dispositivos, deixou consignado alguns im-
portantes posicionamentos sobre o tema. O primeiro refere-se ao fato de que a OAB não se
sujeita aos ditames impostos à Administração direta e indireta. Segundo o referido julgado, a
OAB não é uma entidade da Administração indireta da União. A Ordem é entidade sui gene-
ris. Trata-se de um serviço público independente de categoria ímpar no elenco das persona-
lidades jurídicas existentes no direito brasileiro. Dessa forma, a OAB, cujas características
são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de
fiscalização profissional, pois não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas e
também institucionais. (ADI 3.026)
63. Segundo a lei de falência, a empresa pública e a sociedade de economia mista podem falir.
Errado.
Obs.: Art. 1º, Lei n. 11.101/2005:
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Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e
da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2o Esta Lei não se aplica a empresa pública e sociedade de economia mista;
Certo.
Art. 173, CF. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de
atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
65. De acordo com o STF, a extinção da empresa pública e a extinção da sociedade de eco-
nomia mista dependem de autorização legislativa, porém a extinção das subsidiárias
independe de autorização legislativa.
Certo.
Em conclusão de julgamento, o Plenário, em voto médio, referendou parcialmente medida
cautelar anteriormente concedida em ação direta de inconstitucionalidade, para conferir ao
art. 29, caput, XVIII, da Lei n. 13.303/2016 (1) interpretação conforme a Constituição Fede-
ral (CF), nos seguintes termos: i) a alienação do controle acionário de empresas públicas e
sociedades de economia mista exige autorização legislativa e licitação; e ii) a exigência de
autorização legislativa, todavia, não se aplica à alienação do controle de suas subsidiárias
e controladas. Nesse caso, a operação pode ser realizada sem a necessidade de licitação,
desde que siga procedimentos que observem os princípios da Administração Pública ins-
critos no art. 37 da CF (2), respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade
(Informativo 943).
66. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confir-
mada pelo tribunal, a sentença proferida contra a União, os estados, o Distrito Federal,
os municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público.
Certo.
Art. 496, CPC. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois
de confirmada pelo tribunal, a sentença: I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito
Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público;
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67. Segundo o STF, fundação pública de direito privado se submete ao regime de precatório.
Errado.
DESPACHO: Oficiando às fls. 260/266, opinou a douta Procuradoria-Geral da República,
cujo parecer, da lavra do Subprocurador-Geral da República, Dr. Flávio Giron, transcrevo:
"Trata-se de Recurso Extraordinário interposto com espeque no artigo 102, inciso III, alínea
'a', da Constituição Federal contra acórdão proferido pelo egrégio Tribunal de Justiça do
Estado do Rio Grande do Sul, ementado nos termos seguintes: 'PROCESSUAL CIVIL e
ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO. FUNDAÇÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA – CIENTEC.
Fundação pública estadual, instituída por lei com personalidade jurídica de direito pri-
vado. Ainda que integre a chamada administração indireta - como as empresas públicas
e sociedades de economia mista – e que o patrimônio mobiliário e imobiliário que lhe foi
destinado pelo Instituitor tenha pertencido a uma autarquia extinta a CIENTEC não integra o
rol das 'pessoas jurídicas de direito público'. Na ausência de norma específica em contrário,
e porque os mesmos devem ter aplicação restrita, a essa espécie de Fundações Públicas
não se estendem privilégios processuais e constitucionais próprios da Fazenda Pú-
blica. Execução por precatório descabida."
68. Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente
detido pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios.
Certo.
Art. 3º, Lei n. 13.303/2016: Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica
de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social
é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
69. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do estado,
do Distrito Federal ou do município, será admitida, no capital da empresa pública, a par-
ticipação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades
da Administração indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Certo.
Art. 3º, parágrafo único, Lei n. 13.303/2016. Desde que a maioria do capital votante per-
maneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será ad-
mitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito
público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
70. Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações
com direito a voto pertençam, em sua maioria, à União, aos estados, ao Distrito Federal,
aos municípios ou a entidade da Administração indireta.
Certo.
Art. 4º, Lei n. 13.303/2016. Sociedade de economia mista é a entidade dotada de persona-
lidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados,
ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.
Certo.
Esse princípio autoriza o poder de polícia do Estado para assegurar os interesses da co-
letividade.
72. A atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé define o princípio da
moralidade.
Certo.
Art. 2º, parágrafo único, da Lei n. 9.784/1999: "Atuação segundo padrões éticos de pro-
bidade, decoro e boa-fé;"
73. O princípio da impessoalidade determina que a publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou
de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac-
terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Certo.
Art. 37, § 1º, CF. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de au-
toridades ou servidores públicos.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
74. O princípio da razoabilidade é um direito fundamental expresso na Constituição Federal.
Certo.
Art. 5º, LXXVIII, CF – A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razo-
ável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
75. Adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e san-
ções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse
público define o princípio da proporcionalidade.
Certo.
Art. 2º, parágrafo único VI, Lei n. 9.784/1999 – Adequação entre meios e fins, vedada a
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público.
Certo.
A aplicação da pena mínima ou da pena máxima fica a critério da Administração, portanto é
discricionária.
Errado.
Essa penalidade é o exercício do poder disciplinar.
78. A edição de decreto legislativo faz parte do poder regulamentar da Administração Pública.
Errado.
O decreto regulamentar editado pelo Presidente da República faz parte do poder regula-
mentar. O decreto legislativo faz parte do processo legislativo.
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79. Todos os atos do poder de polícia possuem o atributo da discricionariedade.
Errado.
As licenças concedidas pelo poder de polícia são atos vinculados.
80. O decreto regulamentar pode inovar o ordenamento jurídico por ser considerado uma
norma primária.
Errado.
O decreto regulamentar é uma norma secundária e, por isso, não pode inovar o ordenamen-
to jurídico.
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