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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PROTEÇÃO SOCIAL PARA O INSS

Prof. Fernando Maciel

Sumário
APRESENTAÇÃO...............................................................................................................3

I – INTRODUÇÃO...............................................................................................................4

1. PRIMEIRA FASE: ASSISTENCIAL................................................................................4

2. SEGUNDA FASE: DO SEGURO SOCIAL.....................................................................5

3. TERCEIRA FASE: SEGURIDADE SOCIAL...................................................................5

II – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL...................................................6

1. ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL.............................................................................6

2. SEGURO SOCIAL NO BRASIL......................................................................................7

3. SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL.............................................................................10

QUADRO–RESUMO...........................................................................................................11

QUESTÕES DE CONCURSOS/SIMULADOS....................................................................13

GABARITO.........................................................................................................................19

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PROTEÇÃO SOCIAL PARA O INSS
Prof. Fernando Maciel

APRESENTAÇÃO

Salve, salve, Gran Guerreiro, Gran Guerreira!


Para quem ainda não tive o privilégio de me apresentar, eu sou Fernando Maciel, profes-
sor de Direito Previdenciário do Gran Cursos Online e coordenador da pós-graduação em
Direito e Processo Previdenciário aqui do Gran.
Na área acadêmica, sou Mestre em Direito das Relações Sociais pelo UDF (Brasília-DF),
Máster em Prevenção de Riscos Laborais pela Universidade de Alcalá de Henares (Madrid/
Espanha) e Especialista em Direito de Estado pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS) (Porto Alegre-RS).
Além de exercer esta verdadeira paixão, que é a docência, também sou Procurador Fede-
ral da Advocacia-Geral da União (AGU) há mais de quinze anos, sempre atuando na área
previdenciária. Atuei como Vice-Presidente do Conselho de Recursos da Previdência Social
– CRPS e Coordenador-Geral da Matéria de Benefícios da Procuradoria Federal Especiali-
zada do INSS; atualmente, sou o Coordenador-Geral de Assuntos Previdenciários da Con-
sultoria Jurídica do Ministério do Trabalho e Previdência.
Com o objetivo de contribuir ao máximo para a concretização do seu sonho, que é a apro-
vação no concurso público para o qual está se preparando, o Gran Cursos Online disponibi-
liza mais este importante material, que visa deixá-lo cada vez mais perto da tão almejada (e
tenho certeza merecida) aprovação.
Trata-se de um resumo bem objetivo e, ao mesmo tempo, abrangente, dos principais
aspectos relativos à evolução histórico-normativa da proteção social no Brasil e no mundo,
temática essa que consta expressamente nos conteúdos programáticos dos principais con-
cursos que cobram a disciplina de Direito Previdenciário.
Originalmente concebido pelo saudoso amigo e colega (de Gran, de AGU e de mestrado),
professor Carlos Mendonça, este material visa sintetizar os aspectos normativos e doutriná-
rios que poderão ser cobrados de você por ocasião da sua prova.
Minha tarefa, nesse particular, foi apenas atualizar o seu conteúdo, inserindo questões já
cobradas em concursos públicos, bem como nos simulados que o Gran vem disponibilizando
periodicamente aos seus alunos, acrescentando um gabarito comentado a cada questão.
Feita esta pequena introdução, chega de conversa, vamos aos estudos, pois a sua apro-
vação não pode esperar.
Grande abraço!
Prof. Fernado Maciel
(Insta: @profernandomaciel)

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I – INTRODUÇÃO

Vamos começar o estudo do Direito Previdenciário pela evolução histórica da proteção


social no cenário internacional e, de forma mais específica, no Brasil. A adequada compre-
ensão desse contexto histórico evolutivo deve passar pela análise de três fases, que são:
assistencial, do Seguro Social e da seguridade social.
Passemos à análise individualizada de cada uma dessas fases.

1. PRIMEIRA FASE: ASSISTENCIAL

A preocupação com os infortúnios da vida (fome, doença, velhice, morte etc.) é um fenô-
meno que acompanha a humanidade desde os tempos remotos. Para bem compreender o
longo caminho percorrido pela proteção social, é imprescindível ressaltar que as dificuldades
da vida sempre obrigaram o homem a buscar uma forma de se proteger contra os infortúnios
do dia a dia, o que fortaleceu os laços de família, amizade e cooperação.
Assim, a evolução da sociedade demonstra que o sentimento de segurança sempre nor-
teou a nossa conduta, cujo objetivo sempre foi viver no conforto e na preparação para as
incertezas do futuro.
Nesse sentido, a família sempre foi uma forma de proteção, pois os laços de parentesco
servem de apoio nas horas difíceis – eles podem ser indicados como a primeira forma de
proteção social. É evidente que o conceito de família aqui usado é mais amplo que o atual,
abrangendo o patriarca e toda a sua descendência.
Com efeito, a fase assistencial teve início com a proteção aos necessitados exercida no
âmbito familiar, daí denominada de “assistência privada”, onde os cuidados em relação aos mais
idosos e incapacitados era uma incumbência dos familiares mais jovens e aptos para o trabalho.
Mas o surgimento do Estado moderno criou situações em que a família já não era capaz
de se proteger com a mesma eficiência de antes, o que atraiu a necessidade de se contar
com a participação de terceiros na proteção social, a exemplo da Igreja, com suas ações
sociais, bem como da caridade dos mais abastados no auxílio aos miseráveis.
Com o advento da Lei dos Pobres (Poor Relief Act), editada em 1601 na Inglaterra, o Estado
passou a exercer uma atuação mais concreta, instituindo uma “assistência pública” financiada
a partir de contribuições obrigatórias para fins sociais. Inicialmente o programa de assistência
social era responsabilidade da Igreja e destinado a crianças, velhos, inválidos e desempregados.

2. SEGUNDA FASE: DO SEGURO SOCIAL

Fruto da pressão popular exercida em face das precárias condições de trabalho exis-
tentes à época da Revolução Industrial, caracterizada pelo elevado número de acidentes e
doenças ocupacionais, jornadas de trabalho excessivas e exploração do trabalho infantil, em

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1883 o chanceler alemão Otto Von Bismarck instituiu o primeiro sistema de seguro social,
dando origem ao que hoje conhecemos como sendo a Previdência Social.
Dessa forma, a partir do momento em que a sociedade se tornou incapaz de atender
à demanda dos necessitados, o Estado avocou para si a responsabilidade de proteger as
pessoas contra os infortúnios da vida. O poder estatal, portanto, assumiu o papel de prote-
ção social como consequência do liberalismo econômico e de suas consequências nefastas
decorrentes da exploração do trabalho.
Financiado por contribuições dos empregados e empregadores, o seguro social compreen-
dia seguro-doença, seguro de acidentes do trabalho, seguro de invalidez e proteção à velhice.

3. TERCEIRA FASE: SEGURIDADE SOCIAL

Em 1941, o economista inglês William Henry Beveridge instituiu um plano de proteção


social de caráter universal, o qual apelidou de “proteção do berço ao túmulo”. Ao contrário do
Seguro Social, o Plano Beveridge não atendia apenas aos trabalhadores, mas a toda a socie-
dade, adotando a tríplice fonte de custeio por parte do Estado, trabalhador e empregador.
Durante a transição do modelo de proteção social privada para o modelo de proteção
pública, muitos fatos ocorreram, cada um em seu tempo e à sua maneira. Assim, é importante
destacar que as questões de concursos envolvendo o histórico da proteção social abordam,
geralmente, o ano e o acontecimento deste. Portanto, fique atento a esses dois elementos.

ATENÇÃO
A proteção social era exercida pela família e, gradativamente, foi sendo substituída por
ações privadas (Igreja e filantropia), até ser assumida pelo Estado. Atualmente, a proteção
social é exercida pelo setor privado e pelo setor público, conforme dispõe a Constituição de
1988, em seu art. 194: “A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos rela-
tivos à saúde, à previdência e à assistência social”.

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II – EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL

A exemplo do que se verificou no cenário internacional, a evolução legislativa do sistema


de proteção social no Brasil também passou pelas mesmas três fases (Assistência Social,
Seguro Social e Seguridade Social).

1. ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

A primeira fase (assistencial) teve origem em solo brasileiro no ano de 1543, o que se
verificou com a criação da primeira Santa Casa de Misericórdia, instalada na cidade de
Santos por Braz Cubas, sendo a primeira instituição hospitalar do país e destinada a atender
aos enfermos dos navios dos portos e moradores das cidades.
Em 1795, foi criado o Plano de Montepio dos Oficiais da Marinha, prevendo presta-
ções de reformas e pensões, podendo ser considerada como a primeira previdência voltada
à proteção social dos dependentes. Entretanto, os referidos benefícios (reformas e pensões)
não apresentavam típica natureza previdenciária, pois era ausente a contribuição dos milita-
res para o financiamento dessas prestações.
O primeiro documento legislativo a tratar de proteção social no Brasil foi a Constituição
Imperial de 1824, que passou a prever os socorros públicos enquanto ação de natureza
assistencial, o que estava disciplinado no art. 179, XXXI, in verbis:

Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Políticos dos Cidadãos Brasileiros, que tem por base
a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Império, pela
maneira seguinte. [...]
XXXI – A Constituição tambem garante os socorros públicos (com adaptações).

Durante essa fase, também tivemos a edição de atos normativos desprovidos de natu-
reza assistencial, mas que apresentam pertinência com a evolução legislativa da proteção
social em solo brasileiro, motivo pelo qual também merecem ser objeto de estudo.
Em 1835, o Governo Imperial aprovou o Montepio Geral dos Servidores do Estado, o MONGE-
RAL, entidade assemelhada à previdência privada (sistema mutualista), no qual os funcionários
públicos faziam contribuições para custear determinados benefícios previamente estabelecidos.
Em 1889, foi criada a Caixa de Pensões dos Operários da Imprensa Nacional.
A Constituição brasileira de 1891 passou a prever uma espécie embrionária de apo-
sentadoria por incapacidade permanente (aposentadoria por invalidez) devida aos servidores
públicos, dispondo em seu art. 75 que: “A aposentadoria só poderá ser dada aos funcionários
públicos em caso de invalidez no serviço da Nação”. Trata-se de uma aposentadoria gra-
ciosa, pois não havia contribuição por parte dos funcionários públicos, somente concedida
nos casos de acidentes ocorridos em serviços.

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No ano de 1919, foi editada a 1ª Lei Acidentária no Brasil, representada pelo Decreto n.
3.724, a qual passava a obrigar as empresas a contratarem seguradoras privadas para pro-
teger os empregados vítimas de acidentes de trabalho. Nesse momento, ainda não há que
se falar em proteção previdenciária de natureza pública, pois a cobertura dos riscos, leia-se,
pagamento de indenizações, era materializada por seguradoras privadas.

2. SEGURO SOCIAL NO BRASIL

2.1 Lei Eloy Chaves

A fase protetiva do Seguro Social no Brasil teve início no ano de 1923, com a publicação
da Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n. 4.682/1923), a qual criou as Caixas de Aposen-
tadorias e Pensões – CAPs para os trabalhadores das estradas de ferro. Eis aqui o marco
normativo de surgimento da Previdência Social brasileira, sendo a data de sua edição (24 de
janeiro) considerada como o dia da Previdência Social no Brasil.
Por meio da Lei Eloy Chaves, cada empresa ferroviária deveria instituir um plano de proteção
previdenciária para os seus respectivos ferroviários. As CAPs possuíam natureza privada, sendo
financiadas por contribuições das empresas e dos trabalhadores, sendo que ainda não havia par-
ticipação do Estado nesse financiamento, cujo papel se limitava a autorizar a sua criação.
Três anos mais tarde (1926), a Lei n. 5.109/1926 ampliou a proteção das CAPs para os
trabalhadores portuários e marítimos, sendo que a Lei n. 5.485/1928 estendeu essa proteção
previdenciária para os trabalhadores dos serviços telegráficos e radiotelegráficos.

2.2 Governo Getúlio Vargas

A partir da década de 1930, o sistema previdenciário brasileiro passa por uma reformu-
lação, tendo início a estatização da Previdência. Sob o governo de Getúlio Vargas (1933),
foram criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPs, sob a natureza de autar-
quias públicas, que gradativamente passaram a substituir as CAPs, de natureza privada.
Além disso, a proteção dos trabalhadores não se daria mais por empresa, mas sim por cate-
goria profissional (ex.: marítimos, comerciários, bancários, industriários etc.).
Nesse contexto, foram criados, durante a década de 30, os seguintes IAPs:
• Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos – IAPM (1933);
• Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários – IAPC (1933);
• Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Trabalhadores em Trapiches e Arma-
zéns (1934);
• Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Operários Estivadores (1934);
• Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários – IAPB (1934);
• Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários – IAPI (1936);
• Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado – IPASE (1938).

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Quadro Comparativo

Caixas de Aposentadorias e Pensões – CAPs Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPs


Entidades privadas Entidades públicas
Organizações por empresa de ferrovia Organizadas por categoria profissional
Contribuição da empresa e do trabalhador Tríplice forma de custeio (Constituição de 1934)

2.3 Constituição de 1934

A Constituição de 1934 foi a primeira a utilizar a palavra “previdência” e a prever a trí-


plice forma de custeio, ou seja, governo, trabalhadores e empregadores deveriam contribuir
para a manutenção da Previdência Social. Lembre-se de que, no modelo da Lei Eloy Chaves
(CAPs), somente trabalhadores e empregadores contribuíam para o sistema.
Conforme previsto em seu artigo 124, § 1º, “h”, era instituída a previdência, mediante con-
tribuição igual da União, do empregador e do empregado, a favor da velhice, da invalidez, da
maternidade e nos casos de acidentes de trabalho ou de morte.

2.4 Constituições de 1937 e 1946

A Constituição do Brasil de 1937, por sua vez, foi a primeira a utilizar a expressão “Seguro
Social”, o que fez em seu art. 137:

Art. 137 - A legislação do trabalho observará, além de outros, os seguintes preceitos: [...]
m) a instituição de seguros de velhice, de invalidez, de vida e para os casos de acidentes do trabalho;
n) as associações de trabalhadores têm o dever de prestar aos seus associados auxílio ou assis-
tência, no referente às práticas administrativas ou judiciais relativas aos seguros de acidentes do
trabalho e aos seguros sociais.

A Constituição brasileira de 1946 abandonou o termo “seguro social”, substituindo-o pelo


termo “Previdência Social”, conforme extraímos do seu artigo 157, que dispõe: “A legislação
do trabalho e a da previdência social obedecerão nos seguintes preceitos, além de outros
que visem a melhoria da condição dos trabalhadores: [...]”.

2.5 Unificação da Legislação

A Lei n. 3.807, de 26 de agosto de 1960, conhecida como Lei Orgânica de Pre vidên-
cia Social – LOPS, unificou a legislação referente aos IAPs – Institutos de Aposentadorias e
Pensões, já que, antes, cada instituto possuía legislação própria.

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ATENÇÃO
Como se viu, a legislação previa proteção apenas ao trabalhador urbano. O rural somente
passou a ter algum tipo de proteção com a Lei n. 4.214, de 2 de março de 1963, que criou
o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL). Mas cuidado! Essa proteção
tinha formato de Assistência Social.

2.6 Criação do INPS

Após a unificação da legislação dos IAPs em 1960, por meio da Lei n. 3.807/1960, estava
aberto o caminho para a unificação dos referidos institutos, o que ocorreu com o Decreto-Lei n. 72,
de 21 de novembro de 1966, que, em seu artigo 1º, previa: “Os atuais Institutos de Aposentadoria
e Pensões são unificados sob a denominação de Instituto Nacional de Previdência Social (INPS)”.
No entanto, considerando que o mencionado Decreto-Lei só entrou em vigor no ano de 1967,
podemos concluir que, efetivamente, o INPS só foi criado em 1967, mesmo ano em que o acidente
do trabalho foi incorporado à previdência pública, o que se verificou por força da Lei n. 5.316/1967.

ATENÇÃO
Como a proteção acidentária era perpetrada pela iniciativa privada, a Lei n. 5.316, de 14 de
setembro de 1967, integrou o seguro de acidentes do trabalho à Previdência Social.

2.7 Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social – SINPAS

A Lei n. 6.439, de 1º de setembro de 1977, instituiu o Sistema Nacional de Previdência e


Assistência Social – SINPAS, orientado, coordenado e controlado pelo Ministério da Previdên-
cia e Assistência Social, responsável “pela proposição da po lítica de previdência e assistência
médica, farmacêutica e social, bem como pela supervisão dos órgãos que lhe são subordina-
dos” e das entidades a ele vinculadas. Esse sistema era formado pelas seguintes entidades:

• INPS: o Instituto Nacional de Previdência Social era responsável pela proteção pre-
videnciária.
• IAPAS: o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social era
responsável pela arrecadação das contribuições previdenciárias. Foi fundido ao INPS
em 1990 para a criação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
• INAMPS: o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social era respon-
sável pela assistência médica dos segurados e dependentes do INPS. Foi extinto em
1993 e incorporado ao Sistema Único de Saúde – SUS.
• DATAPREV: é uma empresa pública responsável pelo processamento de dados da
Previdência Social. É a única entidade do SINPAS que ainda existe.

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• CEME: a central de medicamentos.


• LBA: a Legião Brasileira de Assistência.
• FUNABEM: Fundação Nacional de Bem-Estar do Menor.

Também em 1977 tivemos a edição da Lei n. 6.435, a qual constitui o marco regulatório da Pre-
vidência Complementar e passa a dispor sobre as entidades de previdência privada, representando
a última alteração normativa relevante da segunda fase evolutiva da proteção social no Brasil.

3. SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL

Com o advento da CF/1988, evoluímos para a fase da seguridade social, sendo um sis-
tema de proteção social de caráter universal e fundamentado na solidariedade, de iniciativa
do Estado e de toda a sociedade, sendo responsável pela concretização dos direitos à saúde,
à assistência social e à previdência social, nos termos do art. 194 do texto constitucional.
Em 1990, a Lei n. 8.029 autorizou o Poder Executivo a instituir o Instituto Nacional do
Seguro Social – INSS, mediante a fusão do Instituto de Administração Financeira da Previ-
dência e Assistência Social (IAPAS) com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
Entretanto a efetiva criação do INSS foi materializada por meio do Decreto n. 99.350/1990,
passando a representar, desde então, a autarquia federal responsável pela concretização da
política previdenciária em nosso país.
A Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, dispôs sobre a organização da Segurida de Social
e instituiu seu novo Plano de Custeio, e a Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, instituiu o
Plano de Benefícios da Previdência Social. Atualmente, o Decreto n. 3.048/1999 regulamenta
as Leis n. 8.212/1991 e 8.213/1991.
Desde então a legislação previdenciária vem sofrendo sucessivas alterações normativas,
tanto nos planos constitucional (Emendas Complementares n. 20/1998, 41/2003, 103/2019 etc.),
infraconstitucional (Lei n. 13.846/2019 etc.), bem como no infralegal (Decreto n. 10.410/2020).

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QUADRO–RESUMO

A proteção social era exercida pela famí lia e, gradativa-


mente, foi sendo substituída por ações privadas (Igreja e
filantropia), até ser assumida pelo Estado. Atualmente, a
proteção social é exercida pelo setor privado e pelo setor
Evolução da proteção social público, conforme dispõe a Constituição de 1988 em seu
art. 194: “A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a asse gurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social”.
Criação da Santa Casa de Misericórdia de Santos por Braz
Cubas, o que também ocor reu na Bahia, no Espírito Santo,
1543
no Rio de Janeiro, em Olinda e em São Paulo – assistên cia
social privada.
Em 1795, foi criado o Plano dos Oficiais da Marinha, asse-
1795 gurando o pagamento de pensão de meio soldo às viúvas e
às filhas de oficiais falecidos.
O primeiro documento legislativo a tratar sobre a proteção
Constituição de 1824 (primeiro
social no Brasil foi a Constituição de 1824, a qual dedicou
documento legislativo a tratar de
o inciso XXXI de seu art. 179 aos denominados “socor-
proteção social; nesse caso, Assis-
ros públicos”, uma espécie de Santa Casa de Misericórdia
tência Social)
(Assistência Social).
Em 1835, o Governo Imperial aprovou o Montepio Geral dos
1835 Servidores do Estado, o MONGERAL, entidade asseme-
lhada à previdência privada.
A Constituição brasileira de 1891, no art. 75, previa a apo-
Constituição de 1891 sentadoria por invalidez aos funcionários públicos que se
acidentassem em serviço (Previdência Social).
A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n. 4.682/1923) é indi-
cada como o marco do surgimento da proteção social no
Lei Eloy Chaves – Decreto Legislativo Brasil. Inclusive, a data de sua edição é o aniversário da
n. 4.682, de 24 de janeiro de 1823 Previdência Social (24 de janeiro). Essa lei determinava que
cada empresa de ferrovia criasse uma caixa de aposentado-
ria e pensões – CAPs.
Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
1930 – Criação do Ministério do Tra- tendo como uma das atribuições orientar e supervisionar a
balho, Indústria e Comércio Previdência Social, inclusive como órgão de recursos das
decisões das Caixas de Aposentadorias e Pensões.
• Criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPs
• IAPM – Marítimo
Década de 1930 (criação de vários • IAPC – Comerciários
IAPs) • IAPB – Bancários
• IAPI – Industriários
• IPASE – Servidores Públicos

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O sistema tripartite de financiamento da Previdência Social,


ou seja, contribuição do governo, de trabalhadores e empre-
gadores, foi previsto inicialmente na Constituição de 1934,
Constituição de 1934 que instituiu a previdência, mediante contribuição igual da
União, do empregador e do empregado, a favor da velhice,
da invalidez, da maternidade e nos casos de acidentes de
trabalho ou de morte.
A Constituição 1937 utilizou pela primeira vez a expressão
Constituição de 1937
“seguro social”.
A Constituição brasileira de 1946 abandonou o termo “seguro
Constituição de 1946
social”, substituindo-o pelo termo “Previdência Social”.
A Lei n. 3.807, de 26 de agosto de 1960, conhecida como Lei
1960 – Unificação da Legislação Pre- Orgânica de Previdência Social – LOPS, unificou a legisla-
videnciária ção referente aos Institutos de Aposentado rias e Pensões,
já que, antes, cada Instituto possuía legislação própria.
Após a unificação da legislação previdenciária dos IAPs em
1960 (Lei n. 3.807/1960), houve a unificação dos referidos institu
tos, o que ocorreu com o Decreto-Lei n. 72, de 21 de novembro
1967
de 1966, que, em seu artigo 1º, previa: “Art 1º Os atuais Institu-
Criação do INPS – Instituto Nacio-
tos de Aposentadoria e Pensões são unificados sob a denomi-
nal de Previdência Social
nação de Instituto Nacional de Pre vidência Social (INPS)”.
Incorporação do Acidente do Tra-
No entanto, consi derando que o mencionado Decreto-Lei só
balho ao INPS
entrou em vigor no ano de 1967, podemos concluir que, efetiva-
mente, o INPS só foi criado em 1967, mesmo ano em que o aci
dente do trabalho foi incorporado à previ dência pública (INPS).
• Inclusão dos empregados domésticos na Previdência
Social.
• Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social,
Década de 1970 desmembrado do Ministério do Trabalho e Previdência
Social.
• Criação do Dataprev.
• Marco regulatório da Previdência Privada no Brasil
A Lei n. 6.439, de 1º de setembro de 1977, instituiu o Sistema
1977
Nacional de Previdência e Assistência Social – SINPAS, for-
SINPAS – Sistema Nacional de Previ-
mado pelas seguintes entidades: INPS, IAPAS, INAMPS,
dência e Assistência Social
DATAPREV CEME, LBA e FUNABEM.
Inaugurou o novo modelo de proteção social, denominado
de Seguridade Social, definido pelo art. 194 da CF/1988 da
seguinte forma: “A seguridade social compreende um con-
Constituição de 1988
junto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos
e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos
à saúde, à previdência e à assistência social”.

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QUESTÕES DE CONCURSOS/SIMULADOS

1. (CEBRASPE/2022/DPE-PI/DEFENSOR/1º SIMULADO) Levando-se em consideração o


contexto histórico evolutivo da Seguridade Social no Brasil, assinale a alternativa incorreta:
a. A Constituição brasileira de 1824 foi a primeira a prever uma proteção assistencial
aos necessitados.
b. A Constituição brasileira de 1891 passou a prever a aposentadoria por invalidez aos
servidores acidentados em serviço.
c. O Decreto Legislativo n. 4.682/1923 (Lei Eloy Chaves) foi o responsável pela implan-
tação da fase da Seguridade Social no Brasil.
d. A Constituição brasileira de 1934 passou a prever a tríplice forma de custeio da
Previdência.
e. A constituição brasileira de 1937 foi a primeira a prever a expressão “seguros sociais”.

Letra c.
A letra “a” está certa, pois o art. 179, XXXI, da Constituição de 1824 foi o primeiro a prever
os socorros públicos enquanto ação de natureza assistencial; a letra “b” está certa, pois
reproduz o art. 75 da Constituição de 1891, que dispõe: “A aposentadoria só poderá ser
dada aos funcionários públicos em caso de invalidez no serviço da Nação.”; a letra “c” está
errada, pois a Lei Eloy Chaves instituiu a Previdência no Brasil, sendo a responsável pelo
surgimento da fase do Seguro Social; a letra “d” está certa, pois o art. 121, § 1º, “h”, da
Constituição de 1934 passou a prever o direito à previdência “mediante contribuição igual
da União, do empregador e do empregado”; a letra “e” está certa, pois o art. 137, “n”, da
Constituição de 1937 fez expresso uso da expressão “seguros sociais”.

2. (CEBRASPE/2021/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/11º SIMULADO) A Lei Eloy


Chaves, que criou em cada uma das empresas de estradas de ferro existentes no país
uma caixa de aposentadoria e pensões para os respectivos empregados, foi o primeiro
ato normativo a tratar de seguridade social no Brasil.

Errado.
A assertiva está incorreta, pois, apesar de ser considerada o marco inicial da Previdência
Social no Brasil, a Lei Eloy Chaves não é o primeiro ato normativo a tratar de Segurida-
de Social em nosso país. Antes dela, tivemos disposições normativas apresentadas na
Constituição de 1891. Ainda, cumpre observar que a Seguridade Social, como conjunto de
ações, só passou a ser tratada, sob esta forma de organização, depois da Constituição de
1988. Ademais, antes da Lei Eloy Chaves, já havia sido publicado o Decreto Legislativo n.
3.724/1919, que tratava de Seguro de Acidente do Trabalho – SAT. Além disso, já estavam
em vigor algumas leis as quais concediam aposentadorias para determinadas categorias

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de trabalhadores, como, por exemplo, professores, servidores públicos, empregados dos


Correios etc. No entanto, apesar de essas normas legais específicas terem sido imple-
mentadas antes da Lei Eloy Chaves, apenas com essa lei houve, de fato, a criação de um
sistema organizado e estruturado de proteção social.

3. (CEBRASPE/2021/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/11º SIMULADO) A seguri-


dade social nos moldes como é atualmente conhecida é fruto da evolução legislativa
quanto à garantia dos direitos sociais no Brasil e foi introduzida no ordenamento jurídico
pátrio pela Constituição Federal de 1988.

Certo.
Historicamente, a seguridade social teve diversas iniciativas ao longo do tempo, tais como
em 1543, com a criação das Santas Casas de Misericórdia, as quais visavam à entrega
de prestações assistenciais. Mesmo já existindo serviços públicos relacionados à saúde,
previdência e assistência social, eles existiam de forma isolada e sem integrar a Seguri-
dade Social. A sistematização desses serviços e sua integração como Seguridade Social
realmente só veio com o surgimento da Constituição Federal de 1988, que foi a primeira
Constituição a utilizar a expressão “Seguridade Social”, englobando as áreas de Saúde,
Assistência e Previdência.

4. (IMPARH/2021/PREFEITURA DE FORTALEZA/MÉDICO CLÍNICO GERAL) Em 1966,


no Brasil, os institutos de aposentadorias e pensões (IAP) foram integrados em um
único instituto, que foi o:
a. Instituto Nacional da Previdência Social (INPS).
b. Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS).
c. Instituto Nacional dos Servidores e Trabalhadores (INST).
d. Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Letra a.
Destaca-se que o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) do Brasil foi instituído em
1966, como resultado da integração de todos os Institutos de aposentadoria e pensões.
Por isso, as letras “b”, “c” e “d” estão incorretas.

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5. (CEBRASPE/2021/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/10º SIMULADO) Com regu-


lamentação por meio da Lei Eloy Chaves, as Caixas de Aposentadorias e Pensões
(CAPs), que concediam benefícios pecuniários, nas modalidades de aposentadorias
e pensões, bem como na prestação de serviços do tipo de consultas médicas e forne-
cimento de medicamentos, se constituíram em embrião do Seguro Social, correspon-
dendo ao primeiro período da história da Previdência brasileira.

Certo.
LEI ELOY CHAVES: em termos de legislação nacional, a doutrina majoritária considera
como marco inicial da Previdência Social a publicação do Decreto Legislativo n. 4.682, de
24/01/1923, mais conhecido como Lei Eloy Chaves, a qual criou as Caixas de Aposenta-
doria e Pensões nas empresas de estradas de ferro existentes, mediante contribuições
dos trabalhadores, das empresas do ramo e do Estado, assegurando aposentadoria aos
trabalhadores e pensão a seus dependentes em caso de morte do segurado, além de as-
sistência médica e diminuição do custo de medicamentos.

6. (CEBRASPE/2021/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/5º SIMULADO) O Decreto


Legislativo n. 4.682/1923, também conhecido como Lei Eloy Chaves, é considerado
um marco do Direito Previdenciário brasileiro devido ao fato de, por meio dele, ter sido
criado o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.

Errado.
O Decreto Legislativo n. 4.682/1923, também conhecido como Lei Eloy Chaves, é considerado
um marco do Direito Previdenciário brasileiro, devido ao fato de, por meio dele, terem sido cria-
das as Caixas de Aposentadoria e Pensões, no âmbito de cada empresa, para os empregados
do setor ferroviário (e não o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS). Este foi criado com
base no Decreto n. 99.350, de 27 de junho de 1990, mediante a fusão do Instituto de Adminis-
tração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS) com o Instituto Nacional de Pre-
vidência Social (INPS). Unificaram-se, à época, a arrecadação e o pagamento dos benefícios.
A Lei Eloy Chaves, de 1923, instituiu as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) exclusiva-
mente para os ferroviários. As CAPs eram organizadas por empresas e tinham natureza privada.
Após a publicação da Lei Eloy Chaves, outras categorias profissionais se interessaram pe-
los modelos das CAPS e foram em busca da mesma proteção, provocando uma extensão
dessa medida protetiva. São exemplos dessa situação a Lei n. 5.109/1926, que estendeu
a incidência da Lei Eloy Chaves aos portuários e aos marítimos, e a Lei n. 5.485/1928.
Com a multiplicação das CAPs, houve a unificação destas em Institutos de Aposentadorias
e Pensões – IAPs, organizados por categoria profissional (e não mais por empresa).

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7. (CEBRASPE/2020/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2º SIMULADO) A proteção


específica contra acidente do trabalho surgiu no Brasil em 1919, por meio de indeniza-
ção ao operário ou a sua família. Antes, essa questão era resolvida pelas regras vigen-
tes do direito comum.

Certo.
No ano de 1919, foi editada a 1ª Lei Acidentária no Brasil, representada pelo Decreto n.
3.724, a qual passava a obrigar as empresas a contratarem seguradoras privadas para
proteger os empregados vítimas de acidentes de trabalho. Nesse momento, ainda não há
que se falar em proteção previdenciária de natureza pública, pois a cobertura dos riscos,
leia-se, pagamento de indenizações, era materializada por seguradoras privadas.

8. (FUVEST/2018/USP/RESIDÊNCIA EM SERVIÇO SOCIAL) As políticas de Seguridade


Social instituídas nos países capitalistas da Europa Central se sustentaram nos mode-
los de políticas sociais
a. bismarckiano e beveridgiano.
b. bismarckiano e toyotista.
c. beveridgiano e toyotista.
d. marxista e beveridgiano.
e. bismarckiano e marxista.

Letra a.
Em 1883, fruto da pressão popular exercida pelos trabalhadores que estavam descontentes com
as consequêncais da Revolução Industrial, o chanceler alemão Otto Von Bismarck instituiu o
primeiro sistema de seguro social, dando origem ao que hoje conhecemos como sendo a Pre-
vidência Social. O Estado, portanto, assumiu o papel de proteção social como consequência do
liberalismo econômico e de suas consequências nefastas decorrentes da exploração do trabalho.
Em 1941, o economista inglês William Henry Beveridge instituiu um plano de proteção so-
cial de caráter universal, o qual apelidou de “proteção do berço ao túmulo”. Ao contrário do
Seguro Social, o “Plano Beveridge” não atendia apenas aos trabalhadores, mas a toda a so-
ciedade, adotando a tríplice fonte de custeio por parte do Estado, trabalhador e empregador.

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9. (IDECAN/2017/INCA/ANALISTA EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA) Na década de 1970,


o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) foi dividido em um sistema organi-
zado para os benefícios sociais e outro para a assistência médica previdenciária que
se denominava:
a. SUS.
b. IAPs.
c. CAPs.
d. INAMPS.

Letra d.
Em 1977, foi criado o Sistema Nacional de Assistência e Previdência Social (SINPAS), e,
dentro dele, o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), que
passa a ser o grande órgão governamental prestador da assistência médica – basicamente
à custa de compra de serviços médico-hospitalares e especializados do setor privado.

10. (ESAF/2012/MPOG/ANALISTA) Em relação à trajetória da previdência social no Brasil,


analise os itens a seguir e marque com V se assertiva for verdadeira e com F se for
falsa. Ao final, assinale a opção correta.

 (  ) As Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) eram organizações de natureza


privada financiadas pelas contribuições das empresas e dos empregados.
 (  ) Na década de 1930, as CAPs foram transformadas e substituídas progressivamen-
te pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), organizados por ramos de
atividade e de natureza estatal.
 (  ) Conforme a organização e a inserção econômica das diversas categorias profis-
sionais, progressivamente ocorria a implantação dos seus respectivos institutos de
aposentadorias.

a. V, V, V
b. F, V, V
c. F, V, F
d. V, F, V
e. F, F, F

Letra a.
Item I (V). Conforme vimos no histórico da proteção social, a Lei Eloy Chaves (de 1923)
determinou a criação de Caixas de Aposentadorias e Pensões – CAPs em cada empresa
ferroviária. Essa proteção não tinha a participação do Estado, portanto era de natureza pri-

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vada, e contava, apenas, com contribuição da empresa e dos trabalhadores, pois a tríplice
forma de custeio surgiu com a Constituição de 1934.
Item II (V). Na era Vargas, ou seja, a partir de 1930, as CAPs foram gradativamente sen-
do substituídas pelos IAPs, que eram autarquias agrupadas por categoria profissional, a
exemplo do IAPM dos marítimos.
Item III (V). A partir da década de 1930, um número cada vez maior de categorias profissio-
nais passou a ser contemplado com um Instituto de Aposentadoria e Pensões – IAP.

11. (CEBRASPE/2008/DPE-CE/DEFENSOR) No ordenamento jurídico brasileiro, a pri-


meira referência a instituições que promovessem ações relacionadas ao que hoje se
denomina seguridade social foi feita pela Constituição de 1824, que criou as casas de
socorros, consideradas embriões das Santas Casas de Misericórdia.

Certo.
De fato, foi a Constituição Imperial de 1824 o primeiro instrumento normativo a disciplinar
uma instituição voltada para a proteção social, ou seja, a assistência social. Oportuno re-
gistrar que não foi a primeira iniciativa de proteção social, pois isso coube à criação das
Santas Casas de Misericórdia.

12. (CEBRASPE /2008/SEMAD-ARACAJU/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) A positivação


do modelo de seguridade social na ordem jurídica nacional ocorreu a partir da Cons-
tituição de 1937, seguindo o modelo do bem-estar social, em voga na Europa naque
le momento. No caso brasileiro, as áreas representativas dessa forma de atuação são
saúde, assistência e previdência social.

Errado.
A Seguridade Social surgiu no Brasil com a Constituição de 1988, sendo uma rede de pro-
teção que envolve saúde, assistência social e previdência social. A Constituição de 1937
foi a primeira a utilizar o termo “seguro social”, que é sinônimo de Previdência Social. Por-
tanto, não podemos confundir Seguro Social com Seguridade Social.

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GABARITO

1. C
2. E
3. C
4. A
5. C
6. E
7. C
8. A
9. D
10. A
11. C
12. E

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