Você está na página 1de 72

VACINA

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

MERCEARIA
DA LOLA

VACINA

QUALIFICAÇÃO
em Vacinação para trabalhadores da

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

E-BOOK

SAÚDE
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CURSO EAD
AUTOINSTRUCIONAL:
QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO
PARA TRABALHADORES DA
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SÁUDE

BELO HORIZONTE / 2023

SAÚDE
CRÉDITOS
Romeu Zema Neto Mara Guarino Tanure
Governador do Estado de Minas Diretora geral/ESP-MG
Gerais
Patrícia de Oliveira
Professor Mateus Simões Superintendente de Educação e
Vice – Governador do Estado de Pesquisa em Saúde/ESP-MG
Minas Gerais
Giselle Bianca Tófoli
Fábio Baccheretti Vitor Coordenação de Promoção,
Secretário de Saúde do Estado de Cuidado e Vigilância em Saúde -
Minas Gerais ESP/ MG

Poliana Cardoso Lopes Oelde de Oliveira Costa Filho


Secretária de Estado Adjunta de Assessoria de Educação à Distância
Saúde ESP/MG

Eduardo Campos Prosdocimi Escola de Saúde Pública do Estado


Subsecretaria de Vigilância em de Minas Gerais
Saúde Av. Augusto de Lima, 2061, Barro
Preto – Belo Horizonte/MG
Jaqueline Silva de Oliveira CEP: 30190-009
Superintendente de Vigilância www.esp.mg.gov.br
Epidemiológica da SES/MG

Marcela Lencine Ferraz


Diretoria de Vigilância de Doenças
Transmissíveis e Imunização da
SES/MG
ELABORAÇÃO
TÉCNICA
Equipe revisora do conteúdo Equipe de Produção do Curso – AEaD
Alice Werneck Massote Coordenação Pedagógica
Fabiana Gonçalves Santos Costa Lucinéia de Fátima Moreira
João André Tavares Alvares da Silva Poliana Cabral de Assis

Revisão do conteúdo técnico Designer Instrucional


Janaína Fonseca Almeida Souza Patrícia Rezende Canuto de Souza
Rodrigues
Equipe de conteudistas
Aline Mendes Vimieiro Designer Gráfico
Bruna de Castro Silva Ana Carolina Cristina de Souza
Denisiane Geralda Araújo
Fernanda Luiza de Melo Francisco Soluções em Tecnologia da
Jeniffer Carolina Queiroz Rocha Informação
Josianne Dias Gusmão Alberto Luiz de Paiva
Juliana Amorim Prosdocimi de Lima Delci Alvarenga Furtado Júnior
Natátia Santana Silva
Priscilla Sayuri Fujiwara Contato da AEaD:
Renata Lima Ferreira eadespmg.curso01@gmail.com
Ricarda Helena Caiafa
Roberta Barros da Silva
Rosângela Aparecida de Azevedo

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


SUMÁRIO
05 UNIDADE 1
Acolhimento voltado à vacinação

22 UNIDADE 2
Vacinas e o processo de vacinação

45 UNIDADE 3
Vacinação: responsabilidade de todos

63 REFERÊNCIAS

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


05 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

UNIDADE 1

Acolhimento voltado
à vacinação
Conteudistas: Renata Lima Ferreira
Bruna de Castro Silva
Juliana Amorim Prosdocimi de Lima

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


06 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

UNIDADE 1
Acolhimento voltado à vacinação

Nesta unidade, iremos conhecer a definição do conceito ampli-


ado de saúde e sua relação com a criação do Sistema Único de
Saúde (SUS) no Brasil, o maior sistema público de saúde do mun-
do, com vistas a compreender a sua relevância para a garantia
da saúde como um direito a todos os brasileiros. Para além disso,
iremos abordar também sobre a Política Nacional de
Humanização e a escuta qualificada da população, propician-
do que a Unidade de Atenção Primária à Saúde seja um ambi-
ente de confiança e respeito para todos.

Capítulo 1: Construção e histórico do SUS

Conteudista: Renata Lima Ferreira

Lista de abreviaturas e siglas do Capítulo:

ACS Agente Comunitário de Saúde

APS Atenção Primária à Saúde

CEAE Centro Estadual de Atenção Especializada

Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Inamps Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência

OMS Organização Mundial de Saúde

ONG Organizações Não Governamentais

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


07 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

PNI Programa Nacional de Imunizações

SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SUS Sistema Único de Saúde

UAPS Unidade de Atenção Primária à Saúde

UBS Unidade Básica de Saúde

UPA Unidade de Pronto Atendimento

Saúde como um direito

O que é saúde para você? É não estar doente? É não precisar tomar remédio? Para
responder essa pergunta, precisamos ter um olhar mais amplo e crítico sobre diver-
sos fatores que podem afetar a saúde de um indivíduo ou, ainda, de um grupo de
pessoas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1947), a saúde vai muito
além do campo biológico, uma vez que se trata de “um estado de completo bem-
estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.

Seguindo essa definição de saúde, o Brasil contou com diversas Conferências de


Saúde para que fosse possível avançar no desenvolvimento da Saúde Pública no
país. Assim, foi na 8ª Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu entre os dias 17 e
21 de março de 1986, em Brasília, que foi traçado o “conceito ampliado de saúde”
que, para além de enfatizar a característica multidimensional da saúde, ressaltou a
saúde positiva e priorizou a promoção da saúde (Minas Gerais, 2023).

Em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das condições


de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente,
trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da
terra e acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado
das formas de organização social da produção, as quais podem gerar
grandes desigualdades nos níveis de vida. [...] Direito à saúde significa
garantia, pelo Estado, de condições dignas de vida e de acesso
universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e
recuperação de saúde, em todos os seus níveis, a todos os habitantes
do território nacional, levando ao desenvolvimento pleno do ser
humano em sua individualidade (8ª Conferência Nacional de Saúde,
1986, p. 382).

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


08 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Figura – Elementos mencionados no conceito


ampliado de saúde

Fonte: Google - Licença Creative Commons

Ainda no ano de 1986, ocorreu a 1ª Conferência Internacional sobre Promoção de


Saúde, em Ottawa, no Canadá, visando definir uma nova concepção de saúde
pública. Como fruto das discussões, foi elaborada a Carta de Ottawa para a
Promoção da Saúde, que declara que para alcançar um estado de bem-estar
físico, mental e social, ou seja, de qualidade de vida, o indivíduo e a população
devem ter a capacidade de identificar suas necessidades buscando atendê-las,
bem como suas vontades e desejos, além de mudar ou adaptar-se ao ambiente
(Conferência Internacional Sobre Promoção da Saúde, 1986).

Dessa forma, inspirada na natureza multidimensional da saúde e na visão de saúde


positiva, a Carta de Ottawa orientou a resposta social para as necessidades de
saúde das populações em função da ação sobre cinco áreas:

1 Formulação de políticas públicas saudáveis.

Criação de redes de apoio social, físico, econômico,


2
cultural e espiritual.

3 Fortalecimento de ações comunitárias.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


09 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

4 Desenvolvimento de habilidades pessoais.

5 Reorientação dos serviços de saúde.

Tendo em vista os avanços na saúde feitos nacional e internacionalmente, com a


promulgação da Constituição Federal em 1988, a saúde foi estabelecida como um
direito social e o Estado passou a ter como dever garanti-la a todos, por meio de
políticas sociais e econômicas e do acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação da saúde (Brasil, 1988, art. 196).
Nessa perspectiva, o Poder Público tem o papel de regulamentar, fiscalizar e con-
trolar ações e serviços de saúde, de maneira direta ou indireta (BRASIL, 1988, art
197).

Assim, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), considerado um dos maiores e
mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, compreendendo desde o
simples atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio da Atenção
Primária, até o transplante de órgãos, com garantia de acesso integral, universal e
gratuito para toda a população do país (BRASIL, 2023).

A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 determina a organização e o funciona-


mento do SUS, seguindo princípios e diretrizes do sistema divididos da seguinte
maneira:

1.
Princípios doutrinários, que determinam como o SUS deve funcionar:

UNIVERSALIDADE: significa que a saúde é um direito universal e de todos e que o


Estado tem o dever de assegurar esse direito, independentemente de sexo, raça,
ocupação ou qualquer outra característica social ou pessoal (BRASIL, 2023).

EQUIDADE: ainda que a saúde seja um direito universal e que todos tenham garan-
tia de acesso aos serviços, as pessoas não são iguais e, justamente por isso, possuem
necessidades diferentes (BRASIL, 2023). Esse princípio visa, então, diminuir desigual-
dades, oferecendo mais para quem precisa de mais e investindo mais onde existem
mais carências.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


10 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

INTEGRALIDADE: este princípio considera o indivíduo como um todo para atender


plenamente suas necessidades, o que inclui a promoção da saúde, a prevenção de
doenças, o tratamento e a reabilitação. Nesse sentido, a saúde deve ser articulada
às demais políticas públicas para que os indivíduos possam ter uma qualidade de
vida mais satisfatória (BRASIL, 2023).

Clique e aprenda mais sobre os princípios doutrinários


do SUS a partir da apresentação de alguns exemplos.

https://www.youtube.com/embed/dsXvFGQBKUU

2. Princípios organizativos, que orientam como o SUS deve ser estruturado a


partir dos princípios doutrinários:

REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO: segundo estes princípios, os serviços ofereci-


dos pelo SUS devem ser organizados em níveis centrais de complexidade, delimita-
dos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemio-
lógicos e com definição e conhecimento da população a ser atendida (Brasil,
2023). Por exemplo, uma Unidade Básica de Saúde (UBS) instalada em uma determi-
nada região, deve atender às necessidades da população que mora nesta região

DESCENTRALIZAÇÃO E COMANDO ÚNICO: descentralizar significa redistribuir o


poder e compartilhar responsabilidades entre as três esferas de governo – munici-
pal, estadual e federal (Brasil, 2023). No SUS, a responsabilidade pela saúde é des-
centralizada até o nível municipal, devendo ser garantidas condições gerenciais,
técnicas, administrativas e financeiras com o objetivo de assegurar o funcionamen-
to dos serviços e o atendimento da população. O comando único oferece autono-
mia e poder de decisão sobre as questões relativas à saúde em cada esfera de
governo, desde que os princípios gerais e a participação popular sejam respeita-
dos.

PARTICIPAÇÃO POPULAR: a participação da sociedade é fundamental no dia a dia


do sistema de saúde e, por isso, está prevista na Lei nº 8142, de 28 de dezembro de
1990 a criação dos Conselhos de Saúde e a realização de Conferências de Saúde,
com o objetivo de garantir a participação popular na formulação de estratégias, o
controle, fiscalização e a avaliação da execução da política de saúde (BRASIL,
2023).

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


11 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Aprenda mais sobre a responsabilidade do


controle social democrático do SUS:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/conselh
os_saude_responsabilidade_controle_2edicao.pdf

Conheça também o texto completo da Lei nº


8142, de 28 de dezembro de 1990:

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm

Como visto anteriormente, as responsabilidades quanto ao SUS são divididas entre


os três entes federativos, cabendo a cada um deles as seguintes atribuições:

1- União: a gestão federal da saúde é realizada por meio do Ministério da Saúde,


que formula as políticas nacionais de saúde e conta com os estados, municípios,
Organizações Não Governamentais (ONG’s), fundações e empresas para a realiza-
ção das ações idealizadas. É no âmbito federal que se faz o planejamento, a elabo-
ração de normas, a avaliação e a utilização de instrumentos para o controle do SUS.
Em relação ao financiamento, o governo federal aplica boa parte de todos os
recursos gastos no país com saúde pública, o que o torna o principal financiador da
rede pública de saúde (Brasil, 2023).

2-Estados e Distrito Federal: a gestão estadual da saúde é feita pelas secretarias


estaduais de saúde, que aplicam recursos próprios, inclusive nos municípios, e rece-
bem repasses feitos pela União. Compete aos estados e ao Distrito Federal formular
suas próprias políticas de saúde, coordenar e planejar o SUS dentro da sua esfera de
atuação, além de organizar o atendimento à saúde dentro do próprio território,
respeitando a normatização federal(Brasil, 2023).

3-Municípios: os municípios também formulam suas próprias políticas de saúde e


são parceiros na execução de políticas nacionais e estaduais de saúde. Assim, eles
são responsáveis pela execução das ações e serviços de saúde no próprio território,
sempre respeitando a normatização federal. Dessa forma o município aplica recur-
sos próprios e recursos repassados pela União e pelo estado, e formula suas próprias
políticas de saúde. Além disso, pode estabelecer parcerias com outros municípios

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


12 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

para a realização de procedimentos de maior complexidade que estejam acima


daqueles que o município pode oferecer, a fim de garantir o atendimento pleno de
sua população (Brasil, 2023).

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) é responsável por coor-


denar e planejar o SUS no estado mineiro, observando a normatização federal e
atuando no repasse de recursos e no desenvolvimento de estratégias para o forta-
lecimento da saúde pública nos 853 municípios. Os principais órgãos responsáveis
pelo SUS em Minas Gerais são:

a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-


MG), a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais
(Fhemig), a Fundação Hemominas, a Fundação
Ezequiel Dias (Funed), a Escola de Saúde Pública do
Estado de Minas Gerais (ESP-MG), as Superintendências
Regionais de Saúde (SRS), as Gerências Regionais de
Saúde (GRS), a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), a
Ouvidoria Estadual de Saúde, a Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), a Fiocruz
Minas Gerais, o Conselho Estadual de Saúde de Minas
Gerais (CES) e o Conselho de Secretários Municipais de
Saúde de Minas Gerais (COSEMS-MG).

VOCÊ
SABIA?

Mesmo quem contrata plano de saúde privado também é contemplado pelo SUS,
já que todos nós contribuímos para o seu funcionamento por meio do pagamento
de impostos. O SUS não se resume apenas a atendimento clínico e/ou hospitalar,
nós o usamos diariamente de várias maneiras e, muitas vezes, sem saber, quando
por exemplo:

Ÿ Compramos um remédio em uma farmácia, já que os medicamentos passam


por um processo de normatização, controle e fiscalização por parte da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser colocado para
venda;

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


13 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Ÿ Tomamos uma vacina em um posto de vacinação, já que o SUS disponibiliza


milhares de doses de vacinas para a população por meio do Programa
Nacional de Imunizações (PNI);

Ÿ Alguém sofre um acidente de trânsito e precisa de atendimento, já que ligamos


para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) para prestar
socorro em casos de emergência;

Ÿ Um parente ou amigo precisa de um transplante, já que o SUS é responsável


pelo financiamento de cerca de 95% dos transplantes no território brasileiro, o
que torna o Brasil o país com o maior programa público de transplante de
órgãos, tecidos e células do mundo;

Ÿ Almoçamos em um restaurante, já que o SUS, por meio da vigilância sanitária,


avalia as condições e permite ou não o funcionamento dos estabelecimentos
que manipulam e comercializam alimentos.

Não é incrível como o modelo de saúde pública brasileiro é bem estruturado, alcan-
ça várias pessoas e possui uma gama enorme de serviços?

É por isso mesmo que o SUS é modelo de referência internacional!

Mas nem sempre foi assim, viu? Antes da existência do SUS, as políticas de saúde
eram pensadas mais em termos de recuperação do que em prevenção de doen-
ças. Além de que em uma situação de necessidade de atendimento médi-
co/hospitalar, havia três alternativas, a depender da condição econômica da
pessoa: quem tinha dinheiro, pagava por serviços particulares; quem tinha a cartei-
ra de trabalho assinada, era atendido pelo Instituto Nacional de Assistência Médica
da Previdência Social (Inamps); e quem não se encaixava em nenhuma dessas
duas alternativas anteriores, dependia da assistência das Santas Casas, dos hospi-
tais universitários e de demais serviços filantrópicos (Oliveira, 2022). Antes do SUS, a
saúde não era reconhecida como um direito, mas um problema do cidadão, como
disse o médico cancerologista Dráuzio Varella (UOL, s.d.), e o Estado não tinha o
dever de garanti-la.

Antes da criação do SUS, o perfil epidemiológico da população brasileira era


demarcado por uma elevada incidência (número de novos casos) e mortalidade
por doenças transmissíveis, englobando um alto número de endemias rurais.
Segundo Teixeira et. al (2018), antes do SUS, eram registrados anualmente, cerca de
65 mil casos e 1.465 óbitos por sarampo dos quais mais de 90% eram em menores de
5 anos de idade, sobretudo em menores de 1 ano. Em 1990, dois anos após a

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


14 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

implantação do SUS, a expectativa de vida média dos brasileiros era de 68,4 anos.
Em 2016, esse número passou para 75,2 anos devido à redução de 34% na taxa de
mortalidade. (Plataforma de Ciência de Dados Aplicada à Saúde, 2022).

Esses dados evidenciam o papel fundamental que o SUS tem desempenhado na


melhoria da qualidade de vida e das condições de saúde dos brasileiros, além de
nos lembrar sobre a importância de lutarmos pelo direito público à saúde, conquista
dos brasileiros que, frequentemente, entra como pauta em debates.

SAIBA
MAIS!
Clique abaixo para entender melhor sobre o desenvolvimento da saúde
pública no Brasil ao longo da história:

https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8

Capítulo 2: Acolhimento voltado para a vacinação

Conteudistas: Bruna de Castro Silva e Juliana Amorim Prosdocimi de Lima

Lista de abreviaturas e siglas do Capítulo:

APS Atenção Primária à Saúde

PNH Política Nacional de Humanização

SUS Sistema Único de Saúde

UBS Unidade Básica de Saúde

Política Nacional de Humanização

No conteúdo anterior nós vimos todo o percurso e o desenvolvimento do Sistema


Único de Saúde (SUS) no Brasil.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


15 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

O SUS é uma política pública de saúde que visa oferecer aos usuários serviços de
saúde pautados principalmente na integralidade – acesso aos serviços de saúde
em todos os níveis de assistência; universalidade – conjunto articulado e contínuo
das ações e serviços em todos os níveis de complexidade do sistema; equidade –
dar mais para quem precisa de mais.

Agora, teremos como objetivo neste capítulo conhecer a Política Nacional de


Humanização (PNH), criada e implementada para fortalecer o SUS na luta pela
defesa da vida e garantia do direito à saúde. Vamos nessa?

Apesar dos avanços acumulados, o SUS enfrenta, ainda hoje, vários problemas e
desafios, entre eles, listamos: visível fragmentação/divisão do processo de trabalho
e a relação entre os diferentes profissionais, precária interação entre as equipes de
saúde; baixo investimento para qualificar os trabalhadores em saúde; formação de
profissionais de saúde distante do debate e da formulação das políticas públicas de
saúde; controle social frágil, bem como o desrespeito aos direitos dos usuários e a
qualidade do acolhimento aos usuários como postura e prática nas ações e servi-
ços de saúde (Brasil, 2010; Brasil, 2013).

É neste sentido que a PNH entra em cena. Lançada em 2003, a PNH tem por objeti-
vo colocar em prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde e tem
como principais diretrizes:

PRINCIPAIS DIRETRIZES

Gestão A clínica ampli-


Compartilhada Acolhimento
ada

valorização dos ferramenta teórica reconhecer o que


diferentes sujeitos e prática que o outro (usuário)
envolvidos no permite aos profis- traz como necessi-
processo de pro- sionais de saúde dade de saúde.
dução de saúde – envolvidos qualifi- Envolve a relação
usuários, trabalha- car e ampliar o entre equi-
dores e gestores. diálogo para uma pes/serviços e
melhor aborda- usuários e popula-
gem clínica do ções (Brasil, 2010;
processo saú- Brasil, 2013).
de/doença das
pessoas.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


16 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Mas o que significa a palavra acolher?

Segundo o dicionário, significa receber alguém, oferecer refúgio, proteção, dar


ouvidos. Partindo disso, o acolhimento em saúde se baseia em um conjunto de
medidas que tem por objetivo a escuta ativa para qualificar o atendimento.

Mas vocês podem se perguntar, qual a relação


entre acolhimento e humanização em saúde?

A resposta é simples: por ser aplicado desde a recepção do paciente, o acolhimen-


to é o primeiro passo para um atendimento em saúde humanizado. Daí a presença
do acolhimento como diretriz da PNH do SUS. Por isso, todo usuário do SUS tem direito
a um atendimento acolhedor e resolutivo, como também, a conhecer todos os
profissionais envolvidos que cuidam de sua saúde (Brasil, 2004; Brasil, 2010).

Pois bem, até aqui vimos o acolhimento como um dos pilares da Política Nacional
de Humanização. Mas qual é a sua relevância para as ações de vacinação?

Sabemos que muitos são os fatores que podem distanciar o usuário da unidade de
saúde para se vacinar. Entre eles, uma visível mudança de percepção do risco, ou
seja, substituição do medo de contrair doenças que nunca vivenciaram pelo medo
de tomar vacinas; incertezas constantes quanto a segurança e eficácia das vaci-
nas; experiências anteriores negativas; dificuldade de acesso à vacinação (unida-
des de saúde distantes do local de moradia, disponibilidade de tempo para ir às
unidades em horário comercial) e barreiras administrativas como, por exemplo, o
horário de funcionamento das salas de vacina (OPAS, 2020).

Por que é
importante Esses fatores podem gerar uma relutância contra as
sabermos disso? vacinas e cabe aos trabalhadores da Atenção Primária
à Saúde (APS), independentemente da função que
exerçam, promover um ambiente acolhedor e confortá-
vel, de encontro e escuta, com respeito à privacidade, a
todos os cidadãos usuários do SUS que procuram a uni-
dade de saúde para se vacinar.

E assim, contribuirmos para que o Brasil volte a ser referên-


cia mundial em Imunização com altas coberturas vaci-
nais por todo o país (Brasil, 2010; OPAS, 2020).

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


17 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Tendo em vista o conteúdo anterior a respeito da PNH, temos que o acolhimento é,


em resumo:

“Processo constitutivo das práticas de produção e promoção de


saúde que implica responsabilização do trabalhador/equipe pelo
usuário, desde a sua chegada até a sua saída. Ouvindo sua queixa,
considerando suas preocupações e angústias, fazendo uso de uma
escuta qualificada que possibilite analisar a demanda e, colocando
os limites necessários; garantir atenção integral, resolutiva e responsá-
vel por meio do acionamento/articulação das redes internas dos
serviços (visando à horizontalidade do cuidado) e redes externas, com
outros serviços de saúde, para continuidade da assistência quando
necessário” (Brasil. 2006).

Agora que já sabemos um pouco sobre o que é o acolhimento na perspectiva da


saúde, vamos estudar quais são as estratégias e formas de realizá-lo, por meio de
uma escuta qualificada e com a criação de um ambiente de confiança e respeito,
no contexto da vacinação.

Escuta qualificada e criação de um ambiente


de confiança e respeito

Partindo do pressuposto que todas as pessoas que procuram uma UBS devem ser
acolhidas pela equipe da APS, o acolhimento deixa de ser uma ação pontual e
isolada dos processos de produção de saúde e se multiplica em inúmeras outras
ações, que partem do complexo encontro entre o sujeito profissional e o sujeito
demandante (usuário), e terá impacto diretamente nas ações de vacinação (Brasil,
2010).

No acolhimento direcionado para a vacinação, com o objetivo de aumentar sua


aceitação, é necessário que haja colaboração entre os principais agentes envolvi-
dos no processo: você (profissional das unidades de saúde) e os usuários (pacientes,
cuidadores, pais, mães, crianças) (OPAS, 2020).

Conforme alguns estudos indicam, os profissionais envolvidos com as ações de


saúde, ao dialogar com os usuários sobre questões de saúde, como por exemplo
quanto a decisão de vacinar, são tidos como a fonte de informações mais confiável
(OPAS, 2020).

Então, qual o seu papel, trabalhador, nesse processo?

https://www.youtube.com/watch?v=-MFL5Dtcbqs

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


18 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

É importante termos em mente que os comportamentos e decisões relacionados à


vacinação podem ser bastante amplos, sendo desde a total aceitação à total
rejeição. Porém, cabe ressaltar que, apesar dos grupos que rejeitam todas as vaci-
nas serem mais visíveis e atuantes, a maioria dos usuários optam pela vacinação
(OPAS, 2020).

Vamos então estudar algumas estratégias de comunicação que possibilitem seu


diálogo com os usuários que procuram a UBS:

Ÿ Parta do princípio que o usuário irá se vacinar: inicie a conversa partindo do


princípio de que usuário quer se vacinar. Outra forma de fazer isso é considerar
a possibilidade de haver alguma dúvida e iniciar a conversa sobre a vacinação
fazendo perguntas sobre a atitude e ou opinião do usuário em relação às vaci-
nas:

“Você veio se vacinar?”

“Seu cartão de vacinas está em dia?”

“Quantas doses de COVID você tomou?”

“Qual sua opinião sobre as vacinas?”

“Você concorda com que nós vacinemos seu bebê/filho (a) hoje?”

Ÿ Faça recomendações claras: fale sobre a importância, segurança e benefícios


da vacinação, para assim criar uma oportunidade de ouvir dos usuários os
motivos pelos quais eles não têm certeza sobre querer se vacinar, de forma que
os conceitos errôneos e informações falsas (fake news) sejam corrigidos e des-
mistificados. Na Unidade 3 veremos mais detalhes sobre as fake news no con-
texto da vacinação.

Ÿ Fale e ouça: escute e estimule comentários, reconhecendo as preocupações e


os medos manifestados, e, caso se apresentem indecisos, será necessário dedi-
car mais tempo a ouvi-los e sondar suas preocupações ou medos.

Ÿ Informe sobre os benefícios individuais e coletivos das vacinas: estudos mostram


que não basta apenas enfatizar os benefícios para a população em geral
(como a proteção da coletividade), é necessário falar também dos benefícios
para a pessoa (OPAS, 2020).

Ÿ Caso o profissional que esteja acolhendo o usuário não se sinta seguro quanto
às informações que precisam ser repassadas, ele deve encaminhar o usuário
para um profissional de referência em vacina da unidade de saúde.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


19 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Para saber sobre os benefícios da vacina, é necessário conhecer um pouco das


doenças transmissíveis, quais as sequelas que o indivíduo pode ter em caso de
agravamento e seus agentes causadores, conceitos que iremos estudar na
Unidade 2.

Também é importante que os profissionais que trabalham nas UBS, independente-


mente de estarem diretamente envolvidos com a vacinação, tenham conheci-
mento das principais perguntas que os usuários costumam apresentar. Seguem
então alguns dos questionamentos com sugestões de respostas, que poderão ser
utilizados de forma segura e assertiva pelo profissional da unidade.

Por que as pessoas devem ser vacinadas?


? As pessoas devem se vacinar para que se protejam de doenças, evitem
que tenham complicações e até mesmo evoluam para óbito (morte),
bem como evitar que passem a doença para outras pessoas.

As vacinas são realmente necessárias?

Mesmo que alguma doença tenha sido erradicada no Brasil, a circulação


?
de pessoas no mundo é muito grande, então a doença pode voltar para o
país caso a população não esteja vacinada. Se numa população muitas
pessoas forem vacinadas, o número de indivíduos que correm o risco de
transmitir a doença diminui, o que chamamos de imunidade coletiva ou
imunidade de rebanho.

Como as vacinas funcionam?


? As vacinas contêm vírus vivo (atenuado ou inativado) ou morto, ou frag-
mento de bactérias, que causam uma determinada doença, e preparam
assim o corpo da pessoa para combater a doença, produzindo anticor-
pos.

É seguro tomar vacinas?

Sim, as vacinas são muito seguras! Para que uma vacina seja aprovada são
?
realizados muitos estudos para saber se ela causa alguma reação adversa
grave e se é eficaz.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


20 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Quais riscos de tomas vacinas?


? Assim como qualquer intervenção de saúde, as vacinas podem causar
efeitos colaterais, porém a maioria deles é leve, como dor no local da
aplicação, desconforto geral ou febre baixa, que desaparecem em pou-
cos dias.

A imunidade natural é melhor do que a imunidade adquirida pela vacina?

Ao se pegar uma doença e sobreviver você pode ficar imune à essa


?
doença (não são todas), porém o risco de ter um agravamento da doen-
ça, sequela e até mesmo a morte, é muito alto.

Existe a possibilidade de uma vacina causar a mesma doença contra a


? qual deveria prevenir?

As vacinas são produzidas com vírus ou bactérias inativados, mortos, ou


com apenas fragmentos deles, como vimos acima, de modo que não é
possível que causem a doença (OPAS, 2020).

Você pode fazer os download das perguntas e respostas clicando abaixo:

Clique aqui para fazer download!

Como vimos até aqui, para que o profissional das unidades de saúde realize o
acolhimento de forma humanizada é necessário que tenha conhecimento das
diretrizes que norteiam a PNH, bem como saiba se comunicar com os usuários,
entendendo seu contexto e receios, adotando estratégias para uma comunica-
ção assertiva, a fim de responder da melhor forma as principais dúvidas com rela-
ção à vacinação.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


21 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

VAMOS
REVISAR?

Nesta unidade, nós aprendemos que saúde vai muito


além do campo biológico, podendo ser compreendi-
da em seu sentido amplo, por meio do reconhecimen-
to de fatores que impactam diretamente na qualida-
de de vida, para que o indivíduo possa, de fato, ser
considerado saudável.

Vimos, também, as conquistas realizadas ao longo do


tempo para que a saúde fosse considerada direito de
todos e dever do Estado, por meio da criação do SUS, o
maior sistema público de saúde do mundo.

Além disso, o acolhimento humanizado deve ser


rotina dos profissionais que atuam na UBS, possibilitan-
do o esclarecimento de dúvidas dos usuários e
aumentando a adesão à vacinação.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


22 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Vacinas e o processo
UNIDADE 2

de vacinação
Conteudistas: Josianne Dias Gusmão
Natátia Santana Silva
Rosângela Aparecida de Azevedo
Aline Mendes Vimieiro
Denisiane Geralda Araújo
Fernanda Luiza de Melo Francisco
Jeniffer Carolina Queiroz Rocha
Roberta Barros da Silva

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


23 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

UNIDADE 2
Vacinas e o processo de vacinação

Agora que você já sabe um pouco mais sobre o SUS e a impor-


tância do acolhimento, iremos dar continuidade à nossa jorna-
da do conhecimento abordando conceitos relacionados às
doenças transmissíveis e preveníveis por vacinas; conhecer um
pouco mais sobre o Programa Nacional de Imunizações (PNI),
considerado um sucesso mundial, e tratar alguns pontos essen-
ciais para a conservação dos imunobiológicos.

Vamos começar?

Capítulo 1: Doenças transmissíveis e agentes causadores

Conteudista: Josianne Dias Gusmão

Lista de abreviaturas e siglas do Capítulo:

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

PNI Programa Nacional de Imunizações

Para dar início a essa unidade vamos falar um pouco sobre Epidemiologia. Você
sabe o que é isso? Certamente você já ouviu falar.

A Epidemiologia é o estudo dos acontecimentos de saúde e dos seus determinan-


tes nas populações humanas, bem como a aplicação deste estudo na prevenção
e controle dos problemas de saúde (Brasil, 2010).

As doenças que acometem as populações são divididas em dois grupos: as doen-


ças transmissíveis e as doenças não-transmissíveis (Brasil, 2001).

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


24 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Uma doença transmissível (ou infecciosa) é aquela causada pela transmissão de


um agente patogênico (que pode ser um vírus, bactéria ou parasita) específico
para um hospedeiro suscetível (indivíduo que não apresenta resistência a este
patógeno). Pode ser transmitida para humanos:

• diretamente: de outros humanos ou animais infectados.

• indiretamente: por meio de vetores, partículas aéreas ou outros veículos. Os


vetores são insetos ou animais que carregam o agente infeccioso de pessoa para
pessoa. Veículos são objetos ou elementos contaminados (tais como: roupas,
talheres, água, leite, alimentos, sangue, plasma, instrumentos cirúrgicos) (Bonita
et. al, 2006).

Os principais tipos de agentes infecciosos ou agentes patogênicos e algumas das


doenças que eles provocam são (Brasil, 2001):

BACTÉRIAS
podem causar a tuberculose, difteria, tétano, coqueluche, doenças
diarreicas, sífilis, hanseníase, meningite, etc.

PROTOZOÁRIOS
podem causar a malária, doença de Chagas, amebíase, calazar, giar-
díase.

METAZOÁRIOS
podem causar a esquistossomose (barriga d’água), ascaridíase, etc.

FUNGOS
podem causar a impingem, o pano-branco, as micoses, o sapinho, as
“frieiras”, pneumonias, diarreias, etc.

VÍRUS
podem causar o sarampo, catapora, gripe, rubéola, poliomielite, hepati-
te, herpes, raiva, meningite, febre amarela, etc. Não são vistos pelos
microscópios comuns.

Para entender as relações entre os diferentes elementos que levam ao apareci-


mento de uma doença transmissível, podemos utilizar um esquema denominado
"cadeia epidemiológica", também conhecido como "cadeia de infecção".

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


25 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

CADEIA EPIDEMIOLÓGICA
AGENTE CAUSAL ESPECÍFICO

SUSCETIBILIDADE DO HOSPEDEIRO 6 1 RESERVATÓRIO

PORTA DE ENTRADA DO
NOVO HOSPEDEIRO
5 2
MODO DE TRANSMISSÃO
DO AGENTE 4 3 PORTA DE SAÍDA DO AGENTE

1. AGENTE CAUSAL ESPECÍFICO


Microorganismo patogênico (bactéria, vírus, fungos, parasita, etc.).

2. RESERVATÓRIO
Qualquer ser humano, animal, planta, etc. onde normalmente vive e se
multiplica um microorganismo patogênico, e do qual depende para sua
sobrevivência.

3. PORTA DE SAÍDA DO AGENTE


Caminho pelo qual o microorganismo patogênico sai do seu reservató-
rio. Ex: vias respiratórias (nariz, boca); pele; via genitourinárias (vagina,
pênis).

4. MODO DE TRANSMISSÃO DO AGENTE


Transmissão direta: pessoa a pessoa, ao tossir, falar, espirrar, tocar, beijar,
ter relações sexuais.

Transmissão indireta: por meio de objetos contaminados.

5. PORTA DE ENTRADA DO NOVO HOSPEDEIRO


As mesmas citadas como porta de saída do agente: vias respiratórias
(nariz, boca); pele, vias genitourinárias (vagina, pênis).

6. SUSCETIBILIDADE DO HOSPEDEIRO
Quando a pessoa não possui resistência suficiente contra um determina-
do microorganismo patogênico, podendo contrair a doença.

Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde, OPAS. 2010.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


26 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

São algumas doenças transmissíveis o sarampo, a esquistossomose, a sífilis, a polio-


mielite, malária, dengue, tuberculose, hanseníase e a coqueluche.

As doenças não-transmissíveis não se transmitem de uma pessoa para outra. Como


exemplo, o câncer, a asma, a desnutrição e a hipertensão arterial sistêmica (Brasil,
2001).

Com a evolução tecnológica na área da saúde, esperava-se que as doenças


infecciosas transmissíveis como malária, dengue, tuberculose e hanseníase reduzis-
sem sua importância como causa de morbidade (capacidade de produzir uma
doença) e mortalidade (número de óbitos causados por determinada doença) das
populações. A transição demográfica, demonstrada pela queda da mortalidade e
natalidade (número de nascidos vivos) e o aumento da expectativa de vida das
populações humanas, também influenciou para essa mudança. No entanto, na
década de 1980, a emergência da AIDS foi o primeiro alerta contra esta expectati-
va de fim da era das doenças infecciosas (Paz et al., 2009).

No Brasil, a transição epidemiológica não tem seguido o modelo da maioria dos


países industrializados, nem dos vizinhos latino-americanos, como o Chile, Cuba e
Costa Rica. Por aqui, há uma sobreposição de altas taxas de doenças não transmis-
síveis e de doenças transmissíveis, como dengue, cólera, o agravamento da malá-
ria, hanseníase e leishmanioses. Para além disso, a partir da década de 1960, o
envelhecimento rápido da população brasileira gerou a demanda por outros servi-
ços médicos e sociais que estavam mais disponíveis nos países industrializados, onde
a ocorrência de doenças não transmissíveis era maior que a ocorrência de doen-
ças transmissíveis (Schramm et al., 2004).

Em 1973 foi instituído o Programa Nacional de Imunizações (PNI) que organiza toda
a política nacional de vacinação da população brasileira e tem como missão o
controle, a erradicação e a eliminação de doenças imunopreveníveis. É conside-
rado uma das principais e mais relevantes intervenções em saúde pública no Brasil,
em especial pelo importante impacto obtido na redução de doenças nas últimas
décadas (Brasil, 2014).

Em especial a partir da segunda metade da década de 1990, o Brasil vem apresen-


tando um notável desempenho em relação ao controle das doenças preveníveis
por vacinas paralelamente ao aumento das coberturas vacinais (Luan e Silva,
2013).

Neste sentido, os principais aliados no âmbito do SUS são as secretarias estaduais e


municipais de saúde (Brasil, 2014). São as secretarias municipais de saúde que dis-
ponibilizam aos usuários todas as vacinas do PNI. Elas são a base para a vacinação,
como representado na figura a seguir.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


27 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

MINISTÉRIO DA SAÚDE
(NÍVEL NACIONAL)
NACIONAL

SECRETARIAS ESTADUAIS DE SAÚDE


(NÍVEL ESTADUAL) ESTADUAL

SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE


(NÍVEL MUNICIPAL)
MUNI
CIPAL

Fonte: Autores

SAIBA
MAIS!
Para obter mais informações sobre imunização, acesse o site
da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS):

https://www.paho.org/pt/imunizacao

Capítulo 2: Origem das vacinas

Conteudistas: Natátia Santana Silva e Rosângela Aparecida de Azevedo

Você já se perguntou como surgi-


ram as vacinas?

No Brasil, desde o início do século XIX, as vacinas são utilizadas como medida de
controle de doenças. Essa utilização foi sendo aprimorada até que no ano de 1973
foi instituído o Programa Nacional de Imunizações (PNI), regulamentado pela Lei
Federal nº 6.259, de 30 de outubro de 1975 e pelo Decreto n° 78.321, de 12 de agosto

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


28 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

de 1976, que criou o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) (Brasil,


2014).

CURIO-
SIDADE!

Como tudo começou….

A primeira vacina foi descoberta por Edward Jenner, que


VACINA
sistematizou os conhecimentos empíricos e criou a vacina,
de forma a prevenir a varíola, a partir da pústula formada
pelo vírus vaccinia nas tetas das vacas, em 1796!

Esta vacina jenneriana consistia na inoculação da "linfa" ou


"pus variólico" produzido por estas erupções da pele humana
provocadas pelo "cow-pox". Por este motivo, também era
chamada vacinação "braço a braço" devido ao método. No
entanto, o método começou a ser questionado quando se
percebeu que, além de perder o efeito após algum tempo,
ele poderia estar associado à transmissão de outras doenças,
em particular da sífilis.

Edward Jenner
A vacina chegou ao Brasil em 1804, por iniciativa do Barão de Criador:
Barbacena. O Barão enviou escravos a Lisboa para que Welcome
Library-London.
fossem imunizados à “maneira jenneriana” e, ao retornarem,
continuavam a vacinação de braço a braço.

Fonte: 40 anos do Programa Nacional de Imunizações, Ministério da Saúde, 2013.

A Origem da Vacina. Ordenhadora mostra sua mão


com varíola bovina a um médico, enquanto um
cirurgião oferece uma inoculação com varíola bovina
retirada de uma vaca. Gravura colorida, cerca
de 1800.

Fonte: Wellcome Collection

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


29 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Linha do Tempo – Origem das vacinas

Fonte: Adaptado pelas autoras de Brasil, 2004; Brasil, 2013 e Brasil, 2020.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


30 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Capítulo 3: Criação e estruturação do Programa Nacional de Imunizações (PNI)

Conteudistas: Aline Mendes Vimieiro e Denisiane Geralda Araújo

Lista de abreviaturas e siglas do Capítulo:

BCG Vacina do bacilo Calmette–Guérin

dT Vacina difteria e tétano (Dupla adulto)

DTP Vacina Difteria, Tétano e Coqueluche de células inteiras

dTpa Vacina difteria, tétano e coqueluche acelular

ESF Equipe de Saúde da Família

HPV Vacina contra papilomavírus humano

PNI Programa Nacional de Imunizações

PPV 23 Vacina Pneumocócica 23-valente

SCR Vacina Sarampo, Caxumba e Rubéola (Tríplice Viral)

Como vimos, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil foi estabelecido


em 1973, com o objetivo de coordenar e expandir a vacinação em todo o país. Sua
estruturação envolveu a criação de diretrizes e estratégias para garantir uma prote-
ção eficaz e abrangente da população. O PNI definiu um calendário nacional de
vacinação, indicando as vacinas específicas para cada faixa etária e grupo de
risco.

Você, trabalhador da Atenção Primária e


TÃO
CAR CINA
DE V
A
F
do SUS, conhece o Calendário Nacional
S/CP

de Vacinação?
o
mplet Cartã
o SU
e co
Nom

ento
nascim
Da ta de

O seu cartão de vacina está em dia?

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


31 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

O Cartão de Vacinação é um documento individual! Ele sempre deverá ser avalia-


do por um profissional da sala de vacina antes de realizar qualquer vacinação. Essa
avaliação é importante porque, por exemplo, não é necessário reiniciar a vacina-
ção se tem dose registrada na caderneta ou no sistema. Neste caso, o esquema
vacinal deverá ser completado.

Os usuários poderão ser vacinados em qualquer Unidade de Saúde (sala de vacina)


do município ou estado.

! ATENÇÃO

A vacinação não precisa ocorrer necessari-


amente naquele local (unidade de saúde)
onde o usuário está cadastrado pela equipe
de saúde da família (ESF). A vacinação é
universal, podendo ser realizada em qual-
quer unidade de saúde que tenha sala de
vacina!

Sendo assim, é necessário que os usuários sejam encaminhados à sala de vacina


para manterem o cartão atualizado!

A seguir, são apresentadas as vacinas que compõem o Calendário Nacional de


Vacinação na rotina (além das vacinas Covid-19 e Influenza que são administradas
em forma de Campanha), e as doenças contra as quais elas protegem, por ciclo de
vida:

VACINAS DE ROTINA VACINA

CRIANÇAS
VACINA BCG
Protege contra a tuberculose.

HEPATITE B
Protege contra a hepatite B.
ROTAVIRUS
Protege contra gastroenterite causada pelo rotavírus.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


32 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

PNEUMOCÓCICA
Protege contra doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae.

POLIOMELITE
Protege contra a poliomielite.
PENTAVALENTE
Protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae B e hepatite B.
MENINGOCÓCICA C
Protege contra a meningite meningocócica sorogrupo C.

FEBRE AMARELA
Protege contra a febre amarela.
TRÍPLICE VIRAL (SCR)
Protege contra sarampo, caxumba e rubéola.

VARICELA
Protege contra a catapora.

HEPATITE A
Protege contra a hepatite A.
TETRA VIRAL
Protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
DTP
Protege contra difteria, tétano e coqueluche.

INFLUENZA
Protege contra o vírus da gripe.
COVID-19
Protege contra o coronavírus.

A partir de 7 anos (para indivíduos sem comprovação vacinal ou para completar


esquema vacinal incompleto):

DIFTERIA E TÉTANO (DT)


Protege contra a difteria e tétano.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


33 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

ADOLESCENTES

HPV
Protege contra o papilomavírus humano e previne o câncer do colo do útero.

MENINGOCÓCICA ACWY
Protege contra a meningite meningocócica sorogrupos A, C, W e Y.
DIFTERIA E TÉTANO (DT)
Protege contra a difteria e tétano.

INFLUENZA
Protege contra o vírus da gripe.
COVID-19
Protege contra o coronavírus.

GESTANTES
HEPATITE B
Protege contra a hepatite B.

DIFTERIA, TÉTANO E PERTUSSIS ACELULAR (DTPA)


Protege contra a difteria, tétano e coqueluche.
DIFTERIA E TÉTANO (DT)
Protege contra a difteria e tétano.

INFLUENZA
Protege contra o vírus da gripe.
COVID-19
Protege contra o coronavírus.

ADULTOS E IDOSOS
HEPATITE B
Protege contra a hepatite B.

TRÍPLICE VIRAL (SCR)


Protege contra sarampo, caxumba e rubéola.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


34 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

DIFTERIA E TÉTANO (DT)


Protege contra a difteria e tétano.

FEBRE AMARELA
Protege contra a febre amarela.

INFLUENZA
Protege contra o vírus da gripe.
COVID-19
Protege contra o coronavírus.

60 anos (acamados ou institucionalizados):

PNEUMOCÓCICA 23-VALENTE (PPV 23)


Protege contra a meningite, sepse, pneumonias, sinusite, otite e bronquite.

É muito importante guardar o cartão de vacinas com


cuidado, pois é um documento e comprova a vacin-
ação do usuário. Caso o indivíduo não tenha o cartão
de vacinas ou o tenha perdido, os registros poderão ser
avaliados no sistema de informação utilizado pela
unidade de saúde, prosseguindo com os esquemas
vacinais.

Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais

Existem pessoas com condições clínicas especiais. Para estes usuários, estão dispo-
níveis os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). Nestes locais
são oferecidas vacinas, soros e imunoglobulinas que não são oferecidos na rotina
das salas de vacina das Atenção Primária à Saúde. Entre as condições especiais,
podemos citar:

Ÿ Diabetes
Ÿ Doenças do coração
Ÿ Doenças do fígado

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


35 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Ÿ Doenças do pulmão
Ÿ Doenças do rim
Ÿ Doenças neurológicas crônicas e/ou incapacitantes
Ÿ Pessoas com câncer
Ÿ Pessoas que vivem com HIV/Aids
Ÿ Pessoas com comprometimento do sistema imunológico
Ÿ Pessoas que convivem com aquelas que possuem comprometimento do siste-
ma imunológico

No estado de Minas Gerais temos atualmente seis CRIE físicos funcionando, nos
municípios de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros, Divinópolis, Patos de Minas
e Uberlândia. A proposta é que estes serviços sejam ampliados no estado.

Além dos CRIE físicos, temos também CRIE Virtuais, onde as vacinas recomendadas
são avaliadas por profissionais de saúde, conforme prescrição médica, e seguem
até o usuário por meio das Unidades Regionais de Saúde.
SAIBA
MAIS!
Acesse o site da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) e
veja vídeos e mais informações sobre o CRIE:

https://familia.sbim.org.br/seu-
calendario/pacientes-especiais

CURIO-
SIDADE!

O ex-jogador de basquete Oscar Schmidt lançou, junto com a SBIM, a


Campanha “Crie Mais Proteção”, com o objetivo de facilitar o acesso a
este serviço. Ele tem câncer e conta um pouco da sua história e de como
é importante a vacinação para pessoas com condições clínicas especi-
ais:

https://www.youtube.com/watch?v=Y3
KavMx5fc4&t=1s

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


36 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Diante da queda das coberturas vacinais e do aumento da insegurança das pesso-


as em relação às vacinas, podemos pensar: além das salas de vacina abertas, quais
estratégias podemos utilizar para alcançar um maior número de pessoas e facilitar o
acesso à vacinação?

As estratégias de vacinação são ações realizadas pelas Unidades de Saúde com


objetivo de alcançar de forma efetiva e abrangente a população. Essas estratégias
podem variar de acordo com o tipo de vacina, a doença a que protegem, as doen-
ças que estão circulando no município ou na área da unidade e as características
da população. Aqui estão algumas das principais estratégias de vacinação utiliza-
das:

ESTRATÉGIAS DE VACINAÇÃO VACINA

VACINAÇÃO DE ROTINA
É a estratégia mais utilizada na Imunização, onde as vacinas são administradas
nas salas de vacina de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação e
são recomendadas por faixas etárias.

CAMPANHAS DE VACINAÇÃO
São ações de curto prazo que têm como objetivo alcançar rapidamente uma
grande proporção da população para controlar ou eliminar uma doença
específica. Exemplos: vacinação contra a gripe (Influenza), contra a COVID-
19, entre outras.

Campanha de Vacinação no município de Araporã/Unidade Regional de


Saúde de Uberlândia - Minas Gerais, Brasil. Foto cedida pelo município e
enviada pela Unidade Regional de Saúde.

Fonte: Campanha de Vacinação contra Covid-19 no município de


Contagem (MG), Comunidade dos Arturos.

VACINAÇÃO EM GRUPOS-ALVO ESPECÍFICOS


Algumas vacinas são direcionadas para grupos populacionais específicos
com maior risco de contrair determinadas doenças ou que têm maior probabi-

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


37 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

lidade de desenvolver complicações graves. Grupos-alvo podem incluir ido-


sos, gestantes, profissionais de saúde, indivíduos com comorbidades, entre
outros.

INTENSIFICAÇÃO DA VACINAÇÃO
Consiste na ação de intensificar a vacinação da rotina com o propósito de
proteger as pessoas que ainda não foram vacinadas ou não completaram o
esquema vacinal.

Vacinação casa a casa no município de Timóteo (MG).


Fonte: Google

VACINAÇÃO DE VIAJANTES
Os viajantes devem verificar as vacinas específicas para proteção contra
doenças presentes nos locais para onde irão viajar. Isso ajuda a prevenir a
propagação de doenças entre os países.

VACINAÇÃO EM RESPOSTA ÀS EMERGÊNCIAS


DE SAÚDE PÚBLICA
Em situações de emergência, como epidemias, pandemias ou desastres natu-
rais, a vacinação pode ser uma medida para conter a disseminação de doen-
ças e proteger a população.

Vacinação contra Covid-19 na Universidade Federal de Minas Gerais


(UFMG), município de Belo Horizonte.
Fonte: Google

IMUNIZAÇÃO EM MASSA (OU BLOQUEIO)


Em algumas situações, como surtos localizados de algumas doenças, pode ser
necessária a imunização de uma população específica para evitar a dissemi-
nação da enfermidade para outras áreas ou grupos.

MONITORAMENTO RÁPIDO DE COBERTURA VACINAL


Ação de vacinação por meio de visita casa a casa para avaliar a situação
vacinal dos residentes, em curto espaço de tempo, em uma determinada
área geográfica e tem como objetivo resgatar e vacinar os não vacinados.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


38 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

A utilização de variadas estratégias de vacinação é fundamental para o sucesso


da imunização e consequentemente controle e erradicação de doenças prevení-
veis pelas vacinas. As estratégias devem ser instrumentos aplicados de acordo com
a realidade de cada bairro e/ou município, sendo necessário avaliar as característi-
cas de cada doença e população-alvo.

O acesso universal, a adesão de todos e o envolvimento com a vacinação dos


trabalhadores da saúde são essenciais para garantir a proteção individual e coleti-
va contra doenças imunopreveníveis.

! ATENÇÃO

Só conseguiremos a proteção adequa-


da da população contra as doenças
preveníveis por vacina se todos nós,
trabalhadores da saúde, entendermos
a importância e orientarmos a vacina-
ção! Contamos com seu apoio!

Capítulo 4: Rede de Frio: Transporte, acondicionamento e armazenamento


de vacinas e imunobiológicos

Conteudistas: Fernanda Luiza de Melo Francisco e Jeniffer Carolina Queiroz


Rocha

Lista de abreviaturas e siglas do Capítulo:

PNI Programa Nacional de Imunizações

No capítulo anterior estudamos um pouco de cada vacina e a estruturação do PNI.


Agora precisamos compreender que as vacinas são produtos termolábeis, ou seja,
sensíveis às alterações de temperatura. Quando expostas a temperaturas fora da
faixa recomendada pelo fabricante (temperaturas altas ou de congelamento), as
vacinas podem perder sua potência imunogênica, que é a capacidade de gerar o
efeito esperado: imunizar contra infecções (Brasil, 2017).

Para garantir que as vacinas tenham as características esperadas desde sua fabri-

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


39 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

cação até a aplicação nos usuários, é importante mantê-las em temperatura de 2


°C a 8 °C durante todo o processo logístico, que engloba: transporte, armazena-
mento e distribuição até sua utilização final.

Nesse sentido é importante monitorar periodicamente a temperatura de armaze-


namento das vacinas, seja em câmaras refrigeradas ou caixas de transporte.

Para entender um pouco como tudo funciona na prática, assista ao vídeo gravado
na Central Estadual e Central Regional de rede de frio de Belo Horizonte.

https://www.youtube.com/watch?v=m
H6t70W99PQ

IMPORTANTE!

E se a energia acabar?

Sempre que as vacinas forem expostas a temperatura


inadequada, seja por problemas na rede elétrica ou
outros motivos, é importante acondicionar os frascos
imediatamente à temperatura ideal de conservação (2 °C a 8
°C) mantendo-os identificados e separados dos demais
disponíveis para utilização (Brasil, 2017).

As vacinas, como todos os produtos para saúde, passam por


rigorosos testes e pesquisas antes de serem liberadas para uso.
Entre eles é testado sua estabilidade – capacidade de
conservar suas características originais quando expostos a
condições de armazenamento inadequadas (Brasil, 2017).

Portanto, se acontecer alguma das situações a seguir:


Ÿ Falta de energia na unidade;
Ÿ Câmara refrigerada desligada;
Ÿ Alarme da câmara refrigerada sonoro ou luminoso acionado;
Ÿ Porta da câmara refrigerada aberta.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


40 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

! ATENÇÃO

Comunicar imediatamente ao profissional


de enfermagem responsável pela sala de
vacina!

O profissional de enfermagem responsável pela sala de vacina fará o registro de


ocorrência de alteração de temperatura e o enviará para análise da Secretaria de
Estado da Saúde.

Além da conservação em temperatura adequada, outras ações são orientadas a


fim de garantir que as vacinas sejam ofertadas com qualidade aos usuários, no
âmbito da Rede de Frio. São elas:

Ÿ Elaboração de procedimentos padronizados para execução dos processos


logísticos de distribuição e transporte.
Ÿ Área específica para separação/conferência de vacinas.
Ÿ Dupla checagem na distribuição e recebimento das vacinas.
Ÿ Inventário periódico do estoque nas unidades.
Ÿ Prioridade para utilização do lote mais antigo.

Todos esses processos estão compreendidos na Gestão da Qualidade da Cadeia


de Frio.

Uma importante ferramenta na Gestão da Qualidade da Cadeia de Frio é o Plano


de Contingência. Você sabe o que é esse plano? Já ouviu falar desse documento
em sua unidade?

Trata-se de um documento com orientações de como agir nas situações adversas:


falta de energia, falha de equipamentos, vandalismo, etc. Todos os trabalhadores
da unidade devem ter conhecimento do Plano de Contingência e, principalmente,
ter clareza de como agir, dentro de suas competências, diante de uma situação
adversa.

Você conhece o Plano de


Contingência da sala de vacina do
local onde você trabalha?

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


41 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Se não, que tal conhecer?

Você pode ser essencial para evitar


a perda de imunobiológicos diante
de alguma intercorrência!

Capítulo 5: Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou


Imunização (ESAVI)

Conteudista: Roberta Barros da Silva

Lista de abreviaturas e siglas do Capítulo:

Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou


ESAVI
Imunização

APS Atenção Primária à Saúde

Você já ouviu as pessoas dizerem que tiveram


reação às vacinas?

O que as pessoas chamam de reação à vacina é denominado tecnicamente de


Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização (ESAVI). Vamos
conhecer sua definição?

Os Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização (ESAVI) são even-


tos adversos que podem ocorrer após a administração de uma vacina.

É importante ressaltar que as vacinas são seguras e os benefícios da imunização


superam amplamente os riscos (Brasil, 2020). Nem todos os eventos de saúde que
ocorrem após a vacinação são devidos à vacina ou à vacinação. Muitas vezes
situações relacionadas ao estado fisiológico da pessoa ou causadas por doenças
que ocorrem concomitantemente ou após a vacinação podem coincidir com o

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


42 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

período em que a pessoa foi vacinada (OMS, 2020).

Qualquer sinal, sintoma, doença ou testes laboratoriais de resultados anormal,


indesejável ou inesperado que apareçam em uma pessoa que recebeu algum
imunobiológico é considerado um ESAVI. Veja a imagem a seguir:

Fonte: Autores

Os eventos adversos mais comuns são geralmente leves e temporários,


destacando-se: dor no local da vacinação, febre, fadiga, reações alérgicas leves,
como urticária ou coceira. No entanto, é importante procurar atendimento médico
se os sintomas forem graves ou persistentes. Além disso, eventos adversos mais
graves, como reações alérgicas graves (anafilaxia), são extremamente raros, mas
os profissionais de saúde estão preparados para lidar com essas situações caso
ocorram (Brasil, 2020).

RISCOS
BENEFÍCIOS

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


43 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Afinal, qual a importância da divulgação de informações sobre os ESAVI?

A clareza e a transparência na comunicação sobre os ESAVI são fundamentais


para manter a confiança das pessoas nos imunobiológicos e garantir uma alta
adesão ao esquema vacinal. Uma cobertura vacinal adequada é essencial para
prevenir e controlar doenças imunopreveníveis, proteger a saúde individual e
coletiva, e evitar surtos e epidemias (Kfouri, 2022).

Todos os trabalhadores da APS desempenham um papel importante no ambiente


de saúde. Os recepcionistas e os vigias, por exemplo, são as primeiras pessoas que o
usuário faz contato quando entra na unidade de saúde.

Embora não sejam profissionais de saúde, desempenham um papel significativo na


divulgação de informações sobre os ESAVI e na promoção da confiança nas
vacinas.

Algumas maneiras pelas quais TODOS podem ajudar:

Forneça materiais informativos: ter folhetos ou materiais informativos disponíveis na


recepção ou áreas de espera pode ser uma maneira eficaz de fornecer
informações aos usuários sobre os eventos adversos mais comuns, explicando que
eles geralmente são leves e temporários.

Converse sobre a experiência: quando um usuário aguarda atendimento, você


pode perguntar se ele está ciente de que alguns eventos adversos leves podem
ocorrer após a vacinação e explicar que isso é uma indicação de que o sistema
imunológico está respondendo à vacina.

Promova e enfatize a importância da vacinação: você deve enfatizar a importân-


cia da vacinação para a saúde individual e coletiva, mencionando como as vaci-
nas têm sido cruciais para reduzir a incidência de doenças graves.

Comunique experiências pessoais positivas: você pode contar a sua experiência


com a vacinação e de seus conhecidos, compartilhando pontos positivos para
aliviar preocupações e ansiedades.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


44 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Encaminhe o usuário aos profissionais de saúde: se um usuário expressar


preocupações significativas ou perguntas sobre eventos adversos, você deve
encorajá-lo a conversar com um profissional de saúde para obter informações mais
detalhadas e personalizadas.

Reforce a confiança nas autoridades de saúde: Explique e enfatize que as vacinas


são rigorosamente testadas e aprovadas pelas autoridades de saúde antes de
serem disponibilizadas ao público.

Em todas essas situações, o aconselhamento


médico e de enfermagem não deve ser
substituído!

Os demais trabalhadores da APS podem servir


de fonte de informações básicas e apoio para os
usuários, no sentido de desempenharem um
valioso papel na construção da confiança nas
vacinas e na conscientização sobre os ESAVI!

Nessa Unidade, abordamos conceitos relacionados às doenças transmissíveis e


preveníveis por vacinas; conhecemos um pouco mais sobre o Programa Nacional
de Imunizações (PNI), considerado um sucesso mundial, tratamos alguns pontos
essenciais para a conservação dos imunobiológicos: e conhecemos a importância
das divulgação de informações sobre os ESAVI.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


45 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

UNIDADE 3

Vacinação:
responsabilidade de todos
Conteudistas: Priscilla Sayuri Fujiwara
Ricarda Helena Caiafa

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


46 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

UNIDADE 3
Vacinação: responsabilidade de todos
Chegamos a última unidade do curso!

Nesta unidade vamos compreender o papel do trabalhador de saúde da APS no


combate às fake news e na mobilização social para a vacinação, principalmente
aqueles que estão em contato com a população em sua rotina de trabalho. Em
um contexto em que os indivíduos, pais e/ou responsáveis são influenciados por
notícias e informações não verídicas acerca da segurança das vacinas, os traba-
lhadores de saúde podem mobilizar a sua comunidade local e serem fontes con-
fiáveis de informações.

Para que os trabalhadores da APS tenham mais segurança quanto ao seu papel,
também como mobilizadores e fonte de informações confiáveis, alguns pontos
serão abordados nesta Unidade do curso:

1. O que são fake news, infodemia e desinformação e


quais são as principais dúvidas que influenciam na baixa
cobertura vacinal.

2. O que é mobilização social em saúde.

3. Como as ações de mobilização social em saúde


podem ser uma ferramenta para os trabalhadores em
saúde informarem e orientarem a comunidade local.

Vamos começar?

Capítulo 1: As fake news no contexto da vacinação

Conteudistas: Priscilla Sayuri Fujiwara e Ricarda Helena Caiafa

Lista de abreviaturas e siglas do Capítulo:

APS Atenção Primária à Saúde

Fiocruz Fundação Oswaldo Cruz

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


47 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

IFCN International Fact-Checking Network

OMS Organização Mundial da Saúde

SRS Superintendência Regional de Saúde

SUS Sistema Único de Saúde

UBS Unidade Básica de Saúde

Para darmos início ao tema desta unidade, consideramos importante compreen-


der o contexto atual da comunicação e a sua relação com a saúde pública, espe-
cialmente com a vacinação. Vamos refletir sobre como utilizamos as redes sociais;
como se dão as trocas e compartilhamento de informações; quais crenças e
conhecimentos influenciam nas decisões da população em se vacinar ou não. Em
outras palavras, veremos nesta unidade como a comunicação pode estar relacio-
nada com a adesão à vacinação, impactando nas coberturas vacinais.

Recentemente, a pandemia causada pela Covid-19 provocou no Brasil mais de 700


mil mortes e mais de 37 milhões de casos, segundo dados de agosto de 2023 do
Ministério da Saúde. No Brasil, as primeiras pessoas começaram a ser vacinadas a
partir de janeiro de 2021. Após dois anos, ainda são notificadas por semana aproxi-
madamente 157 mortes.

Mesmo com um método de prevenção segu-


ro e eficaz, que são as vacinas, diante de uma
das pandemias mais avassaladoras da histó-
ria recente, por que ainda a cobertura vacinal
da covid-19 é tão baixa?

Mais do que nunca, cabe ao profissional de saúde e demais profissionais das


Unidades de Saúde o devido esclarecimento, de acordo com suas competências,
utilizando uma linguagem simples e acessível sobre a importância, efetividade e
segurança das vacinas. É importante também o apoio de redes de colaboração,
como instituições educacionais, professores, conselhos tutelares e os de saúde para
fortalecer os esclarecimentos à sociedade civil.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


48 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Vídeo - Vacina: saúde, direito e cidadania

Cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), dedicados a investigar


doenças que podem ser prevenidas pela vacinação, reforçam a
importância de estar com as doses em dia. Fique atento ao calendário
nacional de vacinação. Compartilhe o vídeo com aquele amigo que
não acredita nas vacinas:

https://www.youtube.com/watch?v=4E
1wHd4txLM

IMPORTANTE!
‘‘Agências de saúde de vários países continuam afirmando que
as vacinas são seguras e que o número de eventos [adversos]
relatados é pequeno frente aos milhões de doses que já foram
aplicadas nessa faixa etária [infância]. Desse modo, os
benefícios ultrapassam os riscos e os pais e responsáveis devem
ser apoiados e incentivados a levar os seus filhos para serem
imunizados." (FIOCRUZ, 2022, p. 1)

Você já ouviu falar no termo “pós-verdade”? Você sabia que existe uma relação
entre esse termo e as fake news (notícias falsas)?

Alguns conceitos muito divulgados e discutidos atualmente (Santos, 2002;


D’Ancona, 2018) nos ajudam a entender a importância das informações
verdadeiras, de fontes confiáveis e oficiais para a adesão das pessoas à
vacinação.

Pós verdade: fenômeno social que explica opiniões baseadas em crenças pessoais,
ideologias ou sentimentos, quando pouco importam os dados factuais, os
resultados das pesquisas científicas ou a cobertura jornalística imparcial dos
acontecimentos. Há uma indiferença ou até mesmo repulsa pelas informações
verídicas.

Fake News: são, literalmente, notícias falsas.

Desinformação: a informação propositalmente enganosa, manipulação e


distorção das notícias de forma descontextualizada e fragmentada com o objetivo

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


49 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

de desinformar. Não é necessariamente falsa e, muitas vezes, trata-se de distorções


ou partes da verdade que apelam para o aspecto emocional levando a pessoa
sentir-se informada.

Infodemia: excesso de informações, algumas precisas e outras não, que tornam


difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa (OMS,
2023).

Em uma conversa polêmica em um grupo de Whatsapp, quem nunca se deparou


com o argumento: “essa é a minha opinião”? A pós-verdade tem ganhado força
por meio da propagação de fake news que apelam para as emoções, como
medo; para as crenças pessoais, como a religião e a cultura popular; e para o
posicionamento ideológico, seja ele de esquerda, direita, liberal ou conservador.

As fake news, traduzidas literalmente como notícias falsas, são produzidas de forma
que pareçam uma notícia jornalística, mas não são. É uma notícia construída de
forma intencionalmente errada, que leva o leitor a se sentir bem informado.

DICAS DE VÍDEOS PARA NÃO CAIR EM FAKE NEWS

Como identificar as fake news?

https://www.youtube.com/embed/II
buMHZPsNs

Fake news: como saber se uma notícia é falsa?

https://www.youtube.com/embed/A
LS8PhTX4k8

7 passos para identificar notícias falsas

https://www.youtube.com/embed/1
XYNl91Zh7c

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


50 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

A disseminação das fake news por meio das mídias sociais pode influenciar o
processo de imunização de forma negativa, impactando nas escolhas de um
grupo populacional, podendo comprometer e contribuir com a redução das
coberturas vacinais.

Apesar das mídias e redes sociais serem uma importante ferramenta para a
popularização da ciência e de intercomunicação entre o cidadão, os profissionais
de saúde e pesquisadores, as redes sociais abrem também uma oportunidade
significativa para a disseminação de informações falsas e distorcidas, produzindo
desinformação.

Sabendo que as redes sociais têm contribuído para proliferar as fake news sobre a
vacinação, um recurso fundamental para a promoção da saúde pública, qual é o
papel dos profissionais e dos trabalhadores da área da saúde?

Todos aqueles que atuam no SUS como


trabalhadores da saúde têm um papel
fundamental como uma fonte de informações
legítima e com credibilidade junto à comunidade
que atuam. É preciso estar preparado para
esclarecer os mitos e desmentir informações falsas.

Para isso, é importante compreender quais são as


dúvidas mais frequentes, o papel da mobilização
social por meio da comunicação e as principais
fontes de apuração de informações oficiais.

Não compartilhar fake news que interfiram na


saúde pública também é imprescindível, já que a
palavra do trabalhador da saúde tem um peso
grande e isso pode afetar a saúde e a qualidade
de vida do coletivo

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


51 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

PARA PENSAR:
Sabia que, como trabalhador da saúde, você contribui para
ampliação e manutenção das taxas de cobertura vacinal, ao utilizar
estratégias de comunicação voltadas para o apoio e incentivo à
vacinação?

Quais são as principais fontes de


informações de
sua comunidade?

Como você filtra o que é verídico


ou não?

Diante de uma notícia falsa,


como e onde você busca se
informar?

A sua unidade de saúde se


preocupa em divulgar
informações e orientar a
população local?

Você percebe alguma redução na cobertura vacinal em seu


território em decorrência de desinformação
ou fake news relacionadas à vacina?

Você sabia que existem grupos de pessoas que promovem ações contrárias à
vacinação, conhecidos como “movimentos antivacina”?

Muitas informações divulgadas por esses grupos antivacinas são falsas ou, ao invés
de informar, tem como objetivo confundir e desinformar as pessoas influenciando-
as a não se vacinarem. Assim, existe uma relação entre os movimentos antivacina e
a disseminação de fake news e propagação de desinformação, como veremos a
seguir.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


52 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Movimento Antivacina e fake news

O infectologista Guido Carlos Levi (2013) descreve que as decisões de pais e


responsáveis de não vacinarem seus filhos acontecem por diversos motivos, como:
filosóficos, religiosos, por medo de eventos adversos ou até mesmo por orientação
médica.

Informações que colocam em dúvida o método de prevenção são propagadas


pelos grupos antivacinas em sites de redes sociais e se fortaleceram, ganhando
mais adeptos, a partir do resgate de um artigo fraudulento publicado na revista
científica britânica Lancet em 1998, pelo médico Andrew Wakefield, que
relacionou a síndrome do espectro autista à vacina tríplice viral, que imuniza contra
sarampo, caxumba e rubéola. “Esta relação foi descartada pela comunidade
científica em novos estudos, mas o dano já havia sido feito; o boato de que a vacina
tríplice viral causa autismo perdura até hoje e é um dos discursos que circulam nos
grupos antivacinas.” (SHIMIZU 2018, p. 89).

A adesão da população ao movimento e aos grupos antivacinas no Brasil


preocupa as autoridades sanitárias. O compartilhamento e divulgação crescente
de informações falsas com o objetivo de enganar as pessoas para desconfiarem da
eficácia e segurança das vacinas tornou-se um problema de saúde pública no
Brasil.

DICA DE VÍDEO
Vivemos uma pandemia de fake news?

https://www.youtube.com/embed/8
qyyhbYkDB0

O movimento antivacina tem visibilidade em grupos de Whatsapp e Telegram,


além de sites de redes sociais, como Youtube, onde os perfis divulgam vídeos com
argumentos que se posicionam contra as campanhas de imunização. São perfis de
pessoas que se intitulam como médicos, cientistas e até mesmo filósofos que
produzem vídeos para alertar as pessoas a “não se vacinarem”, “deslegitimando
cientificamente os benefícios das vacinas” ou até mesmo relacionando as
campanhas de imunização a uma “teoria da conspiração”, que pretende
enriquecer a indústria farmacêutica ou reduzir a população mundial.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


53 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

O que as pesquisas dizem?

"Segundo agências de checagem de fatos [e notícias], 90% dos textos abordam a


questão da segurança das vacinas. Eles distorcem estudos, peças publicitárias e
até falas do Diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, parte dos
conteúdos trazem vídeos de médicos e especialistas (nem sempre reconhecidos
pela comunidade científica) que desaconselham vacinar as crianças, contribuindo
para confundir a população." (Gomes, 2022)

PARA
REFLETIR! Você identifica alguma(s) fake news
e/ou desinformação que tenha impacto
em sua comunidade? Qual ou quais?

Como você avalia que as pessoas são


convencidas da veracidade dessa
notícia e informação?

Diante do contexto de que as fake news


são um fato na atualidade e de que
elas interferem na adesão à vacinação
da população, como podemos agir em
nosso cotidiano de trabalho para evitar
disseminação de fake news e/ou
desinformação?

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


54 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Que estratégias podem ser


utilizadas para não propagar
fake news e/ou
desinformação?

Que estratégias podemos utilizar para


favorecer a compreensão das pessoas
de que as vacinas são importantes e
efetivas para o controle de doenças e
para a saúde da população?

Esclarecendo fake news

Uma maneira muito efetiva de se esclarecer as fake news é por meio das agências
de checagem, que apuram as notícias de forma a saber se são falsas ou
verdadeiras. Elas trabalham com métodos científicos e imparcialidade. As
agências podem adotar uma metodologia diferente, mas os parâmetros são
definidos pela Rede Internacional de Checagem de Notícias, ou em inglês, IFCN -
International Fact-Checking Network, os quais definem os princípios de uma
checagem de fatos:

“ há um caminho que deve ser obrigatoriamente percorrido pelos


checadores que devem usar fontes checáveis: bancos de dados
oficiais, documentos históricos, legislações, declarações de especi-
alistas sobre o assunto que está sendo debatido com fundamento
científico, verificável e oficial. A pessoa que lê deve poder consultar
o que o checador consultou. Por isso, a gente usa apenas o que é
checável” (Pleno News, 2020).

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


55 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Confira aqui as principais agências brasileiras de checagem de


notícias falsas

ESTADÃO
LUPA COMPROVA
VERIFICA

UOL Boatos.org
AOS FATOS
Confere

FATO OU FAKE E-FARSAS

Confira aqui fontes de informações oficiais:

Secretaria de Estado de
Saúde de Minas Gerais

Ministério da Saúde

Organização Mundial da
Saúde

Conselho Nacional de
Secretários de Saúde

Instituto Butantan

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


56 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Dica: A Secretaria de Estado de Saúde de Minas


Gerais (SES-MG) tem um grupo no whatsapp que
também é uma excelente forma de se manter
sempre atualizado com informações oficiais e
das campanhas realizadas pelo governo estadu-
al. Além disso, é também uma ferramenta de
mobilização social. Por meio do link abaixo, você
também pode fazer parte deste grupo, clique
abaixo!

CLIQUE AQUI!

Capítulo 2: Mobilização Social: estratégia de comunicação em apoio à


vacinação
Conteudistas: Priscilla Sayuri Fujiwara e Ricarda Helena Caiafa

Neste capítulo, vamos refletir sobre Mobilização Social e entender um


pouco mais sobre esse tema. Vamos começar?

Para Toro e Werneck (1996), mobilizar é convocar vontades para um


propósito determinado, para uma mudança na realidade. Ainda pen-
sando no nosso exemplo, o processo de mobilização social demanda a
reunião de sujeitos, como trabalhadores de saúde, professores, mães e
pais, conselheiros tutelares, que ao definirem objetivos, compartilham:

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


57 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Sentimentos como responsabilidades e


o desejo pela conhecimentos ações efetivas para
melhora da cober- sobre a eficácia orientar e informar a
tura vacinal, o e segurança dos população para a
medo do retorno de imunizantes. transformação de
doenças transmissí- uma dada realida-
veis e erradicadas. de.

É a partir deste compartilhamento que diferentes indivíduos ou setores da


sociedade se reúnem para começar ou transformar determinados processos,
cenários ou ações. A mobilização é social quando movida por um acordo em
relação a determinada causa de interesse público em um processo contínuo para
o bem coletivo (Toro e Werneck, 1996).

O ponto de partida para os trabalhadores de saúde é identificar qual é a


necessidade de mudança, estimulando e sensibilizando a sociedade por meio de
ações e práticas de comunicação, informação e educação. Assim, as pessoas se
tornam corresponsáveis e colaboram com as mudanças que são necessárias e
desejadas.

Comunicação e Mobilização Social em Saúde na prática

A mobilização social em saúde envolve diálogo, cuidados, educação e promoção


à saúde. Esses processos buscam transformar a realidade das pessoas envolvidas e
fortalecer a Saúde Pública, tornando o cidadão protagonista nas políticas
públicas. O mobilizador deve fomentar o diálogo na comunidade e a sua
participação por meio de estratégias que estimulem a conscientização da
importância da vacinação. Podem ser realizadas parcerias com escolas e
empresas, ações lúdicas e palestras instrutivas, como aconteceu em Uberaba e
Ipiaçu, no Triângulo Mineiro.

A Secretaria Municipal de Saúde realizou parcerias com as escolas e contou com a


atuação dos professores, que trabalharam a temática da vacinação ao longo da
semana, explicando o que é e qual a sua importância. Depois de sensibilizados, os
alunos e suas famílias foram convidados para irem à escola em sábados letivos,
quando foram feitas palestras voltadas a toda a família, realizando logo após, a
multivacinação de toda a comunidade presente.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


58 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Uma outra estratégia foi o Arraiá da Vacinação, em Ipiaçu, promovido pelos


profissionais de saúde. Além de serem vacinadas, orientadas e informadas, as
pessoas também participaram de um café da manhã super animado! Alegria e
saúde também podem caminhar juntas!

Arraiá da Vacinação em Ipiaçu


Foto: Divulgação SMS Ipiaçu

SAIBA
MAIS!
Saiba mais como o “arraiá” e parcerias são estratégias para aumentar a
cobertura vacinal contra gripe e Covid no Triângulo Mineiro:

https://www.saude.mg.gov.br/component/gmg/story/18452-
arraia-e-parcerias-sao-estrategias-para-aumentar-a-
cobertura-vacinal-contra-gripe-e-covid-no-triangulo-mineiro

Para que aconteça a mobilização, é de suma importância que toda a equipe da


UBS se reúna e faça um levantamento de quais são as dificuldades enfrentadas no
processo de adesão da comunidade à vacinação e reflitam porque as pessoas
não querem se vacinar.

É importante também identificar quais são as principais fake news e desinformações


que circulam localmente, pesquisem sobre o assunto, busquem as respostas em
fontes oficiais, para que posteriormente, com essas informações, seja feito um
planejamento e coordenação de ações de Mobilização Social, um plano de ação
voltado ao cidadão para estimular e provocar adesão ao processo de vacinação.

Por que trabalhar as fake news e


combater a desinformação na
Mobilização?

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


59 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Porque elas são uma das principais causas das


pessoas não quererem se vacinar. A desconfian-
ça da segurança das vacinas, o medo dos even-
tos adversos e o excesso de informações confun-
dem a população.

Agora que você já conhece sobre mobilização social e também sobre fake news e
como identificá-las, pode estar se perguntando: será que sou mobilizador ou
mobilizadora social? E a resposta é: Sim! Há várias formas de mobilizar a população.
Quer ver só?

 Orientações nas salas de espera da UBS.

 Palestras em grupos específicos, que são também


oportunidade para distribuir material institucional da SES-MG
(tabagismo, gestantes, idosos, etc).

 Mobilização e vacinação em comunidades específicas


(quilombolas, zonas rurais, ribeirinhas).

 Ações lúdicas e instrutivas no Dia D de vacinação (se


convidar o Zé Gotinha, então!).

 Ações educacionais desenvolvidas por meio do Saúde na


Escola; que incentivam a promoção à saúde no ambiente
escolar, distribuição de material orientativo da SES-MG.

 Orientações em reuniões de conselhos de saúde.

Esses são alguns exemplos, dentre diversas ações que são consideradas mobiliza-
ção social!

PARA INSPIRAR!
Crianças aprendem a importância da vacina em projeto no
estado de Santa Catarina

https://globoplay.globo.com/v/10371955
/?s=0s

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


60 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Temos certeza que com esse curso você irá conseguir realizar melhores ações.
Confira essas ideias:

 Promova e participe de encontros na Unidade Básica de Saúde, a fim


de sanar dúvidas e desmistificar crenças, mitos, tabus e preconceitos
sobre as vacinas, estimulando a reflexão sobre os benefícios para a
saúde da comunidade, reforçando seu caráter de prevenção.

 Converse com amigos, familiares e colegas e ouça as suas dúvidas


para desmistificar crenças, mitos, tabus e preconceitos sobre as
vacinas, estimulando a reflexão sobre a superioridade dos benefícios
da vacinação para a saúde individual e da comunidade em relação à
ocorrência de eventos adversos.

 Amplie a divulgação de informações obtidas com as melhores


evidências científicas, como as disponíveis em sites da Organização
Mundial da Saúde/Organização Pan-Americana da Saúde, do
Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
e de sociedades científicas.

 Aprimore os seus conhecimentos com informações confiáveis e


verdadeiras para abordar e orientar usuários, pais e responsáveis sobre
os benefícios da vacinação.

 Seja um porta voz dos benefícios da vacinação, use as mídias e redes


sociais e só compartilhe informações verdadeiras e de fontes
confiáveis e claro: não divulgue e nem encaminhe fake news ou
informações que você não tenha certeza sobre a sua veracidade.

Vamos ver mais um exemplo de


Mobilização Social:

Em Guaxupé, as iniciativas de incentivo


à vacinação contra a covid-19 foram
diversas, desde estandes montados em
feira, horário estendido das salas de
vacina, unidades abertas aos sábados,
além de profissionais de saúde fazendo
conscientização em rádios, praças e
escolas.
Foto: Divulgação Guaxupé

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


61 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Estratégias desse tipo, envolvem ações como orientar e conversar, sendo assim
atividades de mobilização em saúde. A partir das informações, espera-se que o
cidadão faça mudanças em sua rotina de cuidados e também se torne um
multiplicador, criando assim uma rede de informações verdadeiras e confiáveis,
principalmente sobre a vacinação.

PARA INSPIRAR!
Entrevista - Vacina Maré: união da ciência, saúde e
mobilização

https://www.redesdamare.org.br/br/artigo/215/entrevista-
vacina-mare-uniao-da-ciencia-saude-e-mobilizacao

Líder comunitário dedica mais de 10 anos a mobilizar as famílias


para vacinar contra a pólio

https://www.unicef.org/angola/historias/lider-
comunit%C3%A1rio-dedica-mais-de-10-anos-mobilizar-
fam%C3%ADlias-para-vacinar-contra-p%C3%B3lio

Lembre-se: em sua atuação diária como trabalha-


dor da saúde, você também é um mobilizador soci-
al, que desempenha um papel relevante na promo-
ção à saúde e na disseminação de informações de
saúde pública para a comunidade ao seu redor,
contribuindo para que ela se envolva nas ações de
saúde da UBS e possa melhorar os índices de vacina-
ção e outros indicadores de saúde do território

Assim, chegamos ao final da Unidade 3 e do nosso curso. Nesta unidade


abordamos conceitos relacionados à influência das fake news no contexto da
vacinação; o movimento antivacina e sua relação com as fake news; e
entendemos um pouco mais sobre a mobilização social como uma estratégia de

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


62 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

comunicação em apoio à vacinação. Esperamos que esses conhecimentos


possam ajudá-lo(a) a sensibilizar a população quanto à importância, eficácia e
segurança das vacinas.

Chegou a hora de realizar as atividades dessa Unidade para aprimorar seu


conhecimento! Gostaríamos de contar com a sua opinião, preenchendo a
avaliação do curso, para que possamos sempre melhorar as ações ofertadas. E
lembre-se: Vacinas salvam vidas!

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


63 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

REFERÊNCIAS

Referências

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


64 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

REFERÊNCIAS
Unidade 1

1- BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em:
15 ago. 2023.

2- CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE PROMOÇÃO DA SAÚDE, 1., 1986, Ottawa.


Carta de Otawa. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf. Acesso em: 19
ago. 2023.

3- CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, VIII., 1986, Brasília. Anais da 8ª Conferência


Nacional de Saúde [...]. Brasília: [s. n.], 1986. 430 p. Disponível em:
http://www.ccs.saude.gov.br/cns/pdfs/8conferencia/8conf_nac_anais.pdf.
Acesso em: 19 ago. 2023.

4- MINAS GERAIS. Escola de Saúde Pública de Minas Gerais. Curso EAD autoinstrucio-
nal: qualificação profissional para trabalhadores de salas de vacina. Belo Horizonte,
2023, p. 168.

5- BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema Único de Saúde, 2023. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sus. Acesso em: 14
ago. 2023.

6- BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conselho Nacional de Saúde. Conselhos de saúde:


a responsabilidade do controle social democrático do SUS, Brasília: Editora MS, 2013.
D i s p o n í v e l e m :
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/conselhos_saude_responsabilidade_
controle_2edicao.pdf. Acesso em: 14 ago. 2023.

7- BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Biblioteca Virtual em Saúde. 27-09 Dia Nacional da


Doação de Órgãos. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/27-9-dia-nacional-
da-doacao-de-orgaos-4/. Acesso em: 14 ago. 2023.

8- BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Biblioteca Virtual em Saúde. Quando você Usa o


SUS? [s.d.]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/quando-voce-usa-o-sus/ .
Acesso em: 14 ago. 2023.

9- OLIVEIRA, Licia. Fundação Oswaldo Cruz. Fiocruz. A Saúde antes do SUS. Revista
Radis. 01 maio 2022. Disponível em: https://radis.ensp.fiocruz.br/reportagem/a-

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


65 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

- s a u d e - a n t e s - d o -
sus/#:~:text=Antes%20do%20nascimento%20do%20SUS,sa%C3%BAde%20e%20pre
vid%C3%AAncia%20andavam%20juntos. Acesso em: 20 ago. 2023.

10- PLATAFORMA DE CIÊNCIA DE DADOS APLICADA À SAÚDE (PCDaS). Laboratório


de Informação em Saúde (Lis). Instituto de Comunicação e Informação Científica e
Tecnológica em Saúde (Icict). Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em 26 anos,
expectativa de vida aumenta 6,8 anos e mortalidade cai 34% no Brasil, mas doen-
ças crônicas, acidentes de trânsito e mortes violentas aumentam. 24 out. 2022.
Disponível em: https://pcdas.icict.fiocruz.br/publicacoes/em-26-anos-expectativa-
de-vida-aumenta-68-anos-e-mortalidade-cai-34-no-brasil-mas-doencas-cronicas-
acidentes-de-transito-e-mortes-violentas-aumentam/. Acesso em 20 ago. 2023.

11- TEIXEIRA, Maria Glória et al. Conquistas do SUS no enfrentamento das doenças
transmissíveis. Revista Ciência & Saúde Coletiva, [s. l.], ano 2018, p. 1819-1828, jun.
2018. DOI 10.1590/1413-81232018236.08402018. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/csc/a/qQCnB7Fb4w6NwYQrHFzbmPL/?lang=pt. Acesso
em: 19 ago. 2023.

12 - UOL. Antes do SUS. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/saude-


publica/antes-do-sus/. Acesso em: 20 ago. 2023.

13- BRASIL. Caderno de Textos: Cartilhas da Política Nacional de Humanização /


Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da
Política Nacional de Humanização: acolhimento nas práticas de produção de
saúde. 2. ed. 5. reimp. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010.

14- BRASIL. Cadernos de textos: Cartilhas da Política Nacional de Humanização /


Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização. HumanizaSUS: ambiência. 1. ed. – Brasília: Editora do
Ministério da Saúde, 2004.

15- BRASIL. Cadernos HumanizaSUS / Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de


Atenção à Saúde. Atenção Básica. 1 ed. v. 2 – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

16- BRASIL. Folheto: Política Nacional de Humanização. Ministério da Saúde.


Secretaria de Atenção à Saúde. Rede HumanizaSUS. 1. ed. – Brasília: Editora do
Ministério da Saúde, 2013.

17- BRASIL. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Ministério da Saúde,


Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de
Humanização. – 2. ed. 5. reimp. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


66 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

18- BRASIL. Humaniza SUS: documento base para gestores e trabalhadores do SUS.
3a ed. Brasília: Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico
da Política Nacional de Humanização 2006.

19- BRASIL. Política Nacional de Humanização. Brasília: Ministério da Saúde.


Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. 2010.

20- ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Como se comunicar sobre a segu-


rança das vacinas – Diretrizes para orientar os trabalhadores de saúde quanto à
comunicação com os pais, mães, cuidadores e pacientes. Washington, D.C.:
Organização Pan-Americana da Saúde; 2020 Disponível em:
file:///C:/Users/x15104685/Desktop/Documentos%20Ceaps/Como%20se%20comu
nicar%20sobre%20a%20seguran%C3%A7a%20das%20vacinas.pdf. Acesso em: 18
de ago. 2023.

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


67 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

REFERÊNCIAS
Unidade 2

1 – BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Módulos de Princípios de Epidemiologia para o


Controle de Enfermidades. Módulo 2: Saúde e doença na população /
Organização Pan-Americana da Saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da
Saúde. Ministério da Saúde, 2010. Disponível em
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/modulo_principios_epidemiologia_2.
pdf

2 – BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Capacitação de pessoal em sala de vacinação -


manual do treinando. / Organizado pela Coordenação do Programa Nacional de
Imunizações. 2a ed. rev. e ampl. – Brasília : Ministério da Saúde. Fundação Nacional
d e S a ú d e , 2 0 0 1 . D i s p o n í v e l e m
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/salavac_treinando_complet
o.pdf

3 - R. BONITA, R.; BEAGLEHOLE T.; KJELLSTRÖM. Epidemiologia Básica. Capítulo 7 –


Doenças transmissíveis: epidemiologia, vigilância e resposta. 2ª edição. Disponível
e m
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4338994/mod_resource/content/3/BONIT
A%20et%20al%20-%20cap%207.pdf

4 – PAZ, FAZ; BERCINI, MA. Doenças Emergentes e Reemergentes no Contexto da


Saúde Pública. Bol. Saúde. Porto Alegre. v. 23. n. 1. p. 9-13.jan./jun. 2009. Disponível
em http://www.boletimdasaude.rs.gov.br/conteudo/1441/doen%C3%A7as-
emergentes-e-reemergentes-no-contexto-da-sa%C3%BAde-p%C3%BAblica-

5 – SCHRAMM, J. M. A. et al. Transição epidemiológica e o estudo de carga de doen-


ça no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 9(4):897-908, 2004. Disponível em
https://www.scielo.br/j/csc/a/NcL6K3C5p7dRgQfZ938WtRD/?format=pdf&lang=pt

6 - LUNA, EJA., and SILVA JR., JB. Doenças transmissíveis, endemias, epidemias e
pandemias. In Fundação Oswaldo Cruz. A saúde no Brasil em 2030 - prospecção
estratégica do sistema de saúde brasileiro: população e perfil sanitário [online]. Rio
de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos Estratégicos
da Presidência da República, 2013. Vol. 2. pp. 123-176. Disponível em
https://saudeamanha.fiocruz.br/wp-content/uploads/2016/07/41.pdf

7 - BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Normas e Procedimentos para


Vacinação / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


68 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da


S a ú d e , 2 0 1 4 . D i s p o n í v e l e m
http://vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/download/manual-de-normas-e-
procedimentos-para-vacinacao/?wpdmdl=5339

8 - BRASIL; Ministério da Saúde. Centro Cultural da Saúde; Revista da Vacina; História;


Disponível em: www.ccms.saude.gov.br/revolta/index.html Acesso em: 16 de
agosto de 2023.
9 - BRASIL; Ministério da Saúde. 40 anos Programa Nacional de Imunizações/2013.
D i s p o n í v e l e m :
file:///C:/Users/m12954814/Downloads/programa_nacional_imunizacoes_pni40%2
0(3).pdf Acesso em: 16 de agosto de 2023.

10 - BRASIL; 46 anos do Programa Nacional de Imunizações - PNI. Disponível em:


https://catalogo.ipea.gov.br/uploads/418_1.pdf Acesso em: 16 de agosto de 2023

11 - BRASIL; Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Galeria de Fotos: imagens


H i s t ó r i c a s d e O s w a l d o C r u z . D i s p o n í v e l e m :
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/galeria-de-fotos-nova/82-
comunicacao/fotos/565-galeria-de-fotos-imagens-historicas-de-oswaldo-cruz
Acesso em: 21 de agosto de 2023.

12 - ORGANIZAÇÃO PAN-AMARICANA DA SAÚDE; Imunização. Disponível em:


https://www.paho.org/pt/topicos/imunizacao

13 - BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de
Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em
Saúde. – 5. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em:
h t t p s : / / w w w . g o v . b r / s a u d e / p t - b r / c e n t r a i s - d e -
conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigilancia/guia-de-vigilancia-
emsaude_5ed_21nov21_isbn5.pdf/view

14 - BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis. Coordenação Geral do
Programa Nacional de Imunizações. INSTRUÇÃO NORMATIVA REFERENTE AO
CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO 2022. Brasília, 2022. Atualizada em setem-
bro /2022.
Disponível em:https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/c/calendario-nacional-devacinacao/calendario-vacinal-2022/instrucao-
normativa-calendario-nacional-de-vacinacao-2022/view .

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


69 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

15 - MOURA, Ana Debora Assis et al. Epidemiol. Serv. Saude,2018, vol. 27,
n.1.Estrategias e resultados da vacinação no enfretamento da epidemia de saram-
po no estado do Ceará,2013-2015. Epub 11/01/2018. Disponível em:
http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S16794974201800010002
0#:~:text=Nos%20servi%C3%A7os%20de%20sa%C3%BAde%2C%20a,tr%C3%ADplic
e%20viral%20entre%20dois%20e

16 - BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Rede de Frio do Programa Nacional


de Imunizações. 5. ed. Brasília: Nucom/SVS, 2017. 136 p. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-
de-vacinacao/rede-de-frio/publicacoes-e-portarias/manual-de-rede-de-frio-do-
programa-nacional-de-imunizacoes-5-ed/view. Acesso em: 05 jul. 2023.
17 - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento
de Imunizações e Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância epidemiológica de
eventos adversos pós-vacinação [Internet]. 4ª ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde;
3 4 2 p . , 2 0 2 0 . D i s p o n í v e l e m :
http://vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/download/manual-de-vigilancia
epidemiologica-de-eventos-adversos-pos-vacinacao-2/?wpdmdl=16759. Acesso
em: 04 ago. 2023.

18 - OMS. Organização Mundial de Saúde. Manual de vigilância de eventos supos-


tamente atribuíveis à vacinação ou imunização na Região das Américas. Versão
adaptada em português da obra original em inglês [Global Manual on Surveillance
of Adverse Events Following Immunization], 2022. Disponível em:
https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/55946/9789275723869_por.pdf?seq
uence=1&isAllowed=y. Acesso em: 04 ago. 2023.

19 - KFOURI, R. et all. Controvérsias em Imunizações, 2022. Disponível em:


https://sbim.org.br/images/books/controversias-imunizacoes-2022.pdf . Acesso
em: 08 ago. 2023

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


70 QUALIFICAÇÃO EM VACINAÇÃO PARA TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

REFERÊNCIAS
Unidade 3

1- D'ANCONA, Matthew . Pós-Verdade: A Nova Guerra Contra os Fatos em Tempos


de Fake News . São Paulo: Faro Editorial, 2018.

2- OBSERVATÓRIO COVID-19 /FIOCRUZ. Volta às aulas sem ida ao posto: 30 dias de


vacinação contra Covid-19 entre crianças no Brasil. Boletim Observatório Covid-19,
Rio de Janeiro, p. 1-3, 16 fev. 2022

3 - IOC/FIOCRUZ. Cobertura vacinal no Brasil está em índices alarmantes. Disponível


em: https://portal.fiocruz.br/noticia/cobertura-vacinal-no-brasil-esta-em-indices-
alarmantes. Acesso em: 25 ago. 2023.

4- HENRIQUES, Márcio Simeone. MAFRA, Rennan Lanna Martins. Mobilização Social


em Saúde em Saúde: O Papel da Comunicação Estratégica. Disponível em:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/coleciona-sus/2006/28176/28176-402.pdf
Acesso em: 24/08/2023

5- MASSARANIA, Luisa et al. Narrativas sobre vacinação em tempos de fake news:


uma análise de conteúdo em redes sociais. Saúde Soc. São Paulo, São Paulo, v. 30,
n . 2 . 1 6 p , 2 0 2 1 . D i s p o n í v e l e m :
https://www.scielo.br/j/sausoc/a/JwG8Jqrw8R9vWGN4MvXL7qj/ Acesso em:
24/08/2023

6 - MINISTÉRIO DA SAÚDE. COVID-19 NO BRASIL. Disponível em:


https://infoms.saude.gov.br/extensions/covid-19_html/covid-19_html.html. Acesso
em: 25 ago. 2023.

7 - MINISTÉRIO DA SAÚDE. Situação Epidemiológica do Sarampo. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sarampo/situacao-
epidemiologica-do-sarampo. Acesso em: 25 ago. 2023.

8 - Pleno. News. Entenda: Como as fake news são identificadas e checadas?


Disponível em: https://pleno.news/brasil/entenda-como-as-fake-news-sao-
identificadas-e-checadas.html Acesso em: 24/08/2023

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


Escola de Saúde Pública de Minas Gerais

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


Av. Augusto de Lima, 2061, Barro Preto
Belo Horizonte/MG
CEP: 30190-009
CONTATO

(31) 3295-5360

ead.esp.mg.gov.br @escoladesaudemg

Escola de Saúde Pública de Minas Gerais


esp.mg.gov.br facebook.com/escoladesaudemg

Você também pode gostar