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Paixão por Aprender. Prazer em Ensinar. Módulo: Prevenção e Assistência à Saúde/ Saúde Coletiva
Saúde coletiva
Saúde Coletiva pode ser entendida como uma ciência histórico-social, que percebe que as
características dos seres humanos (doentes ou não) são, sobretudo, um produto de forças
sociais mais profundas, ligadas a uma totalidade econômico-social que é preciso conhecer e
compreender para explicarem-se adequadamente os fenômenos de saúde e de doença com os
quais ela se defronta.
Na Saúde Coletiva, o foco das atenções não é mais o corpo biológico, mas os corpos
sociais, ou seja, o indivíduo como um todo, englobando todo seu contexto de vida. Logo, a
saúde coletiva é um campo de práticas diversas, que se apoiam em diferentes disciplinas
científicas interdisciplinares com o desafio de compreender e interpretar os determinantes da
produção social das doenças e da organização social dos serviços de saúde, fundamentando-se
na interdisciplinaridade como possibilitadora da construção de um conhecimento ampliado da
saúde e na multiprofissionalidade como forma de enfrentar a diversidade interna ao saber/
fazer das práticas sanitárias.
O campo da Saúde Coletiva é extenso e diversificado, embasando-se em três grandes formações disciplinares: as ciências sociais
e humanas, a epidemiologia e a política e o planejamento.
Assim, a presença da ciência social e humana (antropologia, sociologia, economia, política, história, filosofia, ética, estética) é
considerada como fundamental para a compreensão dos processos da vida, do trabalho, do adoecimento e da morte, assim como
dos cuidados aos doentes e pacientes e das relações profissionais. A partir dos estudos de epidemiologia podem-se compreender as
relações agente infeccioso, hospedeiro e ambiente, no sentido de saber as causas das doenças em grupos de pessoas. A política e
planejamento fazem parte das ferramentas para organização das ações de promoção de saúde.
A Organização Mundial da Saúde define o termo saúde como “completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a
ausência de doença”. Por sua vez, a Lei Orgânica de Saúde n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, define saúde de forma mais ampla:
“A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, o acesso a bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da
população expressam a organização social e econômica do país”. Tais definições apontam a saúde como um direito bastante
abrangente. Isso significa que alimentação, abrigo, proteção, segurança, saneamento básico, renda digna, ausência de doenças e
tratamentos são direitos relacionados à saúde do brasileiro.
Tais definições indicam também que tanto a saúde quanto o desenvolvimento de doenças são afetados, não apenas por
condições biológicas, mas também sociais. O processo saúde-doença é dinâmico, complexo e multidimensional por englobar fatores
biológicos, psicológicos, socioculturais, econômicos, ambientais e políticos. Cada situação de saúde específica, individual ou coletiva,
é o resultado de um conjunto de fatores.
O conceito de multicausalidade não exclui a presença de agentes etiológicos como fator de aparecimento de doenças. Mas vai
além e leva em consideração o psicológico do paciente, seus conflitos familiares, seus recursos financeiros, sua alimentação, nível
de instrução, entre outros.
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Esses fatores, inclusive, não são estáveis, podem variar com o passar dos anos,
de uma região para outra, de uma etnia para outra. O que se pode observar entre os
grupos sociais, por exemplo, é que pessoas com poder aquisitivo privilegiado (ricas)
são menos sujeitas à ocorrência de certos tipos de doenças.
Ao contrário, grupos menos favorecidos economicamente (pobres), correm
maiores riscos de desenvolverem doenças crônicas, morrerem mais jovens,
apresentarem maior proporção de crianças desnutridas e uma taxa de mortalidade
infantil mais elevada.
Portanto, o histórico sócio-econômico e cultural de uma comunidade tem
relação com o estabelecimento da saúde ou desenvolvimento de doenças. O
entendimento das diferentes situações relacionadas ao processo saúde-doença está
intimamente relacionado às formas de intervenções a serem executadas pelos
serviços de saúde.
Ou seja, a saúde e a doença são determinadas socialmente, variando conforme
os tempos, os lugares e as culturas. Por isso, a organização das ações e serviços de
saúde precisa ser planejada e executada de acordo com as necessidades específicas
da população de um dado território. Por isso, os profissionais de saúde devem ficar
atentos às peculiaridades dos pacientes que os procuram, a fim de desenvolverem
ações eficazes, tanto no contexto saúde-doença quanto no de promoção de saúde.
PROMOÇÃO DE SAÚDE
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
A educação em saúde surge como estratégia para promover saúde e deve ser uma prática
social centrada em problemas do dia-a-dia, na valorização da experiência dos indivíduos e
grupos, tendo como referência a realidade na qual eles estão inseridos. É a soma de todas as
experiências que modificam ou exercem influência nas atitudes ou condutas de um indivíduo
em relação à saúde e aos processos que necessitam ser modificados.
Tem como objetivo estimular as pessoas (público em foco/população) a realizar ações de
promoção à saúde – seja pela adoção de hábitos de vida saudáveis, seja pela utilização de
forma correta e cuidadosa dos serviços de saúde à sua disposição. Estimula-se a consciência
na tomada de decisões, tanto individual como coletivamente, buscando melhorar suas
condições de saúde e as condições do meio ambiente. Busca, ainda, desenvolver nas pessoas o senso de responsabilidade pela
própria saúde e pela saúde da comunidade a que pertencem e a capacidade de participar da vida comunitária de uma maneira
construtiva.
Essa educação é a ligação entre as expectativas da população por uma vida melhor e as projeções e estimativas dos governantes
ao oferecer programas de saúde mais adequados a essa população. A abordagem das ações e da educação em saúde deve
considerar, além dos sinais e sintomas das doenças, o impacto destes nas atividades dos indivíduos, voltado para o entendimento
de fatores sociais, psicológicos e ambientais que possam influenciar todas as funções exercidas.
A educação em saúde deve ser capaz de utilizar elementos importantes dos aspectos socioculturais da população e integrá-los
aos conhecimentos da dimensão biológica, para orientar novas práticas de cuidados com a saúde, tendo papel central nas ações de
promoção da saúde.
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SAÚDE PÚBLICA
PREVENÇÃO PRIMÁRIA: Nesse nível, encontram-se agrupadas as medidas ou ações especialmente destinadas ao período que
antecede a ocorrência da doença. Dentre elas, destacam-se o saneamento básico, a vacinação e o controle de vetores, por exemplo.
“Significa evitar a ocorrência de uma doença, eliminando fatores de risco ou tratamento de lesões precursoras. Ela é definida
como promoção de saúde e a prevenção de enfermidades ou profilaxia”.
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: Incorpora uma série de medidas que visam a impedir a evolução de doenças já existentes e, em
consequência, suas complicações. Os exames periódicos e o autoexame de mama, entre outros, são procedimentos de reconhecida
eficácia para o diagnóstico precoce, que permite o início imediato do tratamento e evita, muitas vezes, o agravamento da
enfermidade.
"Prevenção secundária significa prevenção da evolução das enfermidades através da execução de procedimentos diagnósticos ou
terapêuticos."
Alguns Exemplos:
1- Um paciente hipertenso, previamente diagnosticado, que tem monitoramento de profissionais de saúde, exercício físico
orientado, dieta adequada, é livrado das situações de estresse do cotidiano, terá uma evolução muito lenta da patologia,
diminuindo incrivelmente as possíveis complicações da doença.
2- Um paciente com infecção por HPV (papiloma vírus humano) no colo do útero com acompanhamento e orientação do
ginecologista, pode evitar o câncer de colo de útero.
3- Um paciente com tendinite em fase aguda, inicial, com o tratamento fisioterapêutico correto, pode evitara piora que evolui para
a diminuição dos movimentos do braço.
4- Um paciente com AIDS, fazendo uso correto da medicação diminui as possibilidades de complicações, melhora a qualidade de
vida e garante maior sobrevida.
PREVENÇÃO TERCIÁRIA: Esse último nível engloba ações voltadas à reabilitação do indivíduo após a cura ou o controle da doença, a
fim de reajustá-lo a uma nova condição de vida. Fazem parte dessas medidas a fisioterapia, fisiatria, a terapia ocupacional e a
colocação de próteses, por exemplo. Lida com a recuperação funcional de sequelas, que muitas vezes são irreversíveis. Enfim, as
medidas preventivas à nossa disposição são inúmeras, e muitas delas devem ser incorporadas ao nosso estilo ou hábito de vida
porque certamente contribuem para a manutenção de nossa qualidade de vida.
"Após o controle da doença, as atividades que possam contribuir para a manutenção da nossa saúde. Um exemplo que vamos citar é
sobre o trauma que já ocorreu a sua gravidade também já está determinada. O que é necessário agora é minorar ao máximo as
consequências do que já aconteceu. E muito ajuda o que fica pelas nossas responsabilidades."
Alguns Exemplos:
1- Um paciente hipertenso o qual não teve uma prevenção secundária efetiva no controle dessa doença de base, pode sofrer um
agravamento da doença.
2- Um paciente hipertenso, previamente diagnosticado, que tem monitoramento de profissionais de saúde, exercício físico
orientado, dieta adequada, é livrado das situações de estresse do cotidiano, terá uma evolução muito lenta da patologia,
diminuindo incrivelmente as possíveis complicações da doença.
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Saúde Saúde Coletiva
Lei 8080/90: dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde e ainda regula ações, a organização e
o funcionamento dos serviços de saúde emm todo o país.
Com base nessa lei a saúde é entendida como um direito fundamental do ser humano. Cabe ao Estado prover as condições
indispensáveis ao seu pleno exercício, por meio de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de
outros agravos, além do estabelecimento de condições que assegurem o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para
p
sua promoção, proteção e recuperação.
Lei 8142/90: dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre transferências
transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde. Consolidou-se
Consolidou se um importante espaço público de controle social, mediante a participação da
população por meio das conferências e dos conselhos de saúde em todas as esferas de governo.
A normatização do SUS vem sendo implementada por uma série de legislações que incluem as Leis Orgânicas da Saúde (8080 e
8142 de 1990) e outras leis, emendas, decretos, normas e portarias.
A operacionalização do SUS, desde os anos 90, orienta-se
orienta pelas Normas
as Operacionais (Normas Operacionais Básicas – NOBs e
Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS).
Universalidade: É garantia constitucional de acesso de toda a população aos serviços de saúde, em todos os níveis de
assistência, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.
Equidade: Assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade do caso, independente de onde
morar, sem privilégios e sem barreiras. O princípio da equidade assegura que a disponibilidade de serviços de saúde considere as
diferenças entre os grupos
rupos populacionais e indivíduos, de modo a priorizar aqueles que apresentam maior necessidade em função
de situação de risco e das condições de vida e saúde.
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Integralidade: É o conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos,
exigido para cada caso, em todos os níveis de complexidade do sistema. Para que haja integralidade da assistência, se faz necessária
a articulação entre a prevenção, promoção e recuperação no cuidado prestado a cada cidadão que utiliza os serviços do SUS, além
de ações intersetoriais para o alcance de melhores níveis de saúde individual e coletiva.
Descentralização: Este princípio é entendido como uma redistribuição das responsabilidades quanto às ações e serviços de
saúde entre os três níveis de governo – federal, estadual e municipal. Pode ser compreendida não apenas como um processo de
transferência de responsabilidades, mas também de recursos para os estados, e especialmente para os municípios que assumem a
atribuição de promover as ações e serviços de saúde à população.
Participação e controle social: É a garantia constitucional de que a população, por meio de suas entidades representativas,
participará do processo de formulação das políticas públicas de saúde, do controle e de sua execução, em diversos níveis, desde o
local até o federal. De acordo com a lei 8142/90 a participação no SUS se dá por meio das Conferências de Saúde e dos Conselhos de
Saúde.
Regionalização e hierarquização do sistema: Refere-se à forma de organização do sistema de saúde com base territorial e
populacional na Constituição Federal e Lei 8080/90 e visa uma adequada distribuição de serviços para a promoção da equidade de
acesso, otimização dos recursos e racionalidade de gastos.
A rede regionalizada e hierarquizada permite um conhecimento maior dos problemas de saúde da população da área
delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de
atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade.
Para os serviços de saúde: o nível primário, o secundário e o terciário.
• Nível primário
Compõe-se de ações de baixa complexidade que devem ser realizadas em Unidades Básicas de Saúde (Postos e Centros de
Saúde) com o apoio de hospitais locais, enfatizando as doenças mais prevalentes daquela população.
Praticamente todas as ações preventivas de níveis primário e secundário devem ser executadas prioritariamente de modo
assistencial. Conseqüentemente, estas unidades são ou deveriam ser responsáveis pela maioria dos atendimentos realizados à
população. Atualmente estas ações são da responsabilidade dos municípios.
• Nível secundário
Compõe-se de ações de média complexidade, com base em especialidades realizadas em ambulatórios e hospitais. Tem um
importante papel na retaguarda assistencial, para o diagnóstico diferencial, e no tratamento das doenças que ultrapassam a
capacidade resolutiva do nível primário. Os municípios de médios e grandes portes têm, progressivamente, assumidos a gerência
dos serviços de saúde do nível secundário.
• Nível terciário
Mais especializado e de maior complexidade está incluído
no nível terciário, os hospitais que prestam assistência oncológica.
Teoricamente, deveriam resolver a totalidade dos agravos da saúde
que excederem a resolutividade dos níveis primário e secundário, e
as demandas assistenciais de menor complexidade devem ser
transferidas. Na realidade, parte da capacidade assistencial dos
hospitais de alta complexidade (nível terciário), como os Hospitais
Universitários, é consumida por demanda de baixa complexidade,
que poderia ou deveria ser oferecida nos níveis primário e
secundário.
Para que o sistema de saúde seja efetivamente implantado
se faz necessário que cada um desses três níveis de complexidade
cumpra o seu papel especifico e que a integração e o fluxo de
pacientes entre eles sejam facilitados. Em um sistema de saúde não
há espaço para que uma instituição programe-se separadamente,
ignorando o papel das outras instituições envolvidas na prestação
de serviços correlatos.
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INTERSETORIALIDADE
A saúde resulta de vários fatores, a atual legislação brasileira ampliou a definição de saúde, considerando-a resultado de
vários fatores determinantes e condicionantes, como alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda,
educação, transporte, lazer, acesso a bens e serviços essenciais.
Por isso mesmo, as gestões municipais do SUS – em articulação com as demais esferas de governo – devem desenvolver
ações conjuntas com outros setores governamentais, como meio ambiente, educação, urbanismo etc., que possam contribuir,
direta ou indiretamente, para a promoção de melhores condições de vida e da saúde para a população.
Foram definidas três dimensões no Pacto pela saúde: Pacto pela Vida, Pacto em defesa do SUS e Pacto de Gestão.
As diretrizes operacionais do Pacto em Saúde são abordadas na portaria GM/MS nº 399, publicada em 22 de fevereiro de 2006.
As diretrizes operacionais dos Pactos Pela Vida e de Gestão são regulamentadas pela portaria GM/MS nº. 699, publicada em 03
de abril de 2006.
De acordo com a PORTARIA Nº 399/GM12, o Pacto pela Vida é um conjunto de compromissos sanitários resultantes da análise
da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais.
O Pacto pela Vida é permanente, sendo que, no término do primeiro trimestre do um ano em curso serão avaliados os
resultados do ano anterior e pactuadas novas metas e objetivos a serem atingidos no ano atual.
Por meio da PORTARIA Nº 399/GM12, são definidas as prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos:
Saúde do Idoso: Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção de forma integral.
Câncer de colo de útero e de mama: Redução da mortalidade por câncer de colo do útero e de mama.
Mortalidade infantil e materna: Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença diarréica e por
pneumonias.
Doenças emergentes E Endemias, Com ênfase na Dengue, Hanseníase, Tuberculose, Malária e Influenza: Aumentar a
capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças emergentes e endemias.
Promoção da saúde: Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde, com ênfase na adoção de hábitos
saudáveis.
Atenção básica à saúde: Saúde da Família como modelo de atenção básica à saúde e como centro ordenador das redes de
atenção à saúde do SUS.
O Pacto em Defesa do SUS tem como objetivos reforçar o Sistema Único de Saúde como política de Estado e defender seus
princípios inscritos na Constituição Federal.
De acordo com a portaria 399/GM, o trabalho dos atores envolvidos dentro deste Pacto deve considerar as seguintes diretrizes:
- “Expressar os compromissos entre os gestores do SUS com a consolidação da Reforma Sanitária Brasileira, explicitada na defesa
dos princípios do Sistema Único de Saúde estabelecidos na Constituição Federal”.
- “Desenvolver e articular ações, no seu âmbito de competência e em conjunto com os demais gestores, que visem qualificar e
assegurar o Sistema Único de Saúde como política pública”.
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- A repolitização da saúde, retomando a Reforma Sanitária Brasileira e aproximando-a dos desafios do SUS;
- A Promoção da Cidadania, ressaltando a questão da saúde como um direito;
- Financiamento do sistema de saúde de acordo com as necessidades do Sistema.
Pacto de Gestão
Suas diretrizes, de maneira geral abrangem temas como a Regionalização, o Financiamento, o Planejamento, a Programação
Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde (PPI), a Regulação da Atenção à Saúde e da Assistência, a Participação e Controle Social, a
Gestão do Trabalho e a Educação na Saúde.
Por meio deste Pacto, a regionalização e descentralização do SUS ganham destaque, a partir da proposição de diretrizes que
permite uma diversidade operativa que respeite as características regionais.
O Ministério da Saúde criou, em 1994, o Programa de Saúde da Família – PSF seu principal
objetivo é:
Porém teve início em 1991 com Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) que tinha por finalidade contribuir para a
redução das mortalidades infantil e materna, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, através da extensão de cobertura dos
serviços de saúde para as áreas mais pobres e desvalidas. A partir desta experiência, o Ministério da Saúde percebe a importância
dos Agentes nos serviços básicos de saúde no município e começa a enfocar a família como unidade de ação.
Atualmente, o PSF é definido como Estratégia Saúde da Família (ESF), ao invés de programa, visto que o termo programa aponta
para uma atividade com início, desenvolvimento e finalização. O PSF é uma estratégia de reorganização da atenção primária e não
prevê um tempo para finalizar esta reorganização. Percebendo isto o governo emitiu a Portaria Nº 648, de 28 de Março de 2006,
onde ficava estabelecido que o PSF é a estratégia prioritária do Ministério da Saúde para organizar a Atenção Básica.
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), conceitua a Estratégia Saúde da Família (ESF) como um conjunto de ações, de caráter
individual ou coletivo, situadas no nível de atenção básica do sistema de saúde, voltadas à: ampliação da cobertura e melhoria da
qualidade do atendimento; organização do acesso ao sistema; integralidade do atendimento; conscientização da população sobre as
principais enfermidades locais e seus determinantes; incentivoparticipação da população no controle do sistema de saúde, que visa
atender indivíduo e a família de forma integral e contínua, desenvolvendo ações de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Equipe multiprofissional que se responsabiliza pelo acompanhamento de cerca de 3 mil a 4 mil pessoas ou de mil famílias de
uma determinada área, e estas passam a ter co-responsabilidade no cuidado à saúde. Em regime de trabalho de 40 horas semanais
Composta minimamente por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e de 4 a 6 Agentes Comunitários de Saúde,
cada agente cobre de 20 a 150 famílias ou 750 pessoas.
O ACS deve residir na área de atuação Caracteriza-se: como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de
saúde; por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco
aos quais a comunidade está exposta; por prestar assistência integral, permanente e de qualidade; por realizar atividades de
educação e promoção da saúde, estabelece vínculos de compromisso e de co-responsabilidade com a população; estimula a
organização das comunidades para exercer o controle social das ações e serviços de saúde; utiliza sistemas de informação para o
monitoramento e a tomada de decisões; por atuar de forma intersetorial, por meio de parcerias estabelece diferentes segmentos
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sociais e institucionais, de forma a intervir em situações que transcendem a especificidade do setor saúde e que têm efeitos
determinantes sobre as condições de vida e saúde dos indivíduos-famílias-comunidade.
- A maioria dos problemas de saúde da população pode ser resolvida em unidades básicas de saúde;
- Substituir o modelo tradicional de assistência à saúde (cura de doenças e hospital);
- Racionalizar gastos
stos com recursos tecnológicos;
- Aumentar a resolutividade;
- Garantir o acesso de todos;
- Humanizar o atendimento;
- Ampliar a compreensão do processo saúde x doença.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
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Realizam também a fiscalização de serviços de interesse da saúde, como escolas, hospitais, clubes, academias, parques e centros
comerciais, e ainda inspecionam os processos produtivos que podem pôr em riscos e causar danos ao trabalhador e ao meio
ambiente.
Vigilância saúde do trabalhador realiza estudos, ações de prevenção, assistência e vigilância aos agravos à saúde relacionados
ao trabalho.
A Política Nacional de Humanização (PNH) existe desde 2003 para efetivar os princípios do
SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e
incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários.
A PNH deve se fazer presente e estar inserida em todas as políticas e programas do SUS.
Promover a comunicação entre estes três grupos pode provocar uma série de debates em
direção a mudanças que proporcionem melhor forma de cuidar e novas formas de organizar o
trabalho.
A humanização é a valorização dos usuários, trabalhadores e gestores no processo de produção de saúde. Valorizar os
sujeitos é oportunizar uma maior autonomia, a ampliação da sua capacidade de transformar a realidade em que vivem, através
da responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos solidários, da participação coletiva nos processos de gestão e de
produção de saúde.
Produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar, a PNH estimula a comunicação entre gestores, trabalhadores e usuários
para construir processos coletivos de enfrentamento de relações de poder, trabalho e afeto que muitas vezes produzem atitudes
e práticas desumanizadoras que inibem a autonomia e a co-responsabilidade dos profissionais de saúde em seu trabalho e dos
usuários no cuidado de si.
NOÇÕES DE EPIDEMIOLOGIA
O que é epidemiologia?
Epidemiologia pode ser conceituada como uma ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas,
analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva,
propondo medidas específicas de prevenção, controle, ou erradicação de doenças, e construindo indicadores que sirvam de suporte
ao planejamento, administração e avaliação das ações de rotina, em consonância com as políticas de promoção de saúde”.
Estes números são alarmantes e nos permite caracterizar, de diferentes maneiras, a ocorrência da AIDS no mundo e em regiões
específicas. Essas estimativas expressam o quão frequente à infecção pelo HIV e a AIDS tem sido em diferentes momentos, regiões e
população humana.
A cada cinco minutos uma pessoa com idade entre 10 e 24 anos de idade é infectada pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) em todo mundo. Em 2007, mais de 33 milhões de pessoas viviam com o vírus HIV,
das quais 1,6 milhões estavam na América Latina, sendo 30,8 milhões de adultos entre 15 e 49 anos e 2,5 milhões
de crianças com menos de 15 anos. Deste total, 15,4 milhões de adultos contaminados são mulheres. Estima-se
ocorrerem cerca de 2,3 mil óbitos ao ano relacionados à AIDS.
Quantificar ou medir a frequência com que os problemas de saúde ocorrem em populações humanas é um dos objetivos da
epidemiologia. Assim, para descrever a frequência de uma doença numa determinada população podemos utilizar:
a) Incidência: é a frequência de casos novos de uma determinada doença, ou problema de saúde, oriundos de uma população
sob risco de adoecimento, ao longo de um determinado período de tempo. O cálculo da incidência é a forma mais comum de medir
e comparar a frequência das doenças em populações.
Os casos novos, ou incidentes, são aqueles indivíduos não doentes no início do período de observação, e, portanto, sob risco de
adoecimento, que, no seu decorrer, acabam por adoecer. Em geral, entende-se por incidência a ocorrência do primeiro episódio da
doença ou problema de saúde de interesse. As medidas de incidência estão necessariamente relacionadas à dimensão do tempo.
A incidência é a medida mais importante da epidemiologia. Ela é preferida em investigações científicas, seja nas pesquisas
etiológicas, em estudos de prognóstico, na verificação da eficácia das ações terapêuticas e preventivas.
Taxa de incidência: é a variação de um fenômeno por unidade de tempo, ou de uma variável qualquer. Uma taxa é a expressão da
velocidade média com que ocorre o fenômeno de interesse.
EXEMPLO: Entre 400 crianças pré-escolares, acompanhadas durante um ano, foram diagnosticados dois casos de sarampo. Calcule a
incidência:
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A taxa de incidência (TI) é calculada como a razão entre o número de casos novos de uma determinada doença ou problema de saúde pelo
total de pessoa-tempo gerada a partir da população de estudo acompanhada, conforme equação a seguir:
b) Prevalência: é definida como a frequência de casos existentes de uma determinada doença, em uma determinada população e
em um dado momento.
Os casos existentes, ou prevalentes, são os casos que envolvem pessoas que adoecem em algum momento do passado, por
exemplo, os casos antigos e os novos e que estão vivos quando se realiza a observação. Assim, os doentes que vierem a falecer
antes do período de observação não são considerados da prevalência. A prevalência assemelha-se a uma fotografia na qual se
registra a fração de indivíduos doentes, naquele instante do tempo. É uma medida estatística em relação ao processo de adoecer.
No cálculo da prevalência o numerador abrange o total de pessoas que se apresentam doentes num período determinado (casos
novos acrescidos dos já existentes). Por sua vez, o denominador é a população da comunidade no mesmo período. A prevalência
pode ser expressa da seguinte forma:
EXEMPLO: Entre 400 crianças pré-escolares, acompanhadas durante um ano, foram diagnosticados dois casos de sarampo.
Calcule a incidência:
TP = 2x1000 = 5 casos em 1000 crianças no ano.
Semelhante à taxa de incidência, na expressão matemática do cálculo da taxa de prevalência, a constante é um múltiplo de 10;
n
assim, expressaremos a incidência 10 habitantes. Da mesma forma, a constante pode ser 100, 1.000, 10.000, 100.000 ou 1.000.000
de habitantes.
A prevalência pode ser entendida como um corte da população em determinado ponto no tempo. Nesse momento,
determinam-se quem tem e quem não tem certa doença. Conforme as características da doença investigada, podemos encontrar
pessoas que adoeceram há uma semana, um mês, um ano ou ainda dez ou quinze anos.
De um modo geral, quando estimamos a prevalência de uma doença na comunidade, não levamos em conta a duração da
doença.
1. Em 1/7/80 existiam 2000 casos de tuberculose, em tratamento, em um dado município, cuja população era de 1.176.935
habitantes. Calcule o número de casos de tuberculose em relação à população. Trata-se de prevalência e incidência?
Indicadores de Saúde
Os indicadores de saúde têm sido utilizados internacionalmente, com o objetivo de avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a
higidez de agregados humanos, bem como fornecer subsídios ao planejamento de saúde, permitindo o acompanhamento das
flutuações e tendências históricas do padrão sanitário de diferentes coletividades, em diversos períodos de tempo.
Usualmente, as populações a que se referem os indicadores de saúde são dinâmicas, definidas segundo áreas de
residência, como, por exemplo, município, estado, ou países, e por um determinado período, em geral, um ano. Nesse contexto, o
número de pessoas expostas ao risco de adoecimento, ou morte, varia ao longo do ano, pois, os nascimentos e mortes, assim como
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as migrações, ocorrem em diferentes momentos. Para tal, assume-se que os nascimentos, as mortes e as imigrações ocorrem
homogeneamente ao longo do ano, ou seja, os movimentos de entrada e saída de pessoas se compensam, nos dois semestres de
um ano.
Principais indicadores de saúde
O conhecimento das condições de saúde de uma população implica o manuseio adequado de numerosas informações.
Em avaliações realizadas na área da saúde, são utilizados indicadores negativos, como mortalidade e a morbidade, em lugar
dos positivos, do tipo bem-estar de vida e normalidade. Dentre os indicadores de saúde, podemos destacar:
EXEMPLO: Esperança de vida ao nascer no Brasil e no Japão: Uma mulher nascida no Brasil, em 1990, tinha uma expectativa de vida
de 68 anos, enquanto a japonesa, nascida no mesmo ano, esperava viver 82 anos.
Epidemia
É quando uma doença infecciosa e transmissível atinge um local e logo se espalha para outros bairros, cidades ou estados de um
país.
A causa pode estar ligada a mutação do agente transmissor ou a descoberta de um novo agente, fazendo com que um surto
(quando uma doença atinge apenas uma área específica) se espalhe rapidamente para outras regiões, dando-se o nome de
epidemia.
Algumas doenças contagiosas epidêmicas:
• Vírus ebola;
• Varíola;
• Gripe espanhola;
• Cólera;
• Dengue.
Mesmo tendo se tornado uma endemia, a dengue tem períodos epidêmicos, já que durante o surto, pode infestar várias regiões,
geralmente onde há clima quente e úmido.
Já a cólera, até então controlada, ressurgiu no Haiti, no ano de 2010, na mesma época em que ocorreu um terrível terremoto. As
condições sociais e sanitárias do país sugerem que a cólera poderá continuar na região por muito tempo.
Pandemia
É quando a doença epidêmica se alastra por vários países, afetando continentes e levando milhares à morte, e regiões inteiras à
destruição.
Para uma doença ser considerada uma pandemia ela precisa ser infecciosa, se espalhar facilmente e causar inúmeras mortes.
Nem sempre a doença pandêmica se trata de uma epidemia que ganhou grandes proporções; pode ser uma nova doença para o
qual a população não consiga ter resistência.
Algumas doenças infectocontagiosas pandêmicas:
• AIDS;
• SARS;
• Gripe H1N1.
A gripe H1N1 (conhecida como gripe suína ou influenza A) tornou-se uma epidemia a partir de 2009, quando os primeiros casos
foram noticiados nos EUA e México, sendo, na verdade, um novo subtipo para o vírus, que já existia há anos.
No Brasil, houve uma intensa campanha de vacinação e, mesmo não havendo casos graves, a influenza A ainda é frequente no
país.
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Endemia
Está relacionada à doenças tipicamente locais e, algumas, sazonais, isto significa que o agente infeccioso não se espalha,
permanece por muito tempo no mesmo local, mas é restrita a um bairro, região, cidade ou país.
É importante que as pessoas que queiram viajar para locais onde haja doenças endêmicas sejam vacinadas.
Algumas doenças infectocontagiosas endêmicas:
• Febre amarela;
• Malária;
• Leishmaniose.
A malária (transmitida pelo mosquito Anopheles darlingi e Anopheles aquasalis) ainda é um problema, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS). Há 90% de pessoas infectadas somente na África, segundo estimativas. No Brasil, 99,7% da população que
reside na região amazônica sofre com a doença.
A leishmaniose também é transmitida por mosquitos (flebótomos e flebotomíneos) de cor amarelada ou acinzentada, com asas
que continuam abertas mesmo em repouso, conhecidos pelo nome de birigui, asa branca, mosquito palha, tatuquira, dependendo
da região.
Conclusão
• Pandemia: a doença descontrola-se, atingindo diversos países e continentes, causando inúmeras mortes.
• Epidemia: a doença contagiosa é transmitida para outros locais, infestando diferentes regiões.
• Endemia: quando a doença afeta apenas uma localidade, mantendo-se concentrada na região.
Notificação compulsória
A ocorrência de casos novos de uma doença (transmissível ou não) ou agravo (inusitado ou não), passível de prevenção e
controle pelos serviços de saúde, indica que a população está sob risco e pode representar ameaças à saúde e precisam ser
detectadas e controladas ainda em seus estágios iniciais.
A notificação compulsória consiste na comunicação da ocorrência de casos individuais, agregados de casos ou surtos, suspeitos
ou confirmados, da lista de agravos relacionados na Portaria, que deve ser feita às autoridades sanitárias por profissionais de saúde
ou qualquer cidadão, visando à adoção das medidas de controle pertinentes.
Além disso, alguns eventos ambientais e doenças ou morte de determinados animais também se tornaram de notificação
obrigatória. É obrigatória a notificação de doenças, agravos e eventos de saúde pública constantes da Portaria nº 104, de 25 de
janeiro de 2011, do Ministério da Saúde.
As doenças, agravos e eventos constantes do Anexo II a esta Portaria, devem ser notificados a Secretaria Municipais de Saúde
em no máximo, 24 horas.
1 - Botulismo
2 - Carbúnculo ou Antraz
3 - Cólera
4 - Coqueluche
5 - Dengue
6 - Difteria
7 - Doença de Creutzfeldt -Jacob
8 - Doenças de Chagas (casos agudos)
9 - Doença Meningocócica e outras Meningites
10 - Esquistossomose (em área não endêmica)
11 - Eventos Adversos Pós-Vacinação
12 – Febre Amarela
13 - Febre do Nilo Ocidental
14 - Febre Maculosa
15 – Febre Tifóide
16 - Hanseníase
17 - Hantavirose
18 - HepatitesVirais
19 - Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana - HIV em gestantes e crianças expostas ao risco de transmissão vertical
20 - Influenza humana por novo subtipo(pandêmico)
21 - Leishmaniose Tegumentar Americana
22 – Leishmaniose Visceral
23 - Leptospirose
24 - Malária
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II - Caso confirmadode:
a) Tétano Neonatal
III - Surto ou agregação de casos ou de óbitos por:
a) Agravos inusitados
b)Difteria
c) Doença de Chagas Aguda
d)Doença Meningocócica
e) Influenza Humana
IV - Epizootias e/ou morte de animais que podem preceder a ocorrência de doenças em humanos:
a) Epizootias em primatas não humanos
b) Outras epizootias de importância epidemiológica
Resultados laboratoriais devem ser notificados de forma imediata pelos Laboratórios de Saúde Pública dos Estados (LACEN) e
Laboratórios de Referência Nacional ou Regional.
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h) Peste
i) Poliomielite
j) Raiva Humana
k) Sarampo
l) Síndrome Respiratória Aguda Grave
m) Varíola
n) Tularemia
Atendimento ao consumidor
Se todas as farmácias e drogarias oferecem um mix de produto parecido e serviços semelhantes, um dos fatores que vai
diferenciar uma loja ou uma rede de farmácias e drogarias é o atendimento. E um atendimento excelente não se restringe a ser
apenas educado e gentil com o cliente, mas também atender as expectativas e necessidades dele, que por muitas vezes precisa de
mais tempo, paciência e atenção por parte da equipe.
O atendimento de excelência não requer manobras complicadas no trato com o cliente; muito pelo contrário, são ações
simples que, quando colocadas em prática conjuntamente, fazem a diferença positiva. Vejamos alguns pontos a seguir.
A abordagem é o primeiro contato entre o funcionário e o cliente, portanto, o funcionário deve passar, de imediato, simpatia
e atenção e estabelecer uma relação de confiança, sem ser invasivo. Além disso, outros cuidados devem ser tomados:
• Facilidade na identificação – o cliente precisa identificar facilmente se está sendo abordado pelo farmacêutico, balconista,
atendente, gerente ou outro funcionário, pois caso ele comece a falar que “está com dor em tal lugar” e só depois que descrever
todos os sintomas for direcionado para o farmacêutico para orientá-lo, provavelmente ele ficará muito bravo por ter “perdido
tempo” e ter de repetir toda história. Condutas muito simples impedem esse tipo de situação como o uso de crachá contendo
função e nome de cada funcionário, e uniformes diferentes para tipo de funcionário;
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• A abordagem deve ser espontânea – caso a empresa tenha uma frase padrão para recepcionar o cliente, ela precisa ser dita
de forma muito natural, sem parecer uma “máquina”;
• Atenção ao que o cliente está dizendo – independentemente da função do funcionário, ele precisa, antes de qualquer
coisa, saber ser um ouvinte atento. Quanto mais o cliente puder expor o que ele precisa, melhor será o entendimento para
direcioná-lo ao produto ou serviço corretamente.
Diagnóstico
A ideia não é, em hipótese alguma, fazer um diagnóstico de uma possível patologia do cliente, mas sim a detecção das suas
necessidades. Se a abordagem for bem feita, ficará fácil entender o que o cliente precisa, ainda mais quando ele busca por alguma
orientação e não apenas um produto específico. Na fase de “diagnóstico”, o funcionário precisa identificar:
• Produto ou serviço – daí a importância de conhecer todo mix de serviços e produtos, suas categorias e subcategorias;
• Marcas – é importante perguntar para o cliente se ele tem preferência por alguma marca, pois quando o funcionário for,
finalmente, sugerir produtos que atendam às suas necessidades, já terá feito uma triagem das marcas prediletas do cliente. Esse
tipo de identificação é muito importante nas categorias de higiene e beleza;
• Problemas específicos – perceber quando o cliente menciona experiências negativas ou rejeições clínicas por determinados
produtos é de extrema importância para que o funcionário não sugira produtos similares;
• Reformulação de pedidos – quando o cliente terminar de dizer o que precisa, é de bom tom que o funcionário reformule o
que foi dito, para que não haja dúvidas sobre as reais necessidades do cliente. Vale ressaltar que reformular não é “repetir
exatamente cada palavra” que o cliente disse tratando-o como se fosse criança, mas sim resumir o contexto da conversa.
Recomendação
Nesta fase o funcionário irá apresentar as opções ao cliente e, embora seja algo muito natural, é justamente nessa fase que
muitos clientes desistem da compra, geralmente alegando que o produto ou serviço está caro. Porém, exceto em casos que
realmente o preço esteja mais elevado do que a média do mercado, a maioria das vezes essa percepção errada do cliente deu-se
por um dos motivos relacionados a seguir ou por um conjunto deles:
• O funcionário não justificou a recomendação – não adianta apenas mostrar o produto ou direcionar a um serviço, mostrar o
preço e dizer que “é o melhor”. É preciso justificar a sugestão informando o rendimento do produto, a qualidade da marca, a
facilidade de uso, a praticidade da embalagem, enfim, o cliente precisa perceber, por meio da justificativa do funcionário, o custo x
benefício;
• Falta de argumentos positivos – de maneira alguma o funcionário pode deixar de mencionar a eficiência do produto ou
serviço que está oferecendo. Em casos de produtos de beleza, como dermocosméticos, é importante dar ênfase para a textura e
consistência do produto, aos ativos inovadores da formulação, tolerância (em caso de sensibilidade). A forma de uso também
muitas vezes é esquecida na hora de recomendação: muitos clientes saem das lojas sem saber como utilizar os aparelhos de aferir
pressão, como configurar os glicosímetros, ou então como preparar a pele para utilizar um determinado cosmético. São detalhes
simples, mas que quando ignorados, podem acarretar na desistência do cliente;
• Uso de argumentos negativos – generalizar um produto ou serviço é fatal na hora da recomendação, pois muitos
funcionários, por não conhecerem detalhes dos produtos, cometem o erro de dizer que “todas as marcas são iguais e que a variação
de preço é decorrente se a marca é mais famosa ou não”. Outro erro comum é quando o funcionário assume, ainda que sem a
intenção, o papel de “garoto(a) propaganda” de um determinado produto dizendo: “Eu mesmo(a) uso.” Embora possa parecer uma
indicação “sincera”, o cliente pode não desejar ter uma “pele ou cor de cabelo igual ao do funcionário”. Sugerir de imediato um
produto mais barato justificando que o preço é mais acessível também é um erro, pois o cliente pode se sentir ofendido pelo pré-
julgamento feito pelo funcionário. E criticar uma marca para vender outra também mostra falta de preparo da equipe, pois uma
marca pode ser evidenciada pelos seus benefícios sem precisar falar mal de outra;
• Não explicar as opções de pagamento – muitas farmácias e drogarias deixam a desejar na hora de informar as opções de
pagamento ao cliente. Muitas vezes se limitam a contar as condições de parcelamento no cartão de crédito, e se esquecem de
perguntar se o cliente possui plano de saúde, pois muitos deles estão inseridos nos Programas de Benefícios de Medicamentos
(PBMs) oferecendo descontos, ou então convênio com alguma empresa, dando a opção de pagamento via desconto em folha.
Uma prática cada vez mais usada no varejo é a da “venda complementar”, também conhecida como venda correlata. Embora o
nome já contextualize o tipo de venda, muitos gerentes direcionam suas equipes a realizá-la de maneira errada. A venda correlata é
uma estratégia para aumentar o ticket médio da loja, mas em nenhum momento ela deve causar constrangimento e perturbação ao
cliente. Ela deve ser complementar ao perfil de compra de cada cliente ou então, caso a empresa escolha um produto específico
para ser trabalhado, ela deve ser de conveniência e unissex.
Um exemplo bastante comum desse tipo de venda é em casos em que o cliente decide comprar um dermocosmético anti-idade
para o rosto: Sugerir o sabonete para limpeza e tônico para preparar a pele para ter uma melhor absorção do produto anti-idade
como venda correlata está perfeitamente correto, pois a recomendação correlata influencia positivamente no tratamento do cliente
e mesmo que o cliente não compre, ele não se sente “enganado” com a recomendação.
Já quando o funcionário oferece um shake para o cliente que comprou um sabonete e xampu, além de ser perturbador, é
antiético, constrange o cliente e ele vai tentar sair o mais rápido possível da loja para não ser novamente “alvo” do funcionário.
Logo, é imprescindível que o atendimento, por mais que tenha um script padronizado pela empresa, seja facilmente adaptável aos
diversos “perfis” de clientes:
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• O cliente impaciente geralmente é desconfiado e precisa ser tratado com brevidade, cortesia e as orientações devem ser
bem claras e seguras;
• O cliente tímido geralmente fica andando pela loja até ser abordado, logo, é necessário que o funcionário o aborde o
quanto antes. Um detalhe importante é que esse tipo de cliente geralmente fala muito baixo e é bastante sucinto, então é
imprescindível que o funcionário seja discreto, não fale alto e que seja atencioso, mas nunca invasivo;
• O cliente agressivo geralmente discute por qualquer coisa, assim, a melhor forma de atendê-lo é evitar interrompê-lo e não
dar a entender que ele esteja nervoso;
• Ser paciente e se colocar à disposição dele geralmente quebra a barreira da agressividade;
• O cliente preocupado com preço vai dar indícios logo no início da conversa que o valor é fator determinante para a compra.
Neste caso, abrir um parêntese e explicar as diversas formas de pagamento e possíveis parcelamentos vai deixá-lo mais calmo para
ouvir as orientações do produto ou serviço que ele busca. A explicação deve ser bem clara, objetiva e em hipótese alguma o cliente
deve confundir as opções de pagamento e crédito como algo sendo direcionado pelas possíveis condições financeiras dele, e sim
facilidades ofertadas pela empresa para todos os seus clientes, pois é bem comum que o cliente se ofenda caso não seja explicado
corretamente;
• O cliente “engraçadinho” também é bastante comum – geralmente ele faz piadas sobre tudo e até mesmo sugere duplas
interpretações, constrangendo o funcionário. Nesse caso é importante que o funcionário não dê importância às piadinhas, mas ao
mesmo tempo não pareça arrogante;
• O cliente “sabe tudo” geralmente entram na loja após algumas consultas no “Google” sobre tratamentos, produtos e,
consequentemente, exige explicações bastante seguras do funcionário, pois a chance desse cliente questionar, ainda que seja sem
muitos critérios, é grande;
• O cliente exigente é detalhista, quer saber particularidades sobre o produto ou serviço e geralmente não tem pressa. Para
esse tipo de cliente é preciso que o funcionário seja objetivo, atencioso e claro nas explicações.
O atendimento não termina quando o produto ou serviço foi recomendado e não se despede do cliente, não agradece e não o
acompanha até o check-out ou então até a porta. A gentileza deve fazer parte de todas as etapas de atendimento.
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