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Base conceitual da Educação em Saúde Ambiental

Educação em Saúde Ambiental - é um processo educativo permanente, sistemático e


contínuo que ocorre nas relações que se estabelecem ente os diversos sujeitos na
sociedade, no meio ambiente, com as diversas formas de vida, que afetam a saúde
humana e sua qualidade de vida.

É uma área transversal de reconhecimento técnico e científico que contribui efetivamente


na transformação e no desenvolvimento da consciência crítica do cidadão, estimulando a
participação, o controle social e sustentabilidade socioambiental, utilizando entre outras
estratégias a mobilização social, a comunicação educativa/informativa e a formação
permanente (FUNASA,2017).

Educação permanente - estratégia de reestruturação dos serviços, a partir da análise dos


determinantes sociais e econômicos, mas, sobretudo de valores e conceitos dos
profissionais. Propõe transformar o profissional em sujeito, colocando-o no centro do
processo ensino-aprendizagem (Ministério da Saúde, 2004).

Educação continuada - é um processo dinâmico de ensino-aprendizagem, ativo e


permanente, destinado a atualizar e melhorar a capacitação de pessoas, ou grupos, face à
evolução científico-tecnológica, às necessidades sociais e aos objetivos e metas
institucionais. (OPAS, 1978 apud Oguisso, 2000).

Educação Diferenciada - respeita e valoriza a cultura e os saberes do território, está


conectada com a realidade local e global e promove autonomia buscando qualidade de
vida de forma sustentável.

Educação Popular - busca promover a participação dos sujeitos socais, incentivando a


reflexão, o diálogo e a expressão da afetividade, potencializando sua criatividade e sua
autonomia.

Educação popular em saúde - volta-se para a promoção e participação social no


processo de formulação e gestão da política de saúde, direcionando-se para o
cumprimento efetivo dos princípios ético-políticos do SUS: universalidade, integralidade,
equidade e descentralização sobre controle social.
Educação Popular em Saúde “é estratégia para reorientação das
práticas de saúde, compreendendo a produção de conhecimento
compartilhado, de projetos políticos que suscitem a adesão da
sociedade e de ações capazes de produzir novos sentidos nas
relações entre necessidades de saúde da população e organização
do cuidado da saúde. Volta‐se para a promoção da participação
social no processo de formulação e gestão da política de saúde,
direcionando para o cumprimento efetivo dos princípios éticos‐
políticos do SUS: universalidade, integralidade, equidade e
descentralização sob controle social” (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2009).

Saúde ambiental - área da saúde pública afeita ao conhecimento cientifico e à formulação


de políticas e às correspondentes intervenções (ações) relacionadas à interação entre a
saúde humana e os fatores do meio ambiente natural e antrópico que a determina,
condiciona e influencia, com vistas a melhorar a qualidade de vida do ser humano sob o
ponto de vista da sustentabilidade.

Promoção da saúde - é resultante de um conjunto de fatores sociais, econômicos,


políticos, culturais, ambientais, comportamentais e biológicos. De acordo com o Ministério
da Saúde é uma das estratégias de produção da saúde, um modo de operar que,
articulando às demais estratégias de produção de saúde, um modo de operar que
articulado às demais estratégias e políticas do SUS, contribui para a construção de ações
que possibilitem responder às necessidades sociais da saúde.
“Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da
comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde,
incluindo uma maior participação no controle desse processo. Para
atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social (...)
Nesse sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os
recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas.
Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do
setor saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção
de um bem-estar global” (CARTA DE OTTAWA, 1986).

Prevenção da Saúde - As ações preventivas, por sua vez, definem-se como intervenções
orientadas a evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e
prevalência nas populações. Para tanto, baseiam-se no conhecimento epidemiológico de
doenças e de outros agravos específicos (CZERESNIA, 2003). A prevenção orienta-se às
ações de detecção, controle e enfraquecimento dos fatores de risco de enfermidades,
sendo o foco a doença e os mecanismos para atacá-la (BUSS, 2003).

Participação - é tomar parte de; assumir o que é seu de direito; é ser sujeito e ator; é
assumir o controle social. Segundo João Bosco Pinto (1987) a “participação real é a que se
identifica com as reinvindicações da população para assumir parte das decisões sociais”

Mobilização social - “a mobilização social ocorre quando um grupo de pessoas, uma


comunidade, uma sociedade decide e age com objetivo comum, buscando,
quotidianamente, os resultados desejados por todos. Por isso, se diz que a mobilização
social é convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum, sob uma
interpretação e um sentido também compartilhado (TORO, 1996).

Agir educativo - “é a ação social que se alimenta do processo de construção de um


substrato teórico metodológico de sustentação, de projetos políticos que suscitem a
participação da sociedade e de ações capazes de produzirem novos sentidos nas relações
entre necessidades de saúde da população e organização do cuidado da saúde
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

Controle social - O controle social na saúde é um dos princípios organizativos do Sistema


Único de Saúde (SUS) que garante a participação da população no processo de
formulação e controle das políticas de saúde no Brasil no monitoramento, fiscalização,
avaliação e presença na gestão estatal. O Conselho de Saúde é órgão colegiado,
deliberativo e permanente do Sistema Único de Saúde - SUS em cada esfera de Governo,
integrante da estrutura básica do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização e
competência fixadas na Lei nº 8.142/90 (resolução n.º 333, de 04 de novembro de 2003,do
Conselho Nacional de Saúde).

Parcerias - As parcerias na saúde decorrem de decisão política a ser tomada com base
no princípio da eficiência e instrumentalizada por vínculos jurídicos que garantam o respeito
às diretrizes do SUS e aos princípios do serviço público.

Oficina de Educação em Saúde Ambiental e Educomunicação - Estratégia pedagógica


que permitem o desenvolvimento de ações de educação em saúde ambiental referenciadas
na participação e comunicação social voltadas para o agir coletivo para prevenção,
produção e promoção de saúde por meio da construção coletiva do conhecimento, na
apropriação de metodologias e tecnologias que propiciam a transformação das condições
de saúde e da realidade para a melhoria da qualidade de vida da população.

Cidades Saudáveis (Opas/OMS) propõe o olhar do espaço urbano pelas diversas políticas
sociais capazes de estimular governo e sociedade civil no desenvolvimento de estratégias
e projetos que possam proporcionar maior eqüidade e justiça para os cidadãos que
convivem ou habitam nas comunidades, bairros, distritos ou localidades (WESPTHAL,
2000).
Sugestões de conceitos, temáticas e atividades a serem abordadas na ocasião de
execução do Projeto Agente Mirim: promotores e produtores de saúde ambiental

História 1 - O mistério das águas paradas

• Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de Combate a Endemias (ACE). O


que é, quais atribuições, ambiente de trabalho, público focal etc;
• O que é saúde. Considerar o conceito da OMS
• O que é meio ambiente;
• Relação saúde e ambiente;
• O que significa produção e promoção da saúde;
• Qual o papel do agente mirim;
• O que é uma escola e um ambiente saudável;
• O que é e para que serve um equipamento de proteção individual;
• O que são arbovirores;
• O que é vetor;
• Mosquito Aedes aegipty enquanto vetor;
• Dengue, zikavírus e chikungunya – características e distinção entre as doenças;
• Formas de contaminação, características físicas e biológicas de cada doença
(sinais e sintomas);
• Formas de prevenção;
• Conceitos de surto, endemia e pandemia.

Sugestões de atividades

Para apresentação do Projeto para os alunos

• Álbum seriado com imagens dos materiais do Projeto; OU


• Caixa surpresa, com sorteio de números, para apresentação dos temas e dos
materiais que serão trabalhados ao longo do Projeto.
Atividades propostas:
1. Temas geradores (ACS, ACE e Saúde)
1.1 Colar embaixo das cadeiras da turma os temas geradores. Na sequência dividir os
alunos por grupo, de acordo com o tema escolhido. Os grupos deverão explicar por
meio de desenhos, paródia, poesia etc o significado de cada tema e apresentar para
a turma.

2. Tema gerador: Mosquito Aedes aegipty


2.1 Oficina de artesanato;
2.2 Oficina de Maquete;
2.3 Apresentação teatral. Nesta ação, sugere-se que os alunos, divididos em grupo,
façam uma peça teatral, representando os sinais e sintomas de pessoas adoecidas
por dengue, zikavírus e chikungunya.

3. Vivência na escola. Tema gerador: ambiente saudável

3.1 Produzir crachás e coletes (TNT) para o agente mirim.

História 2 - A horta da hora

• Resíduos sólidos;
• Alternativas para descarte do lixo;
• Aterro sanitário;
• 5R’s;
• Coleta seletiva;
• Compostagem;
• Cooperativas e trabalhos integrados;
• Alimentação saudável.

Atividades propostas:

1. Tema gerador: vulnerabilidades x ambiente saudável


1.1 Passar filme mostrando as diferenças dos ambientes, seguida de reflexão
compartilhada sobre as condições apresentadas

2. Temas geradores: resíduos sólidos, formas de coleta


2.1 Caça palavras
3. Tema gerador: 5R’s
• Oficina de artesanato para confecção de acessórios a serem elaborados com
materiais Reaproveitáveis;
• Vivências em cooperativas de materiais recicláveis ou levar um representante da
cooperativa para a realização de uma roda de conversa na escola;
• Visita ao aterro sanitário ou ao local de descarte de resíduos sólidos;
• Vivência na comunidade para avaliação crítica das condições dos resíduos sólidos.
OBS.: Abordar a questão do descarte dos resíduos hospitalares, de materiais
eletrônicos e/ou elétricos;
4. Tema gerador: Alimentação saudável
4.1 Roda de conversa conduzida por uma nutricionista sobre a importância da
alimentação saudável;
4.2 Visita a Embrapa, Emater etc para conhecer o trabalhos, buscar parceria, doação
de sementes etc;
4.3 Construção da composteira;
4.4 Construção da horta coletiva;
5. Tema gerador: Dia D - eu sou um Agente Mirim
5.1 Na escola, com a participação dos pais, responsáveis e comunidade realizar a
culminância das atividades parte I, com mostra cultural dos materiais produzidos ao
longo do trabalho realizado até então. Nesta ocasião deverão ser expostos todos os
materiais (cartazes, maquetes, objetos, acessórios, paródias, teatro, desfile de moda
etc). Sugere-se que seja feito doação dos produtos da horta construída pelos alunos
para os responsáveis.

História 3 - A comunidade em que vivo


1. Tema gerador: saneamento básico
2. Tema gerador: Abastecimento de Água
3. Tema gerador: Esgotamento sanitário
4. Escoamento e manejo da água de chuva

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