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RESENHAS BOOK REVIEWS 1963

pessoas deficientes aparecem indissociáveis, assim mano com o corpo, a doença e o sofrimento são, aci-
como a justificativa acerca das práticas de esteriliza- ma de tudo, experiências que o envolvem tanto no
ção impostas a estas pessoas; práticas encaradas de que ele tem de mais singular quanto no que ele encar-
forma global como uma solução. na das determinações sociais e culturais mais amplas.
Enfim, como diz Claude Revault d’Allonnes no O livro se divide em três partes. Na primeira (Saú-
belo prefácio que escreveu para a primeira edição, de Mental), encontramos estudos que tematizam a
“de uma maneira ou de outra, todos nós seres huma- relação sofrimento psíquico e cultura. O artigo que
nos somos deficientes de amor e que a falta, o sofri- abre esta primeira parte, intitulado Ciência, Tecnolo-
mento e o desejo, daí se originam” (p. 31). gia e Saúde Mental, aborda uma determinada forma
O Anjo e a Fera: Sexualidade, Deficiência Mental, de sofrimento que emerge nos CTA (Centros de Acon-
Instituição fornece assim novos subsídios para os selhamento e Testagem Anônima) de Salvador, Bahia.
profissionais brasileiros refletirem acerca de suas O que chama a atenção neste trabalho é o registro de
práticas e modos de pensar e pode contribuir na bus- um número elevado de pacientes sofrendo de ansie-
ca de saídas originais dentro do contexto brasileiro dade em relação à possibilidade de ser portador do
frente aos difíceis e dolorosos problemas que a se- vírus HIV e apresentando também sintomas que se-
xualidade dos deficientes mentais coloca para as fa- riam indicativos da presença de AIDS. O autor cons-
mílias e as instituições. tata que a maior parte dos pacientes era soronegativa
e retornava para uma segunda e até uma terceira tes-
Diana Dadoorian tagem. Isso testemunharia o aparecimento de uma
Instituto Fernandes Figueira,
nova população: os portadores de uma “AIDS imagi-
Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.
ddadoorian@wnt.com.br nária”. Segundo o autor, os CTA veiculam novas for-
mas de controle dos indivíduos pelo Estado. Os clien-
tes do CTA são treinados para auto-administrarem
1. Dadoorian D. Pronta para voar, um novo olhar sua subjetividade, em particular os seus instintos, e o
sobre a gravidez na adolescência. Rio de Janeiro: exame de HIV é um instrumento dessa administra-
Rocco; 2000. ção. Porém, há uma questão que o artigo apenas tan-
gencia e que merece investigações mais profundas.
Trata-se dos múltiplos usos que os pacientes fazem
TECNOLOGIAS DO CORPO: UMA ANTROPOLO- do CTA, como por exemplo, servir-se dele como um
GIA DAS MEDICINAS NO BRASIL. A. Leibing, or- espaço em que podem obter acolhimento para os
ganizador. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2004. seus conflitos familiares e amorosos e conflitos rela-
304 pp. cionados às suas orientações sexuais.
ISBN 85-85936-51-7 O sofrimento psíquico é o objeto privilegiado da
psiquiatria, campo que historicamente sempre foi
Nas ciências sociais, a antropologia é uma disciplina marcado por cisões teóricas; isso é o que nos mostra
que tem trazido importantes contribuições ao campo o artigo de Jane Russo et al., Entre o Corpo e a Mente:
da saúde pública. Neste, há muito tempo, consoli- a Noção de Indivíduo na Assistência de um Hospital
dou-se o entendimento de que as condições concre- Psiquiátrico Universitário. Este artigo nos oferece um
tas de vida das pessoas e das populações determinam panorama da divisão interna do campo psiquiátrico
seu estado de saúde e de doença. Mais recentemente, entre os defensores da psiquiatria biológica e os de-
por intermédio dos estudos antropológicos, vem fensores de uma visão psicodinâmica. Esta hegemo-
crescendo o interesse por investigações sobre a di- nia se expressa na ampla difusão do DSM-III (Diag-
mensão sócio-cultural da relação do sujeito com o nostic and Statistical Manual of Mental Disorders – 3a
corpo e a doença. Tais investigações mostram, por Edição) 1. Esta edição do DSM marca um ponto de in-
exemplo, como o recurso ao médico ou o consumo flexão ao se apresentar como uma classificação des-
de medicamentos são determinados pelo modo co- critiva, ateórica, livre de explicações etiológicas. As
mo a cultura modela a percepção que o sujeito tem autoras concluem seu estudo mostrando que a psi-
do corpo e dos seus padecimentos. quiatria biológica está substituindo o dualismo cor-
Uma nova contribuição nos foi dada, recente- po/mente por uma representação monista da Pessoa,
mente, por meio do livro Tecnologias do Corpo: Uma em que o plano físico é a dimensão explicativa para o
Antropologia das Medicinas no Brasil, organizado por comportamento geral do sujeito. A conseqüência dis-
Annette Leibing, professora do Instituto de Psiquia- so é que se psiquiatria passa a se situar mais confor-
tria, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em cada tavelmente como parte da medicina científica, aban-
um dos seus onze artigos encontramos, de diferentes dona-se nesse campo a consideração das dimensões
maneiras, o pressuposto de que o corpo não é um tanto subjetivas, quanto culturais e políticas da expe-
mero organismo e a doença e o sofrimento psíquico riência da loucura.
não se reduzem a simples alterações anatômicas, fi- A preocupação das autoras se coaduna com a
siológicas ou neuroquímicas. A relação do sujeito hu- proposta do trabalho de Cristina Redko, Vivendo a

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Primeira Experiência da Psicose Através da Religião. A uma reflexão sobre o corpo, relacionando-o ao con-
autora mostra, mediante um estudo de caso, como os ceito de experiência. Com base nas filosofias de Hei-
referentes religiosos são importantes recursos para degger e Merleau-Ponty, os autores apresentam as li-
nomear, descrever e lidar com a experiência psicóti- nhas mestras de uma “filosofia da encarnação” ou
ca, servindo como um “ponto de apoio” no qual o su- embodiment, procurando articular as suas conse-
jeito busca um sentido para o inexplicável dessa ex- qüências para as ciências sociais. Corpo e consciên-
periência perturbadora. Mas, ao mesmo tempo, a au- cia são redefinidos a partir da sua imbricação, o que
tora percebe que nem sempre a religião serve como nos conduz à noção de “corpo vivido”, no sentido de
ponto de apoio, pois sua função para cada pessoa de- que o corpo é sempre um corpo para um sujeito. Mas
pende exatamente da economia subjetiva de cada esse sujeito não se confunde com a consciência indi-
um, isto é, das maneiras idiossincráticas por que cada vidual, pois ele só existe por encarnar uma cultura e
pessoa reinterpreta os idiomas e referentes religiosos. uma tradição que o antecedem.
Outro tema importante nos dias atuais é a medi- A terceira parte do livro (Contextos) nos permite
calização do sofrimento. O último artigo desta pri- concluir que o conhecimento sobre as condições de
meira parte Atração Fatal: Trabalho Escravo e o Uso saúde de um determinado grupo ou população de-
de Psicotrópicos por Povos Indígenas de São Paulo, de pende da consideração de fatores sociais, políticos,
Marina Leal, apresenta-nos um quadro impressio- econômicos e culturais. É o que se verifica já no pri-
nante do uso abusivo de medicamentos psicotrópi- meiro artigo desta parte, de Telma Camargo da Silva,
cos por grupos indígenas de São Paulo. Centenas de intitulado Desastre Como Processo: Saberes, Vulnera-
índios que trabalham como bóias-frias em regime de bilidade e Sofrimento Social, cujo objetivo é analisar
escravidão encontram-se submetidos a uma situação a produção do sofrimento social entre os sobreviven-
de intensa exploração econômica. A maioria deles tes do desastre ocorrido em Goiânia, Goiás, no qual
consome, em média, quatro tipos de medicamentos foram vítimas da exposição à radiação de césio 137.
por dia, entre analgésicos, anti-hipertensivos e “re- Um dos méritos do artigo é o de deslocar a noção de
médios dos nervos”. A importância dos remédios pa- desastre de considerações objetivistas, centradas me-
ra essa população é inequivocamente ilustrada por ramente no impacto físico e na sua magnitude numé-
uma das entrevistadas: “pode faltar comida, mas sem rica, e propor a inclusão das dimensões sociais, cul-
remédio a gente não vive (...) remédio aqui virou ouro: turais e políticas desse tipo de evento. A autora exa-
quem tem é rico” (p. 93). Mas essa atração exercida mina a construção da noção de “vítima oficial”, isto é,
pelos remédios pode ser fatal e o artigo nos abre a o grupo considerado apto a receber atendimento,
possibilidade de se discutir rigorosamente duas gran- pensões e indenizações. Ela revela, ainda, a luta em-
des questões: quais são os determinantes dessa atra- preendida pelos rádio-acidentados pela legitimação
ção? Quais são os efeitos que a tornam fatal? da dor junto à instituição médica contra a desqualifi-
A segunda parte (Saberes/Conhecimento) inclui os cação das manifestações de sofrimento que não coin-
trabalhos que discutem o saber médico e algumas re- cidem com as referências diagnósticas dos manuais
ferências teóricas que abrem novas perspectivas de de medicina.
análise do tema do corpo e da doença nas ciências Na mesma linha, o artigo Saber e Itinerários de
sociais. O primeiro artigo desta parte é o de Kenneth Cuidados na Amazônia Brasileira: o Doméstico na En-
R. de Camargo Jr., intitulado Sobre Palheiros, Agulhas, cruzilhada do Espaço Terapêutico, de Francine Sail-
Doutores e o Conhecimento Médico: a Epistemologia lant, descreve e analisa os saberes e práticas da mu-
Intuitiva dos Clínicos. O autor nos dá a conhecer re- lher cabocla amazonense voltados para os cuidados
sultados de sua pesquisa com professores de clínica de saúde no interior da família. Ela mostra como as
médica de duas faculdades de medicina do Rio de Ja- mulheres caboclas são responsáveis pela saúde dos
neiro. Camargo Jr. observa que o modo como se esta- membros da casa, o que envolve desde os remédios
belece a relação entre conhecimento médico e práti- caseiros e também recorrer aos diversos agentes de
ca clínica se materializa na “busca amplamente intui- cura que compõem o “espaço terapêutico” desse gru-
tiva, pragmática, orientada a resultados, por informa- po social. O espaço terapêutico se refere a um siste-
ção relevante (isto é, potencialmente útil na prática)” ma de práticas de saúde que inclui os serviços oficiais
(p. 139). O autor levanta, corajosamente, a discussão de saúde e instituições alternativas como igrejas, or-
sobre o papel do complexo médico-industrial na se- ganizações não governamentais (ONG), curandeiros,
leção e promoção das fontes de informação médica. medicina popular. A autora retrata esse espaço tera-
No artigo Nem Tudo na Vida tem Explicação: Ex- pêutico brasileiro como, concomitantemente, mesti-
plorações Sobre Causas de Doenças e Seus Significados, ço, à medida que articula uma pluralidade de práti-
Carlos Alberto Caroso et al. analisam relatos nos quais cas e saberes, e hierárquico, uma vez que oferece um
os entrevistados tentam construir um discurso expli- acesso desigual aos serviços oficiais de saúde.
cativo sobre as causas de problemas mentais. O artigo O artigo Contato Iminente, Saúde Desamparada:
aponta que a experiência da doença não se resume a Conseqüências e Reflexões Sobre o Contato Interétnico
um conjunto de sinais objetivos que indicam uma com os Índios Guajá do Maranhão, de Louis C. Forli-
perturbação do funcionamento do corpo ou da mente ne, discute os efeitos do contato dos índios Guajá
de uma pessoa. Ela é algo vivenciado subjetivamente com a sociedade nacional na sua alimentação e sua
pelo doente, que atribui significado a essa vivência de saúde. Forline mostra como o contato provocou uma
acordo com suas referências simbólicas. As narrativas acentuada queda populacional. As epidemias que
sobre as causas da perturbação mental sempre levam mais atingiram esses grupos foram a malária e a gri-
em conta as relações sociais e afetivas em que o doen- pe. Além disso, a transição para a agricultura impli-
te ou aquele que narra a experiência estão inseridos. cou uma mudança na dieta alimentar. O autor afirma
Miriam Cristina Rabelo e Paulo César Alves, no a importância de os representantes da Fundação Na-
artigo Corpo, Experiência e Cultura, empreendem cional do Índio (FUNAI) conhecerem melhor a etno-

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medicina desses grupos indígenas, bem como sua vi- espectro dos interesses desse cientista e da profundi-
são de doença, saúde, morte e cura. Alerta para o fato dade da sua pesquisa. Terão, ao ler essa obra.
de que esses grupos se tornam mais dependentes da Jaime L. Benchimol & Magali Romero Sá conse-
assistência do Estado. guiram compilar, organizar e apresentar a totalidade
Finalmente, o último artigo do livro, Tão Alto da produção científica de Adolpho Lutz. Efetivamen-
Quanto o Morro – Identidades Localizadas de Mulhe- te um intelectual renascentista, Adolpho Lutz, ao lon-
res Hipertensas na Favela da Mangueira, de Annette go dos seus 85 anos, conseguiu deixar sua marca nos
Leibing e Daniel Groisman, descreve as narrativas de dois principais centros de pesquisa biomédica do
mulheres idosas hipertensas que moram na favela da país da primeira metade do século XX, ainda hoje de
Mangueira, Rio de Janeiro, analisando a relação entre primordial importância, o Instituto Adolpho Lutz e a
identidade e localidade. As narrativas em torno do Fundação Instituto Oswaldo Cruz. O cuidado com
problema da hipertensão traziam no seu bojo uma que isso foi feito, cada texto sendo traduzido e revis-
série de referências à identidade dessas mulheres to, apresentado no seu original, em fac-símile, e em
muito vinculadas à localidade: ser moradora da fave- versão em português permite uma compreensão de
la, pertencente a uma tradição. O passado mitificado Lutz e sua obra. Ligando os trabalhos, a contextuali-
aparece nas narrativas quando se opõe, por exemplo, zação histórica e biográfica.
a violência do mundo de hoje à tranqüilidade e à paz A estrutura geral da obra, história e detalhes de
do mundo de ontem. sua organização podem ser conhecidos por meio de
Após este percurso, pode-se perceber que as con- um artigo de Benchimol et al. 1, recomendo a leitura
tribuições que todos estes artigos do livro aportam desse antes de abordar o primeiro volume.
são múltiplas e dizem respeito a problemas enfrenta- Essa é uma obra tanto de referência para os pes-
dos tanto no âmbito da gestão de serviços e sistemas quisadores e interessados na história da ciência, medi-
de saúde, quanto no âmbito da atenção à saúde. E cina e saúde pública brasileiras e, ao mesmo tempo,
também podem nos ajudar a refletir sobre uma série uma leitura agradável. Agradável não só pela sua es-
de impasses nas práticas de prevenção, promoção e trutura de fácil consulta e, no jargão atual, navegação,
recuperação da saúde. facilitada enormemente pelo volume inteiramente de-
Uma das grandes contribuições que se pode ex- dicado ao sumário, um excelente glossário, inclusive
trair de todos estes trabalhos tem a ver com o enca- com termos de época, atualmente em desuso, e um ín-
minhamento de Malinowski ao propor como tarefa dice remissivo detalhado, além de relação das fontes
do antropólogo a consideração do ponto de vista do utilizadas para a obra. Cada tomo e, portanto, cada te-
nativo. Esse respeito pela palavra do outro que desde ma, tem uma apresentação por um especialista da
então passou a caracterizar a antropologia deve ser- área e uma introdução dos organizadores, o que per-
vir de inspiração para nossas práticas em saúde pú- mite contextualizar a obra de Lutz tanto no seu aspec-
blica, pois para se conhecer os problemas de saúde to histórico como dentro de cada disciplina científica.
de um determinado grupo social é necessário, entre A primeira dúvida que se apresenta ao leitor é sa-
outras coisas, valorizar os discursos que seus mem- ber qual a maior obra, a de Lutz, ao longo de sua vi-
bros produzem sobre a saúde e a doença e também da, ou a dos seus historiadores, uma vez que se trata
reconhecê-los como interlocutores legítimos na pro- muito mais do que apenas uma simples compilação e
dução das políticas de saúde. E é por isso que não se catalogação de trabalhos científicos.
pode falar de saúde sem falar de participação popu- Benchimol, Sá e sua equipe vão muito além de
lar e democracia. simplesmente compilar e catalogar, todos os artigos,
cartas e demais escritos de Lutz são traduzidos, uma
Erimaldo Nicacio vez que Lutz escreveu em alemão e inglês, além do
Escola de Serviço Social, Universidade Federal
português, e os tópicos e subtópicos são devidamen-
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
eri@ess.ufrj.br te comentados por especialistas na área.
Esse primeiro volume conta com três tomos e um
adicional com sumário e índice remissivo. O volume
1. American Psychiatric Association. Diagnostic and é dividido por assunto, como deverão ser os demais a
statistical manual of mental disorders. 3 rd Ed. serem publicados. O primeiro tomo contém a produ-
Washington DC: American Psychiatric Associa- ção inicial de Lutz, desde seu tempo de formação, na
tion; 1980. Suíça, até o início de sua vida profissional, como clí-
nico em Limeira, interior de São Paulo. O segundo to-
mo contém a produção de Lutz sobre hanseníase, seu
ADOLPHO LUTZ. OBRA COMPLETA. Jaime L. principal interesse, aparentemente, ao longo de toda
Benchimol & Magali Romero Sá, organizadores. sua vida. Essa produção, ainda que evidentemente
Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2004. v. 1. desatualizada, é de particular interesse por refletir o
ISBN: (Tomo 1) 85-7541-043-1; (Tomo 2) 85-7541-039-3; conhecimento da época sobre a doença. O terceiro
(Tomo 3) 85-7541-042-3; (Suplemento) 85-7541-045-8. tomo é a produção de Lutz em micologia. Cabe des-
tacar o artigo sobre o que hoje é conhecida como pa-
Ao ler esse primeiro volume de uma obra que deverá racocciodioidomicose, doença cuja identidade foi es-
ter seis, cada um com três tomos (o primeiro volume tabelecida por Lutz, Splendore e Almeida.
conta também com um suplemento), é difícil saber o Ainda que, obviamente, não seja uma obra de lei-
que mais impressiona, se Adolpho Lutz e sua obra ou tura corriqueira, merece ser lida, não obstante uma
a obra dos seus historiadores. importante obra de referência, como se lê um roman-
Dificilmente alguém, particularmente se militan- ce, o romance da construção da ciência médica bra-
te da saúde pública, desconhece quem foi Adolpho sileira. Aliás, não somente médica, pois Lutz era um
Lutz, mas poucos têm uma visão completa do amplo naturalista e um sanitarista, com importantes contri-

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