Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RIO DE JANEIRO
1997
2
RIO DE JANEIRO
1997
3
Aprovada em ....../......./.......
Banca Examinadora:
RIO DE JANEIRO
1997
4
À Liana Ocampo,
AGRADECIMENTOS
Minhas filhas Andréa e Lilian que foram geradas e cresceram ouvindo falar
em dissertação de mestrado e tese de doutorado;
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................... 7
RESUMO
APRESENTAÇÃO
BIBLIOTECAS
ARQUIVOS MUSEUS
Essas operações, que transitam com uma frequência bastante alta nos
campos teóricos e metodológicos da Arquivologia, Biblioteconomia e
Museologia vêm conduzindo estudos sobre a categoria maior que
comportaria essas três áreas do conhecimento. Várias tentativas já foram
feitas para considerar a Ciência da Informação como gênero que abrigaria tais
campos mas, como até o momento esta se desenvolveu mais fortemente sob a
égide da ciência e da tecnologia, a Museologia, por exemplo, vem tendo
dificuldade em aceitar essa classificação. Há um certo consenso entre os
museólogos de que a Museologia ultrapassa a questão da tranferência da
informação. Faz uso dela como uma de suas práticas, mas considera a
dinamização cultural como sua expressão maior. É nesse sentido que surge o
conceito de informação cultural, em contraposição à informação científica e
tecnológica.
O que seria a informação cultural? Que diferença haveria dessa última
para a informação científica e tecnológica? Dos inúmeros aspectos que
poderiam aqui ser discutidos, ficaremos com aquele que interessa a nosso
propósito, ou seja, a representação e a preservação da memória social pelo
documento. Nesse sentido, as discussões sobre o conceito de Documento
ultrapassam a origem criadora da Ciência da Informação, preocupada
tradicionalmente com os objetos textuais. Para Le Goff12, por exemplo, o
objeto de memória pertence à categoria de documento/monumento. Na sua
concepção, independente da revolução documental deste século, documento
não é qualquer coisa que fica por conta do passado, mas um produto da
sociedade que o fabricou segundo as relações de forças que aí detinham
poder. Nas palavras de Le Goff estes materiais da memória podem
apresentar-se sob duas formas principais: monumentos, herança do passado,
e os ‘documentos’, escolha do historiador. Ao contrário, Foucault13 declara
que o documento ... (livros, textos, narrações, registros, atas, edifícios,
18
O
R
G
A
N
DOCUMENTO Teoria da Memória Do- Otlet, La Fontaine, Malclés
I
cumentária
Z
A
Ç
Ã
O
cas
1
CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. SãoPaulo :
Companhia das Letras, 1990. 141 p. 84.
2
CIÊNCIA da Informação ou informática? Organização e tradução de Hagar Espanha
Gomes. Rio de Janeiro : Calunga, 1980. 112p. (publicado em UNESCO Bulletin for
Libraries, v.22, n.2, p. 58-63, mar./abr., 1968.)
4
MOSTAFA, Solange Puntel. Epistemologia da biblioteconomia. São Paulo :
PUC, 1985. (Tese de Doutorado em Filosofia da Educação)
5
MENDONÇA DE SOUZA, Alfredo, DODEBEI, Vera Lucia. Três seminários em Ciência
da Informação. Rio de Janeiro: IBICT/CNPq/ECO/UFRJ, 1992. (Trabalho
apresentado à disciplina Linguagem e Ciência da Informação III: gerenciamento,
32
7
MORIN, Edgar. La méthode : la nature de la nature. Paris : Éditons du Seuil, 1977. p. 17.
8
Paradoxalmente, ao incluirmos um novo conceito aos anteriores, reduzimos o grau de
generalização e limitamos o campo de estudo. Tal processo pode ser explicado pela
derivação conceitual na divisão (lógica formal), onde a noção de compreensão e
extensão opera inversamente ao número de atributos relacionados ao conceito.
9
MENDONÇA DE SOUZA, Alfredo, DODEBEI, Vera Lucia. op. cit. p. 34.
10
GOMEZ, Maria Nelida Gonzalez de. A representação do conhecimento e o
conhecimento da representação. Ciência da Informação, Brasília, v.22, n.3, p.217-
222, set./dez., 1994.
16
ibid.
17
MARCO, Francisco Javier Garcia et. al. On some contributions of the cognitive
sciences and epistemology to a theory of classification. Knowledge Organization, v.
20, n.3, p.126-132, 1993. p. 129
18
SHEINER, Tereza Cristina. Objeto-documento. Objeto-argumento. Objeto-instrumento.
Raizes e Rumos, Rio de Janeiro, ano 2, n. 4, 1995.
19
PROPOSTA de Reformulação do Curso de Mestrado em Memória Social e Documento.
op. cit. p. 29
20
JEUDY, Henry-Pierre. Memórias do social. Rio de Janeiro : Forense Universitária,
1990. p. 66.
29
KOBASHI, Nair Yumiko. Análise documentária e tipologias discursivas. In: ANÁLISE
documentária : considerações teóricas e experimentações. São Paulo: FEBAP, 1989.
cap. 2.
sua contribuição para o momento atual. Mais uma interpretação, mais uma
maneira de rever os fatos, mais um modo de reconstruir uma ação.
Se tomarmos o conceito de memória como a faculadade de reter fatos,
então bastariam os arquivos e as bibliotecas que têm por missão a
salvaguarda da memória. Não é o caso dos museus, propriamente, pois a estes
cabe a função da recontextualização dos objetos recolhidos, doados ou
comprados para sua existência. Assim, os museus fazem muito mais história
que memória, se considerarmos a memória como a virtualidade do social.
Portanto, ainda tem sentido uma discussão sobre a neutralidade do
objeto de memória, uma vez que todos os objetos que retemos ou re-
descobrimos são passíveis da representação de culturas.
1.3 Objetos do cotidiano: potencialidade de representação da memória
social
Se o patrimônio cultural é representado pelo conjunto de bens
relevantes, determinados por uma escolha, seja essa representativa das
diversas culturas ou apenas de uma cultura dominante, o fato é que tais bens,
antes de alcançarem este predicado, foram objetos ou resultado de ações,
produzidos por uma população em decorrência de seu estágio de interação
social. Vale ressaltar aqui que o sentido de interação social pode ser
explicitado tal como em Duran30, onde o pano de fundo das ações sociais é
composto pelo fato social - no sentido da coletividade da ação, pelo fato
individual - como a face subjetiva da questão, e pelo fato cultural - produto
individual porém coletivizado e emblemático, detectável através da
significação compartilhada.
De acordo com Duran, embora se possa estudar isoladamente cada uma
dessas faces, o significado mais preciso de uma ação social só pode ser
obtido pela interação dos três aspectos: o social, o psicológico e o cultural. A
visibilidade dessa interação, a partir do recorte de uma ação social, pode ser
50
SUBSTÂNCIA
Corpórea Incorpórea
animada inanimada
sensível insensível
racional irracional
fusão da causa e seus efeitos. Se os efeitos das causas são incorporais, não se
pode, portanto, separar causa de efeito. Os efeitos não são qualidades e
propriedades físicas, são atributos lógicos e dialéticos. E, tal como atributo
lógico e dialético, a significação é muito mais um produto de uma relação
circunstancial, um acontecimento.
Nesse sentido, a existência de tantas classificações ou de leituras
possíveis para cada um desses objetos, nos permite afirmar que a
possibilidade de diversas interpretações para um mesmo objeto inviabiliza a
determinação geral da sua espécie, de tal sorte que um mesmo objeto pode
pertencer a vários grupos ou classes distintas, em função dos atributos ou
acontecimentos a ele associados.
do fato de que estes, em seus mais diversos aspectos - forma, cor etc., não
têm valor próprio, mas uma função universal de signos.
Na segunda perspectiva, os objetos são os mesmos. Dizer que uma
cama, um vaso, uma cadeira não se encontram mais na ordem da
funcionalidade, mas na ordem da subjetividade, porquanto são únicos,
exóticos, barrocos, antigos, folclóricos é negar a análise por processos de
relação ou aprisionar qualquer das dimensões da observação. A ordem da
subjetividade apresenta faces voltadas para o testemunho, lembrança,
nostalgia, evasão, tal como uma sobrevivência da tradição e do símbolo. O
objeto antigo não tem resultado prático, apenas significa. E significa o tempo.
Os objetos, portanto, que pertencem a esse grupo são considerados objetos de
memória. Existiu outrora a função, a ambiência, particularmente, deve
recuperar toda a sua existência, o que o deixa fora das relações pessoais,
individuais, para tornarem-se objetos coletivos, paradoxalmente à sua
unicidade ou exclusividade.
De fato, adquirir e manter um objeto dessa ordem é garantir um contato
com o coletivo, com o tempo, ou melhor, com todos os tempos, e apoderar-se
de todas as ambiências é aprisionar o todo em si, sem compartilhar.
Baudrillard48 considera para tal grupo de objetos os valores da ambiência ou
a historicidade, o valor simbólico ou mito de origem, a autenticidade.
... ele não é verdadeiro nem é falso, é perfeito - não é nem interior,
nem exterior, é um "álibi" - não é nem sincrônico nem diacrônico (não se
insere nem em uma estrutura ambiente, nem em uma temporal), é anacrônico
- não é em relação àquele que o possui, nem o atributo de um verbo ser, nem
o objeto de um verbo ter, mas concerne, na verdade, à categoria gramatical
do objeto interno, que declina quase tautologicamente a substância do verbo.
a) tendência à aquisitividade;
b) desenvolvimento do objeto de série; e,
c) consumo extensivo.
1
CALVINO, Italo. As cidades e a memória. In: ______. As cidades invisíveis. Trad. de
Diogo Mainard. São Paulo : Companhia da Letras, 1990. 150 p. p. 14-15.
2
MENDONÇA DE SOUZA, Alfredo, DODEBEI, Vera Lucia Doyle L. de M. Herança,
sociedade e cultura: patrimônio cultural. Rio de Janeiro : IBICT/CNPq/ECO/UFRJ,
1993. (Seminário apresentado à disciplina Informação e Sociedade, no programa de
Pós graduação - Doutorado em Comunicação)
3
MUNIZ SODRÉ, E. A verdade seduzida: por um conceito de cultura no Brasil. Rio de
Janeiro: CODECRI, 1983. 215 p. p. 8
4
CHINOY, E. Sociedade. In: DICIONÁRIO DE CIÊNCIAS SOCIAIS. Rio de Janeiro :
FGV, 1986. v. 2, p. 11-40.
5
DAVIS, K. Human society. New York : MacMillan, 1949. p. 27
6
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública. Rio de Janeiro : Tempo
Brasileiro, 1984.
7
HABERMAS. op. cit. p. 23
8
BOSI, A. A dialética da colonização. São Paulo : Cia. das letras, 1992. p.47
9
df.= Substantivo que é derivado regressivo de verbo. Pós-verbal. ex: compra (de
comprar).
10
MUNIZ SODRÉ., E. op. cit. p. 14.
11
GEERTZ, C.A. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro : Zahar, 1978. p. 47
12
SANTOS, J.L. O que é cultura? São Paulo : Brasiliense, 1986. p. 8
13
SANTOS, J.L. op. cit. p. 11.
14
SOUZA, Herbert de. Entrevista ao Programa Cara-a-Cara, Rede Bandeirantes, domingo,
23 de maio de 1993.
15
MAFFESOLI, Michel. A tensão permanente das tribos. O Globo, Rio de janeiro, 28 de
maio de 1995. Caderno Livros, p. 5.
16
COHEN, J.L. Strategy or identity : new theoretical paradigms in contemporary social
moviments. Social Research, v. 52, n. 4, 1993, p. 663-716.
17
DURHAM, E.R. A construção da cidadania. Novos Estudos CEBRAP, n. 10, p. 24-29,
out. 1984
67
18
CHAUÍ, M. Política cultural, cultura política e patrimônio histórico. (fotocópia, s.n.t.)
A esse respeito Marilena Chauí discorre sobre o papel do Estado no que toca à
memória e à preservação.
O Estado não pode colocar-se como centro de onde se define e se irradia a memória
pois, ao fazê-lo, destrói a dinâmica e a diferenciação interna da memória social e
política: não pode ser produtor da memória nem o definidor do que pode e deve ser
preservado.
19
JEUDY, Henry Pierre. Memórias do social. Rio de Janeiro : Forense Universitária,
1990. p. 2.
20
Le GOFF, Jacques. Memória. In: _____. Memória e história. São Paulo :
Unicamp, 1990. p.423- 483.
21
Le GOFF, op. cit. p. 425
22
VELHO, Gilberto. Projeto e metamorfose : antropologia das sociedades complexas. Rio
de Janeiro : Zahar, 1994. 137p.
23
VELHO, Gilberto. Memória, identidade e projeto. In: Projeto e metamorfose :
antropologia das sociedades complexas. Rio de Janeiro : Zahar, 1994. p.101
24
ibid. p. 104
25
JEUDY, Henry Pierre. Memórias do social. Rio de Janeiro : Forense Universitária,
1990. p. 2.
26
ibid. p. 15
27
NORA, Pierre. Entre memória e história : a problemática dos lugares. Projeto História,
Revista do programa de estudos pós-graduados em História e do Departemaneto de
História. São Paulo, n. 10 , p. 1-78, dez., 1993.
28
CHAUÍ, Marilena de Souza. Espinoza : vida e obra In: SPINOZA, Benedictus de. São
Paulo : Abril Cultural, 1979. (Os pensadores) p.xviii.
29
HEIDEGGER, Martin. Temporalidade e historicidade. In: ______. Ser e tempo.
Petrópolis : Vozes, 1993. Parte II, p. 184.
30
DURAN, Alvaro Pacheco. Interação social : o social, o cultural e o psicológico. Temas
em Psicologia, n. 3, p. 1-8, 1993.
31
As definições foram retiradas de dicionários gerais, a título, apenas, de ilustração.
32
MOLES, Abraham A. Teoria dos objetos. Rio de Janeiro : Tempo Brasileiro, 1981.
68
33
ABBAGNAMO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo : Mestre Jou, 1960. 976 p.
34
ibid. p. 693
35
ABBAGNAMO. op. cit p. 695.
36
BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos. São Paulo: Perspectiva, 1989.
37
BOUDON, Pierre. Sobre um estatuto do objeto : diferençar o objeto do objeto. In:
SEMIOLOGIA dos objetos : seleção de ensaios da Revista Communications.
Petrópolis : Vozes, 1972.
38
ibid.
39
BOUDON. op. cit.
40
PIEDADE, Maria Antonieta Requião. Introdução à teoria da classificação. Rio de
Janeiro : Interciência, 1983. p.20
41
ibid. p. 61.
42
DELEUZE, Gilles. A lógica do sentido. São Paulo : Perspectiva, 1974.
43
ibid. p. 5
44
ibid. p. 8
45
BAUDRILLARD, J. op. cit. p. 12.
46
ibid. p. 14.
47
O termo sistema é usado por Baudrillard com o mesmo sentido dado por Barthes
(Sistème de la mode) como um conjunto de unidades, de funções e de forças.
48
BAUDRILLARD, J. op. cit. p. 30
49
MOLES, A. op. cit.
50
JOLIVET, Régis. Curso de filosofia. Rio da Janeiro : Agir, 1965. p.37
51
MOLES, A. op.cit. p. 202
52
RANGANATHAN, S. R. Colon classification. London : Asia Publishing House, 1960.
Parte 1, p. 25.
53
DAHLBERG, Ingetraut. Fundamentos teórico-conceituais da classificação. Revista de
Biblioteconomia, Brasília, v. 6, n. 1, p. 9-12, jan./jun. 1978.
De acordo com a Teoria Analítica dos Conceitos de Dahlberg, a soma total dos
atributos de um objeto gera o seu conceito, podendo advir daí conceitos gerais e
conceitos particulares. Os particulares possuem todos os atributos dos conceitos
gerais, mas estes não podem igualar-se aos derivados no plano da compreensão
conceitual.
54
MOLES, A. op.cit. p. 215.
55
ibid. p.220.
a essência, substância das coisas e, ainda, todo o processo que torne possível
a
descrição, a classificação e a previsão dos objetos cognoscíveis. A
segunda
considera que o conceito é um sinal, ou procedimento semântico.
• 1ª → CONCEITO = ESSÊNCIA
Item de referência
Triângulo conceitual
REFERENTE
78
PREDICAÇÃO
DENOTAÇÃO
1. Relações formais
⇒ identidade
⇒ inclusão
⇒ interseção
⇒ exclusão
princípios
ENTIDADES objetos imateriais
objetos materiais
quantidades
PROPRIEDADES qualidades
relações
operações
ATIVIDADES processos
estados
tempo
DIMENSÕES espaço
posição
◊ verdade substantiva
◊ verdade atributiva
◊ verdade formal
◊ verdade teórica
◊ verdade existencial
◊ verdade ontológica
◊ verdade histórica
◊ evidência
◊ certeza
◊ verificabilidade
82
A informação não é tanto o que é dito, mas o que pode ser dito; a
informação é a medida de uma possibilidade de escolha na seleção de uma
mensagem; a informação representa a liberdade de escolha que se tem ao
construir uma mensagem, e deve, portanto, ser considerada como uma
propriedade estatística da nascente das mensagens; a informação na fonte,
como liberdade de escolha, é extraordinária, mas a possibilidade de
transmitir essa informação possível, individuando-se uma mensagem
completa, torna-se bastante complexa.
...o leitor sensível que queira colher a obra de arte em todo o seu
viço, não deve apenas lê-la à luz dos seus próprios códigos ... mas
reencontrá-la nas condições de novidade em que nascera: a reconstruir
em nós a situação de virgindade em que se encontrava quem dela se
aproximou pela primeira vez.25
sobre a realidade natural existe, dado que tanto o conteúdo como a forma de
cada conceito, de cada juízo e de cada raciocínio particulares são um reflexo
do mundo material.
Gorsky trata, ainda, do problema correspondente ao sentido da
palavra,
da correlação que existe entre o sentido e o significado e ainda entre sentido e
conhecimento. Usa, para tal, o raciocínio aristotélico de propriedades ou
características e diferença na identificação de grupos ou classes de conceitos
e seus possíveis relacionamentos. A aproximação de um objeto sob o aspecto
da sensação, percepção ou representação nos conduz ao objeto único e não à
sua classe. As sensações e percepções não precisam ser fixadas
materialmente, mas as concepções sim. A suposição de que existam estrelas e
o sol é da ordem da percepção. A relação, ou seja, as estrelas são sóis, é da
ordem da concepção. Para tanto, há a necessidade de atribuição do signo, no
caso a palavra, para expressar ou fixar o pensamento (ou concepção). Logo, o
processo de pensar se caracteriza pela capacidade de formar conceitos, de
generalizar. E, nesse sentido, o processo de pensamento é, por sua vez,
um
processo no qual se opera com palavras.
Ainda assim, embora possamos afirmar que o signo representa o
pensamento, o fato mesmo da representação conduz à idéia de redução
semiótica, tal que as representações variam não só pela forma de
apresentação como pelo modo de interpretação. Do mesmo modo que posso
representar uma relação por meio de uma abstração pictórica, como por
exemplo: a rosa é maior que o livro - e desenhar uma rosa grande e um livro
pequeno, a interpretação vai variar conforme o universo retórico presente à
comparação. O desenho poderia ser interpretado como: gosto de rosas
93
Usando a figura que viria a ser mais tarde conhecida como o triângulo
semântico de Ogden e Richard, Eco relê semioticamente alguns filósofos:
Z Y
onde:
Y = uma expressão
Z = uma coisa ou estados de coisas
X = o significado
94
signo é necessário designá-lo mediante outro signo, o qual tem por sua vez
outro interpretante, designável por outro signo, e assim por diante.
(INTERPRETANTES)
(REPRESENTACÃO ) R ⇒ I ⇒ II ⇒ III ⇒ n
⇓
O (OBJETO)
1
CALVINO, Italo. As cidades e os símbolos. In: ____. As cidades invisíveis. Trad. Diogo
Mainardi. 2. imp. São Paulo : Compahia das Letras, 1990. p. 17-18.
2
JARDIM, José Maria. Cartografia de uma ordem imaginária : uma análise do sistema
nacional de arquivos. Rio de Janeiro, 1994. (Dissertação apresentada ao Curso de
Mestrado em Ciência da Informação da Escola de Comunicação da Universidade
Federal do rio de Janeiro)
3
JARDIM, op. cit. p. 98
4
GOMEZ, Maria Nelida Gonzalez. A representação do conhecimento e o conhecimento
da representação : algumas questões epistemológicas.Ciência da Informação,
Brasília, v.22, n.3 p. 217-22, set./dez. 1994.
5
ibid.
6
ibid.
7
ABBAGNAMO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo : Mestre Jou, 1970.
8
ibid. p. 153.
9
ibid. p. 154.
10
DAHLBERG, Ingetraut. Knowledge organization and terminology : philosophical and
linguistic bases. International Classification, v.19, n.2 , p. 65-71, 1992.
11
ibid. p. 67
12
NOCETTI, Milton A., FIGUEIREDO, Regina Célia. Línguas naturais e linguagens
documentárias : traços inerentes e ocorrências de interação. R. Bibliotecon., Brasília,
v.6, n.1, p.23-27, jan./jun. 1978.
107
13
ECO, Umberto. A estrutura ausente : introducão à pesquisa semiológica. São Paulo :
Perspectiva, 1991. p. 32.
29
RICHAUDEAU, F. Langage et action. In: LES THÉORIES de l’action. Paris : Hachette,
1972.
30
Alguns linguistas e psicólogos contestam essa tese, principalmente os discíplos de
Piaget, que deduziram de seus trabalhos experimentais a pré-existência do
pensamento sobre a linguagem. Cf. Richaudeau, op. cit. p. 208. No entanto, vale a
pena investigar se os experimentos piagetianos são da ordem da ontogênese apenas,
ou se extedem também à filogênese.
31
ECO, Umberto. Semiótica e filosofia da linguagem. São Paulo: Ática ,1991.
32
PINTO, Milton J. As marcas linguísticas da enunciação: esboço de uma gramática
enunciatica do português. Rio de Janeiro : UFRJ, 1988.
33
JOLIVET, Régis. Curso de filosofia. Rio de Janeiro : Agir, 1965.
34
SHOHAM, Y. Agent-oriented programming. Artificial Intelligence, v. 60, n. 1, mar.
1993.
35
BENTES, Ivana. Uma rede eletrônica planetária. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,
Caderno Idéias, 2 de julho, 1994.
36
SARTRE, Jean-Paul. A imaginação. 8. ed. Rio de Janeiro : Bertand, 1989.
37
ibid. p.70
38
ibid. p. 109
39
VIRILIO, Paul. A máquina de visão. Rio de Janeiro: José Olympio, 1994. p. 9
40
ibid. p.35
41
ibid. p.17
42
VIRILIO. op. cit. p. 30
43
ibid. p. 86.
44
HEIDEGGER, Martin. O fim da filosofia ou a questão do pensamento. São Paulo : Duas
Cidades, 1972. p. 40
45
VATIMO, Gianni. As aventuras da diferença : o que significa pensar depois de
Heidegger e Nietzsche. Lisboa : Edições 70, 1980. p. 49 - 67.
3 ORGANIZAÇÃO DA MEMÓRIA DOCUMENTÁRIA
por nós mesmos ou sabemos onde podemos encontrar a informação sobre ele.
No último caso, o conhecimento torna-se público, formando estoques de
informação que precisam estar organizados para a socialização do seu uso. Se
nos capítulos anteriores nosso objeto de análise foram as ações causadoras da
transformação dos objetos do cotidiano social em documentos representativos
da memória social, neste momento nosso olhar se volta à organização da
memória documentária. Essa memória, seletiva como as demais, não reúne
mais objetos e sim representações materiais do conhecimento produzido pela
sociedade. A materialidade, seja qual for o suporte, é a garantia da efetivação
da transferência da informação.
Mesmo que as preocupações atuais estejam voltadas para a seleção
de informações dentro das grandes redes interligadas pelo teleprocessamento,
essa necessidade de acesso diz respeito mais às fontes de informação e menos
à informação primária propriamente dita. Para exemplificar, podemos citar a
preocupação de uma instituição americana que ao projetar um banco de
objetos museológicos (museu virtual) disponibilizado pela Internet, visava
apenas a motivar o público a visitar os museus. Lá, em cada museu, a
materialidade está presente com toda a sua força modificadora de
comportamento e, portanto, transformadora do conhecimento.
Embora tenhamos falado em representação como um estágio da seleção
social dos objetos produzidos pelo homem, a formação de conjuntos de
registros para espelhar a síntese de aspectos de determinada cultura ou
culturas, em uma leitura mais concreta, é representada pela intencionalidade
na localização de vestígios, artefatos, textos, objetos, monumentos, com o
intuito de interpretar os fatos históricos e sociais. A reunião desses registros
proporciona uma fonte inesgotável de informação potencial, à espera de
interlocutores, que agregarão a esses a sua tábua cultural, ou seja, sua
experiência de vida, unida à sua capacidade de associação. O resultado desse
112
processo se dá, prioritariamente, sob a forma de relatos, que, por assim dizer,
se transformam em outros registros, numa cadeia inesgotável de
fontes/interpretações.
Tal como em Dewey, a importância do relato é analisada em vários
campos do saber que ainda admitem, como nas estruturas político-sociais em
vigor, a informação registrada como suficiente para a aceitação pública das
ações sociais. O registro, em qualquer suporte material, permite a crítica e
torna-se o processo informacional necessário à formação dos estoques de
informação. A organização propriamente dita desses registros diz respeito aos
processos de análise e síntese do conteúdo informativo do objeto, bem como
à transformação desse objeto em uma ou mais unidades de conhecimento
manipuláveis e compreensíveis por parte do usuário, para que haja a
possibilidade, de fato, da transferência da informação e da consequente
geração de novos conhecimentos. Todo o processo discutido tem como
direção, contudo, a conceituação de documento para a memória social.
pouco tempo atrás essa era uma questão pacífica, uma vez que ou se produzia
um manuscrito ou se obtinha um original datilográfico, onde se podia
identicar nitidamente a diferença da cópia carbonada. Mesmo com o advento
das máquinas copiadoras por processos eletrostáticos, a cópia sempre era
reconhecida como tal. Até hoje, apesar da editoração eletrônica produzir
vários originais de um mesmo texto, tal como uma edição gráfica,
juridicamente esta tem de ser reconhecida em cartório. Na verdade, embora
os cartórios estejam informatizados, ainda resta a assinatura em tinta, o que
garante a originalidade
do documento.
Os outros valores documentais dizem respeito às fontes e, assim, para a
História, existem as fontes primárias e as fontes secundárias e terciárias. As
primárias referem-se ao primeiro documento que registrou uma ação social,
com pouco ou nenhum conteúdo interpretativo. São essas as mais importantes
para o historiador, uma vez que a isenção crítica lhe permite extrair do
documento o fato com a maior proximidade possível da época em que este
ocorreu e, mais importante, com um desvanecimento ou efervescência
potencialíssimos. Normalmente, as fontes primárias são representadas por
manuscritos na forma de cartas, certidões, registros contábeis, populacionais
ou de qualquer outro tipo. Marrou9 afirma que as poucas fontes primárias que
possuímos estão representadas pelos documentos arqueológicos, as inscrições
e os papiros descobertos ao sabor das escavações, em virtude, portanto, de
uma “seleção” ao acaso. As fontes secundárias ou terciárias são, então,
representadas pela narrativa ou por fontes literárias. No caso da Arqueologia,
portanto, todas as fontes são consideradas primárias.
Como complementação à discussão do valor documental e do relato
como prova, vale lembrar que a Biblioteconomia e a Arquivologia entendem
documento primário, secundário e terciário de forma bem diferente. Para os
117
DOCUMENTOGRAFIA
1
DEWEY, Melvil. Dewey decimal classification and relative index. 18. ed. New York :
Forest Press, 1971.
2
VICKERY, B. C. Knowledge representation: a brief review. Journal of Documentation,
42, n. 3, p. 145-159, Sept. 1982.
133
3
MARROU, Henry-Irénée. A história faz-se com documentos. In: ____. Sobre o
conhecimento histórico. Rio de Janeiro : Zahar, 1978. p. 55-77.
4
ibid. p. 62.
5
ibid. p. 65
6
BARCINSKY, André. Falso x Verdadeiro. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B,
12 de outubro, 1995.
7
PACHECO, Leila Maria Serafim. Informação e contexto: uma análise arqueológica. Rio
de Janeiro, 1992. (Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Ciência da
Informação, CNPq /IBICT- UFRJ/ECO).
8
ibid. p. 83.
9
MARROU. op. cit. p. 57
10
VIRÍLIO, Paul. A máquina de visão. Rio de Janeiro: José Olympio, 1994.
11
M. M. Fl. Information processing. In: ENCYCLOPAEDIA Britannica, 1971, v. 12, p.
244A - 244 B.
Ao tentar fazer uma comparação entre os dois momentos, sugeri o uso do termo
ciberação tendo em vista que o prefixo do vocábulo cibernética, criado por Norbert
Wiener ao lançar o livro de mesmo nome em 1948, é hoje amplamente usado para
compor outros vocábulos tais como: ciberespaço, ciberotecário, ciberconferência etc.
Na verdade, podemos, ainda, encontrar uma garantia literária no verbete da Britânica,
que diz:
Automation and cybernation are two of the many terms that have been coined and are
being used in descriptions of human progress in mechanizing and controlling nearly
every kind of activity. Cybernation is the better term for present purposes, since it
implies primary stress upon information processing as an ingredient of adaptative
control systems.
12
VICENTINI, Abner Lellis Corrêa. Da biblioteconomia à informática: evolução do
conceito de documentação. Revista do Serviço Público. [s.n.t.] p. 251-294.
13
ibid. p. 273
14
ibid. p. 181
15
MENDONÇA DE SOUZA, A., DODEBEI, V.L.D.L. de M. Três seminários em ciência
da informação (trabalho apresentado à disciplina Linguagem e Ciência da
Informação III: Gerenciamento, Economia e Marketing em Ciência da Informação,
IBICT/CNPq/ ECO/UFRJ, 1992).
134
19
WANDERLEY, Manoel Adolfo. Organização da memória documentária: a matriz
documentária. Rio de Janeiro : Uni-Rio/CCH, 1980. (notas de aula)
20
MERLEAU PONTY. op. cit. p.18
21
MARROU. op. cit. p. 67
22
ibid. p. 71
4 INSTITUIÇÕES DE MEMÓRIA
relativa" . Assim, a busca de uma unidade discursiva não pode ser encontrada
, mas somente pode ser construída por uma operação interpretativa.
A Biblioteconomia parece ter visualizado essa questão da unidade
discursiva quando transfere para a informação as suas preocupações
objetivas. No entanto, essa transferência se dá no plano da ciência e da
tecnologia, entendido esse campo como aquele de maior produção
(publicação) científica e de maior interesse econômico. Os estudos
bibliométricos, que buscam a gênese de um determinado núcleo de
conhecimento, assim como as técnicas de transmissão da informação, não
escapam à interferência dos discursos, uma vez que retomam o círculo
vicioso, produção/produtividade, ou seja, os autores mais citados são os mais
produtivos, sendo portanto novamente mais citados e, portanto, os mais
utilizados.
Mostafa33, em seu trabalho, Epistemologia da Biblioteconomia,
conquanto coloque essa problemática na reflexão sobre a cientificidade da
Biblioteconomia, conclui afirmando que os estudos centrados meramente no
processo de transferência da informação, tal como vêm sendo conduzidos
pelos grandes sistemas de informação, não autorizam a inserção da
Biblioteconomia no campo da socialização do saber, uma vez que esses
sistemas contemplam apenas uma parte da produção de conhecimentos, ou
dos estoques de informação34.
túnel, durante vinte anos), podemos afirmar que para o mesmo objeto e até
para o mesmo interlocutor, havia dois discursos, duas mensagens, portanto,
no mínimo, dois significados.
Esta, talvez, seja a resposta para o lento desenvolvimento da
metodologia arquivística, uma vez que o mesmo conjunto de documentos
deve servir a propósitos diversos, como são os interesses do Estado,
conflitando com os direitos de acesso à informação pelo cidadão, aliados aos
interesses particulares dos pesquisadores.
Adicionalmente, a maioria dos discursos recentes analisados no campo
dos museus e da museologia reflete as nossas primeira e segunda
proposições. No caso da unicidade, em nenhum momento os objetos do
cotidiano são previamente classificados como musealizáveis, em detrimento
de outros não museais em potência. Assim é que Mensch37 indica uma
abordagem específica do homem frente à realidade cuja expressão é o fato
de que ele seleciona alguns objetos originais da realidade, insere-os numa
nova realidade para que sejam preservados, a despeito do caráter mutável
inerente a todo objeto e da sua inevitável decadência, e faz uso deles de uma
nova maneira, de acordo com suas necessidades”. Quanto à virtualidade , é
ainda Castro38 quem afirma que “para sobreviver em uma ordem libertária de
testemunho, de vivência, o objeto permanece investido da missão de não
desaparecer, reconduzido ele próprio a se transmutar em relato, história. Ao
objeto funcional é acrescida a instância de documento (grifo nosso),
categoria de signo na extensão do presente, do passado, do futuro”.
A atribuição de signo ao objeto, transformando-o em documento,
considerando um estado constante de mobilidade, pode favorecer a formação
de instituições virtuais: o museu virtual, o arquivo virtual, a biblioteca
virtual. No entanto, se o continente - a forma - nesta perspectiva, não
159
3
A expressão ARQUIVO MORTO era identificada ao acúmulo de documentos que,
por não demandarem uso frequente, são separados físicamente dos registros que
representam ações administrativas recentes e, portanto, com alto potencial de
consulta. A chamada "Teoria das Três Idades", apresentada por Jean-Jacques Valette
em trabalho distribuído pela UNESCO sob o título - " Le role des archives dans l'
administration et dans la politique de planification dans les pays em voie de
developpement", traduzido e editado pelo Ministério da Justiça/ Arquivo Nacional
em 1973, modifica o conceito de Arquivo Morto ao classificar os documentos
segundo os estágios de sua utilização, distinguindo: a) os arquivos de movimento,
ou correntes, processos em curso ou consultados frequentemente pelos Serviços, que
são conservados ora nos próprios escritótrios ou repartições que os constituem, ora
em dependências próximas de fácil acesso; b) os arquivos de segunda idade,
processos que perderam sua atualidade, mas cujos serviços podem ainda ser
solicitados, seja para tratar de assuntos idênticos, seja para retomar um problema
novamente focalizado. Não precisam ser conservados nas proximidades dos
escritórios e são considerados pré-arquivamento; e, c) os arquivos de terceira
idade, processos que perderam todo valor de natureza administrativa e que se
conservam em razão do seu valor histórico e documentário e que constituem os
meios de conhecer o passado do país e sua evolução. Esses são os arquivos
propriamente ditos, objeto de representação da memória.
4
JEUDY, Henri-Pierre. Memórias do social. Rio de Janeiro : Forense Universitária, 1990.
p.141, 142
Efialtes foi um estadista e orador ateniense, 460 a.C. , amigo de Péricles, que fez
votar importantes reformas democráticas e foi assassinado por instigação dos
aristocratas.
9
LAROUSSE du xx siècle. Paris : Maison Larousse, 1933. v. 6, p. 898.
164
O conceito de "Museu Dinâmico" surge nos Estados Unidos, no período após guerra,
quando a instituição se insere na produção capitalista, mantendo um estreito
relacionamento com a indústria cultural, oferecendo atividades diversas, com o
objetivo de atrair o público, como concertos, serviços educacionais, conferências etc.
14
LACOUTURE, Felipe. La nueva museologia en la comunicacion para el desarrollo
cultural. Medellin - Rionegro, 25 de março de 1985. 14 f.
15
LEMOS, Renato Luís do Couto Neto e. Museus do silêncio : o espaço sem história.
Apontamentos Memória & Cultura, Rio de Janeiro, v.2, n.1, p. 52-61, abril, 1991.
16
ibid. p. 59.
19
CHAGAS, op. cit. p. 40
20
SANTOS, op. cit. p. 9
21
CASTRO, op. cit. p. 104
22
TAILLEMITE, p. 198.
23
POSNER, Ernst. Alguns aspectos do desenvolvimento arquivístico a partir da revolução
francesa. Rio de Janeiro : Arquivo Nacional, 1959. 22p.
24
VOGEL, Bernhard. Archives, musees de papier ou centre d’information? Revue
Archivistique. Conseil International des Archives. 1992. p. 2.
25
BURKE, Frank G. The future course of archival theory in the United States. The
American Archivist, v. 44, n.1, p. 40-46, 1981.
26
ibid. p.43
27
MILLER, Frederic M. Social history and archival practice. The American Archivist, v.
44, n.2, p. 113-124, 1981.
28
VIANNA, Aurélio, LISSOVISKY, Maurício, S. Á., Paulo Sérgio Moraes de. A vontade
de guardar : lógica de acumulação em arquivos privados. Arq. & Adm. Rio de
Janeiro, v.10-12, n. 2, jul./dez. 1968.
29
ESTIVALS, Robert. Criação, consumo e produção intelectuais. In: FONSECA,
EdsonNery da (org.) Bibliometria : teoria e prática. São Paulo : Cultrix, 1986. p.
35-68. p. 47.
(...) sem desprezar os objetos em que o espírito humano deixou suas marcas, nem a
tradição oral, parece entretanto que o texto escrito leva, em relação aos movimentos
desse espírito, a vantagem de ser testemunho mais fácil de captar e de descartar de
maneira adequada.
31
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro : Forense Universitária,
1986. p. 25.
32
ibid. p. 26.
33
MOSTAFA, op.cit. p. 35.
34
GOMEZ, Maria Nelida Gonzalez de. O papel do conhecimento e da informação nas
formações políticas ocidentais. Ciência da Informação. Rio de Janeiro, v.16 , n.2,
jul./dez. 1987. p. 165
(...) não é mais a história e o desenvolvimento que a episteme esconde que estão em
cena, ou seja, não é mais um mundo por vir, puro, "numênico", que ocupa o
imaginário coletivo, mas, ao contrário, o mundo fenomênico e seus compostos
sensíveis e concretos, como por exemplo, na tradição japonesa, a importância do
lugar (...) na constituição da sociedade. É o olhar, o dizer dos outros que me constitui
e delimita, o território onde já nos reconhecemos, onde nascemos, sempre e de novo
juntos (...) o bar da esquina, o jardim do bairro, é dentro desses laboratórios que se
elabora a alquimia da socialidade (...) mistura de afetos e de emoções comuns (...)
indícios certos de uma ordem simbólica (cristalização de espaço tempo) constituído
ou em gestação, ou seja uma paisagem.
167
UNIVERSO SOCIAL
UNIVERSO
CULTURAL
O (Instituições
de memória)
D
171
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURKE, Frank G. The future course of archival theory in the United States.
The American Archivist, v. 44, n.1, p.40-46, 1981.
____. Seis propostas para o próximo milênio : lições americanas. São Paulo
: Companhia das Letras, 1990.
____. Espinoza: vida e obra In: SPINOZA, Benedictus de. São Paulo : Abril
Cultural, 1979. (Os pensadores) v. xviii.
178
DEWEY, Melvil. Dewey decimal classification and relative index. 18. ed.
New York : Forest Press, 1971.
JUNG, C.G. Prefácio. In: I CHING: o livro das mutações. São Paulo,
Pensamento, 1956. 415 p.
____. Memória. In: ____. Memória e história. São Paulo : Unicamp, 1990.
p. 423-483.
NOVAES, Adauto. Cenários. In: Ética. São Paulo : Companhia das Letras,
1992.
ABSTRACT
185