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1.1. Autotutela: caracteriza-se pelo emprego da força para satisfação dos interesses.
Exemplo: “A” pode utilizar da força para proteger sua residência de uma invasão. O
ordenamento jurídico admite a autotutela em determinadas situações excepcionais
(exemplos: art. 345 do CP - exercício arbitrário das próprias razões; legítima defesa;
prisão em flagrante). CP, Art. 345. “Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias
a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Se não
há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.” CP, Art. 25. “Entende-se
em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984) CPP, Art. 301. “Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus
agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.”
1.3. Jurisdição: a palavra jurisdição deriva do latim juris + dictio = dizer o direito. -
Conceito: trata-se de uma das funções do Estado, exercida precipuamente pelo Poder
Judiciário, por meio da qual o direito objetivo é aplicado à solução de determinada
demanda. O Professor ressalta que a função jurisdicional não é uma função exercida
exclusivamente pelo Poder Judiciário, já que por vezes é exercida por outros Poderes
(exemplo: julgamento realizado pelo Congresso Nacional).
3. COMPETÊNCIA
3.1. Conceito. É a medida e o limite da jurisdição, dentro dos quais o órgão jurisdicional
poderá aplicar o direito objetivo ao caso concreto.
3.1. Espécies de Competência.
d.2. Competência Funcional por objeto do juízo: cada órgão jurisdicional exerce a
competência sobre determinadas questões a serem decididas no processo. Exemplo: no
Tribunal do Júri os jurados respondem os quesitos que versam sobre materialidade,
autoria, absolvição, causas de diminuição, causas de aumento e qualificadoras, ao passo
que o juiz presidente decide sobre as demais matérias.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem
sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo
excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro
motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que
no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença
absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua
competência, continuará competente em relação aos demais processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou
continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver
o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo
competente.
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos
diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram
perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a
unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de
unificação das penas.
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois
ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles
tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este
relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70,
§ 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).
CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do
Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos
Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder
perante eles por crimes comuns e de responsabilidade. (Redação
dada pela Lei nº 10.628, de 24.12.2002)
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as
pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e
admitida a exceção da verdade.
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, processar e
julgar:
I - os seus ministros, nos crimes comuns;
II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presidente da
República;
III - o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais de
Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros diplomáticos,
nos crimes comuns e de responsabilidade.
Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julgamento dos
governadores ou interventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do Distrito
Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia, juízes de instância
inferior e órgãos do Ministério Público.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será
competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o
acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da
República.
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da
República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais,
em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro
em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela
do último em que houver tocado.
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo
correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave
estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão
processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o
pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave.
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas
nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela (Redação dada pela Lei nº 4.893, de
9.12.1965)
QUESTÕES DE PROVAS:
Ano: 2023 Banca: FCC Órgão: MPE-PB Prova: FCC - 2023 - MPE-PB - Técnico Ministerial
- Sem Especialidade
Acerca das regras de competência, o Código de Processo Penal estabelece:
Alternativas
D Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á por sorteio.
Gabarito: E
a) No concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,
prevalecerá a competência do júri (art. 78, I do CPP).
d) Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção (art. 70,§3º do CPP).
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: CGE-SC Prova: FGV - 2023 - CGE-SC - Auditor do Estado
- Direito - Tarde (Conhecimentos Específicos)
Norberto estava em viagem de férias com colegas de trabalho, em um cruzeiro pelo litoral
catarinense. Quando o navio se afastou do Porto de Itajaí, navegando em alto-mar,
Norberto se desentendeu com um dos colegas, desferindo-lhe um soco no rosto,
causandolhe lesões corporais graves (pena: 1 a 5 anos). O navio, que havia partido de
Itajaí, em seguida a este evento, fez uma parada em Tubarão, onde Norberto foi
conduzido à autoridade policial para a instauração de inquérito policial. Norberto e a vítima
residem em Blumenau.
Nesta circunstância, assinale a alternativa que indica corretamente a competência para
processar e julgar os fatos relatados.
Alternativas
Gabarito: LETRA D
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
O artigo 89 do CPP aborda que serão processados e julgados pela justiça do primeiro
porto brasileiro em que tocar a embarcação, percebemos que é a Vara Federal de
Tubarão.
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República,
ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-
mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a
embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver
tocado.
Observe:
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-DFT Prova: FGV - 2022 - TJ-DFT - Analista Judiciário
- Área Judiciária
Determinado casal de namorados realiza o grande sonho de uma viagem internacional
para a Flórida, destino em que deliberam pela visita dos parques de diversões. No
entanto, se inicia acalorada discussão sobre qual grupo detém os melhores parques, o que
ocasiona uma ruptura da relação e o retorno da mulher ao Brasil. Ao chegar a sua cidade
natal, Niterói/RJ, e acessar suas redes sociais, constata diversas manifestações do seu ex-
namorado, nos grupos de Facebook que ambos subscrevem, com várias ameaças
direcionadas a ela, com ênfase na ideia de que, por ser sua mulher, deveria concordar
com seus gostos e preferências, e, caso insistisse em manter a preferência pelo parque
rival, ela sofreria retaliação, consistente na depredação de qualquer item pessoal que
ostentasse qualquer símbolo alusivo aos parques ou personagens concorrentes. O homem
permaneceu nos Estados Unidos da América, afirmando, ainda, que aguardava o imediato
retorno da mulher.
Diante desse cenário, é correto afirmar que a competência para o processo e julgamento
do delito praticado é da:
Alternativas
Assim, mesmo tendo iniciado a conduta nos Estados Unidos incide a lei penal brasileiro no
caso, pois conforme o art. 6° do Código Penal “Considera-se praticado o crime no
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado”.
O Superior Tribunal de Justiça julgando um caso idêntico decidiu que “a competência da
Justiça Federal para julgar caso de crime de ameaça em que o suposto agressor, que vive
nos Estados Unidos, teria utilizado a rede social Facebook para ameaçar uma ex-
namorada residente no Brasil” (CC 150.712/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/10/2018, DJe 19/10/2018).
Assim, a competência é da justiça federal de Niterói/RJ.
Gab, letra D.
Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: MPE-PE Prova: FCC - 2022 - MPE-PE - Promotor de
Justiça e Promotor de Justiça Substituto
Márcia, domiciliada na cidade de Caruaru, foi vítima de estelionato mediante transferência
de valores em agência de banco privado do município de Maceió, estado de Alagoas.
Concluído o inquérito policial e havendo justa causa para a ação penal, a denúncia deverá
ser oferecida pelo Órgão do Ministério Público
Alternativas
A estadual de Caruaru.
C estadual de Maceió.
D federal de Caruaru.
E federal de Maceió.
Ano: 2021 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2021 - DPE-AM - Defensor Público
Alternativas
A São Paulo.
B Maceió.
C Santo André.
D Brasília.
E São Paulo ou Santo André, definido pela prevenção.