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ILUSTRÍSSIMO SENHOR CTTU DO MUNICÍPIO RECIFE

Auto de Infração n. FA005297968


Eu, José Ferreira Guimarães de Souza, brasileiro, casado, portador da Cédula de Identidade, RG n° 6.205578
e do CPF n° 057.649.654-54, residente e domiciliado na Av. 20 de Janeiro Boa Viagem, Recife - PE,
trabalhando atualmente como taxista auxiliar com veículo Spin Active 1.8, ano 2019 cor branca de placa
PDJ4F89, venho respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, com fundamento na Lei nº 9.503/97,
apresentar DEFESA ADMINSTRATIVA contra a aplicação de penalidade por suposta infração de trânsito,
conforme notificação anexa, o que faz da seguinte forma.

1 – DOS FATOS
De acordo com a mencionada notificação, transitava eu na faixa de transporte público coletivo de passageiros
da Av. Caxangá, sentido subúrbio no dia 23/11/2023, por volta das 14:27:15, no veículo que trabalho
atualmente como taxista auxiliar, no momento que, em tese, peguei a faixa da esquerda já que na minha frente
tinha coletivo que estava com a velocidade inferior à que eu me encontrava naquele momento já que o sinal
tinha aberto alguns instantes, após ultrapassa retornei em seguida voltei pra faixa do meio seguindo o meu
destino, dessa forma, em tese, apontou-se violação ao Artigo 184 Inc. III do Código de Trânsito Brasileiro.

Entretanto, como se verifica das preliminares de minha defesa demonstrarei que não cabe tal infração por
vários motivos que abaixo os delinearei, vejamos.

2 – DA DEFESA
Por razões claras e legítimas venho requerer a anulação do auto de infração, pela irregularidade apontada como
FALTA DE AFERIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PELO INMETRO.

Com efeito, os equipamentos eletrônicos necessitam estar com a sua calibração específica, para que emitam
detecção exata, medindo com precisão os eventos, de forma que sirva de prova dentro dos autos certificado
do INMETRO de estar devidamente aferido por aquele Instituto, não basta a simples afirmação da Empresa
de gerenciamento de trânsito.

O Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar se a auto de infração, do qual constará:

Art. 2º. O sistema automático não metrológico de fiscalização deve:

I – Ter sua conformidade avaliada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
– Inmetro, ou entidade por ele acreditada; Deliberação CONTRAN nº 38 de 11/07/2003 que dispõe sobre
requisitos técnicos mínimos para a fiscalização.

III - ser verificado pelo INMETRO ou entidade por ele delegada, obrigatoriamente com periodicidade máxima
de 12 (doze) meses e, eventualmente, conforme determina a legislação metrológica em vigência.

Diante desse fato e embasados na notificação da autuação de trânsito enviada a mim e anexada a esta defesa,
onde a mesma no item dito da data de aferição do aparelho que tem sua data no dia 20/03/2015, ou seja, mais
de 12 meses da data que veio a tirar a foto que redundou nessa autuação e isso já em desconformidade com a
lei, resolução e deliberação de trânsito, pois a data da autuação foi no dia 23/11/2023, 7 anos e 8 meses depois
da última aferição, fato este inadmissível para uma empresa que gerencia o trânsito ou órgão que administra
o trânsito.

Dessa forma, a decisão imposta pelo agente da autoridade de trânsito deve ser cancelada, eis que desprovida
de fundamentos válidos. O § único do artigo 281, e seu inciso I, do CTB estabelece: O auto de infração será
arquivado e seu registro julgado insubsistente: se, considerado inconsistente ou irregular. O auto de infração
de trânsito de número FA005297968 está eivado de ilegalidade e irregularidades formais, pois não atende aos
requisitos de materialidade e formalidade necessários ao seu preenchimento, tendo em vista que já se passaram
mais de 12 meses da data da última aferição e isso deve ser levado em consideração por ser um vício material,
apto a anular o citado Auto de Inflação.

O auto de infração de trânsito de número FA005297968 está eivado de ilegalidade e irregularidades formais,
pois não atende aos requisitos de materialidade e formalidade necessários ao seu preenchimento, tendo em
vista que já se passaram mais de 12 meses da data da última aferição e isso deve ser levado em consideração
por ser um vício material, apto a anular o citado Auto de Inflação.

Nesse sentido, sãos os julgados abaixo:

APELAÇÃO AÇÃO DE COBRANÇA INFRAÇÃO DE TRÂNSITO NULIDADE OCORRÊNCIA


Pretensão voltada à anulação da multa de trânsito que fora aplicada por radar eletrônico Radar semafórico
utilizado que não foi aferido e fiscalizado pelo INMETRO à época da lavratura da infração Imposição da
penalidade que, in casu, não ocorreu em consonância com a legislação e normas técnicas Art. 5º da Resolução
CONTRAN 141 de 2002 Nulidade do auto de infração evidenciada Procedência da demanda que se impera
Condenação da ré na verba sucumbencial Decisão reformada Recurso provido. (TJ-SP - APL:
XXXXX46682003826 SP XXXXX-68.2003.8.26.0000, Relator: Rubens Rihl, Data de Julgamento:
19/10/2011, 8ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 25/10/2011).

ACÓRDÃO Nº 6-1085/2010 APELAÇÃO CÍVEL - MULTA DE TRÂNSITO - EXCESSO DE


VELOCIDADE - INFRAÇÃO APURADA POR RADAR ELETRÔNICO AFERIDO PELO INMETRO
FORA DO PRAZO ESTABELECIDO PELA RESOLUÇÃO Nº 141/02 DO CONTRAN. NULIDADE DO
AUTO DE INFRAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO DECISÃO UNÂNIME. (TJ-AL - APL:
XXXXX20038020001 AL XXXXX-96.2003.8.02.0001, Relator: Juiz Conv. José Cícero Alves da Silva, 3ª
Câmara Cível, Data de Publicação: 02/12/2010).

DIREITO ADMINISTRATIVO. TRÂNSITO. AÇÃO ANULATÓRIA. CONTROLADOR ELETRÔNICO


DE VELOCIDADE (RADAR). COMPROVAÇÃO DA VERIFICAÇÃO ANUAL PELO INMETRO OU
ENTIDADE CREDENCIADA. NECESSIDADE. DECRETAÇÃO DE NULIDADE DO AUTO DE
INFRAÇÃO E PENALIDADES DELE DECORRENTES. 1. Segundo disposto no art. 3º da Resolução
396/2011 do CONTRAN, deve ser realizada manutenção/vistoria nos instrumentos medidores de velocidade
a cada 12 meses, como forma de garantia da eficiência e veracidade dos dados aferidos. 2. Inexistindo
comprovação da regular manutenção dos instrumentos de medição de velocidade, incabível a aplicação de
penalidade administrativa, devendo ser declarada a nulidade do auto de infração e das penalidades dela
decorrente. 3. Recurso conhecido e não provido. Diante do exposto, decidem os Juízes Integrantes da 1ª Turma
Recursal Juizados Especiais do Estado do Paraná, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos
exatos termos do voto. Relator: Liana de Oliveira Lueders, Data de Julgamento: 29/01/2015, 1ª Turma
Recursal, Data de Publicação: 02/02/2015).

Com tais considerações, requer a nulidade do Auto de Infração objeto desta defesa, com consequente,
invalidade de eventual multa e penalidade no prontuário do condutor.

3 - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer o arquivamento deste AIT por estar o aparelho de medição a mais de 12 meses sem
aferição conforme consta na própria autuação, protestando ainda pela produção de provas por todos os meios
admitidos em direito e cabíveis à espécie, em especial a pericial e testemunhal.

Recife, PE, 15 de janeiro de 2024.

José Ferreira Guimarães de Souza


Requerente

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