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AO ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA JARI DO MUNICIPIO DO

RIO DE JANEIRO

DEFESA PRÉVIA DO AUTO DE INFRAÇÃO B66447391

Prezado senhor,

MATHEUS RAPHAEL SANTOS DE ABREU, brasileiro, portador


do RG nº. _____________, e CPF nº. ______________, residente à
_________________________________________________ , proprietário do veículo
FIAT/PUNTO ATTRACTIVE, Placa LRC6756, , vem respeitosamente requerer que a
partir dos argumentos apresentados, seja cancelado o auto, bem como a pontuação
correspondente.

DA SÍNTESE DOS FATOS

De acordo com a mencionada notificação, transitava eu pela Av. das


Américas px 10650 st Santa Cruz, no dia 11/03/2018, por volta da 04:29, no veículo de
minha propriedade, acima citado, no momento que, em tese, vim a AVANÇAR O
SINAL VERMELHO DO SEMÁFORO – FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA. Dessa
forma, apontou-se violação ao Artigo 208 do Código de Trânsito Brasileiro.

Entretanto, como se verifica das preliminares de minha defesa


demonstrarei que não cabe tal infração por vários motivos que abaixo os delinearei,
vejamos.
DA INCONSISTÊNCIA DO AUTO DE INFRAÇÃO

Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo


ou o de parada obrigatória:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Por razões claras e legítimas venho requerer a anulação do auto de


infração, pela irregularidade apontada como FALTA DE AFERIÇÃO DOS
EQUIPAMENTOS PELO INMETRO.

Com efeito, os equipamentos eletrônicos necessitam estar com a sua


calibração específica, para que emitam detecção exata, medindo com precisão os
eventos, de forma que sirva de prova dentro dos autos certificado do INMETRO de
estar devidamente aferido por aquele Instituto, não basta a simples afirmação da
Empresa de gerenciamento de trânsito, pois deve haver certificação por aquele
Instituto, como exige o Artigo 2º da Resolução 165 que está em conformidade com o
Art. 280 § 2 que ainda teve na deliberação 38 do Denatran sua regulamentação,
vejamos:

Art. 280. Ocorrendo infração prevista


na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de
infração, do qual constará:

§ 2º A infração deverá ser comprovada


por declaração da autoridade ou do agente da
autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou
por equipamento audiovisual, reações químicas ou
qualquer outro meio tecnologicamente disponível,
previamente regulamentado pelo CONTRAN.
RESOLUÇÃO Nº 165 DE 10 DE SETEMBRO DE
2004 Regulamenta a utilização de sistemas
automáticos não metrológicos de fiscalização, nos
termos do § 2º do artigo 280 do Código de Trânsito
Brasileiro.

Art. 2º. O sistema automático não


metrológico de fiscalização deve:

I – ter sua conformidade avaliada pelo Instituto


Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – Inmetro, ou entidade por ele acreditada;
Deliberação CONTRAN nº 38 de 11/07/2003 que
Dispõe sobre requisitos técnicos mínimos para a
fiscalização da velocidade, de avanço de sinal
vermelho e da parada sobre a faixa de pedestres de
veículos automotores, reboques e semi-reboques,
conforme o Código de Trânsito Brasileiro Art. 2º...

III - ser verificado pelo INMETRO ou entidade


por ele delegada, obrigatoriamente com
periodicidade máxima de 12 (doze) meses e,
eventualmente, conforme determina a legislação
metrológica em vigência.

Como vimos é necessário que os equipamentos eletrônicos estejam


comprovadamente certificados e aprovados por Portaria do INMETRO. Esses
equipamentos estão sujeitos à falibilidade do citado objeto eletrônico (item 8.1.4.7 da
Portaria nº 115/98-INMETRO), seja por dano, temperatura, severidade, interferência
eletromagnética, umidade, intempérie ou falha qualquer.

Diante desse fato e embasados na notificação da autuação de trânsito


enviada a mim e anexada a esta defesa, onde a mesma no item dito da data de aferição
do aparelho CET6-5021 que tem sua data no dia 15/01/2013, ou seja, mais de 12
meses da data que veio a tirar a foto que redundou nessa autuação e isso já em
desconformidade com a lei, resolução e deliberação de trânsito, pois a data da
autuação foi no dia 16/10/2017, 4 anos e 9 meses depois da última aferição, fato este
inadmissível para uma empresa que gerencia o trânsito ou órgão que administra o
trânsito.

Dessa forma, a decisão imposta pelo agente da autoridade de trânsito


deve ser cancelada, eis que desprovida de fundamentos válidos. O § único do
artigo 281, e seu inciso I, do CTB estabelece: “O auto de infração será arquivado e seu
registro julgado insubsistente: se, considerado inconsistente ou irregular”.

O auto de infração de trânsito de número B66447391 esta eivado de


ilegalidade e irregularidades formais, pois não atende aos requisitos de materialidade e
formalidade necessários ao seu preenchimento, tendo em vista que já se passaram
mais de 12 meses da data da ultima aferição e isso deve ser levado em consideração
por ser um vicio material, apto a anular o citado Auto de Inflação.

Nesse sentido, sãos os julgados abaixo:

“APELAÇÃO AÇÃO DE COBRANÇA INFRAÇÃO DE TRÂNSITO NULIDADE


OCORRÊNCIA Pretensão voltada à anulação da multa de trânsito que fora aplicada
por radar eletrônico Radar semafórico utilizado que não foi aferido e fiscalizado pelo
INMETRO à época da lavratura da infração Imposição da penalidade que, in casu, não
ocorreu em consonância com a legislação e normas técnicas Art. 5º da Resolução
CONTRAN 141 de 2002 Nulidade do auto de infração evidenciada Procedência da
demanda que se impera Condenação da ré na verba sucumbencial Decisão reformada
Recurso provido. (TJ-SP - APL: 9190946682003826 SP 9190946-68.2003.8.26.0000,
Relator: Rubens Rihl, Data de Julgamento: 19/10/2011, 8ª Câmara de Direito Público,
Data de Publicação: 25/10/2011).”
“ACÓRDÃO Nº 6-1085/2010 APELAÇÃO CÍVEL - MULTA DE TRÂNSITO -
EXCESSO DE VELOCIDADE - INFRAÇÃO APURADA POR RADAR
ELETRÔNICO AFERIDO PELO INMETRO FORA DO PRAZO ESTABELECIDO
PELA RESOLUÇÃO Nº 141/02 DO CONTRAN. NULIDADE DO AUTO DE
INFRAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO DECISÃO UNÂNIME. (TJ-
AL - APL: 00164629620038020001 AL 0016462-96.2003.8.02.0001, Relator: Juiz
Conv. José Cícero Alves da Silva, 3ª Câmara Cível, Data de Publicação:
02/12/2010).”

“DIREITO ADMINISTRATIVO. TRÂNSITO. AÇÃO ANULATÓRIA.


CONTROLADOR ELETRÔNICO DE VELOCIDADE (RADAR).
COMPROVAÇÃO DA VERIFICAÇÃO ANUAL PELO INMETRO OU ENTIDADE
CREDENCIADA. NECESSIDADE. DECRETAÇÃO DE NULIDADE DO AUTO
DE INFRAÇÃO E PENALIDADES DELE DECORRENTES. 1. Segundo disposto no
art. 3º da Resolução 396/2011 do CONTRAN, deve ser realizada manutenção/vistoria
nos instrumentos medidores de velocidade a cada 12 meses, como forma de garantia
da eficiência e veracidade dos dados aferidos. 2. Inexistindo comprovação da regular
manutenção dos instrumentos de medição de velocidade, incabível a aplicação de
penalidade administrativa, devendo ser declarada a nulidade do auto de infração e das
penalidades dela decorrente. 3. Recurso conhecido e não provido. Diante do exposto,
decidem os Juízes Integrantes da 1ª Turma Recursal Juizados Especiais do Estado do
Paraná, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos exatos termos do
voto. Relator: Liana de Oliveira Lueders, Data de Julgamento: 29/01/2015, 1ª Turma
Recursal, Data de Publicação: 02/02/2015).”

Com tais considerações, requer a nulidade do Auto de Infração


objeto desta defesa, com consequente, invalidade de eventual multa e penalidade no
prontuário do condutor.

DO PEDIDO

Sendo assim, após expostas as razões do requerente venho solicitar


que seja o presente recurso julgado totalmente procedente, declarando o auto de
infração insubsistente, gerando assim a anulação e arquivamento do mesmo e de suas
penalidades, uma vez que o aparelho de medição se encontra a mais de 12 meses sem
aferição conforme consta na própria autuação, protestando ainda pela produção de
provas por todos os meios admitidos em direito e cabíveis à espécie, em especial a
pericial e testemunhal.

Nestes termos

Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 01 de agosto de 2018.

MATHEUS RAPHAEL SANTOS DE ABREU

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