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1) Imprimir o recurso
3) Tirar cópia simples dos seguintes documentos e anexar ao recurso. Documentos necessários:
a) Cópia da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou RG e CPF do
requerente.
b) Cópia da notificação recebida ou extrato do veículo que conste a multa a
ser recorrida (pode também ser um print do site/aplicativo).
c) Cópia do documento (CRLV ou CRV) do veículo multado.
4) Você poderá enviar seu recurso online através do site do orgão que emitiu sua multa ou
IMPORTANTE:
• Alguns órgãos disponibilizam um formulário de defesa para ser preenchido, o recurso nas
próximas páginas substitui estes formulários. Caso o preenchimento for obrigatório você pode
• Em alguns pontos do recurso você pode encontrar a menção “Agente Autuador”, este agente
pode ser a autoridade de trânsito e também o equipamento eletrônico de radar.
Oberservações:
ILUSTRÍSSIMOS SENHORES JULGADORES
Eu, SIDINEI GODIN VENITE, inscrito no CPF nº 065.785.349-62, residente e domiciliado à Rua
Tabajaras, 259 - fundos - Itaíba CEP 89707-109 na cidade de Concórdia, SC, venho
299/2008, apresentar DEFESA PRÉVIA, por supostamente Recusar ser submetido a teste,
psicoativa - Lei seca - Bafometro, infração prevista no Art. 165 A, do Código de Trânsito
de placa PGN3614.
DOS DIREITOS
O direito de ingressar com a defesa desta multa está esculpido no Art. 282 Caput, § 4º do
Código de Trânsito Brasileiro.
Para reforçar, temos a Resolução 619/16 do CONTRAN que em seu Art. 9º diz:
Ademais, dispõe o Art. 53 da Lei Federal 9.784/99 - Lei do Processo Administrativo, que:
Acerca da relevância da aplicação dos Princípios, temos, segundo Celso Antônio Bandeira de
Melo, (Curso de Direito Administrativo, 2012) que:
Parece não restarem dúvidas de que houve, por parte do agente autuador um abuso de poder.
Aliás, sobre o tema, o ilustre jurista Hely Lopes Meirelles ensina:
O abuso de poder, como todo ilícito, reveste as formas mais diversas. Ora se apresenta
ostensivo como a truculência, às vezes dissimulado como o estelionato, e não raro encoberto na
aparência ilusória dos atos legais. Em qualquer desses aspectos - flagrante ou disfarçado - o
abuso de poder é sempre uma ilegalidade invalidadora do ato que o contém.
Pode-se chegar à conclusão, portanto, de que o auto de infração em apreço deve ser arquivado,
tendo em vista os vícios de forma que contém além de ter sido lavrado com flagrante abuso de
poder, o que rende ensejo à nulidade dos atos administrativos.
O CTB, em seu Art. 165-A, estabelece que poderá ser lavrado o auto de infração de trânsito
quando o condutor "Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro
procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância
psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277".
[...]
[...]
[...]
[...]
Ora senhores, estamos diante de uma penalidade aplicada sem o mínimo de cuidado que
garanta o exercício pleno de ampla defesa e contraditório do acusado pois, uma vez lavrado o
auto de infração, inverte-se o ônus da prova mediante a presunção de veracidade do ato do
ente público.
Ao agente não cabe, em hipótese alguma, avaliar as condições psicomotoras do cidadão pois
não tem treinamento e competência para lavrar qualquer tipo de documento que ateste
qualquer sintoma psicomotor.
A detecção de tais sintomas não é resultado de uma avaliação quantitativa, sequer qualitativa,
pois não traz referências nas quais deve o agente deve balizar-se para autuar determinado
condutor. É sabido da individualidade e das diferenças pessoais, seja de caráter, personalidade
ou conduta, onde inclui-se vários dos supostos sintomas elencados para constatação da
embriaguez, por exemplo:
QUANTO A APARÊNCIA
SONOLÊNCIA: Não é normal uma pessoa apresentar um estado de sonolência às 00;35 h?
OLHOS VERMELHOS: Podem ser oriundos de qualquer situação de desgaste, cansaço ou até
mesmo de uma gripe;
DESORDEM NAS VESTES: Como mensura-se desordem nas vestes? Qual é o padrão de "ordem"
ao se vestir?
HÁLITO ETÍLICO: O odor não poderia ser das roupas?
QUANTO A ATITUDE
Nesse caso, com base em qual referencial o agente atesta que o condutor é ou está agressivo,
arrogante, exaltado ou falante? O agente porventura conhece o condutor para atestar que estes
sinais sejam resultado da ingestão de álcool ou são intrínsecos à sua pessoa/personalidade?
Há de se considerar que o condutor se envolveu num acidente de trânsito, o que por si só afeta
diretamente no estado psicológico do condutor, sendo normal que o mesmo apresente
alterações que por si só jamais comprovam a ingestão de álcool, em hipótese alguma.
Mesmo assim, embora haja normatização legal que permita, na análise material desta resolução
temos que é impossível prosperar tal penalidade diante de tamanha aberração e abuso de
poder da Administração.
Senhores, estamos diante da aplicação de penalidades desproporcionais ao fato, uma vez que
não há provas substanciais que comprovem a alegação do agente de trânsito. Trata-se,
segundo o Art. 32 do Código Penal de "pena restritiva de direito e de multa, simultaneamente!"
Observem que se excetua somente a pena privativa de liberdade, pena máxima atual em nosso
ordenamento jurídico-penal.
No caso em tela, temos que o requerente está sendo penalizado por, supostamente, apresentar
alguns sintomas que PODERIAM ser causados pela ingestão de bebida alcoólica, porém essa
afirmação não pode ser tratada como verdade absoluta.
Dessa forma, elucidamos este conselho quanto a possibilidade de revogação deste ato abusivo
e infundado, na forma do Art. 53 da Lei 9784/1999:
Nunca é demais relembrar que não cabe discricionariedade ao agente administrativo quando a
lei prevê forma específica em lei. O parágrafo único do Art. 281 do Código Brasileiro de Trânsito
dispõe que "O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente, se
considerado inconsistente ou irregular".
Em outras palavras, uma vez que o agente tenha se furtado de obedecer a legislação vigente
resta clara afronta à sua existência e tornam duvidosos todos os seus atos.
A Portaria 59/2007 do CONTRAN estabelece os campos mínimos que devem constar no Auto de
Infração. Temos então a completa ausência, tanto no Auto de Infração quanto na Notificação, de
informações acerca do equipamento utilizado e supostamente recusado pelo
condutor/requerente para o exame de etilômetro.
Ora senhores, sabemos que mesmo na recusa do condutor em realizar o teste, o equipamento
emite um documento comprovando que fora disponibilizado/oferecido ao condutor, gerando
inclusive um número de registro de utilização do aparelho. Para reforçar a afirmação de que o
agente não disponibilizou tal teste ao requerente, elencamos o fato de que não há no AUTO,
nem na NAP, registros do teste oferecido bem como os dados do INSTRUMENTO
(MARCA/MODELO/AFERIÇÃO).
Assim, nada mais justo que o cancelamento do auto de infração por não cumprir com os
requisitos legais conforme apontamos.
DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA
Transitando, agora, de uma conceituação clássica de moralidade administrativa para uma visão
mais objetiva e atual, faz-se necessário, em primeiro lugar, para uma melhor fixação do que
vem a ser, na realidade, a moralidade administrativa, diferenciar legalidade e moralidade,
princípios constitucionais da Administração de suma importância para a realização dos fins
desta.
O princípio da legalidade expressa que na Administração Pública não há liberdade com vontade
pessoal, ou seja, a validade dos atos do administrador irá depender de sua total obediência às
leis positivadas, de modo que todo e qualquer ato que não esteja autorizado por lei deixa de ser
válido.
Ao analisar tais princípios verifica-se a certeza de que na criação da lei a moralidade está
presente, pelo menos no direito atual, pois não há como analisar uma norma jurídica imoral por
si mesma. Entretanto, quando se passa para o estágio da aplicação dessa norma pelo
administrador observa-se a existência de atos eivados de pura legalidade e moralidade, mas
também aqueles violadores do dever de exercício de uma boa administração, ou seja,
incompatível com a moralidade administrativa, embora sejam considerados legais.
Evidencia-se, portanto, a absoluta importância desses princípios que, embora diferentes, estão
num mesmo patamar juntamente com os demais para que, juntos, deem fundamento que
legitimem a vontade de fazer ou a atos de vontade.
Ressalta-se ainda, no que diz respeito à relação entre legalidade e moralidade, que, para
caracterizar cada um desses princípios, encontraremos caminhos diversos a serem percorridos,
caminhos esses que nos levarão a saber se houve ou não ilegalidade ou imoralidade
administrativa em certo ato.
No que tange à legalidade basta verificar se o ato realizado encontra-se autorizado por lei,
ressaltando que não é verdadeira, no âmbito administrativo, a assertiva de que "o que não é
proibido é permitido". Na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza.
Sob o prisma da moralidade a satisfação dos requisitos legais do ato não é suficiente. Faz-se
necessário ir adiante na análise da ação administrativa, para investigar se realmente há
interesse público naquela ação ou se dá apenas a impressão de que o faz.
Será, portanto, viciada a moralidade administrativa quando houver a prática de um ato fundado
em motivo inexistente, insuficiente, incompatível etc. Do mesmo modo, será descaracterizada a
moralidade administrativa quando o ato visar a objeto impossível, desconforme e ineficiente.
Diante do exposto, observamos que a pesquisa da imoralidade é bem mais complexa que a da
ilegalidade, isso se dá pela subjetividade que a moral contém, ou seja, não se trata apenas de
saber se é ou não legal, mas se aquele ato está ou não em consonância com os anseios de
justiça e honestidade dos administrados, afinal, estes estão em primeiro lugar nas realizações
do Poder Público.
Observa-se, desta forma, que o conceito de moralidade vai além da legalidade, pois é
determinante de regras de conduta, ou seja, traça linhas de comportamento para o
administrador fazendo com que este, ao realizar seus atos, observe, além dos elementos
constitutivos, a eficácia dos mesmos no plano da boa administração.
O requerente estava em perfeitas condições e não estava com nível superior de álcool no
sangue. O que ocorreu, foi que o policial não cumpriu as determinações especificadas em tópico
preliminar, especificações essas que realizadas, não indicaria a infração do Art. 165-A do CTB.
Pode-se chegar à conclusão, portanto, de que o auto de infração em apreço deve ser arquivado,
tendo em vista os vícios insanáveis, de forma e matéria que contém, além de ter sido lavrado
com flagrante abuso de poder, o que por si só rende ensejo à nulidade dos atos administrativos.
Determina o CONTRAN, através de suas Resoluções, que somente será considerada válida a
notificação de autuação de penalidade quando esta observar os requisitos mínimos ali
previstos. O órgão autuador deverá notificar o infrator quanto ao cometimento da multa de
maneira eficaz e segura comprovando o envio desta, o meio seguro a ser utilizado e a carta
registrada com aviso de recebimento (A.R.) e não a carta comum sem possibilidade de rastreio
e conferencia da data da postagem.
Citamos novamente o conceituado jurista Helly Lopes Meirelles, que leciona que:
No caso em exame, não fora observado o devido processo legal, devendo ser anulado os efeitos
do presente auto de infração, conforme segue.
Assim, comprovada a ausência da dupla notificação do auto em tela, pede-se seja reconhecida a
sua nulidade e, consequentemente, o arquivamento do presente auto por não cumprir as
exigências legais para a sua validação.
DOS PEDIDOS
1) Seja anexado cópia do auto de infração em discussão para a correta instrução da presente
defesa, conforme determina o Art. 37 da Lei Federal 9.784/1999.
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SIDINEI GODIN VENITE
CPF Nº. 065.785.349-62