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AO SR.

PRESIDENTE DA JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSO DE


INFRAÇÃO DO ________ .

________ , ________ , RG nº ________ , CNH nº ________ , residente e


domiciliado na Rua ________ , nº ________ , CEP: ________ , na cidade
de ________ , telefone para contato ________ , tendo sido autuado através
do auto de infração em anexo, vem respeitosamente através do presente, em
conformidade com os arts. 280, 281 e 285 do CTB, Lei Federal 9.784/1999,
e CF/1988, para interpor o presente

RECURSO ADMINISTRATIVO

contra autuação, por legítimo direito de ampla defesa e do exercício pleno


do contraditório.

DA INFRAÇÃO

Infração: ________ Auto de Infração nº ________ Órgão Autuador: ________

DO VEÍCULO

MARCA: ________ , MODELO: ________ , PLACA: ________ , RENAVAM:


________ .

DOS FATOS

O Auto de Infração indica que a ocorrência teria ocorrido às ________ ,


em ________ . Aplicando a penalidade de multa no valor de R$ ________ e perda de
________ pontos na CNH.

O condutor recebeu a Notificação de Infração em ________ , com data


de expedição em ________ . Ocorre que a multa merece ser revista, conforme passa a
dispor.

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DO ENQUADRAMENTO INDEVIDO NA LEI SECA

Conforme notificação recebida, o condutor teria cometido a infração


disposta no art. 165, do Código de Trânsito Brasileiro, segundo o qual o motorista
estaria em estado de embriaguez, ou seja, sob influência de álcool, conforme a resolução
do DENATRAN nº 432, art. 3º, que dispõe:

Art. 3º A confirmação da alteração da capacidade psicomotora


em razão da influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência dar-se-á por meio de, pelo
menos, um dos seguintes procedimentos a serem realizados no
condutor de veículo automotor:
I - exame de sangue;
II - exames realizados por laboratórios especializados,
indicados pelo órgão ou entidade de trânsito competente ou pela
Polícia Judiciária, em caso de consumo de outras substâncias
psicoativas que determinem dependência;
III - teste em aparelho destinado à medição do teor alcoólico no
ar alveolar (etilômetro);
IV - verificação dos sinais que indiquem a alteração da
capacidade psicomotora do condutor.
§ 1º Além do disposto nos incisos deste artigo, também poderão
ser utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo ou qualquer
outro meio de prova em direito admitido.
§ 2º Nos procedimentos de fiscalização deve-se priorizar a
utilização do teste com etilômetro.
§ 3º Se o condutor apresentar sinais de alteração da capacidade
psicomotora na forma do art. 5º ou haja comprovação dessa
situação por meio do teste de etilômetro e houver
encaminhamento do condutor para a realização do exame de
sangue ou exame clínico, não será necessário aguardar o
resultado desses exames para fins de autuação administrativa.

Ocorre que após análise ao dispositivo de lei, verifica-se que o condutor


não se enquadra em nenhum dos procedimentos mencionados, ou seja, não há qualquer

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evidência da embriaguez, não existindo, assim, provas para que a punição seja aplicada.

Dispõe o artigo 4º da Resolução 432/2013 do CONTRAN os meios


conclusivos necessários para identificar o comprometimento da capacidade psicomotora
do condutor, prevendo:

DOS SINAIS DE ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE


PSICOMOTORA

Art. 5º Os sinais de alteração da capacidade psicomotora


poderão ser verificados por:
I - exame clínico com laudo conclusivo e firmado por médico
perito; ou
II - constatação, pelo agente da Autoridade de Trânsito, dos
sinais de alteração da capacidade psicomotora nos termos do
Anexo II.

§ 1º Para confirmação da alteração da capacidade


psicomotora pelo agente da Autoridade de Trânsito, deverá ser
considerado não somente um sinal, mas um conjunto de
sinais que comprovem a situação do condutor.

§ 2º Os sinais de alteração da capacidade psicomotora de que


trata o inciso II deverão ser descritos no auto de infração ou
em termo específico que contenha as informações mínimas
indicadas no Anexo II, o qual deverá acompanhar o auto de
infração.

Ou seja, é indispensável a descrição completa do conjunto de sinais que


conduz à conclusão de embriaguez e alteração da capacidade psicomotora. O que não
ocorreu no presente caso, uma vez que foi indicado apenas ________

Evidente que o simples ________ , não é o suficiente à conclusão de


alteração da capacidade psicomotora.

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Dentre as garantias fundamentais, a Constituição contempla o direito de
não produzir prova contra si (art. 5, LXIII). Na mesma vertente, o tratado de San José
da Costa Rica estabelece em seu art. 8º, inc. II, alínea "g" o "direito de não ser obrigada
a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada’’.

Posto isso, considerando que ninguém é obrigado a produzir prova contra


si mesmo, o cidadão ao se negar a se submeter à prova do etilômetro atesta um mero
exercício regular de um direito. Como tal, ato perfeitamente lícito, a teor do art. 23, III,
do Código Penal, não devendo ser punível como expressa o CTB.

Cabe destacar que no momento da fiscalização o condutor não


apresentou qualquer resistência quanto à fiscalização, tanto é que no Auto de
Infração não consta uma linha sequer sobre a conduto do Autor.

Ressalta-se ainda, que o condutor apenas recusou-se realizar o teste do


etilômetro, não constando qualquer elemento ou descrição no auto de infração que
evidenciasse sinais de embriaguez ao volante ou na condução de veículo automotor,
visto que a multa deve ser aplicada somente se o condutor:

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra


substância psicoativa que determine dependência:

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra


substância psicoativa que determine dependência:
Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir


por 12 (doze) meses.

Medida administrativa - recolhimento do documento de


habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º
do art. 270 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do
Código de Trânsito Brasileiro.

Ou seja, não se pode concluir que o condutor apresentava estado de

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embriaguez sem qualquer meio comprovatório apenas pela recusa do teste do
etilômetro, conforme precedentes jurisprudenciais sobre o tema:

ADMINISTRATIVO. AUTO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO.


TESTE DO BAFÔMETRO - RECUSA. INEXISTÊNCIA DE
PROVA DA EMBRIAGUEZ POR OUTROS MEIOS. AUTO
DE INFRAÇÃO - NULIDADE. 1. O art. 277 do CTB dispõe
que a verificação do estado de embriaguez, ao menos para
cominação de penalidade administrativa, pode ser feita por
outros meios de prova que não o teste do etilômetro. 2. A
despeito das discussões acerca do art. 277, § 3º, CTB, a
jurisprudência exige que a embriaguez esteja demonstrada por
outros meios de prova, não podendo ser decorrência automática
da recusa em realizar o teste. 3. Hipótese em que o agente da
fiscalização multou o condutor após sua negativa em realizar
o teste. O referido auto em questão não descreve
minimamente qualquer sinal de ingestão de bebida alcoólica
pelo infrator, razão porque não prevalece a presunção de
legitimidade do ato administrativo. (TRF-4 - AC:
50046061020154047114 RS 5004606-10.2015.404.7114,
Relator: FERNANDO QUADROS DA SILVA, Data de
Julgamento: 24/01/2017, TERCEIRA TURMA, #34723244)

ADMINISTRATIVO. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA.


TRÂNSITO. AUTO DE INFRAÇÃO E NOTIFICAÇÃO DE
AUTUAÇÃO. ART. 165 E 277 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO.
RECUSA EM FAZER O TESTE DO "BAFÔMETRO".
AUSÊNCIA DE SINAIS DE EMBRIAGUEZ. FALTA DE
PROVAS. ANULAÇÃO. 1. Conforme o art. 277, § 2º, CTB,
para o enquadramento do art. 165 do Código de Trânsito
Brasileiro, podem ser utilizados outros meios de prova além de
exames clínicos e testes de medição do teor alcoólico. No
entanto, é necessário que haja alguma evidência de que o
condutor teve seu estado de consciência alterado pela ingestão
de bebida alcoólica. 2. Anulação da multa aplicada pela não

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observância à Legislação de Trânsito.
(APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 5016411-
15.2014.404.7107, 4ª TURMA, Des. Federal LUÍS ALBERTO
D AZEVEDO AURVALLE, POR UNANIMIDADE,
JUNTADO AOS AUTOS EM 07/10/2014, #64723244)

Ademais, a conduta descrita no AIT não se enquadra no Art. 306 do


CTB:

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade


psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
outra substância psicoativa que determine dependência:

Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão


ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor.

A redação do referido disposto imputa como infração o


comprometimento da capacidade psicomotora em razão da influência do álcool, e
não a simples indicação da existência de álcool no sangue.

Trata-se de conclusão lógica, diante da existência de inúmeros efeitos


diferentes para cada pessoa pela mesma quantidade de álcool. Portanto, não basta a
indicação de determinado teor alcoólico no sangue, deve-se exigir a comprovação de
que no caso específico houve a alteração objetiva da capacidade psicomotora do
condutor, sob pena de não se preencherem todos os elementos da infração.

Para tanto, faz-se necessário que o AIT contenha expressamente os


elementos e provas que levaram à conclusão deste comprometimento do
denunciado, o que não se vislumbra no presente caso.

Assim, mesmo que o resultado fosse positivo no teste alcoolemia, não


poderia ser prova suficiente de que a sua capacidade psicomotora tenha sido alterada:

EMENTA - PENAL - PROCESSO PENAL - CRIMES DE

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EMBRIAGUEZ AO VOLANTE E DESACATO -
CONDENAÇÃO - RECURSO DEFENSIVO - PROVA -
PLEITO DE ABSOLVIÇÃO - PENA - REDUÇÃO. (...)Não
podendo ser admitido no direito penal moderno o chamado
crime de perigo abstrato por força do implícito princípio
constitucional da ofensividade, apesar da redação econômica do
artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, atento ao princípio
da proporcionalidade que desautoriza que a infração
administrativa que é menos grave exija requisito não previsto na
infração penal que é mais grave ("estar sob a influência de
álcool ou qualquer outra substância"), penso que para o
reconhecimento do crime da lei de trânsito referido não basta
que o motorista esteja com o limite referido pela norma de
concentração de álcool no sangue, impondo-se a
comprovação de que ele estava dirigindo sob a influência
daquela substância, o que se manifesta numa direção
anormal que coloca em risco concreto a segurança viária que
é o bem jurídico protegido pela norma. Entendimento
contrário, consagra a ideia da adoção pelo Estado de
instrumento simbólico para a conformação de comportamentos
desejáveis, ainda que sem ofensa ao bem jurídico protegido,
com utilização do aparato punitivo como prima ratio e não como
ultima ratio. (...) O juiz possui manifesta discricionariedade no
calibre da pena base, devendo eventual exacerbação da resposta
penal naquele primeiro momento estar fundamentada nas
circunstâncias judiciais elencadas no artigo 59 do Código Penal,
o que efetivamente ocorreu no caso presente, operada a
substituição da PPL por PRD. (TJ-RJ - APL:
00044728320148190055 RIO DE JANEIRO CABO FRIO 1
VARA CRIMINAL, Relator: MARCUS HENRIQUE PINTO
BASÍLIO, Data de Julgamento: 06/12/2016, PRIMEIRA
CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 12/12/2016,
#94723244)

Portanto, diante da ausência de elementos suficientes na inicial para fins

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de indicar de forma clara os elementos típicos da previsão legal enquadrada, tem-se nula
a infração aplicada.

Diante todo o exposto, requer a anulação do auto de infração e o


arquivamento do referido processo administrativo. Não sendo este o caso pugna pela
aplicação de penalidade mínima no que concerne a suspensão do direito de dirigir.

AUSÊNCIA DE AFERIÇÃO PELO INMETRO

Como narrado, o ato foi tipificado pela simples indicação de existência


de teor alcoólico por equipamento etílico. Ocorre que o equipamento utilização para a
medição, conforme laudo em anexo em anexo não possui a última aferição obrigatória
pelo INMETRO, tornando nula referida medição.

Dispõe o artigo 4º da Resolução 432/2013 do CONTRAN quatro


requisitos necessários para que o aparelho de verificação seja considerado em condições
de uso:

DO TESTE DE ETILÔMETRO

Art. 4º O etilômetro deve atender aos seguintes requisitos: I - ter


seu modelo aprovado pelo INMETRO;
II - ser aprovado na verificação metrológica inicial, eventual, em
serviço e anual realizadas pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia - INMETRO ou por órgão da Rede
Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade - RBMLQ;
Parágrafo único. Do resultado do etilômetro (medição realizada)
deverá ser descontada margem de tolerância, que será o erro
máximo admissível, conforme legislação metrológica, de acordo
com a "Tabela de Valores Referenciais para Etilômetro"
constante no Anexo I.

Assim, considerando a ausência das aferições obrigatórias pelo


INMETRO, tem-se por nulas as medições dali originadas, por quebra da credibilidade,
conforme precedentes sobre o tema:

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APELAÇÃO CRIMINAL. CONDUÇÃO DE VEÍCULO
AUTOMOTOR COM A CAPACIDADE PSICOMOTORA
ALTERADA EM RAZÃO DA INGESTÃO DE ÁLCOOL (LEI
9.503/97 (CTB), ART. 306, CAPUT). SENTENÇA
CONDENATÓRIA. RECURSO DO ACUSADO. 1. TESTE DE
ALCOOLEMIA (BAFÔMETRO). PRAZO DE
VERIFICAÇÃO ANUAL PELO INMETRO (ART. 4º, II, DA
RESOLUÇÃO 432/13 DO CONTRAN). 2. (...) 1. Deve ser
desconsiderado o teste de etilômetro realizado pela
autoridade policial, por ilicitude da prova, se o equipamento
utilizado estava fora do prazo de verificação anual do
Inmetro, previsto no art. 4º, II, da Resolução 432/13 do
Contran. 2.(...). (TJ-SC - APR: 00139630720168240023
Capital 0013963-07.2016.8.24.0023, Relator: Sérgio Rizelo,
Data de Julgamento: 13/03/2018, Segunda Câmara Criminal,
#34723244)

APELAÇÃO CRIMINAL - EMBRIAGUEZ AO VOLANTE -


ABSOLVIÇÃO - RECURSO MINISTERIAL - PRETENDIDA
CONDENAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - ETILÔMETRO -
VERIFICAÇÃO PERIÓDICA ANUAL PELO INMETRO -
PRAZO VENCIDO -SENTENÇA MANTIDA - IMPROVIDO.
A Resolução nº 206, de 20/10/2006, do CONTRAN, em seu
artigo 6º, inciso III, prevê que o medidor de alcoolemia ou
etilômetro deve ser aprovado na verificação periódica anual
realizada pelo INMETRO ou RBMLQ, de modo que, ausente o
requisito legal da aprovação periódica, o exame de
alcoolemia para fins de prova da materialidade revela-se
inidôneo. Absolvição mantida."(TJMS - AC 0001072-
05.2008.8.12.0043 - Relator: Des. Romero Osme Dias Lopes - J.
15/04/2013).

"E M E N T A - APELAÇÃO CRIMINAL - CRIMES DE


TRÂNSITO - CONSUNÇÃO - EMBRIAGUEZ AO
VOLANTE - ABSOLVIÇÃO -RECURSO PROVIDO. O objeto

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da tutela jurídica dos artigos 306 e 309 do Código de Trânsito
Brasileiro é a incolumidade pública e como o agente, em uma
única conduta, dirigiu embriagado e sem possuir carteira de
habilitação, não há dois crimes autônomos, uma vez que o
segundo delito, menos grave, resta absorvido pela embriaguez
ao volante, crime mais grave, com a atração da agravante do
artigo 298, inciso III, do mesmo diploma legal. A Resolução nº
206, de 20/10/2006, do CONTRAN, em seu artigo 6º, inciso III,
prevê que o medidor de alcoolemia ou etilômetro deve ser
aprovado na verificação periódica anual realizada pelo
INMETRO ou RBMLQ, de modo que, ausente o requisito
legal da aprovação periódica, o exame de alcoolemia para
fins de prova da materialidade revela-se inidôneo."(TJMS -
AC 0000283-76.2011.8.12.0018 - Relator: Des. Manoel Mendes
Carli j. 20/05/2013, #34723244)

Ou seja, todo e qualquer etilômetro deve ser previamente aprovado pelo


INMETRO e passar por novas verificações periódicas a cada 12 meses.

Tal fato, atrelado à ausência de outro laudo que demonstre habilitação do


aparelho para medição de teor etílico, demonstram a irregularidade na medição.

DA NECESSÁRIA RESTITUIÇÃO DO VALOR PAGO DA MULTA

Com a nulidade do Auto de Infração, a devolução dos valores


indevidamente pagos devem ser restituídos por força de expressa previsão do Art. 286
do CTB:

Art. 286 (...) § 2º Se o infrator recolher o valor da multa e


apresentar recurso, se julgada improcedente a penalidade, ser-
lhe-á devolvida a importância paga, atualizada em UFIR ou
por índice legal de correção dos débitos fiscais.

Assim, considerando que o valor da multa de R$ ________ foi pago em


________ requer a sua restituição devidamente atualizada, conforme precedentes sobre

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o tema:

MULTA DE TRÂNSITO. PAGAMENTO INDEVIDO.


RESTITUIÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. TENDO EM
CONTA A NATUREZA FISCAL DAS MULTAS DE
TRÂNSITO, CORRETA A APLICAÇÃO DA TAXA SELIC
NA RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO (CTB , ART. 286 , § 2º),
A QUAL JÁ CONTÉM JUROS. HONORÁRIOS
EXCESSIVAMENTE MÓDICOS. ELEVAÇÃO. APLICAÇÃO
DO ART. 85 , § 8º , DO CPC . APELAÇÃO PROVIDA EM
PARTE. (Apelação Cível Nº 70078062346, Primeira Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Irineu Mariani,
Julgado em 03/04/2019).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO.


COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO DA MULTA DE
TRÂNSITO. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO.
RESTITUIÇÃO DA MULTA. (...) No caso dos autos, como
sustentado pelo embargante, efetivamente, há contradição no
julgamento, pois, ao contrário do que constou no acórdão,
comprovado por meio do Extrato do Auto de Infração de
Trânsito, que o autor (proprietário do veículo) efetuou o
pagamento da multa de trânsito, fazendo jus à restituição do
valor pago, eis que anulado o auto de infração. EMBARGOS
DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS. (TJ-RS - ED:
71007417215 RS, Relator: José Ricardo Coutinho Silva, Data de
Julgamento: 25/10/2018, Terceira Turma Recursal da Fazenda
Pública, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
12/11/2018, #94723244)

TRÂNSITO, AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO.


RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS A TÍTULO
DEMULTA. AUTO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO
DESCONSTITUÍDO EM AÇÃO PRETÉRITA. AUSÊNCIA
DE INTERESSE DE AGIR NÃO CONFIGURADO.

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SENTENÇA DE EXTINÇÃO DO FEITO REFORMADA. 1.
Não se faz necessário o exaurimento dos meios administrativos
para que a parte interessada possa ingressar na via judicial. Com
efeito, o interesse de agir não está vinculado ao requerimento
extrajudicial, sendo prescindível o esgotamento da esfera
administrativa como pressupostos ao ajuizamento da ação.
Deve-se atentar ao princípio da inafastabilidade da jurisdição,
contemplado no art. 5º , inciso XXXV , da Constituição Federal
de 1988, que preconiza que "a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". 2. No que se refere
à pretensão da restituição da multa, assiste razão ao
recorrente, haja vista que, uma vez anulado o ato
administrativo que deu origem à penalidade sub judice nos
autos da ação pretérita por ele promovida, a desconstituição
da multa correspondente é decorrência lógica, fazendo jus a
parte à restituição do respectivo valor, em atenção à
disposição do art. 286 , § 2º , do CTB . RECURSO
INOMINADO PROVIDO. UNÂNIME. (Recurso Cível Nº
71008016198, Turma Recursal da Fazenda Pública, Turmas
Recursais, Relator: José Pedro de Oliveira Eckert, Julgado em
29/10/2018).

Assim, considerando que foi pago indevidamente, indicar valor da multa,


em virtude de Auto de Infração manifestamente nulo, a sua restituição ao contribuinte é
medida que se impõe.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto REQUER:

1 - Seja recebido o presente Recurso, pois atende a todos os requisitos de


sua admissibilidade de acordo com a Res. 299/08 do CONTRAN;

2 - Seja julgado PROCEDENTE o presente recurso, e por via de


consequência o cancelamento da penalidade imposta, conforme preceitua o

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art. 281, inciso I do CTB, sendo anulada a pontuação;

3 - Seja a decisão devidamente motivada, nos termos do Art. 37 da


Constituição Federal e Lei 9.784/00;

4 - Caso o presente recurso não seja julgado em 30 dias, requer desde já, o
efeito suspensivo nos termos do Art. 285, §3º do CTB.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

________ , ________ .

________

ANEXOS:

1. Cópias do processo administrativo com a descrição do AIT

2. Cópia do documento de Infração

3. Cópia da CNH

4. Cópia do do documento do veículo - CRLV

5. Procuração, quando for o caso

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