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FORTALEZA-CE.
Conforme descrição na notificação de autuação REC SUB TEST.EX CLIN, PERIC OU PROC Q
PERM CERT INFL ALC/SUB PSIC FORT ART.277. Quando da abordagem, a autoridade requereu
que a condutora realizasse o teste de etilômetro (bafômetro), não tendo recusa da
condutora em nenhum momento para fazê-lo.
Dessa forma, patente que o auto de infração não atendeu a todos os requisitos
procedimentais, devendo o mesmo ser anulado, como ficará demonstrado ao final.
A doutrina do direito administrativo ensina que os atos administrativos devem ser motivados
para produzir efeitos válidos sob os administrados. Ensina a doutrina de Bandeira de Mello
que entre os pressupostos de validade: “Motivo é o pressuposto de fato que autoriza ou
exige a prática do ato. É, pois, a situação do mundo empírico que deve ser tomada em conta
para a prática do ato. Logo, é externo ao ato. Inclusive o antecede. Por isso não pode ser
considerado como parte, como elemento do ato.” [2]
Dessa forma, seja em razão do ensinamento doutrinário ou pela norma positivada, claro está
que o motivo é condição de validade de qualquer ato administrativo, sendo a motivação o
ato que transparece aquilo que o agente apresenta como causa do ato administrativo.
Partindo para o exame do caso em tela, o confronto da legislação de trânsito com os fatos
ocorridos é suficiente para comprovar a inconsistência do auto de infração, irregularidade
que clama pela sua anulação.
Sobre a multa aplicada, observa-se que a autoridade policial não realizou quaisquer dos
procedimentos definidos no art. 5º da Resolução CONTRAN 432/2013, sendo que o auto de
infração não consta quaisquer dos sinais enumerados no Anexo II da referida resolução.
Vale destacar que a multa tem como pressuposto o estado de embriaguez e não a simples
negativa em se submeter ao teste do “bafômetro”. Ademais, a condutora não negativa da
condutora em realizar o teste. Assim, a ausência de constatação de alteração psicomotora
por si só é causa de sua nulidade, a teor do princípio da motivação. É da jurisprudência:
Por fim, a autoridade também agiu contra legis ao autorizar o ora impugnante a conduzir o
veículo. Tal ato contraditório, deixa claro nova violação ao procedimento definido pela
Resolução CONTRAN 432/2013 como é suficiente para confirmar a inexistência de alteração
psicomotora do condutor. Portanto, inexiste no auto de infração relação de pertinência
lógica entre os fatos ocorridos e o ato praticado.
Diante de vício insanável, a administração deve anular seus próprios atos. Esse é o comando
do princípio da autotutela administrativa, positivada no art. 53 da Lei 9.784/1999 (Processo
Administrativo Federal):
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.
Por fim, em razão dos vícios insanáveis no procedimento que acarretou na expedição do
auto de infração impugnado e pela completa inexistência de qualquer sinal de alteração
psicomotora ou embriaguez da condutora, assim, como o próprio documento não informa os
valores minimamente necessários para constatar que ocorreu a infração. Portanto, o
reconhecimento da nulidade do auto de Infração nº sc00239728 é medida que se impõe.
PEDIDO
Por todo o exposto, ficou demonstrada a inconsistência do auto de infração, REQUER o
acolhimento da presente impugnação e o reconhecimento da insubsistência do auto de
Infração nº sc00239728, determinando-se o arquivamento do mesmo, nos termos do
art. 281, I, do CTB.
Pede deferimento.
CPF nº XXXXX
Documentos em anexo:
Doc. 01 – Requerimento de defesa;
Doc. 02 – Cópia do auto de infração;
Doc. 03 – Documento de identidade do condutor.