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ILMO. SR.

DIRETO DO DEPARMANETO DE
TRÂNSITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

DEFESA PRÉVIA.

VINICIUS DE SOUZA ARAUJO , brasileiro, solteiro, autônomo, portador


da Cédula de Identidade n. 3614359 mtps-ce e inscrito no C.P.F sob o nº
044.500.753-23, residente e domiciliado na Rua Aporuna 397 – Santa Cruz –
Rio de Janeiro -RJ

D O RECURSO

Em virtude do auto de infração


n°B87581485 supostamente cometido conduzindo o veículo de placa
KRQ7D15.

Conforme consta no auto o recorrente teria


supostamente cometido infração contida no artigo 218-INC I do Código de
Trânsito Brasileiro.
Art. 218:
Transitar em velocidade máxima
superior a permitida para o local,
medido por instrumento ou equipamento
hábil, em rodovias, vias de trãnsito
rápido, vias arterias e demias vias.

I-quando velocidade for superior a


máxima permitida em até 20% .

DOS FATOS E FUNDAMENTOS

O recorrente no dia 29/04/2031 foi abordado e


autuado na forma do art. 218 inc. I do CTB por ter suportamente
excedido o limite de velocidad e da via na AVENIDA BRASIL
KM 12, como descrito no AIT .
Ocorre que a sinalização é completamente insuficiênte, fora dos
padrões mínimos estabelecidos pela resolução 798/2020 do
CONTRAN.

Além disso, a falta de informações indespensáveis ao AIT cercea a


defesa do recorrente e invalida o ato administrativo .

DA FALTA DE SINALIÇÃO ADEQUADA

De acordo com a resolução do CONTRAN 798/2020 a distancia máxima


da placa

Art. 4°: O etilômetro deve atender aos seguintes


requisitos:

Inciso I – Ter seu modelo aprovado pelo INMETRO;


Inciso II – Ser aprovado na verificação metrológica inicial,
eventual, em serviço e anual Instituto Nacional, Metrologia
e Qualidade – INMETRO ou por órgão de rede brasileira
de Metrologia Legal e Qualidade – RBMLQ;
[...]
Ao ser abordado o recorrente/condutor solicitou como
lhe é de direito o Certificado de calibragem do etilômetro para que
pudesse afastar qualquer incerteza quanto ao resultado do teste, o
que não lhe foi atendido pelo agente da autoridade de trânsito no
momento da fiscalização.

Tal ato por si só se caracteriza motivo suficiente para a


recusa em fazer o teste do etilômetro, salientando desconfiança em
relação ao aparelho e receio de que não esteja devidamente em
conformidade com os requisitos mencionados no artigo 4° da
resolução 432 do CONTRAN.

Vale ressaltar que todo cidadão tem direito a receber dos


órgãos públicos informações de seu interesse particular, coletivo ou
geral. Esse é um direito fundamental previsto no artigo 5° inciso
XIV da Constituição Federal.

Desse modo, ao ofender o Direito Constitucional a


informação bem como o principio a PUBLICIDADE da
administração publica torna-se nulo a infração imposta ao
recorrente/condutor.

DO DIREITO AO CONTRADITÓRIO

Artigo 5° inciso LV da Constituição Federal:

Aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes.
Além do que já foi dito, a interpretação equivocada do
artigo 165-A do CTB configura atentado ao direito ao contraditório e
arbitrariedade da administração pública.

Art.165-A: Recursar-se a ser submetida a teste, exame


clínico, perícia ou a outro procedimento que permita
certificar influência de álcool ou outra substância
psicoativa, na forma estabelecida pelo artigo 277[...].

Art. 277: O condutor de veículo automotor envolvido em


acidente ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá
ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou a outro
procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na
forma disciplinada pelo CONTRAN, permita certificar a
influência de álcool ou outra substância psicoativa que
determine dependência.

No entendimento razoável do artigo 165-A o agente da


Autoridade de trânsito no uso de suas atribuições em fiscalização de
trânsito fará uso deste dispositivo na situação de impossibilidade de
confirmar por meios técnicos ou científicos a suspeita de influência
de álcool ou outra substância psicoativa dada a recusa do condutor.

Não é razoável que a simples recusa sem


embasamento de outros sinais comprobatórios previstos na
resolução 432 do CONTRAN seja suficiente determinar a
culpabilidade do recorrente/condutor e para lavrar infração de
transito.
O artigo 4° da resolução 432 do CONTRAN traz
ferramentas para que a autoridade de forma inequívoca alcance o
espirito da Lei aqui mencionada.

Artigo 5°: Os sinais de capacidade de alteração


psicomotora poderão ser verificados por:

Inc. I – exame clínico com laudo conclusivo e firmado


por médico perito, ou;

Inc. II – constatação, pelo agente da Autoridade de


Trânsito, dos sinais de alteração da capacidade
psicomotora nos termos do Anexo II.

§1° - Para a confirmação da alteração da capacidade


psicomotora pelo agente da Autoridade de Trânsito,
deverá ser considerado não somente um sinal, mas um
conjunto de sinais que comprovem a situação do
condutor

§2° - Os sinais de alteração da capacidade psicomotora


de que trata o inciso II deverão ser descritos no auto de
infração ou em termo específico que contenha as
informações mínimas indicadas no Anexo II, o qual
deverá acompanhar o auto de infração.

Os parágrafos 1° e 2° são categóricos no que tange a


confirmação da suspeita de ingestão de bebida alcoólica para que se
aplique de forma plausível o artigo 165-A.
ANEXO II DA RESOLUÇÃO 432 DO CONTRAN DE 2013

SINAL DE ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE PSICOMOTORA

VI - sinais observados pelo agente fiscalizador

A - quanto a aparência, se o condutor apresentar:

i. Sonolência;
ii. Olhos vermelhos;
iii. Vômito;
iv. Soluços;
v. Desordem nas vestes;
vi. Odor de álcool no hálito.
b. Quanto à atitude, se o condutor
apresenta:
i. Agressividade;
ii. Arrogância;
iii. Exaltação;
iv. Ironia;
v. Falante;
vi. Dispersão.
c. Quanto à orientação, se o condutor:
i. sabe onde está;
ii. sabe a data e a hora.
d. Quanto à memória, se o condutor:
i. sabe seu endereço;
ii. lembra dos atos cometidos;
e. Quanto à capacidade motora e
verbal, se o condutor apresenta:
i. Dificuldade no equilíbrio;
ii. Fala alterada;
No auto de infração (segue em anexo) não foi
constatado qualquer sinal de ingestão de bebida alcoólica conforme
expressamente mencionado de forma obrigatória parágrafo 2° do
artigo 5° da resolução 432 do CONTRAN, o que soma nulidade a
este ato da administração pública.
.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer:

Seja dado provimento ao recurso


para declarar o cancelamento do auto de infração em virtudes dos fatos acima
delineados, afastando assim suas consequências lógicas, uma vez que,
comprovadamente o defendente não cometeu a infração.

JOELMA DE SOUZA SAMPAIO

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