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EXCELENTÍSSIMO SENHOR AUTORIDADE DE TRÂNSITO DA JARI DO DNIT

ALAN VICTOR RODRIGUES SOUSA, brasileiro, inscrito no


CPF: 146.472.666-30, residente e domiciliado à Rua Luziania, n° 366, bairro Brasilia, em
Araguari – MG, CEP: 38440-000, condutor do veículo autuado, vem respeitosamente em
sua presença, e tempestivamente, apresentar recurso perante a JARI com relação ao auto
S036162574, lavrado sem abordagem por aparelho metrológico de velocidade, com registro
de imagem, com base no 218, II, do CTB, pelos razões de fato e de direito articulados a
seguir:

DOS FATOS E DO DIREITO

O referido auto de infração, foi lavrado sem abordagem, por


aparelho metrológico, Radar Fixo com registrador de imagem, com autuação referendada
Autoridade de Trânsito, cuja data da autuação é 23/03/2023 às 15:28 na BR 050 km 67,13,
no município de Uberlandia-MG.
Primeiramente, percebe-se claramente, que diante da legislação
pertinente, o referido auto de infração, foi lavrado em desconformidade com a lei, como
demonstraremos a seguir.
Verifica-se que o auto de infração de trânsito, foi lavrado sem
abordagem, e verificando a notificação enviada, verifica-se que não houve preenchimento
do campo observações, por parte do Autoridade de Trânsito, o qual referendou o respectivo
auto de infração, informando por que o referido veículo não foi abordado, e que a infração
foi constatada por equipamento eletrônico, e observa-se também que a referida Autoridade
não estava de serviço na Hora da infração, ressaltando que tal preenchimento é obrigatório
de acordo com o artigo 280 do CTB:
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito,
lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:
I - tipificação da infração;
II - local, data e hora do cometimento da infração;
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua
marca e espécie, e outros elementos julgados necessários à sua identificação;
§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente
de trânsito relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, informando os
dados a respeito do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III, para o
procedimento previsto no artigo seguinte.

Dessa forma, além de não observar as determinações do artigo 280,


verifica-se que o uso de aparelho utilizado para fiscalização de velocidade foi
regulamentada pelo CONTRAN, através da resolução 396, e esta resolução até permite o
uso de aparelho metrológico, porém desde que atendidos requisitos mínimos, pois o
funcionamento e autuação feita no descompasso desta resolução, invalida todo e qualquer
auto de infração lavrado com uso de tal equipamento, o que analisando a notificação
enviada, percebe-se claramente que o aparelho está completamente irregular.
Mormente, tenho ainda a esclarecer, que o equipamento utilizado,
apesar de atender alguns requisitos, não atendeu aos requisitos mínimos exigidos pela
Resolução 396, do CONTRAM, pois o equipamento conforme notificação enviada que
segue em anexo, não registrou a contagem volumétrica de tráfego, prova disto é que não
está localizado a contagem volumétrica de tráfego na notificação enviada, muito menos no
auto de infração, menos ainda na imagem utilizada na foto tirada pelo aparelho;
Art. 2º O medidor de velocidade dotado de dispositivo registrador
de imagem deve permitir a identificação do veículo e, no mínimo:
I - Registrar:
d) Contagem volumétrica de tráfego.

Todavia, além do que a instalação do equipamento, foi realizada


sem critérios, não tendo sido adotado os estudos técnicos, exigidos por lei;
§ 2º Para determinar a necessidade da instalação de medidor de
velocidade do tipo fixo, deve ser realizado estudo técnico que
contemple, no mínimo, as variáveis do modelo constante no item A
do Anexo I, que venham a comprovar a necessidade de controle ou
redução do limite de velocidade no local, garantindo a visibilidade
do equipamento.
E o mais grave, a sinalização no local estava irregular, pois não
existe placa R-19, exigida por lei, uma vez que se existisse o agente teria descriminado no
campo observações do referido auto de infração, e tendo em vista a ausência de sinalização
conforme exigido pelo anexo IV, da resolução 396, o auto de infração de trânsito, tornou-se
totalmente nulo.
Desta forma, o equipamento utilizado não atendeu aos requisitos
mínimos exigidos pelo CONTRAN, para que seu uso fosse autorizado, portanto estava
inadequado e de desacordo com a Lei, o que fere os princípios da legalidade e moralidade
do serviço público, invalidando todo o ato jurídico. O ato administrativo tendo sua forma
definida por Lei, estabelece um limite a discricionariedade do agente e gestor público, e
como a fiscalização foi desde sua origem exercida ao contrário do estabelecido em Lei deve
ser o referido auto de infração, devendo, portanto, seu registro ser julgado insubsistente
e irregular e cancelado referido auto.
DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requeiro:


a) O cancelamento e arquivamento do auto, por ser considerado inconsistente, ou irregular,
de acordo com o artigo 281, II, do CTB;
b) A anexação dos Estudos técnicos, o qual deverá estar disponibilizado para as JARI;
c) A informação do resultado do presente pleito ao recorrente, em sua residência, local no
qual recebe citações e notificações.
d) A manifestação por parte da comissão julgadora de todas as teses defensivas, com suas
respectivas fundamentações para garantir ao recorrente ciência do inteiro teor do
julgamento e o direito à ampla defesa a serem enviados para o endereço no qual recebe
citações e notificações sob pena de nulidade do auto de infração E100734462.

Araguari, 19 de dezembro de 2023.

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ALAN VICTOR RODRIGUES SOUSA

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