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DOS FATOS

Venho, respeitosamente, à presença de vossa senhoria, com fundamento na lei n°


9.503/97, interpor o presente recurso contra a aplicação de suposta infração de trânsito,
conforme notificação anexa, o que se faz da seguinte forma: foi e está sendo ainda,
imensa a minha preocupação ao ser notificado por este Órgão de trânsito, que por
motivos alheios à minha vontade, a respeito de uma suposta infração aos preceitos de
norma, direção e conduta emanadas do Código de Trânsito Brasileiro, principalmente ao
que concerne, especialmente, ao seguinte artigo da norma legal:

Pelo Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local,
medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito
rápido, vias arteriais e demais vias: (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
(Vide ADI nº 3951)

I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por cento):
(Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

Solicito o PROVIMENTO da presente DEFESA contra o Auto de Infração:


I42670992 pelas razões a seguir aduzidas:

DO MÉRITO

Os requisitos técnicos mínimos para a fiscalização da velocidade de veículos


automotores, elétricos, reboques e semirreboques, recentemente, passou por diversas
alterações anteriormente era regulamentado pela Resolução 369/2011 do Contran
combinado com a Portaria 544/2011 do INMETRO, atualmente é regulamentado pela
Resolução n° 798, de setembro de 2020, parcialmente alterada pela Resolução
804/2020 .
Dentre os requisitos para instalação de medidores de velocidade fixos, sob a
égide da Resolução 369/2011 (revogada parcialmente), há necessidade imperiosa de dois
estudos técnicos. O primeiro estudo precisa atestar a necessidade instalação – conforme
as variáveis no item A do Anexo I, que venham a comprovar a necessidade de
controle ou redução do limite de velocidade no local, garantindo a visibilidade do
equipamento, assim se constata que o medidor velocidade fixo não pode ser instalado ao
bel prazer da administração pública. O segundo estudo técnico deve ser realizado
periodicidade máxima de 12 (doze) meses para verificar a eficácia dos medidores de
velocidade do tipo fixo ou sempre que ocorrerem alterações nas variáveis constantes no
estudo técnico de instalação, o intuito desse estudo periódico é verificar se as razões para
a instalação dos medidores fixos se mantém. Ambos os estudos devem ser minuciosos
em suas análises, não bastando a justificativa genérica que os locais escolhidos
apresentam trechos planos em longa reta. Insta observar que por se tratarem de atos
administrativos, tanto os estudos técnicos de instalação,quanto os estudos técnicos
periódicos devem ser motivados.
Os estudos técnicos, seguindo os moldes do Anexo I, item A e item B, devem ser
seguir alguns requisitos no tocante a forma, neles deve constar a assinatura e registro
no CREA, tanto do responsável técnico pela realização do estudo técnico, tanto do
responsável do órgão de trânsito perante o CREA, conforme indicado acima todos
campos dos referidos estudos devem ser preenchidos minuciosamente e ao final deve ser
datado. Relembro aos doutos julgadores que a forma é elemento essencial para a
validade de qualquer ato administrativo.
Tendo em vista que os referidos documentos não estão de fácil acesso ao público,
peço aos doutores julgadores que verifique se o medidor fixo localizado na “BR-101 KM-
332 UF-RJ -RIO DE JANEIRO ”, de fato os estudos técnicos foram realizados e os
estudos técnicos períodos cumpridos com periodicidade e forma que a legislação
exige e, caso não tenha sido cumprido, rogo que anulem o auto de infração de oriundo do
referido radar.
Com a entrada em vigor da Resolução 804/2020 do Contran, de acordo 9°
parágrafo único, o órgão ou entidade com circunscrição sobre a via deve dar
publicidade, por meio do seu site na rede mundial de computadores, antes do início de
sua operação, da relação de todos os medidores de velocidade existentes em sua
circunscrição, contendo o tipo, número de série e a identificação do equipamento
estabelecida pelo órgão, e, no caso do tipo fixo, também o local de instalação do
equipamento, como é de notório conhecidos dos doutos julgadores da POLÍCIA
RODOVIÁRIA FEDERAL, se mostrou inerte e ainda não publicou qualquer informação
em sua página oficial, dessa forma, qualquer auto de infração lavrado após a
promulgação e entrada em vigor da referida norma, sofre de patente ilegalidade.
DO PEDIDO

1) Solicito que tanto os estudos técnicos e os estudos técnicos periódicos sejam


disponibilizados ao público na sede do órgão de trânsito;

2)Solicito que tanto os estudos técnicos e os estudos técnicos periódicos sejam


encaminhados Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI, conforme solicita
o artigo 4°, § 6°, da Resolução 391/2011;
3)Ante aos argumentos acima expostos, os elementos de que se origina o auto de
infração estão eivados de vício, portanto o próprio auto de infração deve ser
considerado nulo, solicito a aplicação do artigo 281. A autoridade de trânsito, na esfera da
competência estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a
consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível.

Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado


insubsistente:

I - se considerado inconsistente ou irregular;

Por todos esses motivos relatados e baseados na análise sistemática da legislação


de trânsito, é que venho pedir a esta Digníssima Junta, o deferimento do meu pedido.
Desde já expresso a minha gratidão por apreciarem este recurso e confesso que estarei
no aguardo ansioso de uma resposta.

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