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ARRAIS AMADOR E

MOTONAUTA
SUMÁRIO

1 – LEGISLAÇÃO NÁUTICA ................................................................................................ 02

2 – NOÇÕES DE MARINHARIA............................................................................................ 17

3 – ESTABILIDADE .............................................................................................................. 25

4 – RIPEAM-72 ...................................................................................................................... 28

5 – BALIZAMENTO ............................................................................................................... 37

6 – PRIMEIROS SOCORROS ............................................................................................... 43

7 – SOBREVIVÊNCIA E SEGURANÇA NO MEIO MARINHO .............................................. 51

8 – NOÇÕES DE COMBATE A INCÊNDIO........................................................................... 57

9 – NOÇÕES DE NAVEGAÇÃO ....................................................................................... 64


1- LEGISLAÇÃO NÁUTICA
A navegação em águas brasileiras rege-se pela Lei Federal 9.537/97, de 11 de dezembro
de 1997, que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário, conhecida como Lei de Segurança
do Tráfego Aquaviário (LESTA), e pelo Decreto 2.596/98, conhecido como RLESTA, que a
regulamenta. A Norma da Autoridade Marítima – NORMAM/03 da Diretoria de Portos e Costas da
Marinha do Brasil, é o documento normativo, decorrente da citada lei, que estabelece normas e
procedimentos para Amadores e Embarcações de Esporte e/ou Recreio.

AUTORIDADES MARÍTIMAS BRASILEIRAS


MB - Marinha do Brasil – O comandante da Marinha é a Autoridade Marítima Brasileira.
DPC - Diretoria de Portos e Costas - Estabelece as normas de tráfego e permanência nas águas
nacionais para as embarcações de esporte e/ou recreio, é o representante da Autoridade
Marítima.
CP/DL/AG - Capitanias (CP), Delegacias (DL) e Agências (AG), são as Autoridades Marítimas
Locais, nas suas respectivas áreas de jurisdição.
É atribuição das Capitanias dos Portos (CP), suas Delegacias (DL) e Agências (AG) a
fiscalização do tráfego aquaviário, nos aspectos relativos à segurança da navegação, à
salvaguarda da vida humana e à prevenção da poluição ambiental, bem como o estabelecimento
de Normas de Procedimentos relativas à área sob sua jurisdição.

LEI 9.537/97 – LEI DE SEGURANÇA DO TRÁFEGO AQUAVIÁRIO - LESTA


A segurança da navegação, nas águas sob jurisdição nacional rege-se por esta lei.
DEFINIÇÕES
I - Amador - todo aquele com habilitação certificada pela autoridade marítima para operar
embarcações de esporte e recreio, em caráter não profissional. Conforme o nível de exigência de
habilitação necessário para conduzir embarcações de lazer (Esporte e Recreio), os Amadores
estão divididos em cinco (5) categorias:
Veleiro – pode conduzir pequenas embarcações a vela (sem motor), nos limites da
navegação interior.
Motonauta – pode conduzir somente motoaquática (Jet-ski), nos limites da navegação
interior.
Arrais-Amador – pode conduzir qualquer embarcação, nos limites da navegação interior.
(Se desejar poderá utilizar uma insígnia representativa: uma estrela dourada).
Mestre-Amador – pode conduzir qualquer embarcação entre portos nacionais e
estrangeiros nos limites da navegação costeira. (Se desejar poderá utilizar uma insígnia
representativa: duas estrelas douradas).
Capitão-Amador – pode conduzir qualquer embarcação entre portos nacionais e
estrangeiros, em qualquer área, ou seja, sem limitações geográficas. (Se desejar poderá
utilizar uma insígnia representativa: três estrelas douradas).
OBS: Cada estrela formadora das insígnias terá o diâmetro máximo de 1 (um) centímetro.
As insígnias, para serem usadas como distintivo ou bordadas, nas lapelas, camisetas ou bonés.
II - Aquaviário - todo aquele com habilitação certificada pela autoridade marítima para operar
embarcações em caráter profissional.
III - Armador - pessoa física ou jurídica que, em seu nome e sob sua responsabilidade, apresta a
embarcação com fins comerciais, pondo-a ou não a navegar por sua conta.
IV - Comandante (também denominado Mestre, Arrais ou Patrão) - tripulante responsável pela
operação e manutenção da embarcação, em condições de segurança, extensivas à carga, aos
tripulantes e às demais pessoas a bordo.
V - Embarcação - qualquer construção, inclusive as plataformas flutuantes e, quando rebocadas,
as fixas, sujeita à inscrição na autoridade marítima e suscetível de se locomover na água, por
meios próprios ou não, transportando pessoas ou cargas.
VI - Inscrição da embarcação - cadastramento na autoridade marítima, com atribuição do nome
e do número de inscrição e expedição do respectivo documento de inscrição.
VII - Registro de Propriedade da Embarcação - registro no Tribunal Marítimo, com a expedição
da Provisão de Registro da Propriedade Marítima (PRPM).
VIII - Inspeção Naval - atividade de cunho administrativo que consiste na fiscalização do
cumprimento desta lei, das normas e regulamentos dela decorrentes, e dos atos e resoluções
internacionais ratificados pelo Brasil.
IX - Instalação de apoio - instalação ou equipamento, localizado nas águas, de apoio à
execução das atividades nas plataformas ou terminais de movimentação de cargas.
X - Lotação - quantidade máxima de pessoas autorizadas a embarcar.
XI - Navegação em mar aberto - a realizada em águas marítimas consideradas desabrigadas,
acima de 20 milhas da costa.
XII - Navegação Interior – é a navegação realizada em hidrovias interiores, tais como, rios,
lagos, canais, lagoas, baías, angras, enseadas e áreas marítimas consideradas abrigadas, até 03
milhas da costa.
XIII - Passageiro - todo aquele que, não fazendo parte da tripulação nem sendo profissional não
tripulante prestando serviço profissional a bordo, é transportado pela embarcação.
XIV - Profissional não tripulante - todo aquele que, sem exercer atribuições diretamente ligadas
à operação da embarcação, presta serviços eventuais a bordo.
XV - Proprietário - pessoa física ou jurídica, em nome de quem a propriedade da embarcação é
inscrita na autoridade marítima e, quando legalmente exigido, no Tribunal Marítimo.
XVI - Tripulação de Segurança - quantidade mínima de tripulantes necessária para operar, com
segurança, a embarcação.
XVII - Tripulante - aquaviário ou amador que exerce funções, embarcado, na operação da
embarcação.
XVIII - Embarcação Miúda - São consideradas embarcações miúdas aquelas:
a) Com comprimento inferior ou igual a cinco (5) metros; ou
b) Com comprimento menor que oito metros que apresentem as seguintes características:
convés aberto ou convés fechado, sem cabine habitável e sem propulsão mecânica fixa e que,
caso utilizem motor de popa, este não exceda 30HP.
Considera-se cabine habitável aquela que possui condições de habitabilidade.
É vedada às embarcações miúdas a navegação em mar aberto, exceto as
embarcações de socorro
XIX - Operação de Mergulho Amador - Toda embarcação impossibilitada de manobrar em apoio
à atividade de mergulho Amador, no período diurno, deverá exibir a bandeira “Alfa”, que
significa: “tenho mergulhador na água, mantenha-se afastado e a baixa velocidade”. Esta
bandeira poderá ser içada em conjunto com a bandeira vermelha com faixa transversal branca,
específicada atividade de mergulho Amador.

BANDEIRA ALFA

XX - Aluguel de Embarcações (CHARTER) - O aluguel de embarcações de esporte e/ou recreio


só é admitido com a finalidade exclusiva de recreação ou para a prática de esportes pelo
locatário.
XXI - Reclassificação Para Uma Viagem - A embarcação que desejar realizar uma viagem em
área de navegação com requisitos mais rigorosos que daquela em que está autorizada a operar,
deverá solicitar à CP/DL/AG a reclassificação para a viagem.

DEVERES E DIREITOS DO COMANDANTE


I - cumprir e fazer cumprir a bordo, a legislação, as normas e os regulamentos, bem como os atos
e as resoluções internacionais ratificadas pelo Brasil.
II - cumprir e fazer cumprir a bordo, os procedimentos estabelecidos para a salvaguarda da vida
humana, para a preservação do meio ambiente e para a segurança da navegação, da própria
embarcação e da carga.
III - manter a disciplina a bordo.
IV – comunicar à autoridade marítima:
a) qualquer alteração dos sinais náuticos de auxílio à navegação e qualquer obstáculo ou estorvo
à navegação que encontrar;
b) acidentes e fatos da navegação ocorridos com sua embarcação; e
c) infração a esta lei ou das normas e dos regulamentos dela decorrentes, cometida por outra
embarcação.
Todas as pessoas a bordo estão sujeitas à autoridade do comandante. O Comandante, no
exercício de suas funções e para a garantia da segurança das pessoas, da embarcação e da
carga transportada, pode:
I - impor sanções disciplinares previstas na legislação pertinente;
II - ordenar o desembarque de qualquer pessoa;
III - ordenar a detenção de pessoa em camarote ou alojamento, se necessário com algemas,
quando imprescindível para a manutenção da integridade física de terceiros, da embarcação ou
da carga; e
IV - determinar o alijamento de carga.
O Comandante, no caso de impedimento, é substituído por outro tripulante, segundo a
precedência hierárquica, estabelecida pela autoridade marítima, dos cargos e funções a bordo
das embarcações.

DECRETO 2.596/98 – REGULAMENTO DA LEI DE SEGURANÇA DO TRÁFEGO AQUAVIÁRIO


– RLESTA: O Decreto 2.596/98, assinado pelo Presidente da República em 18 de maio de 1998,
regulamenta a Lei nº 9.537 (LESTA). Entrou em vigor em 9 de junho de 1998.
A navegação, para efeito deste Regulamento, é classificada como:
I - mar aberto - a realizada em águas marítimas consideradas, desabrigadas, podendo ser:
a) longo curso: realizada entre portos brasileiros e estrangeiros;
b) cabotagem: realizada entre portos ou pontos do território brasileiro;
c) apoio marítimo: realizada para apoio logístico a embarcações e instalações em águas
territoriais e na Zona Econômica Exclusiva (200 milhas); e
d) apoio portuário: realizada em hidrovias exclusivamente nos portos e terminais.
II - interior – realizada em hidrovias interiores, assim considerados rios, lagos, canais, lagoas,
baias, angras, enseadas e áreas marítimas consideradas abrigadas.
Para os efeitos de dotação de equipamentos de navegação, segurança e salvatagem, nível
de habilitação de quem a conduz e para atendimento de requisitos de estabilidade deverão ser
consideradas as seguintes áreas onde está sendo realizada a navegação:
1) Navegação Interior 1 - aquela realizada em águas abrigadas, tais como lagos, lagoas, baías,
rios e canais, onde normalmente não sejam verificadas ondas com alturas significativas que não
apresentem dificuldades ao tráfego das embarcações (Arrais-Amador, veleiro ou motonauta);
2) Navegação Interior 2 - aquela realizada em águas parcialmente abrigadas, onde
eventualmente sejam observadas ondas com alturas significativas e/ou combinações adversas de
agentes ambientais, tais como vento, correnteza ou maré, que dificultem o tráfego das
embarcações (Arrais-Amador, veleiro ou motonauta).

3) Navegação Costeira - aquela realizada entre portos nacionais e estrangeiros dentro do limite
da visibilidade da costa, não excedendo a 20 milhas náuticas (Mestre-Amador)

4) Navegação Oceânica - também definida como sem restrições (SR), isto é, aquela realizada
entre portos nacionais e estrangeiros fora dos limites de visibilidade da costa e sem outros limites
estabelecidos (Capitão-Amador).
NORMAS DA AUTORIDADE MARÍTIMA (NORMAM-03) – AMADORES: A NORMAM-03 aplica-
se a todas as embarcações classificadas na atividade de esporte e/ou recreio. Estabelece
procedimentos a serem cumpridos desde a construção da embarcação até sua baixa dos bancos
de dados da Marinha.
COMPETÊNCIAS
Diretoria de Portos e Costas (DPC) – Estabelecer as normas de tráfego e permanência nas
águas nacionais;
Capitanias, Delegacias e Agências – Responsáveis pela fiscalização (Inspeção Naval), do
tráfego aquaviário nos aspectos relativos à segurança da navegação, salvaguarda da vida
humana no mar e prevenção da poluição hídrica.
Municípios – São da competência dos municípios estabelecerem o ordenamento do uso das
praias, demarcando as áreas destinadas a banhistas e a prática de esporte aquático.

FISCALIZAÇÃO
Toda embarcação está sujeita a fiscalização por uma equipe de Inspeção Naval, devendo
o proprietário ter atenção ao Termo de Responsabilidade que foi assinado por ocasião da
inscrição ou registro da embarcação.
Em uma inspeção, os inspetores atentam, principalmente, para os seguintes itens:
Identificação da embarcação e porto de inscrição (marcas no casco);
Estado de conservação da embarcação;
Excesso de passageiros;
Documentação da embarcação;
Habilitação do condutor;
Seguro obrigatório, em dia;
Termo de Responsabilidade;
Funcionamento dos equipamentos de navegação e rádio (quando aplicável);
Existência de material de salvatagem (coletes, bóias); e
Existência de material para combate a incêndio.

ÁREAS SELETIVAS PARA A NAVEGAÇÃO


São estabelecidos os seguintes limites de navegação para embarcações, equipamentos e
atividades que interfiram na navegação, trafegando ou exercendo suas atividades nas
proximidades de praias do litoral e dos lagos, lagoas e rios, de modo a resguardar a integridade
física dos banhistas. Segue abaixo a distância que as embarcações devem manter da linha base:
Com propulsão a remo ou a vela poderão se aproximar da praia até 100 metros da linha
base;
Com propulsão a motor, reboque de esqui aquático, paraquedas e painéis de publicidade,
poderão se aproximar até 200 metros da linha base; e
Com propulsão a motor ou à vela poderão se aproximar da linha base para fundear, caso
não haja nenhum dispositivo contrário estabelecido pela autoridade competente. Toda
aproximação deverá ser feita perpendicular à linha base e com velocidade não superior a 3
nós, preservando a segurança dos banhistas.
OBS* Considera-se como linha base, a linha de arrebentação das ondas ou, no caso de
lagos e lagoas onde se inicia o espelho d’água.

ÁREAS DE SEGURANÇA
Não é permitido o tráfego e fundeio de embarcações nas seguintes áreas consideradas de
segurança:
A menos de 200 metros das instalações militares;
Em áreas próximas às usinas hidrelétricas, termoelétricas e nucleoelétricas (os limites
serão fixados e divulgados pelas concessionárias responsáveis pela área);
Em fundeadouros de navios mercantes;
Nos canais de acesso aos portos;
Nas proximidades das instalações do porto;
A menos de 500 metros das plataformas de petróleo;
Em áreas especiais nos prazos determinados em Aviso aos Navegantes; e
Nas áreas adjacentes às praias, reservadas para os banhistas.

INFRAÇÕES E PENALIDADES
As penalidades serão aplicadas mediante procedimento administrativo, que se inicia com a
notificação, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Constitui infração às regras do tráfego aquaviário a inobservância de qualquer preceito
deste Regulamento e de normas complementares emitidas pela Autoridade Marítima.
É da competência do representante da autoridade marítima, a prerrogativa de estabelecer
o valor da multa e o período de suspensão do Certificado de Habilitação, respeitados os limites
estipulados neste Regulamento.
As infrações, para efeito de multa, são classificadas em grupos de A a G, sendo seus
valores estabelecidos e variam de R$ 40,00 a 3.200,00.
Para efeito deste Regulamento o autor material da infração poderá ser:
I - o tripulante;
II - o proprietário, armador ou preposto da embarcação;
III - a pessoa física ou jurídica que construir ou alterar as características da embarcação;
IV - o construtor ou proprietário de obra sob, sobre ou às margens das águas;
V - o pesquisador, explorador ou proprietário de jazida mineral sob, sobre ou às margens das
águas;
VI - o prático; e
VII - o agente de manobra e docagem.

GRUPOS MULTA (R$)


A de 40,00 a 200,00
B de 40,00 a 400,00
C de 40,00 a 800,00
D de 40,00 a 1.600,00
E de 40,00 a 2.200,00
F de 80,00 a 2.800,00
G de 80,00 a 3.200,00

CONSTATAÇÃO DA INFRAÇÃO
A infração e seu autor material serão constatados:
I - no momento em que for praticada a infração;
II - mediante apuração; e
III - por inquérito administrativo.

DA REINCIDÊNCIA DA INFRAÇÃO
A reincidência, para efeito de Graduação das penalidades deste Regulamento, é a
repetição da prática da mesma infração em um período igual ou inferior a 12 meses.

DÉBITOS DECORRENTES DE INFRAÇÃO


A autoridade marítima sustará o andamento de qualquer documento ou ato administrativo
de interesse de quem estiver em débito decorrente de infração a LESTA, até a quitação.

APREENSÃO DA EMBARCAÇÃO
As embarcações serão apreendidas, sem prejuízo das penalidades previstas, quando
flagradas nas seguintes situações:
navegando em área para a qual não foi classificada;
conduzida por pessoal sem habilitação;
trafegando sem o TIE;
sendo utilizada para a prática de crime;
trafegando sem as luzes e marcas previstas nas normas em vigor;
trafegando em péssimo estado de conservação;
quando deixar de atender determinação para interromper a singradura;
em caso de violação de lacre da CP/DL/AG;
quando, sendo classificada como de esporte e/ou recreio, estiver sendo utilizada
comercialmente para o transporte de passageiros ou carga e turismo e diversão;
quando descumprindo as restrições estabelecidas para as áreas seletivas para a
navegação;
trafegando em área de segurança; e
quando estiver sendo conduzida por pessoal em estado de embriaguez ou sob efeito de
substância tóxica de qualquer natureza.
Quando ocorrer apreensão da embarcação será, obrigatoriamente, lavrado o auto de
apreensão, que deverá ser assinado pela autoridade que apreendeu e, sempre que possível, por
testemunhas.

SUSPENSÃO E APREENSÃO DA HABILITAÇÃO


A Carteira de Habilitação do Amador (CHA) poderá ser suspensa ou apreendida, pelo
prazo máximo de até 120 dias, sempre que o amador:
Entregar a condução da embarcação à pessoa não habilitada;
Conduzir a embarcação em estado de embriaguez alcoólica ou sob efeito de substância
tóxica de qualquer natureza;
Utilizar a embarcação de esporte e/ou recreio, em atividades comerciais, para transporte
de passageiros ou carga; e
Utilizar a embarcação para prática de crime.

CANCELAMENTO DA HABILITAÇÃO
O amador terá sua Carteira cancelada, quando:
Conduzir embarcação com Carteira de Habilitação suspensa; e
Reincidir em faltas discriminadas no item anterior.

O procedimento administrativo se inicia com a notificação, que antecede a lavratura do


Auto de Infração, assegurando o direito do contraditório e a ampla defesa, sem o qual nenhuma
penalidade poderá ser imposta. O período máximo de suspensão da habilitação é de 12 meses e
o período mínimo é de 30 dias.

VALIDADE DA DOCUMENTAÇÃO
Carteira de Habilitação de Amador – 10 anos;
Título de Inscrição de Embarcações – 5 anos;
Bilhete de Seguro Obrigatório – 12 meses.

CLASSIFICAÇÃO DA NAVEGAÇÃO
A navegação de esporte e recreio é classificada como Interior e de Mar Aberto.
I - Navegação Interior - realizada em águas abrigadas ou parcialmente abrigadas como rios,
baias, enseadas, angras e canais cujos limites são estabelecidos pela Capitania local. Os
Amadores habilitados nas categorias de Veleiro, Motonauta e Arrais-Amador, somente, podem
navegar dentro dos limites da navegação interior.
II – Navegação de Mar Aberto – realizada em águas consideradas desabrigadas, subdivide-se
em:
1. Navegação Costeira - realizada entre portos nacionais e estrangeiros dentro do limite de
visibilidade da costa, não excedendo a 20 milhas da costa. Os Amadores habilitados na
categoria de Mestre-Amador, além de estarem aptos a conduzir embarcações dentro dos limites
da Navegação Interior, podem navegar, até o limite da Navegação Costeira (até 20 milhas da
costa).
2. Navegação Oceânica - também definida como sem restrições (SR), isto é, aquela realizada
entre portos nacionais e estrangeiros fora dos limites de visibilidade da costa e sem outros limites
estabelecidos. Os Amadores habilitados na categoria de Capitão-Amador estão aptos a conduzir
embarcações em todas as áreas, ou seja, sem limitações geográficas.

INSCRIÇÃO E REGISTRO DE EMBARCAÇÃO


Inscrição da Embarcação - É o seu cadastramento na Capitania, Delegacia ou Agência, com
atribuição do número de inscrição. Para embarcações miúdas a inscrição será simplificada, o
documento expedido pela Capitania será o Título de Inscrição de Embarcação Miúda (TIEM);
para embarcações de médio e grande porte (EC2), o documento expedido será o Titulo de
Inscrição de Embarcação (TIE).
Estão obrigadas a inscrição:
A) Todas as embarcações com propulsão a motor, independente do seu comprimento;
B) Todas as embarcações de médio e grande porte, exceto os dispositivos flutuantes
destinados a serem rebocados, do tipo “banana-boat”, com até 10 metros de
comprimento.
Estão dispensadas de inscrição:
Além dos dispositivos flutuantes citados acima, as embarcações miúdas, desde que não
possuam motor.
Registro da embarcação - É o seu cadastramento no Tribunal Marítimo com atribuições do
número de registro e a expedição da Provisão de Registro de Propriedade Marítima (PRPM).
Para grandes embarcações, ou seja, embarcações com comprimento maior ou igual a 24
metros, bem como embarcações menores, porém com arqueação bruta (AB) maior que 100
(EC2), é obrigatório o seu Registro no Tribunal Marítimo.
A inscrição ou o registro da embarcação deverá ser requerido na Capitania, Delegacia ou
Agência, no prazo de 15 dias, contados a partir da data de emissão do documento de aquisição.
No caso de embarcação adquirida no estrangeiro, a contagem se inicia na chegada ao porto onde
será inscrita ou registrada.
Em caso de sinistro (incêndio, naufrágio, perda, etc.), não havendo meios ou interesse em
recuperar a embarcação, o mesmo prazo de 15 dias, deverá ser observado para o pedido de
cancelamento da inscrição ou registro junto a Capitania onde foi inscrita a embarcação.

CANCELAMENTO DE INSCRIÇÃO E/OU REGISTRO


Cancelamento do Registro - O cancelamento do registro de embarcações deverá preceder ao
da inscrição e será determinado ex-officio pelo Tribunal Marítimo ou a pedido do proprietário.
I) O cancelamento ex-officio ocorrerá quando:
Provado ter sido o registro feito mediante declaração, documentos ou atos inquiridos de
dolo, fraude ou simulação; ou
Determinado por sentença judicial transitada em julgado.
II) O cancelamento por solicitação do proprietário ocorrerá no prazo máximo de 2 (dois)
meses a partir da data dos seguintes eventos:
A embarcação deixar de pertencer a qualquer das pessoas caracterizadas no documento;
A embarcação tiver que ser desmanchada;
A embarcação perecer ou, estando em viagem, dela não houver notícia por mais de seis
(6) meses;
A embarcação for confiscada ou apresada por governo estrangeiro; no último caso, se
considerada boa presa;
Extinto o gravame que provocou o registro da embarcação; ou
Deixar de arvorar bandeira brasileira.
Cancelamento da Inscrição - O cancelamento da inscrição de embarcação ocorrerá,
obrigatoriamente, quando:
A embarcação deixar de pertencer a qualquer das pessoas caracterizadas no documento;
Houver naufragado;
For desmontada para sucata;
For abandonada;
Tiver seu paradeiro ignorado por mais de dois (2) anos;
Tiver o registro anulado;
Provado ter sido a inscrição feita mediante declaração, documentos ou atos inquiridos de
dolo, fraude ou simulação;
Determinado por sentença judicial transitado em julgado; ou
Deixar de arvorar a bandeira brasileira.
OBS - As embarcações sujeitas a vistorias e com paradeiro ignorado por mais de três (3)
anos terão suas inscrições canceladas e deverão ser excluídas do SISGEMB.

MARCAÇÕES E INSCRIÇÕES NO CASCO


Embarcações em Geral - toda embarcação deverá ser marcada de modo visível e durável:
Na Popa - nome da embarcação juntamente com o porto e número de inscrição, com letras
de, no mínimo, 10 cm de altura e números de, no mínimo, 2 cm de altura; e
Nos Bordos - nome nos dois bordos podendo ser no costado ou nas laterais da
superestrutura, a critério do proprietário, em posição visível e em tamanho apropriado às
dimensões da embarcação.
Embarcações Miúdas - as embarcações miúdas inscritas deverão ser marcadas
obrigatoriamente com o número de inscrição no costado, nos dois bordos e em posição visível. É
facultativo marcar essas embarcações com o nome no costado

NORMAS DE TRÁFEGO E PERMANÊNCIA


Uso da Bandeira Nacional - As embarcações de esporte e/ou recreio, exceto as miúdas,
inscritas nas CP/DL/AG ou registradas no TM, deverão usar na popa a Bandeira do Brasil nas
seguintes situações:
na entrada e saída dos portos; quando trafegando à vista de outra embarcação, de
povoação ou de farol com guarnição; em porto nacional, das 08:00 horas ao pôr-do-sol; e
em porto estrangeiro, acompanhando o cerimonial do país.
Prescrições de Caráter Geral
I) Independentemente do disposto nestas normas, é responsabilidade do comandante dotar sua
embarcação com equipamentos de salvatagem e segurança, compatíveis com a singradura que
irá empreender;
II) Somente as embarcações que possuem luzes de navegação, previstas no RIPEAM, podem
operar sem restrições quanto ao horário, durante o dia ou à noite. Os equipamentos ou atividades
de recreio que interfiram na navegação somente podem permanecer operando nas águas à luz
do dia, isto é, entre o nascer e o por do sol;
III) É proibido exceder a lotação estabelecida pelo construtor da embarcação ou pela CP/DL/AG,
constante dos TIE ou PRPM; e
IV) As embarcações devem manter-se afastadas daquelas que estiverem exibindo a bandeira Alfa
do Código Internacional de Sinais ou uma bandeira encarnada com transversal branca, indicando
atividades de mergulhadores.

DOTAÇÃO DE MATERIAL DE SALVATAGEM E SEGURANÇA


É responsabilidade do Comandante, dotar sua embarcação com equipamentos de
salvatagem e segurança, compatíveis com a singradura que irá empreender e número de
pessoas a bordo. Tais equipamentos devem ser homologados pela Autoridade Marítima
(DPC), devendo estar em bom estado de conservação e dentro dos prazos de validade ou de
revisão, quando aplicável.

CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS


Os equipamentos salva-vidas e de segurança citados neste capítulo podem ser
classificados conforme abaixo:
CLASSE I - Utilizados nas embarcações empregadas na Navegação Oceânica.
CLASSE II - Utilizados nas embarcações empregadas na Navegação Costeira.
CLASSE III - Utilizado nas embarcações empregadas na navegação interior.
CLASSE IV - Utilizado por pessoas envolvidas em trabalhos realizados próximos à borda da
embarcação ou suspensos por pranchas ou outros dispositivos, que corram risco de cair na água
acidentalmente.
CLASSE V - fabricado para emprego exclusivo em atividades esportivas tipo moto aquática,
banana-boat, esqui aquático, windsurf, parasail, rafting, kitesurf, pesca esportiva, embarcações de
médio porte (empregadas na navegação interior) e embarcações miúdas.

DOTAÇÃO DE EMBARCAÇÕES DE SOBREVIVÊNCIA


Embarcações empreendendo Navegação Oceânica - deverão ser dotadas de balsas salva-
vidas classe II para 100% do número total de pessoas a bordo;
Embarcações que estejam empreendendo Navegação Costeira – estão dispensadas do uso
de balsas salva-vidas, sendo recomendável à utilização de um bote inflável; e
Embarcações empregadas na Navegação Interior - estão dispensadas de dotar embarcações
de sobrevivência.

DOTAÇÃO DE COLETES SALVA-VIDAS


A dotação de coletes deverá ser, pelo menos, igual ao número total de pessoas a bordo,
devendo haver coletes de tamanho pequeno para as crianças, observadas, as seguintes Classes:
Embarcações empregadas na Navegação Oceânica - coletes salva-vidas Classe I;
Embarcações empregadas na Navegação Costeira - coletes salva-vidas Classe II;
Embarcações empregadas na Navegação Interior - as embarcações de médio porte deverão
dispor de coletes salva-vidas classe V e as de grande porte ou iates de coletes salva-vidas
Classe III;
Embarcações Miúdas - deverão dispor de coletes salva-vidas Classe V.

Classe1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Classe 5

DOTAÇÃO DE BÓIAS SALVA-VIDAS


É a seguinte a dotação de bóias salva-vidas:
Embarcações miúdas - estão dispensadas de dotar bóias salva-
vidas.
Embarcações de médio porte - e com menos de 12 metros de
comprimento, deverão dotar uma (1) bóia salva-vidas do tipo circular
ou ferradura.
Embarcações de médio porte - e com comprimento igual ou superior a 12 metros deverão dotar
duas (2) bóias salva-vidas do tipo circular ou ferradura.
Embarcações de grande porte, ou Iates - deverão dotar duas (2) bóias salva-vidas do tipo
circular ou ferradura.

MOTOS AQUÁTICAS E SIMILARES – MEDIDAS PREVENTIVAS DE SEGURANÇA


Reboque - em face das diversas peculiaridades e restrições de segurança apresentadas pela
moto aquática, é proibido o emprego deste tipo de embarcação para reboque, seja de outra
embarcação, de pessoas praticando esqui aquático ou atividades similares. As motos aquáticas a
partir de três lugares e as empregadas no serviço de salvamento da vida humana e em esportes
aquáticos do tipo tow-in surf estão isentas dessa proibição.
Advertência - é obrigatório o uso de placa ou adesivo junto à chave de ignição da moto aquática
alertando o usuário quanto à obrigatoriedade do condutor, ser habilitado como Motonauta (MTA).
Passageiros - é proibida a condução de passageiro na frente do condutor habilitado a fim de não
prejudicar a visibilidade e a capacidade de manobra da embarcação.
São obrigatórios os seguintes equipamentos:
1) uso do colete salva-vidas, classe II, III ou V, homologados pela DPC para o condutor e
passageiro. Os coletes importados devem estar homologados pela Autoridade Marítima do país
de origem com base em requisitos no mínimo equivalentes aos exigidos pelos regulamentos
nacionais; e
2) chave de segurança atada ao pulso, ao colete ou a qualquer outra parte do condutor, de forma
que ao se separar fisicamente da embarcação em movimento a propulsão seja desligada
automaticamente, ou reduzida à aceleração da máquina.

Equipamentos de segurança recomendáveis


É recomendável o uso de óculos protetores e luvas.

DOTAÇÃO DE EXTINTORES DE INCÊNDIO


a) Embarcação com propulsão a motor e com comprimento inferior a 8m: 1 un.
*Embarcações com tanque de combustível portátil com capacidade até 27 litros estão
dispensadas.
b) Embarcação com comprimento igual ou superior a 8m e inferior a12m: 03 un.
*Embarcações com tanque de combustível portátil com capacidade de até 27 litros poderão
dotar próximo ao motor apenas 1 extintor.
2 – NOÇÕES DE MARINHARIA
EMBARCAÇÃO
Construção flutuante, feita de madeira e/ou ferro, que transporta com segurança, sobre a
água (salgada ou doce), pessoas e/ou carga.

IDENTIFICAÇÃO DE CORPOS E PARTES DA EMBARCAÇÃO


As embarcações são divididos em corpos, formando os corpos de vante e de ré.
CORPO DE VANTE
Proa: extremidade de vante da embarcação, afilada para
melhor cortar a água.
Buchecha: parte curva próxima à proa.
MEIA NAU
Través: é a direção perpendicular ao plano longitudinal que
corta a embarcação de proa a popa.
CORPO DE RÉ
Popa: é a região extremidade de ré da embarcação.
Alheta: parte curva próxima à popa.
BORDOS
Bordos: são os lados da embarcação
Boreste: é o lado direito da embarcação.
Bombordo: é o lado esquerdo da embarcação.
PARTES DA ESTRUTURA
Quilha: peça no sentido longitudinal (proa/popa), principal peça de sustentação da embarcação.
Linha d`água: é uma faixa pintada no costado da embarcação, que representa a região em que
ele flutua.
Calado: e a distância vertical compreendida entre o fundo da embarcação e a superficie da água.
Borda Livre: e a distância vertical compreendida entre a superficie da água e o convés principal.
Obras vivas (carena) – é a parte do casco que fica mergulhada na água quando a embarcação
está totalmente carregada. Água aberta é a ocorrência de embarque de água em virtude de uma
abertura nas obras vivas da embarcação.
Obras mortas – é a parte do casco que fica acima da linha d’água quando a embarcação está
totalmente carregada.

Anteparas: são as paredes da embarcação.


Compartimentos: são as divisões internas das embarcações
Conveses: são os pavimentos (pisos) das embarcações.
Superestruturas: são as elevações construídas acima do convés principal
Castelo de proa: é uma espécie de plataforma construída na proa, onde fica situado o escovém,
as espias, as buzinas e todo material utilizado nas fainas de atracação.
Tombadilho: é a estrutura situada na popa, destinada também as fainas de atracação e reboque.

LEME, HÉLICE E SEUS EFEITOS


LEME
Para uma embarcação se movimentar, isto é, sair
navegando, é preciso que tenha um aparelho de governo. O
leme é o principal aparelho de governo da embarcação. É
instalado na popa da embarcação, e serve para lhe dar
direção; para governá-la. É por intermédio do leme que se faz
o barco guinar (girar para boreste e bombordo).

HÉLICE

É o propulsor da embarcação. Há embarcações que


possuem mais de um hélice, embora a maioria possua apenas
um e este fica submerso e situa-se na popa da embarcação,
envolto por uma peça robusta situada no extremo da quilha,
denominada cadaste.
EFEITOS DO LEME E DO HÉLICE SOBRE UMA EMBARCAÇÃO
As pequenas embarcações de esporte e recreio geralmente são movidas por motor de
popa ou motor de centro com rabeta. Nessas embarcações movidas por motor de popa, o próprio
motor funciona como leme. Os hélices mais empregados são os hélices que giram para a direita.

TENDÊNCIA DAS EMBARCAÇÕES:


EMBARCAÇÃO UM HÉLICE ROTAÇÃO PARA DIREITA
COM MARCHA AVANTE
LEME PARTINDO DO REPOUSO COM SEGUIMENTO
A MEIO A proa guinará para BB lentamente A proa guinará para BE lentamente
A BE A proa guinará para BE lentamente A proa guinará para BE
A BB A proa guinará para BB rapidamente A proa guinará para BB

EMBARCAÇÃO UM HÉLICE ROTAÇÃO PARA DIREITA


COM MARCHA A RÉ
LEME PARTINDO DO REPOUSO COM SEGUIMENTO
A MEIO A proa guinará para BE lentamente A proa guinará para BE lentamente
A BE A proa guinará para BE lentamente A proa guinará para BE lentamente
A BB A proa guinará para BE muito lentamente A proa guinará para BE lentamente

Notas:
A Temperatura da água não altera as condições de manobra da embarcação.
O efeito máximo do leme é obtido com uma inclinação da porta em relação à quilha de 35°.
Embarcação de dois hélices, um deles dando a ré e outro adiante, com a mesma rotação,
a proa tende a girar para o mesmo bordo do hélice que dá atrás.
ATRACAR E DESATRACAR
Atracação – atracar é prender uma embarcação qualquer a um cais ou a outra embarcação que
já esteja atracada. Desatracação - é a manobra inversa da atracação, ou seja, desamarrar o
navio do cais ou de outro navio.
Espias - são cabos que servem para amarrar o navio ao cais ou a outro navio.
Boças - são cabos destinados a amarrar embarcações miúdas.
Cabeço - é uma coluna de aço montada no convés ou no cais, podendo ser singelo ou duplo, que
serve para colocarmos a alça de uma espia ou boça de uma embarcação no momento da
atracação.
Buzina - é uma peça de aço robusta colocada na borda para servir de guia aos cabos de
amarração dos navios.
Cunho – Peça metálica em forma de bigorna, que se prende aos turcos e amuras dos navios
para dar voltas quando se trabalha com cabos de laborar.

Cabeço Buzina Cunho


De acordo com a sua posição, em relação à embarcação, as espias recebem nomes:
1 – lançante de proa: impede que a embarcação caia para ré
2 – espringue de proa: impede o caimento para vante
3 – través: impede que a embarcação afaste do cais
4 – espringue de popa: impede que a embarcação caia para ré
5 – lançante de popa: impede o caimento para vante

São muitas as formas de manobrar uma embarcação para atracar, desatracar ou


simplesmente movimentar a embarcação ao longo do cais. Durante todo o tempo da manobra a
embarcação deve ficar sob controle. O uso das espias economiza tempo e espaço. O emprego
delas deve estar de acordo com os efeitos de: Correntes, Ventos, Leme e Hélice.
A melhor hora para atracar a um cais é quando a maré está parada (sem corrente).
Recomenda-se demandar ao local da atracação com pouco segmento.
a) Barlavento: deve-se aproximar-se paralelo ao cais, bem
devagar, quase que parando. O próprio vento ou corrente levarão a
embarcação a encostar-se ao cais. Logo que possível, passar as
espias de proa e popa.

b) Sotavento: deve-se chegar ao cais com um ângulo aproximado


de 45º. Quando a bochecha da embarcação tocar o cais, deve-se
passar um espringue de proa e dar leme para o bordo contrário ao
cais e máquinas adiante devagar. A proa certamente encostará ao
cais.

c) Atracação com vento ou corrente paralela ao cais: deve ser feita


sempre contra o vento ou correnteza, aproximando-se ao cais com um
ângulo aproximado de 30º, com máquina adiante devagar. Quando a
proa se aproximar do cais, logo que possível, passar um lançante de
proa e parar a máquina. O vento e a correnteza ajudarão a embarcação
encostar a popa ao cais.
CUIDADOS PARA DESATRACAR
Quando não há corrente ou vento – Leme a meio, máquinas adiante
devagar. Ao iniciar o deslocamento, dar leme no sentido contrário ao
cais lentamente até que a popa fique safa. Pode-se também largar
todas as espias exceto o espringue de popa, ir entrando com a espia,
leme contrário ao cais e máquinas adiante devagar.

Quando há corrente ou vento pela proa – Largar todas as


espias, exceto o espringue de popa, manter o leme contrário
ao cais, dar máquinas atrás. A embarcação irá afastar a proa
do cais; dar máquinas AV, soltando o espringue de popa e
manobrando o leme de maneira que a proa fique na direção
desejada, dar máquinas adiante devagar.
Quando há corrente ou vento pela popa – Primeiro, devem-se soltar
todas as espias, exceto o espringue de proa, com o leme na direção do
cais, dar comandos para adiante e ir entrando com o espringue de
proa, para afastar a popa do cais;o afastamento da popa, deve-se
colocar o leme a meio e dar comandos de máquinas atrás devagar, até
que a embarcação se afaste do cais o suficiente para que, com
segurança, possa dar adiante seguindo seu rumo.
Barlavento: é onde o vento bate
(entra)

Sotavento: por onde o vento sai.

FUNDEIO E SUSPENDER
Fundear - a manobra de lançar uma âncora ao fundo para com ela manter a embarcação segura
e parada em determinado local no mar.
Suspender - içar a âncora, recolhendo a amarra do fundo, para permitir a movimentação da
embarcação.
Amarra - a corrente que leva a âncora ao seu fundeadouro. A amarra é dividida em seções
denominadas quartéis, o comprimento da amarra varia de acordo com o tamanho da
embarcação.
Gateira – aberturas feitas no convés que permitem a passagem da amarra para ser armazenada
em seu paiol.
Escovém – tubo de ferro situado entre o convés principal e o costado do navio por onde gurne a
amarra permitindo sua ligação com a âncora.
As fainas de fundear ou suspender devem ser feitas sempre observando as condições de
vento, corrente e maré, procurando afilar-se ao que predominar mais. O comprimento da
amarra depende do local aonde vai se fundear, como regra geral, em embarcações miúdas a
quantidade de amarra a ser utilizada e a seguinte:
Em boas condições de tempo: 3 vezes a profundidade do local;
Em caso de mau tempo: 5 vezes a profundidade local.
Na presença de corrente de maré ou ventos fortes: sete vezes a profundidade local.
Para marcar a posição da âncora no fundo e também como segundo recurso para
suspendê-la, evitando a sua perda, usamos um cabo denominado Arinque, que é amarrado à
âncora e sinalizado através de uma bóia.

Por ocasião de fundear devemos tomar certos cuidados:

aproximação do local de fundeio em marcha reduzida e aproados ao vento, ou à corrente


se esta for mais forte.
chegar ao local de fundeio com as "máquinas paradas" ou os "panos abafados” e a
embarcação com pouco seguimento ou quase parada.
largar o ferro deixando-se correr uma quantidade de amarra de no mínimo, três vezes a
profundidade do local, ao mesmo tempo em que damos "máquinas atrás devagar" o
necessário para ajudarmos o ferro a unhar.

FUNDEADOURO
Ao escolhermos um local de fundeio, devemos ter em mente, que um bom fundeadouro
deve:
Ser abrigado de ventos, correntes e ondas.
Ter uma profundidade adequada a nossa embarcação.
Ter um fundo sem grande declividade
Ter um fundo de boa "tença "(poder de prender o ferro). Os melhores fundos são os de
areia, lama, cascalho ou. Uma combinação deles.
Ter espaço suficiente que permita a embarcação girar sem perigo.

Quando vamos SUSPENDER, normalmente a embarcação estará sempre aproada à


direção em que se encontra o ferro (âncora). Procuramos manobrar com a embarcação de
maneira a colocarmos o "ferro a pique" (amarra na vertical). Em seguida "arrancamos" o ferro do
fundo e içamo-lo para bordo. Ao escolhermos um local de fundeio devemos evitar o fundo de
pedra para evitarmos perder o ferro ou a própria amarra.
ÂNCORA OU FERRO
São peças de peso do navio, destinadas a segurar a embarcação prendendo-a ao fundo e
evitando que seja arrastada pela força da correnteza ou do vento. São utilizadas nas fainas de
fundeio e suspender das embarcações.

Âncora Almirantado: É a mais antiga e tem um grande


poder de fixação ao fundo (poder de unhar), entretanto é
difícil de içar e estivar a bordo. É a âncora símbolo da
Marinha do Brasil.

Partes da Ancora:
Anete: é um arganéu ou manilha que gurne pelo furo existente na extremidade mais delgada da
haste.
Haste: é uma barra de ferro cuja extremidade mais grossa é unida aos braços tendo na outra
extremidade um furo destinado ao cavirão do anete.
Cruz: é a união da haste com os braços.
Braços: são os dois ramos de uma barra de ferro curva unida a extremidade mais grossa da
haste.
Patas: são as extremidades dos braços em forma triangular.
Unhas: são as extremidades das patas em forma de ponta.
Cepo: Barra de ferro que é enfiada na parte superior da haste perpendicularmente aos braços.

Âncora Danforth: tem grande poder de unhar, braços móveis


e peso reduzido. São as mais utilizadas em embarcações de
esporte e recreio.
Admite-se que o poder de unhar desta âncora seja igual a
10 vezes o das âncoras tipo patente e a 3 vezes o da âncora
Almirantado de mesmo peso.

ÂNCORA FLUTUANTE
Também denominada “Drogue” ou Âncora de Mau Tempo, ao
contrário das outras, não serve para fundear, é usada para diminuir
a velocidade da embarcação (Deriva) que, no mar esteja à mercê
de vagas e do vento, ou seja, de mau tempo.
3 – ESTABILIDADE
É a capacidade de recuperação ou de endireitamento que uma embarcação possui para
voltar à sua posição de equilíbrio depois de um caturro ou balanço motivado por forças externas.

Caturro: é o movimento de oscilação vertical no sentido


proa-popa.

Balanço: é o movimento de oscilação de um bordo para


outro.

ESFORÇOS ESTRUTURAIS LONGITUDINAIS


A má distribuição dos pesos pode causar uma deformação no casco da embarcação no
sentido do comprimento que provoca esforços de flexão chamados de alquebramento e contra-
alquebramento.
Alquebramento - É quando ocorre uma maior concentração de pesos nas extremidades da
embarcação provocando uma curvatura longitudinal com a convexidade para cima, conforme a
figura abaixo.

Contra-alquebramento - É quando ocorre uma maior concentração de pesos no centro da


embarcação provocando uma curvatura longitudinal com a convexidade para baixo; observe a
figura abaixo.

CARACTERÍSTICAS LINEARES DA EMBARCAÇÃO


Calado: É a distância vertical compreendida entre a linha de base (fundo da embarcação) e a
superfície da água. O calado é marcado no costado, a vante e a ré, em ambos os bordos da
embarcação. O calado médio é a média aritmética dos calados a vante e a ré em um determinado
instante. Toda embarcação possui os seguintes calados:
máximo - é o de plena carga; e
mínimo - é o da embarcação descarregada.

Boca: É a largura da embarcação, pode ser considerada boca máxima ou boca moldada.
Boca máxima (Bm) - É a maior largura do
casco, medida entre as superfícies externas
do chapeamento do casco.

Boca moldada (B) - É a maior largura do


casco, medida entre as superfícies internas
do chapeamento do casco.

Banda: É a inclinação transversal de uma embarcação ao pender para um dos bordos devido à
movimentação transversal de peso ou ao embarque/desembarque de peso fora do centro.
Trim, ou compasso: é a diferença entre os calados a ré e a vante. Quando o calado a vante é
igual ao calado à ré, diz-se que a embarcação está em águas parelhas, sem compasso ou
trimada.

Quando o calado a ré é maior do que o calado a


vante, diz-se que a embarcação está derrabada.

Quando o calado a vante é maior do que o calado a


ré, diz-se que a embarcação está abicada.
Linha d’água ou linha de flutuação : É a interseção da superfície da água com o costado da
embarcação. É também chamada de linha d’água a faixa pintada no casco entre os calados
máximo (a plena carga) e leve (embarcação vazia),

Borda Livre: É a distância vertical, medida no costado, entre a superfície da água e o convés
principal. Para se ter boa estabilidade, é essencial se ter uma borda livre adequada. Se a borda
da embarcação “molhar” quando o barco adernar o perigo de emborcamento é grande.

DISTRIBUIÇÃO DE PESOS
Centro de gravidade (G) - é o ponto onde o peso total da embarcação atua verticalmente para
baixo. Toda embarcação ao ser colocada na água desloca um determinado volume deste líquido
(deslocamento) recebendo uma força denominada empuxo que a empurra de baixo para cima e
a faz flutuar.
Centro de carena (C) - é o ponto onde se concentra a força de empuxo de baixo para cima.
Braço de endireitamento - é a distância entre as verticais em que atuam as forças de gravidade
e de empuxo. Ele proporciona o momento de endireitamento da embarcação quando esta se
inclina para um dos bordos.

Efeito de pesos altos - Uma embarcação com centro de gravidade elevado, ao se inclinar por
um motivo qualquer (balanço ou má distribuição de pesos) produzirá uma inclinação maior, pela
atuação da força da gravidade, transformando o braço de endireitamento em um braço de
emborcamento.
4 - RIPEAM 72
RIPEAM 72 - Regulamento Internacional pra Evitar abalroamento no Mar, foi adotado pela
Organização Marítima Internacional (IMO), no ano de 1972. O RIPEAM apresenta medidas para
evitar abalroamento no mar, utilizando-se regras internacionais de navegação, luzes e marcas e
ainda sinais sonoros, que padronizam as ações e manobras, a fim de evitar acidentes envolvendo
mais de uma embarcação.
PALAVRAS E TERMOS UTILIZADOS PELO RIPEAM:
Embarcação: designa qualquer engenho ou aparelho, inclusive veículos sem calado (sobre
colchões de ar) e hidroviários, usado ou capaz de ser usado como meio de transporte sobre a
água.
Embarcação de propulsão mecânica: qualquer embarcação movimentada por meio de
máquinas ou motores.
Embarcação a vela: designa qualquer embarcação sob vela, ou seja, com a máquina de
propulsão, se houver, não sendo utilizada.
Embarcação engajada na pesca: qualquer embarcação pescando com redes, linhas, redes de
arrasto ou qualquer outro equipamento que restringe sua manobrabilidade.
Embarcação sem governo: designa uma embarcação que se encontra incapaz de manobrar.
Embarcação em movimento: se aplica a todas as embarcações que não se encontram
fundeadas, amarradas a terra ou encalhadas.
Embarcação com capacidade de manobra restrita: designa uma embarcação que em face da
natureza de seus serviços, não pode manobrar com facilidade.
Embarcação restrita devido ao seu calado: designa uma embarcação que, devido ao seu
calado em relação à profundidade e largura de um canal, está com severas restrições de
manobra.
REGRAS DE GOVERNO E NAVEGAÇÃO
Regras para conduzir embarcações em qualquer condição de visibilidade:
Em face de não existir sinalização em alto mar, efetuar constante vigilância visual, auditiva
e eletrônica, usando velocidade de segurança para poder manobrar a tempo de evitar uma
colisão.
Existe um risco de colisão com outra embarcação quando a sua marcação for constante e
a distância estiver diminuindo.
Manobrar de maneira franca e positiva, com ampla antecedência, demonstrando à outra
embarcação, que houve alteração de movimento, para ser imediatamente visualizada pela
outra embarcação, resultando em uma passagem a distância segura.
Usar as regras prescritas e soar os sinais de manobra previstos no RIPEAM.
REGRAS PARA CONDUZIR EMBARCAÇÕES EM CANAIS ESTREITOS:
Uma embarcação deverá manter-se tão próxima e segura do limite exterior do canal, que
estiver ao seu boreste.
Uma embarcação não deve cruzar um canal estreito se esta manobra vier atrapalhar a
passagem de outra que só pode navegar no canal.
Embarcações com menos de 20 metros de comprimento, embarcações a vela ou
engajadas na pesca não devem atrapalhar a passagem de outra embarcação que só possa
navegar com segurança dentro do canal.

REGRAS DE MANOBRA NO MAR


A - Situação de Roda a Roda: Cada uma deverá guinar para boreste, de forma que a passagem
se dê por bombordo uma da outra.

B - Situação de Rumos Cruzados: a embarcação que avista a outra por boreste deverá manter-
se fora do caminho daquela e deverá evitar cruzar a sua proa, manobrando antecipada e
substancialmente. A embarcação que tem preferência deve manter seu rumo e velocidade.

C - Situação de Ultrapassagem: Quaisquer que sejam as condições, toda embarcação que


esteja ultrapassando outra deverá manter-se fora do caminho dessa outra.
MANOBRA EM CANAIS ESTREITOS
As regras de navegação e manobras em rios e canais que apresentem restrições, seja em
área para evolução ou profundidade, principalmente se a embarcação for à propulsão mecânica,
requerem do navegante alguns cuidados e procedimentos, cujos principais efeitos descreveremos
a seguir.
Velocidade - A velocidade em canais e rios, principalmente em locais de pouca profundidade,
tende a aumentar o calado da embarcação. Na prática, se a quantidade de água embaixo da
quilha for pequena em relação ao calado, deve-se reduzir a velocidade da embarcação para que
esta não venha a tocar o fundo.
Tendência em águas restritas - Verifica-se, principalmente em canais e rios estreitos, uma
tendência das ondas que se formam na proa de encontrarem resistência na margem mais
próxima, repelindo a proa para o bordo oposto. Nesse caso, a tendência é de a proa guinar para a
margem mais distante e a popa ser atraída para a margem mais próxima.
Cruzamento de embarcações - Quando duas embarcações passam em rumos paralelos e em
sentidos contrários, à pequena distância, pode haver uma interferência recíproca devido ao
movimento das águas, gerado pelo sistema de ondas que se inicia na proa, e pela corrente de
sucção. Convém que ambas as embarcações mantenham a velocidade a mais reduzida possível
para lhes permitir governar.

REGRAS DE PREFERÊNCIA ENTRE EMBARCAÇÕES


Esta regra define quem deve manobrar, dependendo da propulsão, emprego e situação da
embarcação. Vejamos como ela se apresenta:
Embarcações a propulsão mecânica devem manobrar em relação à embarcação:

A - sem governo
B - de manobra restrita
C - engajada na pesca
D - a vela
Embarcações a Vela devem manobrar em relação à embarcação:

A - sem governo
B - de manobra restrita
C - engajada na pesca
Embarcações engajadas na pesca devem manobrar em relação à embarcação:

A - sem governo
B - de manobrar restrita

Embarcações de manobra restrita devem manobrar em relação à embarcação:

A - sem governo

Toda embarcação que não uma embarcação sem governo ou com capacidade de
manobra restrita deverá, se as circunstâncias do caso o permitir, evitar atrapalhar a passagem
segura de uma embarcação restrita devido ao seu calado, exibindo os sinais adequados à
situação.
Uma embarcação restrita devido ao seu calado deverá navegar com cuidado redobrado,
levando em conta suas condições especiais.
Toda embarcação obrigada a manobrar deverá, tanto quanto possível, fazê-lo
antecipadamente, e de forma clara, possibilitando que a outra embarcação perceba a sua
intenção e que tenha a eficácia de se manter bem safa da outra.

LUZES E MARCAS DE NAVEGAÇÃO


Luzes de navegação: devem ser exibidas do pôr ao nascer do sol e em períodos de visibilidade
restrita, sendo que não deve haver outras luzes que possam confundir a sua identificação por
parte de outras embarcações.

DEFINIÇÃO DAS LUZES DE NAVEGAÇÃO


Luz de mastro: é uma luz branca visível em um setor horizontal de 225° desde a proa até 22,5°
por ante-a-ré do través de ambos os bordos.
Luz de bordo: é uma luz verde a boreste e encarnada a bombordo, visível em setores de 112,5°
desde a proa até 22,5° por ante-a-ré do través do seu respectivo bordo.
Luz de alcançado: é uma luz branca situada tão próximo possível da popa, visível em um setor
horizontal de 135°, posicionada para projetar sua luz sobre um setor de 67,5°de cada bordo a
partir da popa.
Luz de reboque: é uma luz amarela com as mesmas características da luz de alcançado quanto
ao seu posicionamento e visibilidade.
Marcas de navegação: devem ser exibidas no período diurno. Elas são apresentadas em cones,
esferas e cilindros, de cor preta.

Embarcações de propulsão mecânica em


movimento com mais de 50 metros de
comprimento devem exibir:
luz de mastro de vante branca
luz de mastro de ré mais alta que a
de vante branca
luzes de bordos
luz de alcançado
Embarcações com comprimento entre 12 e 50
metros devem exibir:
luz de mastro de vante branca
luz de mastro de ré (facultativa)
luzes de bordos
luz de alcançado

Embarcações menores que 7 metros


Independentemente do tipo de
propulsão, devem apresentar uma luz
branca; se tiver velocidade maior que 7 nós,
deve apresentar também luzes de bordos.
Luzes de reboque e empurra
Se o comprimento do reboque for inferior a 200
metros de comprimento, a embarcação rebocadora
deve exibir:
2 luzes brancas (verticais) no mastro a vante
luz de reboque (amarelo) acima da de alcançado.

Se o comprimento do reboque for superior a 200 metros,


veremos:
3 luzes brancas (verticais) no mastro a vante; e
luz de reboque (amarelo) acima da de alcançado.

Embarcações empurrando ou rebocando a contrabordo devem exibir as luzes dos casos


anteriores, exceto a luz amarela de reboque e se for incapaz de se desviar do seu rumo, deve
também exibir as luzes de embarcação com capacidade de manobra restrita.
Embarcação engajada na pesca:
Pesca de Arrasto
2 luzes circulares dispostas em linha vertical,
sendo a superior verde e a inferior branca;
Durante o dia, 2 cones unidos pelo vértice; se
menor de 20 m poderá exibir um cesto

Pesca não de arrasto


2 luzes circulares dispostas em linha vertical, sendo a
superior encarnada e a inferior branca;
Se o equipamento que usar tiver mais que 150 m
(horizontalmente), uma luz branca circular na direção do
equipamento;
Durante o dia, se o comprimento do equipamento for
menor que 150 m, 2 cones unidos pelo vértice;
Se o barco for menor de 20 m, exibir um cesto; e quando o
comprimento for maior que 150m, usar como marca
adicional um cone com o vértice para cima na direção do
equipamento.
Embarcação sem governo:
2 luzes encarnadas (verticais) no mastro a
vante;
Com seguimento, exibirá também: Luzes de
bordos e Luz de alcançado; e
Durante o dia 2 esferas pretas

Embarcação com capacidade de manobra restrita


3 luzes verticais, sendo a superior e a inferior
encarnadas, e a do meio branca;
Com seguimento, exibirá também: Luzes de
mastro, Luzes de bordos e Luz de alcançado; e
Durante o dia, 2 esferas separadas por 2 cones
unidos pela base

Embarcação fundeada
1 luz circular branca na parte de vante e 1 luz circular
branca mais baixa que a de vante na parte de ré;
Se o comprimento for inferior a 50m pode exibir somente
uma luz branca onde melhor possa ser vista; e
Durante o dia uma esfera preta.

Embarcação encalhada
2 luzes encarnadas circulares (verticais);
Luzes de fundeio (conforme regra acima); e
Durante o dia 3 esferas pretas

Embarcação restrita devido ao seu calado:


3 luzes circulares encarnadas (verticais);
Luz de mastro à vante e a ré (Se a embarcação tiver
comprimento inferior a 50m não é obrigada a exibir
esta segunda luz a ré);
Luzes de bordo e luz de alcançado; e
Durante o dia, um cilindro preto.

Embarcação engajada em varredura de minas:


3 luzes circulares verdes, sendo: 1 próxima do topo do mastro de vante e as outras duas,
uma de cada lado da verga do mesmo mastro.
Embarcação transportando carga perigosa deve exibir:
1 luz encarnada no alto do mastro ou a Bandeira Bravo durante o
dia.

Embarcação engajada em operação submarina ou de dragagem com capacidade de


manobra restrita e com existência de obstrução:
luzes de embarcação com capacidade de manobra restrita;
2 luzes circulares encarnadas no bordo onde se encontra a obstrução;
2 luzes circulares verdes;
Com seguimento usar luzes de bordos e luz de alcançado.

Se estiver fundeada não deve exibir as luzes de fundeio. E na impraticabilidade do uso das
luzes e marcas, por uma embarcação que esteja em operações submarinas, deve-se usar uma
Bandeira “Alfa” disposta a uma altura mínima de 1 metro, devendo ser visível em todos os
setores.

BANDEIRA ALFA

SINAIS SONOROS E LUMINOSOS


Os sinais sonoros podem ser emitidos por apitos, buzinas ou ainda sinos e são utilizados
pelas embarcações, em situações de manobra, advertência e em baixa visibilidade. Vamos
saber que sinais sonoros deverão soar e quanto tempo eles devem durar, de acordo com o
tamanho de sua embarcação.
Duração:
Apito curto: aproximada de um segundo
Apito longo: aproximada de quatro a seis segundos

Que sinais sonoros deverão soar?


As embarcações demonstram suas manobras e suas advertências, por meio de sinais
sonoros, da seguinte forma:
Um apito curto: estou guinando para BE.
Dois apitos curtos: estou guinando para BB.
Três apitos curtos: estou dando maquinas atrás.
Dois apitos longos e um apito curto: tenciono ultrapassa-lo por seu BE.
Dois apitos longos e dois apitos curto: tenciono ultrapassa-lo por seu BB.
Um apito longo: se aproximando de uma curva ou de uma área de um canal estreito, onde
outras embarcações podem estar ocultas.
Cinco apitos curtos ou mais: Não consigo entender a sua manobra
Qualquer embarcação pode suplementar os sinais de apito de advertência e manobra com
sinais luminosos por meio de lampejos com duração de cerca de um segundo, em intervalos
também de um segundo, da seguinte forma:
Um lampejo: Estou guinando para boreste
Dois lampejos: Estou guinando para bombordo
Três lampejos: Estou dando máquinas atrás

Sinais Sonoros Emitidos em Baixa Visibilidade


Equipamentos utilizados:
Embarcações menores de 12 metros: Qualquer dispositivo sonoro
Embarcações com mais de 12 metros: Apito e sino
Embarcações maiores de 50 metros: Apito, sino e gongo

As embarcações demonstram suas manobras sob baixa visibilidade, da seguinte forma:


Um apito longo em intervalos não superiores a dois minutos: Embarcação de propulsão
mecânica em movimento.
Dois apitos longos em intervalos não superiores a dois minutos: Embarcação de propulsão
mecânica sob maquinas, mas parada e sem seguimento.
Um apito longo seguido de dois apitos curtos em intervalos não superiores a dois minutos:
Embarcação sem governo, restrita devido a seu calado, a vela, engajada na pesca, com
capacidade de manobra restrita, rebocando ou empurrando
Um apito longo e três apitos curtos: Embarcação rebocada
Um apito curto, um longo e um curto: Embarcação fundeada, indicando sua posição e
advertindo uma embarcação que se aproxima quanto à possibilidade de uma colisão.
Quatro apitos curtos: Sinal de identificação de embarcação engajada em serviço de praticagem
Cinco apitos curtos ou mais: Não consigo entender a sua manobra
Embarcação encalhada: três badaladas distintas antes do toque do sino, toque de sino batido
rápido e se determinado de congo à ré, ambos durante cerca de cinco segundos em intervalos
não superiores a um minuto e três badaladas distintas depois do toque do sino.
5 – BALIZAMENTO

É o conjunto de sinais visuais fixos, flutuantes, cegos e luminosos que demarcam os canais
de acesso, áreas de manobra, bacias de evolução e águas seguras e também indicam os perigos
à navegação nos portos e seus acessos, nas baias, rios, lagos e lagoas. No entanto, não se
aplicam a faróis, barcas faróis, sinais de alinhamento, área de regatas, pontos de espera das
eclusas e bóias gigantes.
No Brasil, o balizamento adotado é o sistema “IALA B”. É constituído pelos sinais laterais,
de canal preferencial, perigo isolado, águas seguras, cardinais e especiais.
A identificação dos sinais de balizamento e feita da seguinte maneira:
durante o dia: é feita por meio de forma geométrica de tope, formato e cor da boia.

durante a noite: pela cor e ritmo de apresentação das luzes.

O sentido convencional de balizamento é aquele que o navio, vindo de alto mar, segue
quando se aproxima de um porto, baía, foz de rio, e outras vias aquáticas. De forma que, aquele
que vem do mar deixa os sinais ENCARNADOS por Boreste e os VERDES por Bombordo, ou
seja, a cor das boias são contrarias as luzes de bordo, da embarcação.
a) Sinais Laterais: Os sinais laterais, geralmente são utilizados para definir os lados ou o canal
preferencial a bombordo e a boreste de um caminho a ser seguido.
Sinal lateral de bombordo (BB): Para serem deixados por BOMBORDO, quando a embarcação
estiver entrando no porto.

cor: verde
formato: cilíndrico, pilar ou charuto
tope (se houver): cilindro verde
luz (quando houver): verde
ritmo: qualquer, exceto Lp (2+1)

Sinal lateral de boreste (BE): Para serem deixados por BORESTE, quando a embarcação
estiver entrando no porto.

cor: encarnada
formato: cônico, pilar ou charuto
tope (se houver): cone encarnado com
o vértice para cima
luz (quando houver): encarnada
ritmo: qualquer, exceto Lp (2+1)
Canal preferencial a bombordo: bóias encarnadas com uma faixa verde. Indicam que o “canal
preferencial está a bombordo desta bóia”.
cor: encarnada com uma faixa larga horizontal
verde
formato: cônico, pilar ou charuto
tope (se houver): cone encarnado com o vértice
para cima
luz (quando houver): encarnada
ritmo: Lp (2+1)
Canal preferencial a boreste: bóias verdes com uma faixa encarnada. Indicam que o “canal
preferencial está a boreste desta bóia”.
cor: verde com uma faixa larga horizontal
encarnada
formato: cilíndrico, pilar ou charuto
tope (se houver): cilindro verde
luz (quando houver): verde
ritmo: Lp (2+1)

b) Perigo Isolado: O sinal de perigo isolado é aquele construído sobre, ou fundeado junto ou
sobre um perigo que tenha águas navegáveis em toda a sua volta.
cor: preta com uma ou mais faixas largas
horizontais encarnadas
formato: pilar ou charuto
tope: duas esferas pretas, uma sobre a outra
luz (quando houver): branca
ritmo: Lp (2)

c) Águas Seguras: Indicam águas navegáveis em torno do sinal; incluem sinais de linha de
centro e sinais de meio de canal. Tal sinal pode também ser usado, como alternativa,para um
cardinal ou lateral indicar uma aproximação de terra.
cor: faixas verticais encarnadas e brancas
formato: esférico; pilar ou charuto exibem tope
esférico
tope (se houver): uma esfera encarnada
luz (quando houver): branca
ritmo: Iso. Oc. LpL. 10s ou Mo (A)
d) Sinais Cardinais: Os sinais Cardinais indicam que as águas mais profundas na área
considerada encontram–se no lado (quadrante) designado pelo sinal. Esta convenção é válida
mesmo que, por exemplo, um sinal Norte tenha águas navegáveis não somente no norte, mas
também no leste e oeste. O navegante saberá que está seguro ao norte, porém deverá consultar
sua carta náutica para maiores informações (ou orientações).
Os sinais Cardinais não possuem um formato específico que os caracterizem, porém
adotam normalmente a forma pilar ou charuto. São sempre pintados com faixas horizontais
amarelas e pretas e suas marcas de tope, formadas por cones duplos, são sempre pretas.
Cardinal Norte: dois cones, um sobre o outro
com o vértice para cima, de cor preta sobre a
amarela - PA.
Cardinal Leste: dois cones pretos unidos pela
base, de cor preta com uma larga faixa de cor
amarela - PAP.
Cardinal Sul: dois cones pretos com os
vértices para baixo de cor amarela sobre preto
- AP.
Cardinal Oeste: dois cones pretos um sobre o
outro unidos pelo vértice de cor amarela com
uma larga faixa preta – APA.

e) Balizamento Especial: Sinais que não são primordialmente destinados a orientar a


navegação, mas que indicam uma área ou característica especial mencionada em documentos
náuticos apropriados. EX: Bóias oceanográficas, sinais de separação de trafego, área de
exercícios militares, área de recreação.

cor: amarela
formato: opcional, mas sem conflitar com os outros
tope (se houver): formato de X amarelo
luz (quando houver): amarela
ritmo: Oc... Lp (exceto LpL 10s)

REGRAS ESPECIAIS PARA O BALIZAMENTO FLUVIAL E LACUSTRE


No balizamento das hidrovias interiores, sempre que as características se assemelharem
às do ambiente marítimo, seja pela retitude do curso, ou pela distância entre as margens, devem
ser utilizados os sinais previstos para o balizamento marítimo, considerando–se como “direção
convencional do balizamento” o sentido de jusante para montante (isto é, subindo o rio).

Na sinalização fluvial que se segue, entende–se por margem esquerda a margem situada
do lado esquerdo de quem desce o rio, navegando de montante para jusante. A margem direita,
portanto, é a margem situada do lado direito de quem desce o rio. São os seguintes os símbolos
que indicam ao navegante a ação a empreender para manter–se no canal:

Os sinais visuais fixos quando situados na margem esquerda devem ter os seus símbolos
confeccionados na cor encarnada e a noite luz encarnada. Quando situados na margem direita,
devem ter os seus símbolos confeccionados na cor verde e a noite luz na cor verde.

Regras para sinalização de pontes fixas sobre vias navegáveis:

Um retângulo vermelho com uma faixa larga


horizontal branca no meio, numa ponte que atravessa o
rio significa tráfego proibido
Um losango amarelo numa ponte que
atravessa o rio significa tráfego permitido nos dois
sentidos

Dois losangos amarelos ligados uma ao outro pelos


pontos laterais, numa ponte que atravessa o rio significa
tráfego permitido com sentido único

Uma placa contendo ao centro, um triângulo de


cor encarnada significa pilar de ponte à boreste;
Uma placa contendo ao centro, um retângulo de
cor verde isto significa pilar de ponte a bombordo;
O vão principal de uma ponte fixa, sob o qual
deve ser conduzida a navegação, deve exibir sob o
centro uma luz rápida branca
6 - PRIMEIROS SOCORROS
O que são Primeiros Socorros?
São os procedimentos de emergência que devem ser
aplicados a uma vitima em risco de morte, visando manter os sinais
vitais e evitando o agravamento do seu estado, até que receba
assistência especializada. Em vítima inconsciente utiliza-se o
método: olhar, escutar e sentir.

Um socorro bem feito e em curto espaço de tempo aumenta e em muito a sobrevida


da vítima. A bordo de uma embarcação sempre existe a possibilidade de acontecer acidentes
com consequências como: fraturas, queimaduras, sangramentos, entre outros. A grande maioria
dos acidentes poderia ser evitada, porém, quando eles ocorrem, alguns conhecimentos simples
podem diminuir o sofrimento, evitar complicações futuras e até mesmo, salvar vidas.

RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL
Quando executada a abertura das vias aéreas, o paciente ainda não apresentar
respiração, será necessário instituir uma ventilação sob pressão positiva. Ventilar é insuflar ar nos
pulmões. A ventilação é feita com o ar exalado pelo socorrista, que contém aproximadamente
16% de oxigênio, que é uma concentração menor que a do ar atmosférico, que possui 21%. As
manobras de ventilação, sempre que possível, devem ser realizadas obedecendo aos critérios de
proteção individual, devido aos riscos a que se expõe o socorrista .
Respiração boca a boca - Para fazer respiração boca a boca, primeiro é necessário saber se a
vítima está respirando. Para isso, deve-se colocar o dedo indicador muito próximo de suas
narinas e verifique se sai algum ar. Se não, comece logo a respiração boca a boca. Cuidados:
Para se realizar a respiração boca a boca, eu devo verificar, se existe corpos estranhos
na sua boca;
A frequência de sopros por minuto, numa respiração boca a boca é de 10 a 15;
MASSAGEM CARDÍACA (RCP)
Ressuscitação Cardiopulmonar, ou RCP é um procedimento de emergência aplicado
quando as atividades do coração e do pulmão param.
A massagem cardíaca é uma manobra que objetiva garantir a oxigenação dos órgãos
quando ocorre uma parada cardiorrespiratória. Nesta situação, não há bombeamento de sangue
para os órgãos vitais do corpo, como cérebro e coração, e estes acabam por entrar em processo
de necrose. Alguns sinais que nos indicarão a necessidade imediata de uma RCP. São eles
Ausência de pulso em grande artéria (principal sinal);
Ausência de respiração;
Inconsciência;
Dilatação das pupilas; e
Aparência de morte
As técnicas de massagem cardíaca mudam constantemente. Na década de 60, o ritmo
recomendado era de 5 para 2, ou seja, 5 compressões torácicas intercaladas com 2 respirações
boca-boca. Especialistas demonstraram que as compressões deveriam ser mais frequentes,
sendo o ritmo modificado para 15 compressões seguidas de 2 respirações boca-boca.
Atualmente, a técnica utilizada é a de 30 compressões para cada 2 respirações.
Observações:
No Caso de parada cardíaca, e que às vezes funciona, de imediato é dar um murro forte no
peito.
Após a massagem cardíaca ter feito o coração voltar a bater, deve-se aquecer a vítima
imediatamente.
A frequência ideal de compressão e descompressão do peito, na massagem cardíaca
externa é de 69 vezes por minuto.
Outro sintoma que acompanha a parada cardíaca é a menina dos olhos dilatada.

FRATURAS
É a quebra de um osso causada por uma pancada muito forte, uma queda ou
esmagamento. Existem dois tipos de fraturas: Fechada e externa.
Fechada: quando ocorre a quebra de osso e apesar do choque, a pele permanece intacta, sem
rompimento. Sinais indicadores:
dor ou grande sensibilidade em um osso ou articulação;
incapacidade de movimentar a parte afetada, além do adormecimento ou formigamento da
região; e
inchaço e pele arroxeada, acompanhado de deformação aparente do membro machucado.

Externa: o osso quebrado sai do lugar, rompendo a pele e deixando exposta em uma de suas
partes. As fraturas expostas exigem cuidados especiais, portanto, cubra o local com um pano
limpo ou gaze e procure socorro imediato.
Sinais indicadores:
os mesmos da fratura fechada;
sangramentos; e
ferimento de pele.
Modos de imobilização:
No antebraço: Imobiliza-o com tábua, papelão ou jornal grosso.
Para imobilizar o braço: Deixa-o dobrado.
Para imobilizar a perna: Deixa esticada.
Para imobilizar o pé: Deixa-o o mais natural possível.
A tala serve para imobilizar ossos quebrados, por meio de tiras de pano amarradas a ela.
Em caso de risco de incêndio ou explosão, próximo à vítima fraturada, remove primeiro ela
do local.
A saída de líquido claro de um ferimento do ouvido significa uma fratura de crânio.

HEMORRAGIA
É grande perda de sangue. Para estancá-la é necessário pressionar o local com um pano
grosso. São atitudes corretas com relação à vítima de grandes hemorragias:
Não dar líquidos a vítima quando inconsciente e mantê-la agasalhada.
Para evitar uma infecção em uma ferida, deve-se limpá-la periodicamente com água,
sabão e com soro fisiológico.

A Hemorragia pode ser de dois tipos:


Hemorragia interna – Quando não se vê sangue. Acidentes graves, sobretudo com a presença
de fraturas podem causar sangramentos internos. Sintomas:
pulso fraco e acelerado;
pele fria e pálida;
mucosas dos olhos e boca branca;
mãos e dedos arroxeados pela diminuição da irrigação sanguínea; e
sede, ontura e inconsciência.

Hemorragia externa - Sangramento “exterior ao corpo”; normalmente é facilmente visualizada.


Pode ser oriunda de estruturas superficiais, ou mesmo de áreas mais profundas através de
aberturas ou orifícios artificiais (comuns nos traumas). Normalmente pode ser controlada
utilizando-se técnicas de primeiros socorros.
O volume circulante em um adulto varia em torno de 5 a 6 litros, levados em conta a
relação de 70ml por Kg de peso corporal, o que corresponde, por exemplo, a 4.900ml de sangue
em uma pessoa de 70Kg.

HEMOSTASIA
É o processo de interrupção de um sangramento. Deve ser feito imediatamente, pois, uma
hemorragia grande e não controlada pode causar a morte entre 3 a 5 minutos.
A vítima deve ser aquecida para evitar o estado de choque. O método que menos malefício
causa a vítima é a compressão. Fazer bem dosada, de encontro à superfície óssea em qualquer
vaso de pequeno calibre.

TIPOS ESPECIAIS DE HEMORRAGIAS


Hemoptise - Tipo de hemorragia proveniente do pulmão, caracterizada por acesso de tosse com
eliminação de sangue vermelho rutilante e espumoso por meio de golfadas, onde deverão ser
observados os seguintes procedimentos:

Coloque a vítima em repouso e


recostada
Acalme-a; não a deixe falar
Procure auxílio médico
Hematêmese - Hemorragia proveniente do estômago, manifestando-se através de enjôo,
náuseas, vômitos com sangue tipo “borra de café” e palidez, onde deverão ser observados os
seguintes procedimentos:
Deite o paciente de costas

Aplique gelo ou compressas geladas na altura


do estômago

Procure auxílio médico

Epistaxe - Conhecido como sangramento nasal, onde deverão ser observados os seguintes
procedimentos:
Sente o paciente com a cabeça para trás

Aperte a narina que sangra durante cinco minutos

Aplique compressas geladas ou saco de gelo sobre


o nariz

QUEIMADURAS
Queimadura de 1º grau – Queimaduras leves, nas quais ocorre
uma vermelhidão no local, seguida de inchaço e dor variável.
Não há formação de bolhas e a pele não a destruição da derme.
Na evolução não surgem cicatrizes, mas a pele pode ficar
um pouco escura no início, o que desaparece com o tempo.

Queimaduras de 2º grau – Há destruição maior da epiderme e


derme, com dor mais intensa. Normalmente aparecem bolhas no
local ou desprendimento total ou parcial da pele afetada.
A recuperação dos tecidos é mais lenta e podem deixar
cicatrizes e manchas claras ou escuras.

Queimaduras de 3º grau – Ocorre destruição total de todas as


camadas da pele, e o local pode ficar esbranquiçado ou
carbonizado (escuro). Não existe dor, pois, a queimadura é tão
profunda que danifica as terminações nervosas da pele.
Observações:
Nas pequenas queimaduras deve-se lavar com água e evitar romper a bolha;
Nas grandes queimaduras nunca se deve tirar a roupa da vítima;
Mantenha a região queimada mais elevada do que o resto do corpo, para diminuir a dor;
Antes de se cobrir as queimaduras, com pano limpo, devemos passar mercúrio cromo ou
mertiolate

TORNIQUETE:
A real necessidade do uso deste método deve ser considerada por se tratar de um
procedimento extremo de último recurso para controlar uma hemorragia grave, pelos riscos
que o cercam. Muitas vezes um curativo compressivo é a melhor opção. Cuidados:
O torniquete deverá ser aplicado entre o ferimento e o coração a uma distância de
aproximadamente 5 cm da lesão.
Utilize um cinto longo, gravata, meia ou outro material que não venha provocar
estrangulamento dos membros, para envolver o local dando um nó sobre o curativo.
Improvise uma haste firme, como um pedaço de madeira ou barra de metal, que deve ser
colocada sobre o nó onde será aplicado outro.
Gire a haste até que o sangramento pare ou esteja semelhante a um sangramento capilar,
fixando-a convenientemente.
Alivie o torniquete entre 10 e 15 minutos, até a chegada ao hospital.
Registre o horário de aplicação do torniquete em local visível, se possível na própria vítima.
Não cubra o torniquete para que não passe despercebido pelos que darão continuidade
aos cuidados prestados ao paciente.

AFOGAMENTO
Trata-se de uma insuficiência respiratória aguda causada pela penetração de líquido nas
vias aéreas. É uma forma de asfixia obstrutiva, sendo a prevenção o principal meio de redução de
casos de afogamentos em crianças e adultos jovens.
Natureza do líquido - Do ponto de vista prático, o meio em que ocorreu o afogamento (água
doce ou salgada), para o socorrista, não é tão importante, pois o quadro apresentado pela vítima
é idêntico em ambos os casos, uma vez que é pequena a quantidade de líquido aspirado. No
entanto, é indispensável que informar à equipe médica as características do meio (temperatura da
água, condições de poluição, se doce ou salgada), o afogado em água salgada é caracterizado
por edema pulmonar, já o afogado em água doce é caracterizado por hemólise. A falta de
funcionamento dos intestinos constitui fenômeno comum, em náufragos, dada a exigüidade de
alimentação. Uns dos cuidados que se deve ter ao socorrer um afogado é deitar o afogado
de lado, fazendo-o vomitar a água que bebeu e tirar a roupa molhada.

SÍNDROMES TÉRMICAS
HIPERTERMIA - Diz-se que há hipertermia quando a temperatura corporal é superior a 37,2º C.
Quando esta é maior que 40º C, podem ocorrer às síndromes de lesão pelo calor. Sendo ainda
maior que 41º C, indica um mau prognóstico.
Há dois tipos principais de lesão pelo calor:
Insolação - é um estado em que ocorre uma súbita temperatura corporal, em conseqüência de
uma ação prolongada dos raios solares diretamente sobre o indivíduo; e
Intermação - estado decorrente da ação indireta do calor sobre o indivíduo, elevando a
temperatura corporal Além da temperatura elevada, a umidade do ar, os exercícios físicos
excessivos e a alimentação exagerada, representam outros fatores que contribuem para a
instalação de uma síndrome hipertérmica.
Conduta - O objetivo principal do tratamento é a redução da temperatura corporal, evitando
danos cerebrais e até mesmo a morte.
Afrouxe as roupas da vítima;
Coloque-a em um local fresco e arejado;
Resfrie a vítima de qualquer maneira (a temperatura corporal deve ser abaixada
rapidamente), utilize compressas frias ou gelo (nas axilas, punhos, virilhas e pescoço da
vítima);
Eleve as pernas da vítima ou mantenha a cabeça dela mais baixa que o nível do corpo; e
A encaminhe, para avaliação médica, caso as medidas acima não surtam efeito.

HIPORTEMIA - É qualquer água que esfrie para abaixar a temperatura do corpo a menos de 35º
C. O corpo humano perde calor mais rapidamente que pode ser produzido. Deve-se aquecer a
vítima gradualmente. Conduta:
Retire a vítima do frio, levando-a para um local com ar quente e retire as roupas molhadas;
Aqueça rapidamente as extremidades afetadas, tendo o cuidado para não queimar os
tecidos dormentes, a temperatura ideal varia entre 33º C à 34º C;
Oriente a vítima para movimentar as extremidades, visando um aquecimento natural pelo
maior fluxo de sangue, quando se tratar de hipotermia.
Nos casos de congelamento, não faça massagens ou movimentos, simplesmente imobilize
e cubra o local; e
Se a vítima estiver consciente, você poderá oferecer bebidas quentes como achocolatados
que auxiliam na recuperação do calor. Não ofereça bebidas alcoólicas ou cafeínadas, elas
podem provocar vasoconstricção e restringir o fluxo de sangue às regiões afetadas.

CHOQUE ELÉTRICO
Descargas elétricas e a conversão destas em calor, durante a passagem pelos tecidos
(órgãos, músculos, etc.), causam lesões graves podendo levar a morte da vítima. A PCR é a
principal causa de óbito após um choque elétrico, podendo ocorrer parada respiratória causada
pela passagem da corrente pelo cérebro, levando à inibição da função do centro respiratório, com
conseqüente paralisia do diafragma.
Podem ocorrer queimaduras, principalmente nas extremidades por terem menor diâmetro e
resultarem num maior fluxo de corrente. Lembre-se que as queimaduras por choque elétrico são
normalmente mais graves do que as por agentes térmicos em virtude da maior lesão muscular e
pelo fato de não poder se estimar a área queimada (queimaduras “internas”). Podemos citar ainda
as lesões secundárias causadas pela queda ou projeção da vítima contra superfícies rígidas.
Conduta:
Interrompa imediatamente a energia do local;
Não toque na vítima até que esteja separada da corrente;
Use material não condutor de energia para afastar ou empurrar a vitima para longe do fio;
Se a vítima perder a conciência e parar de respirar, inicie a respiração boca a boca logo
que a vítima estiver livre do contato com a corrente.

Cada segundo em contato com a corrente elétrica diminui a possibilidade de


sobrevivência da vítima de choque elétrico.
7 - SOBREVIVÊNCIA E SEGURANÇA NO MEIO MARINHO

COLETE SALVA VIDAS


É o principal equipamento de salvatagem a bordo da
embarcação. É tão importante que cada pessoa, seja ela
tripulante ou passageiro, deve ter um à sua disposição. Treine
com frequência a sua colocação.
Serve para ser vestido, no caso de ter que se abandonar à
embarcação, para que o náufrago flutue com ele. Deve ficar em
local de fácil acesso e ser usado em caso de necessidade, e
nunca amarrado à embarcação.

DOTAÇÃO DE COLETES SALVA-VIDAS


A dotação de coletes deverá ser, pelo menos, igual ao número total de pessoas a bordo,
devendo haver coletes de tamanho pequeno para as crianças, observadas as seguintes Classes:
Embarcações empregadas na Navegação Oceânica - coletes salva-vidas Classe I;
Embarcações empregadas na Navegação Costeira - coletes salva-vidas Classe II;
Embarcações empregadas na Navegação Interior - as embarcações de médio porte deverão
dispor de coletes salva-vidas classe V e as de grande porte ou iates de coletes salva-vidas
Classe III;
Embarcações Miúdas - deverão dispor de coletes salva-vidas Classe V.

Classe1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Classe 5

Os coletes salva-vidas deverão ser estivados de modo a serem prontamente acessíveis e


sua localização deverá ser claramente indicada. Os coletes salva-vidas devem ser certificados
conforme previsto na NORMAM-05/DPC.

BÓIA SALVA VIDAS (CIRCULAR)


Deve ser presa no convés principal, em local de fácil
acesso e fácil retirada. Deve ser amarrado a ela para facilitar o
resgate de alguém que caiu na água: Um cabo flutuante com
alça de mão e Uma retinida flutuante.
DOTAÇÃO DE BÓIAS SALVA-VIDAS
É a seguinte a dotação de bóias salva-vidas:
Embarcações miúdas - estão dispensadas de dotar bóias salva-vidas;
Embarcações de médio porte e com menos de 12 metros de comprimento - deverão dotar
uma (1) bóia salva-vidas do tipo circular ou ferradura;
Embarcações de médio porte e com comprimento igual ou superior a 12 metros - deverão
dotar duas (2) bóias salva-vidas do tipo circular ou ferradura;
Embarcações de grande porte ou Iates - deverão dotar duas (2) bóias salva-vidas do tipo
circular ou ferradura;
Suportes das Bóias Salva-Vidas - as bóias não devem ficar presas permanentemente à
embarcação; devem ficar suspensas em suportes fixos com sua retinida, cujo chicote não deve
estar amarrado à embarcação;
Dispositivo de Iluminação Automática - é obrigatória a adoção de dispositivo de iluminação
automática associado a cada bóia salva-vidas, com exceção das embarcações empregadas na
navegação interior, que estão dispensadas de dotar esse dispositivo; e
Retinida - pelo menos uma das bóias salva-vidas devem estar guarnecidas com uma retinida
flutuante

BALSAS SALVA VIDAS


Equipamento de salvatagem que fica num casulo fechado, e se infla, para ser usado pelos
náufragos. São contidas em casulos de fibra de vidro que ficam dispostos em cabides próprios e
localizados nos conveses abertos. Para sua utilização basta: Lançá-la no mar e após o casulo
cair na água, colher o cabo até que seja encontrada certa resistência, quando deverá ser dado
um puxão mais forte, o que liberará a descarga das ampolas de CO2 que inflará a balsa em cerca
de 30 segundos.
Ao embarcar na balsa deve-se evitar fazer peso em
um lado só, para ela não virar.
A cobertura deve ser de cor alaranjada para facilitar o
seu avistamento.
As balsas, empregadas em embarcações que
operam em águas restritas são classificadas como
Classe 3.
A balsa classe II é exigida em embarcações de
navegação de alto mar, com qualquer comprimento.
Não se deve pular em cima da balsa.
ABANDONO DA EMBARCAÇÃO
Deve-se abandonar a embarcação com roupas adequadas e material de salvatagem. No
caso de incêndio incontrolável, com óleo na superfície d’água, deve-se pular contra a correnteza.
Deve-se nadar para se afastar da embarcação acidentada o mais rápido possível, contra a
correnteza e, se for o caso, por baixo d’água, até se afastar do risco de óleo na superfície. Caso
não haja vazamento de óleo e risco de incêndio, nada a favor da correnteza.
Uma coisa você tem que ter sempre em mente: VOCÊ SÓ É SOBREVIVENTE APÓS O
RESGATE! Até ser salvo, você é apenas um náufrago.
Para alcançar o seu objetivo, que é ser resgatado com vida, você tem que observar os
procedimentos de sobrevivência. Veja os mais importantes:
Após embarcar na balsa salva-vidas, corte o cabo que a prende à embarcação;
Afaste-se da embarcação que está afundando, mas mantenha-se nas proximidades do
naúfragio, pois isto irá ajudar as equipes de busca e salvamento a encontrá-lo;
Estabeleça turnos de vigia com o objetivo principal de observar a aproximação de um
navio ou aeronave;
Evite fazer esforços desnecessários, pois aumentará o desgaste físico e a perda de água
no corpo;
Deixe os sinalizadores de emergência (fumígenos e foquetes iluminativos com pára-
quedas) preparados para funcionamento; e
No caso de rios e águas abrigadas, evite o sangramento de feridas quando na água, pois o
sangue atrai piranhas que atacam em cardumes e podem devorar uma pessoa em poucos
minutos.

Notas:
A quantidade de água estipulada pela Marinha brasileira é de 700 ml por dia por homem.
(duas latas de 350 ml)
As rações modernas são em sua maioria em forma de açúcar.
Devemos nos aproximar de uma vítima de afogamento pelas costas.
A prática de deitar óleo ao mar é muito antiga e serve para reduzir a violência das ondas
na tormenta.

EQUIPAMENTO DE COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA

As embarcações de sobrevivência são dotadas de equipamentos de sinalização visual,


para serem utilizados na cena da ação. São eles os foguetes iluminativos com pára-quedas, os
fachos manuais, os sinais fumígenos flutuantes e o espelho heliográfico.
EPIRB - equipamento moderno que permite a rápida detecção
de náufragos, reduzindo significativamente o tempo resposta das
equipes de busca e salvamento.

HOMEM AO MAR

Somente o comandante da embarcação sinistrada pode dar ordem para abandonar o


barco. E sendo você o comandante lembre-se de que você e o ultimo a abandonar a embarcação,
preferindo nesses casos, que saiam primeiro as crianças os idosos, as mulheres e finalmente os
homens. Todos obviamente, portanto coletes salva-vidas. Quando se vai abandonar
uma embarcação com perigo de afundamento imediato, algumas providencias são necessárias:

informar pelo radio ou outro meio a exata posição do naufrágio;


informando inclusive os pontos em terra que você esta avisando
vestir o colete salva vidas
pular na água por barlavento, afastando-se da embarcação para não ser puxado pelo
redemoinho da mesma quando afundar
ao pular da embarcação leva-se a mão esquerda ao nariz comprimindo-se e a mão direita
sobre o ombro esquerdo com os pés juntos, saltando sempre de pé, tento o cuidado
para não cair em cima de alguém que já esteja na água
antes de abandonar o barco, lance ao mar tudo que possa flutuar como madeira, boias,
assentos, etc.
procure levar consigo todo o estoque de água e comida que for possível, inclusive seu kit
de primeiro socorro, foguetes sinalizadores, etc.
não tente salvar seus pertences pessoais, salve primeiro sua vida
se houver óleo em redor da embarcação na hora de pular na água, nade contra a
correnteza e contra o vento para mais rapidamente se afastar da mancha de óleo. Ela
pode lhe causar sérios danos.
Quando for pular de uma embarcação, verifique se ha combustível em chama sobre
a água. Se for este o caso, afaste-se das chamas nadando submerso e quando vier à tona
para respirar, faça movimentos com os braços para afastar as chamas, respire , mergulhe
novamente e afaste-se desta região.
Evite fazer exercícios para não desperdiçar energias. Se possível use óculos escuros ou
amarre algo sobre os olhos pois a intensa luz do sol pode prejudica-los. Se a água do mar
estiver aquecida, mergulhe seu rosto na água a cada fração de tempo,
para conservar suas energias.
Uma embarcação que teve um tripulante ou passageiro que caiu na água, deve também
içar em seu mastro principal a bandeira OSCAR, vermelha e amarela em dois triângulos,
constante do alfabeto de bandeiras existente na publicação código internacional de sinais.
Ela significa homem ao mar.

Bandeira OSCAR

DISPOSITIVO UTILIZADO PELO NÁUFRAGO PARA CHAMAR A ATENÇÃO:


a) à noite: Foguete pirotécnico.
b) durante o dia: Fumígeno.

RECOLHENDO UM NAUFRAGO – HOMEM AO MAR

em alto e bom gritar para todos a bordo a expressão homem ao mar por BE/BB, mesmo
que seja uma mulher ou criança;
quem tiver no timão da embarcação deve guinar a proa para o bordo por onde caiu a
pessoa. Esta iniciativa perigosa à primeira vista fará com que a proa gire para o bordo
onde esta o naufrago mas afastara a popa e o perigoso hélice de atingir quem caiu na
água;
a seguir lança-se de imediato uma boia circular ou outro objeto que flutue bem na
direção de quem caiu na água. Caso haja a bordo um foguete fumígeno com fumaça
laranja.
Utilizar a curva de Boutakow. A curva, que consiste em guinar 70º para um bordo e
depois inverter todo o leme até atingir o rumo oposto ao que inicialmente se navegava, é
uma manobra essencialmente utilizada na faina de "Homem ao Mar". Por essa razão,
não podemos vacilar em executá-la, tão logo seja anunciada a queda de alguém ao mar.
A demora em tomar essa decisão, pode custar à vida do tripulante.

Se você tem um GPS a bordo alguns desses aparelhos possui um dispositivo chamado
MOB, que deve ser imediatamente acionado quando uma pessoa cai na água. Este recurso
fornecera as exatas coordenadas de latitude e longitude do local da queda e facilitara a busca do
naufrago principalmente a noite quando pouco se enxerga sobre as águas.
8 – COMBATE A INCÊNDIO
Fogo - É uma reação em cadeia de três elementos que produz luz e calor. Os três elementos que
produzem o fogo são: combustível, comburente e calor.

O fogo pode ser representado por um triângulo, cujos


lados são associados aos componentes já citados: combustível,
comburente e calor. Para existir o fogo é necesssário que os três
componentes estejam presentes, assim como para o triângulo existir
são necessários os seus três lados.

Comburente - é todo elemento que, associando-se quimicamente ao combustível, é capaz de


fazê-lo entrar em combustão. O oxigênio é o comburente mais facilmente encontrado na
natureza. O oxigênio existe no ar atmosférico em uma quantidade aproximada de 21%.
Normalmente, não ocorre chama quando a concentração de oxigênio no ar é inferior a 16%.

Combustível - É toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão (madeira, papel,


pano, estopa, tinta, alguns metais etc). É o elemento que serve de campo de propagação ao fogo.
Quanto maior a fragmentação do material, maior será a velocidade da combustão.

Temperatura (Calor) - Os vapores emanados de um combustível inflamam-se na presença do


comburente, a partir de determinada temperatura.

Temperatura de Ignição - é a temperatura necessária para que a reação química ocorra


entre o combustível e o comburente, produzindo gases capazes de entrarem em combustão.
Ponto de Fulgor - é a temperatura mínima na qual um combustível desprende gases
suficientes para serem inflamados por uma fonte externa de calor, mas não em quantidade
suficiente para manter a combustão. A chama aparece, porém logo se extingue, não
mantendo a combustão.
Ponto de Combustão - é a temperatura do combustível, acima da qual, ele desprende
gases em quantidade suficiente para serem inflamados por uma fonte externa de calor e
continuarem queimando, mesmo quando retirada esta fonte.
Ponto de Ignição - é a temperatura necessária para inflamar os gases que estejam se
desprendendo de um combustível, só com a presença do comburente.

MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR


Há três métodos de transmissão de calor: Irradiação, Condução e Convecção.
Irradiação - É a transmissão de calor que se processa sem a necessidade de continuidade
molecular entre a fonte calorifica e o corpo que recebe calor. É a transmissão de calor que
acompanha geralmente a emissão de luz. O caso típico de calor radiante é o calor do Sol.

Condução - É a transmissão de calor que se faz de molécula para molécula, através de um


movimento vibratório que as anima e permite a comunicação de uma para outra

Convecção - É o método de transmissão de calor característico dos líquidos e gases. Quanto ao


aspecto da propagação de incêndios, a convecção pode ser responsável pelo alastramento de
incêndios a compartimentos bastante distantes do local de origem do fogo. Em edifícios, este
fenômeno se dá através dos poços dos elevadores ou vãos de escadas, atingindo muitos andares
acima de onde está ocorrendo o incêndio, especialmente onde houver portas ou janelas abertas
que permitam a passagem da coluna ascendente de gases aquecidos.
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO
Abafamento – É o método de extinção de incêndios que consiste em reduzir a quantidade de
oxigênio para abaixo do limite de 16%. Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo álcool
em chamas, ou colocar um copo voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa, são duas
experiências práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em
contato com o combustível. Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia,
terra, cobertores, vapor d’água, espumas, pós, gases especiais etc.

Resfriamento - É o método mais antigo de se apagar incêndios, sendo seu agente universal a
água. Consiste em reduzirmos a temperatura de um combustível abaixo da temperatura de
ignição, ou da região onde seus gases estão concentrados, extinguindo o fogo.

CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS


Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a
situação em que se encontram. Essa classificação é feita para determinar o agente extintor
adequado para o tipo de incêndio específico.
Incêndio classe “A” - São os que se verificam em materiais fibrosos ou sólidos, que formam
brasas e deixam resíduos (madeira, papel, tecidos, borracha e na maioria dos plásticos).
Método de extinção - Necessita de resfriamento para a sua extinção, isto é, do uso de água ou
soluções que a contenham em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material
em combustão, abaixo do seu ponto de ignição.
Incêndio classe “B” - São os que se verificam em líquidos inflamáveis (óleo, querosene,
gasolina, tintas, álcool, etc.) e também em graxas e gases inflamáveis.
Método de extinção - Necessita para a sua extinção do abafamento ou da interrupção (quebra)
da reação em cadeia. No caso de líquidos muito aquecidos, é necessário o resfriamento até
abaixo do ponto da ignição.

Incêndio classe “C” - São os que se verificam em equipamentos e instalações elétricas,


enquanto a energia estiver alimentada. Um motor elétrico queimando, ainda ligado, classifica o
incêndio como classe “C”.
Método de extinção - Para a sua extinção necessita de agente extintor que não conduza a
corrente elétrica e utilize o princípio de abafamento ou da interrupção (quebra) da reação em
cadeia.
Incêndio classe “d” - São os que se verificam em metais combustíveis, como exemplos, temos:
lítio e cádmio (em baterias) e magnésio (em motores). É caracterizado pela queima em altas
temperaturas e por reagir com extintores comuns (principalmente os que contenham água).
Método de extinção - Para a sua extinção, necessita de agentes extintores especiais que se
fundam em contato com o metal combustível, formando uma espécie de capa que o isola do ar
atmosférico, interrompendo a combustão pelo princípio do abafamento.

Nas embarcações, esses agentes extintores são encontrados em redes de incêndio,


sistemas fixos de extinção e em extintores portáteis.

PRINCIPAIS AGENTES EXTINTORES


AGENTE CLASSES DE INCÊNDIO MÉTODO DE
EXTINTOR A B C D EXTINÇÃO
ÁGUA Eficiente Não Não Não Resfriamento
ESPUMA Pouco eficiente Eficiente Não Não Abafamento
CO2 Pouco eficiente Eficiente Eficiente Não Abafamento
PÓ QUIMICO Pouco eficiente Eficiente Eficiente Eficiente Abafamento
VAPOR Não Eficiente Não Não Abafamento

EXTINTORES PORTÁTEIS
Os extintores portáteis são empregados para combater princípios de incêndios e são
eficazes para extinguir o fogo em seus momentos iniciais.
São equipamentos de combate a incêndio mais comumente encontrados a bordo das
embarcações de esporte e recreio. Utilizam os agentes extintores para apagar o fogo. Os
extintores portáteis de uma embarcação devem estar com as revisões anuais dentro da validade.
E devem ser arrumados em locais de fácil acesso e de risco de incêndio. A quantidade e o tipo de
extintores portáteis nas embarcações de esporte e recreio para seguir viagem devem ser
definidos por documentos normativos da D.P.C. (Diretoria de Portos e Costas).
São identificados por letras (A, B, C e D) de acordo com as classes de incêndios em que
podem ser utilizados.
Classe A - Materiais sólidos inflamáveis. Exemplos: Madeira, papel, etc.
Agente extintor - Água
Método de Extinção – Resfriamento
Identificação - um triângulo verde com a letra “A” no centro.

Classe B - Líquidos inflamáveis. Exemplos: Gasolina, álcool, etc.


Agente Extintor - Espuma
Método de Extinção – Abafamento
Identificação - um quadrado vermelho com a letra “B” no centro.

Classe C - Equipamentos elétricos energizados. Exemplos: Quadros


elétricos, motores elétricos, etc.
Agente Extintor – CO2
Método de Extinção - Abafamento
Identificação - um círculo azul com a letra “C” no centro.
Classe D - Metais combustíveis. Exemplos: Magnésio, titânio, etc.
Agente Extintor – Pó químico
Método de Extinção – Abafamento
Identificação - uma estrela amarela de cinco pontas com a letra “D” no
centro.

DADOS COMPLEMENTARES
Agentes extintores são as substâncias que extinguem incêndios. Água, CO2 e espuma.
Deve-se tomar cuidado com os extintores de CO2, evitando o contato direto do jato com a
pele e os olhos.
O extintor de PQS (pó químico seco) tem como desvantagem os resíduos que podem
avariar equipamentos eletrônicos.
O agente extintor de espuma tem como função principal e secundária abafar e resfriar.
Quando há incêndio a bordo as pessoas devem ser colocadas a barlavento das chamas.
O combate a incêndio é muito auxiliado quando se remove para longe o material inflamável
e resfria os locais próximos.
A água salgada não deve ser utilizada na extinção de incêndio classe “C” por ser boa
condutora de eletricidade.
As combustões podem ser classificadas conforme a sua velocidade em completa,
incompleta, espontânea e explosão.
São considerados combustíveis voláteis, éter e benzeno.
A decomposição química de uma matéria ou substância através do calor chama-se pirólise.
O melhor agente extintor para incêndios classe A e B, apesar de existir em quantidade
limitada a bordo é a Espuma.
A razão pela qual que revela o motivo dos países desenvolvidos não utilizarem mais o
extintor de halon é que eles destroem a camada de ozônio.
Quanto maior a fragmentação do material, maior será a velocidade da combustão.
Sistemas fixos de combate a incêndio são sistemas com difusores fixos.
Incêndios, em locais de difícil acesso, são combatidos através de sistemas fixos de
agentes extintores.

INCÊNDIO A BORDO
LEMBRE-SE DE QUE A 1º PREOCUPAÇÃO É A VIDA HUMANA.

COLOQUE AS PESSOAS A BARLAVENTO DAS CHAMAS E FAÇA


AS VESTIREM O COLETES SALVA-VIDAS IMEDIATAMENTE
9 – NOÇÕES DE NAVEGAÇÃO

“NAVEGAÇÃO É A CIÊNCIA E A ARTE DE CONDUZIR, COM


SEGURANÇA, UM NAVIO (OU EMBARCAÇÃO) DE UM PONTO
A OUTRO DA SUPERFÍCIE DA TERRA”

TIPOS E MÉTODOS DE NAVEGAÇÃO


Os tipos de navegação:
Navegação oceânica: é a navegação ao largo, em alto-mar, normalmente praticada a mais de 20
milhas da costa.
Navegação costeira: é a navegação praticada já mais próximo da costa, em distâncias que,
normalmente, variam entre 20 e 3 milhas da costa (ou do perigo mais próximo).
Navegação em águas restritas: é a navegação que se pratica em portos ou suas proximidades,
em barras, baías, canais, rios, lagos, proximidades de perigos ou quaisquer outras situações em
que a manobra da embarcação é limitada pela estrita configuração da costa ou da topografia.
Os principais métodos de navegação são:
Navegação astronômica: em que o navegante determina sua posição através de observações
dos astros.
Navegação visual: em que o navegante determina sua posição através de observações visuais
de pontos de terra corretamente identificados e/ou de auxílios à navegação de posições
determinadas (condição essencial: os pontos de apoio e os auxílios à navegação visados devem
estar representados na Carta Náutica da região).
Navegação eletrônica: em que o navegante determina sua posição através de informações
eletrônicas (obtidas de Radar, Radiogoniômetro, Omega, Decca, Satélite etc.).
Navegação estimada: método aproximado de navegação, através do qual o navegante executa
a previsão da posição futura da embarcação, partindo de uma posição conhecida e obtendo a
nova posição utilizando o rumo, a velocidade e o intervalo de tempo entre as posições.

A POSIÇÃO NA TERRA, SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS


Para fins de navegação, considera-se a terra perfeitamente esférica – esfera terrestre –
sem que com isso sejam introduzidos erros intoleráveis. Se cortarmos a esfera terrestre por um
plano horizontal que contenha o seu centro, ou por planos verticais que contenham o eixo polar,
as linhas resultantes dessas intersecções serão os chamados círculos máximos: o horizontal é
chamado de equador e os verticais meridianos.
Equador – É o círculo máximo horizontal, perpendicular ao eixo da Terra, portanto
eqüidistante dos polos e que divide a esfera terrestre em Hemisfério Norte (N) e
Hemisfério Sul (S). O equador é origem da medida das latitudes.
Meridiano de Greenwich (GW) – Os meridianos dividem a Terra em duas partes iguais,
porém, por convenção, escolheu-se o meridiano que passa no Observatório Astronômico
de Greenwich (Inglaterra) como o meridiano principal (000º), também chamado de
primeiro meridiano, o qual divide a terra em Hemisfério Leste (E) e Hemisfério Oeste
(W). O Meridiano de Greenwich é usado como origem da medida das longitudes.

LATITUDE: é o arco de meridiano compreendido entre o


Equador e o paralelo do lugar. Conta-se de 0º a 90º para o Norte
e para o Sul do Equador.

LONGITUDE: é o arco do Equador, ou o ângulo no Pólo,


compreendido entre o meridiano de greenwich e o meridiano do
lugar. conta-se de 0º a 180º, para leste ou para Oeste de
Greenwich.

UNIDADES DE MEDIDA USADAS NA NAVEGAÇÃO

Unidade de distancia - É a milha náutica. Como é fácil compreender, a menor distância entre
dois pontos quaisquer na superfície terrestre pode ser medida sobre o grande círculo que passa
por esses pontos. É lógico, portanto, que a unidade de arco, o minuto, seja a unidade padrão
para a medida de distância.
A milha náutica (ou marítima) mede 1852 metros. Para todos os propósitos práticos um
minuto de latitude, é igual a uma milha náutica.
LEMBRE-SE: 1 milha = 1 minuto = 1.852 metros (isto é muito importante).

Unidade de velocidade - É o Nó, que é a velocidade desenvolvida pela embarcação em milhas


por hora. Ou seja, é à distância em milhas percorridas pela embarcação no intervalo de uma
hora.

Unidade de tempo - A unidade de tempo é a hora, que, como sabemos, tem 60 minutos, e cada
minuto, 60segundos. Para calcularmos o Tempo de Viagem (T) entre dois pontos (A e B), usamos
a fórmula:
D: Distancia
V: Velocidade
D = V/T T: Tempo

CARTAS NÁUTICAS
A carta náutica nada mais é do que uma representação da terra, abrangendo,
normalmente, uma determinada área de mares, rios ou lagoas ligadas a trechos do litoral e
ilustradas por uma série de dados úteis ao navegante.

Nas cartas náuticas são apresentadas várias informações importantes para o navegador,
tais como: latitudes (nas laterais da carta), longitudes (nas partes de cima e de baixo) e as
profundidades do local (em metros) dispostas ao longo de toda a extensão da carta. Os trechos
de mesma profundidade são representados por uma linha chamada de isobática.
A escala de uma carta proporciona uma idéia da relação existente entre o trecho da Terra
abrangido pela carta e sua representação na mesma. Quanto maior a escala de uma carta,
mais detalhada pode ser a representação do trecho da Terra por ela abrangido. De uma
forma muito genérica, as classificações “pequena escala”, “média escala” e “grande escala”
abrangem os seguintes tipos de carta:
Pequena escala - navegação oceânica (alto-mar)-------------:escala menor que 1:1.500.000
Média escala - travessia (passagem)/aterragem -----------------------:1:1.500.000 – 1:750.000
cabotagem ------------------------------------------------------:1:500.000 – 1:150.000
Grande escala - aproximação de portos/águas costeiras restritas----:1:150.000 – 1:50.000
portos/ancoradouros/canais estreitos-----------------------------:50.000 e acima
ROSA DOS VENTOS OU ROSA DE RUMOS
A Carta Náutica apresenta uma ou mais rosas
verdadeiras, em lugares particularmente selecionados
para o seu uso, a fim de permitir a obtenção ou o traçado
de rumos e marcações verdadeiros. Além disso, no interior
das rosas de rumos verdadeiros aparecerá sempre o
valor da declinação magnética, junto com o ano e sua
variação anual, sendo representada, também, a rosa de
rumos magnéticos.

Declinação magnética (DM) - é o ângulo formado entre a direção do norte verdadeiro e do norte
magnético, contado a partir do norte verdadeiro para leste (E) ou para oeste (W).

PLOTAGEM DA POSIÇÃO

A determinação da posição na carta náutica é


feita através das coordenadas geográficas: latitude e
longitude. São utilizados os instrumentos normais do
navegador: a régua de paralelas e o compasso de
navegação.

OBTENÇÃO DE RUMOS E MARCAÇÕES A BORDO


Rumo: é o ângulo formado entre a direção de referência e a direção a ser seguida pelo navio
Sendo a direção de referência o norte e a direção a ser seguida a indicada pela proa da
embarcação.
Proa: é a direção para a qual o navio está apontando num determinado instante. Por influência do
estado do mar a direção em que se navega varia em torno do rumo desejado.
As três direções de referência utilizadas em navegação para indicar o rumo são:
Norte Verdadeiro (ou Geográfico);
Norte Magnético; e
Norte da Agulha.
Marcação: é o ângulo horizontal entre a linha que une o navio a um objeto e uma determinada
direção de referência, medido a partir da direção dessa referência.
Toda marcação gera uma linha de posição. Assim, através de marcações, podemos
determinar a posição da embarcação.

EQUIPAMENTOS E SISTEMAS AUXILIARES À NAVEGAÇÃO

Agulhas - São as agulhas, magnéticas e giroscópicas. São as


agulhas que indicam os rumos, e com elas são tomadas as
marcações.

Ecobatímetro - Os ecobatímetros medem a profundidade local,


por meio da emissão de pulsos e a recepção do seu eco após
tocar no fundo do mar. A profundidade medida é a partir do
fundo da embarcação; para encontrarmos a profundidade do
local, devemos somar o calado da embarcação.

Anemômetro – Instrumento utilizado para medir a velocidade do


vento, que é obtida em m/seg, km/h, nós ou através da escala de
Beaufort, que coloca faixas de velocidade do vento numa escala
que vai até a força 12 (furacões).

Piloto Automático - É um aparelho para controle automático do


rumo. Este aparelho permite manter o navio no rumo sem
necessidade de timoneiro. Além de dispensar o homem do governo
do navio, o piloto automático apresenta a vantagem no consumo de
combustível e menor desgaste de máquina do leme.
Sistema Global de Posicionamento (GPS) - é um sistema de
rádio-navegação baseado em 24 satélites, dimensionado e
aprovado pelo sistema de defesa dos Estados Unidos. O GPS
permite que os usuários, em terra, no mar ou no ar determinem
suas posições através das coordenadas geográficas: latitude e
longitude, altitude, velocidade e hora. O sistema fornece
informações vinte e quatro horas para qualquer lugar do mundo,
não sofrendo interferências das condições atmosféricas no local.

Radar - é um aparelho eletrônico que usa a reflexão de ondas-rádio


para detectar objetos que não são visíveis normalmente, por
estarem na escuridão, ocultos por nevoeiros ou por estarem a
grandes distâncias, etc .

Comunicação a Longa Distância - É utilizada a comunicação em


HF como alternativa para a comunicação por satélite.

Comunicação a Média Distância - Este tipo de comunicação é


utilizada a MF fazendo-se a comunicação navio/terra e terra/navio.
É utilizada a frequência 2.187,5 KHz usada para alertar o socorro e
chamadas de segurança usando-se o DSC.

Comunicação a Curta Distância - O VHF é utilizado na freqüência


de 155,525 MHz (canal70) para alertas de socorro e chamadas de
segurança, usando- se DSC e 156,800 MHz (canal 16) para tráfego
de socorro e segurança por radiotelefonia, inclusive comunicação
de coordenação SAR na área de ação.

Odômetro: São aparelhos que indicam a distância percorrida.


Glossário de Marinharia

Abalroamento: Na terminologia marítima geral significa qualquer choque entre duas embarcações.

Abatimento: Alteração do rumo que sofre um veleiro pela ação conjunta da corrente e do vento.

Abicada: Embarcação encontra­se abicada quando navega com a proa baixa, ou seja, calado a vante maior que calado a
ré.

Acostagem: Aproximar de um cais.

Adernação: Virar, desnivelar, tombar a embarcação.

Adernar: É a inclinação para um dos bordos da embarcação e é medida em graus, o mesmo que banda.

Adriça: Cabo utilizado para içar as velas e a Bandeira.

Alheta: parte curva próxima à popa.

Alijar: Largar objetos do navio ao mar, a fim de aliviá­lo do excesso de carga.

Amarra ­ a corrente que leva a âncora ao seu fundeadouro. A amarra é dividida em seções denominadas quartéis, o
comprimento da amarra varia de acordo com o tamanho da embarcação.

Anteparas: são as paredes da embarcação. Compartimentos: são as divisões internas das embarcações Conveses: são os
pavimentos (pisos) das embarcações.

Atracação – atracar é prender uma embarcação qualquer a um cais ou a outra embarcação que já esteja atracada.

Barlavento: É a direção de onde vem o vento, oposto a sotavento.

Barômetro: Aparelho que mede a pressão atmosférica. Normalmente quando o ar está aquecido e o barômetro desce é
sinal de chuva, como regra geral, barômetro em ascensão significa bom tempo e em queda significa tempo ruim.

Boças ­ são cabos destinados a amarrar embarcações miúdas.

Bolina: Navegar o mais próximo possível do vento.

Bombordo: é o lado esquerdo da embarcação.

Bordos: são os lados da embarcação

Boreste: é o lado direito da embarcação.

Buchecha: parte curva próxima à proa.

Calado: e a distância vertical compreendida entre o fundo da embarcação e a superficie da água.

Castelo de proa: é uma espécie de plataforma construída na proa, onde fica situado o escovém, as espias, as buzinas e
todo material utilizado nas fainas de atracação.

Catavento: Engenhoca que indica a direção e a velocidade do vento.


Derrabada: Embarcação encontra­se derrabada quando navega com a proa alta, ou seja, calado a vante menor que
calado a ré.

Desatracação ­ é a manobra inversa da atracação, ou seja, desamarrar a embarcação do cais ou de outra embarcação.

Ecobatímetro: O ecobatímetro, ecossonda, sonda é um aparelho eletrônico utilizado para determinar a profundidade
através de um sinal eletroacústico.

Embarcação auxiliar: É a embarcação miúda que é utilizada como apoio de outra embarcação, com ou sem motor de
popa e neste caso não excedendo a 30 HP, possuindo o mesmo nome pintado em ambos os costados e o mesmo número
da inscrição, pintado na popa, da embarcação a que pertence.

Embarcação de esporte e/ou recreio: Embarcação com finalidade de recreação e lazer.

Embarcação de grande porte: Também conhecida como iate, é a embarcação com comprimento igual ou superior a 24
metros.

Embarcação de médio porte: Embarcação com comprimento inferior a 24 metros, exceto as miúdas.

Embarcação de sobrevivência: É o meio coletivo de abandono de embarcação ou plataforma marítima em perigo, capaz
de preservar a vida de pessoas durante um certo período, enquanto aguarda socorro. São consideradas embarcações de
sobrevivência as embarcações salva­vidas, as balsas salva­vidas e os botes orgânicos de abandono

Embarcação miúda: Embarcação com comprimento inferior ou igual a 5 metros; ou com comprimento superior a 5
metros que apresentem as seguintes características: convés aberto; convés fechado, mas sem cabine habitável e sem
propulsão mecânica fixa e que, caso utilizem motor de popa, este não exceda 30 HP. Considera­se cabine habitável
aquela com condições de habitabilidade.

Encarnado: Cor da carne, vermelho.

Engajado: Envolvido

Engrazado: Engrenado

Escovém – tubo de ferro situado entre o convés principal e o costado do navio por onde gurne a amarra permitindo sua
ligação com a âncora.

Espias ­ são cabos que servem para amarrar a embarcação ao cais ou a outra embarcação.

Fundear ­ a manobra de lançar uma âncora ao fundo para com ela manter a embarcação segura e parada em
determinado local no mar.

Garrar: Quando a âncora está sendo arrastada pelo barco, costuma­se dizer que a embarcação está garrando.

Gateira – aberturas feitas no convés que permitem a passagem da amarra para ser armazenada em seu paiol.

Linha d`água: é uma faixa pintada no costado da embarcação, que representa a região em que ele flutua.

Navegação costeira: É aquela realizada entre portos nacionais e estrangeiros dentro do limite da visibilidade da costa,
não excedendo a 20 milhas náuticas.

Navegação interior: A navegação interior é dividida em: Navegação Interior 1 ­ aquela realizada em águas abrigadas, tais
como lagos, lagoas, baías, rios e canais, onde normalmente não sejam verificadas ondas com alturas significativas que
não apresentem dificuldades ao tráfego das embarcações e Navegação Interior 2 ­ aquela realizada em águas
parcialmente abrigadas, onde eventualmente sejam observadas ondas com alturas significativas e/ou combinações
adversas de agentes ambientais, tais como vento, correnteza ou maré, que dificultem o tráfego das embarcações.

Navegação oceânica: Navegação oceânica ou sem restrições (SR), é aquela realizada entre portos nacionais e
estrangeiros fora dos limites de visibilidade da costa e sem outros limites estabelecidos.

Obras mortas: é a parte do casco que fica acima do plano de flutuação.

Obras vivas: é a parte da embarcação que fica abaixo do plano de flutuação, abaixo da linha d`água.

Orçar: Velejar contra o vento.

Pés: Unidade de medida utilizada para expressar o comprimento da embarcação, 1 pé equivale a 30,48 cm.

Polegada: Unidade de comprimento usada no sistema imperial de medidas britânico. Uma polegada
são 2,54 centímetros ou 25,4milímetros.

Popa: é a região extremidade de ré da embarcação.

Proa: extremidade de vante da embarcação, afilada para melhor cortar a água.

Quilha: peça no sentido longitudinal (proa/popa), principal peça de sustentação da embarcação.

RIPEAM: É o Regulamento Internacional para evitar Abalroamento no Mar, e consiste no conjunto de regras que, tendo a
força de lei, prescreve como deveremos conduzir as embarcações na presença de outras, bem como, informá­las de
nossas intenções ou ações, por sinais de apito, luzes ou por marcas diurnas, de maneira que possamos desenvolver
manobras corretas e seguras, afastando assim o perigo do abalroamento no mar. Surgiu em 1972 e foi adotado em 1977.

RLESTA: É o Decreto que regulamenta a Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário.

Rocegar: Procurar objetos perdidos no fundo do mar, como âncoras, amarras, motores de popa e etc.

Sotavento: Lado para onde sopra o vento.

Superestruturas: são as elevações construídas acima do convés principal

Suspender ­ içar a âncora, recolhendo a amarra do fundo, para permitir a movimentação da embarcação.

Tombadilho: é a estrutura situada na popa, destinada também as fainas de atracação e reboque.

Través: é a direção perpendicular ao plano longitudinal que corta o navio de proa a popa.

Unha: Extremo da pata da âncora.

Unhar: A ação de uma unha de âncora a enterrar­se no fundo.

Viração: Vento ou brisa do mar brando que sopra periodicamente do mar para a terra.

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