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CDM - Camamu Despachos Marítimos - Entidade Náutica

Agosto/2020

CAPÍTULO 1

LEGISLAÇÕES e ORGANIZAÇÕES MARÍTIMAS

Convenção SOLAS (em inglês: Safety of Life at Sea).


É a Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar
(SOLAS).
A SOLAS é o primeiro e mais importante tratado sobre a segurança da
navegação marítima. Ele faz parte de um quadro regulatório global cobrindo quase
todos os aspectos do design naval, construção, funcionamento e tripulação.
A primeira versão da SOLAS foi assinada em 1914, consequência direta do
acidente com o Titanic. Em 1928 foi adaptada a segunda emenda da convenção, em
1948 a terceira e em 1965 a quarta. A ultima grande revisão da SOLAS data de 1975,
ano em que foi profundamente revista.

Organização Marítima Internacional (IMO)


Agência especializada da ONU, que trata de assuntos relativos à navegação,
orientando os países membros e que tem o objetivo de padronizar, manter e controlar
todas as regras de navegação, segurança (SOLAS), meio ambiente marinho
(MARPOL), cooperação técnica e certificação de profissionais e embarcações, ou
seja, ela é responsável pela padronização mundial da indústria marítima (que
compreende navegação, construção naval, pesca e portos).

Comandante da Marinha (CM)


É a Autoridade Marítima Brasileira, que dissemina as Normas Técnicas
através das NORMAM (Normas Autoridade Marítima), para as embarcações
nacionais ou estrangeiras que trabalham em águas jurisdicionais brasileiras (AJB),
sendo que cada NORMAM trata de um assunto específico.

Diretoria de Portos e Costas (DPC)


É o órgão da Marinha do Brasil que possui a competência para estabelecer as
Normas da Autoridade Marítima (NORMAM) para o tráfego e permanência nas águas
nacionais para as embarcações. No caso das embarcações de esporte e/ou recreio,
através da NORMAM-03, sendo atribuição das Capitanias dos Portos (CP), suas
Delegacias (DL) e Agências (AG) a fiscalização do tráfego aquaviário, nos aspectos
relativos à segurança da navegação, à salvaguarda da vida humana e à prevenção
da poluição ambiental, bem como o estabelecimento de normas de procedimentos
relativas à área sob sua jurisdição.

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No âmbito local de navegação interior, o Capitão dos Portos (Capitanias),
Delegado (Delegacias das Capitanias) ou Agente (Agencias das Capitanias) poderá
adequar as NORMAM para as particularidades de sua área de atuação, através das
Normas e Procedimentos da Capitania dos Portos (NPCP), que faz essa adequação
com base na RLESTA (Decreto 2.596/98) que regulamenta a LESTA (Lei nº 9.537).

NORMAM-03/DPC
Com já foi mencionado na “Apresentação”, é Publicação da Autoridade
Marítima, editada pela Diretoria de Portos e Costas (DPC), que trata da atividade de
esporte e recreio, marinas, entidades náuticas e habilitação amadora.
Ela tem o propósito de estabelecer normas e procedimentos sobre o emprego
das embarcações de esporte e/ou recreio e atividades correlatas NÃO COMERCIAIS
visando à segurança da navegação, à salvaguarda da vida humana no mar e à
prevenção contra a poluição do meio ambiente marinho por tais embarcações,
conforme estabelece a Lei nº 9.537, de 11 de dezembro de 1997, que dispõe sobre a
segurança do tráfego aquaviário - LESTA, e do Decreto nº 2.596 de 18 de maio de
1998 sendo a RLESTA a regulamentação desta lei.

Fiscalização
A fiscalização do fiel cumprimento das Normas emanadas pela Autoridade
Marítima é feita através da Inspeção Naval, assim sendo toda e qualquer embarcação
está sujeita a inspeção naval, que tem cunho administrativo, sendo pautadas pelas
Normas em vigor.

Regulamento da Lei de Segurança do tráfego Aquaviário (RLESTA)


É o Regulamento que especifica e detalha os procedimentos estabelecidos na
Lei de Segurança do tráfego Aquaviário (LESTA).

Artigo 7º da RLESTA (Das infrações e Penalidades)


As penalidades serão aplicadas mediante procedimento administrativo, que se
inicia com a notificação, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Constitui infração às regras do tráfego aquaviário a inobservância de qualquer
preceito deste Regulamento e de normas complementares emitidas pela Autoridade
Marítima.

Medidas Administrativas
Visando assegurar a segurança da navegação e a salvaguarda da vida
humana no mar aberto e hidrovias interiores, por parte de embarcações, plataformas
ou suas instalações de apoio, a AUTORIDADE COMPETENTE, poderá aplicar,
mediante “procedimento administrativo”, as seguintes medidas administrativas:

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a) apreensão do certificado de habilitação;
b) apreensão, retirada do tráfego ou impedimento da saída de embarcação;
c) embargo de construção, reparo ou alteração das características de embarcação;
d) embargo da obra; e
e) embargo da atividade de mineração e de benfeitorias realizadas.

O setor da Capitania dos Portos que fiscaliza o cumprimento das normas é a


Inspeção Naval.

As embarcações serão apreendidas mediante lavratura do Auto de Apreensão,


sempre que:

a) conduzidas por pessoas não habilitadas;


b) não forem registradas e/ou inscritas;
c) estiver à embarcação estrangeira operando em águas sob jurisdição nacional, sem
estar devidamente regularizada de acordo com o previsto na NORMAM-04/DPC;
d) trafegando sem o cumprimento de exigências de vistorias que comprometam a
segurança, após o prazo estabelecido;
e) qualquer fato que represente perigo à salvaguarda da vida humana no mar e nas
águas interiores, segurança da navegação e à poluição ambiental; e
f) conduzida por pessoa em estado de embriaguez.

Aspectos importantes a serem observados no cumprimento da legislação:


a) Inscrição da embarcação;
b) Manutenção da embarcação;
c) Habilitação adequada da tripulação;
d) Navegação na área determinada; e
e) Dotação do material de salvatagem.

Notificação e Defesa Prévia


Quando um Aquaviário ou Amador descumpre qualquer item das Normas em
vigor, os seguintes procedimentos serão adotados:

I - Constatada a infração será lavrada a Notificação para Comparecimento, para


convocar o responsável por eventual cometimento de infração para prestação de
esclarecimentos e obtenção de orientação nos casos de infringência à legislação
vigente afeta à segurança da navegação, salvaguarda da vida humana, no mar aberto
e em hidrovias interiores, que antecede a lavratura do respectivo Auto de Infração,
sem a qual nenhuma penalidade poderá ser imposta.

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Após o recebimento da Notificação, o cidadão terá um prazo de oito (8) dias
úteis para comparecer perante o órgão da Autoridade Marítima Local, a fim de
apresentar sua Defesa Prévia por escrito, que deverá conter as justificativas e os
motivos que levaram o Infrator a descumprir as Normas em vigor.

Auto de Infração
No caso de abertura de Auto de Infração, esse será lavrado, com cópia para o
Infrator, para julgamento pela AUTORIDADE COMPETENTE;

II - O Auto de Infração deverá ser assinado pelo Infrator, preposto ou representante


legal e por testemunhas, se houver, o infrator terá o prazo de quinze (15) dias úteis
para apresentar sua Defesa Prévia por escrito. Caso o Infrator se recuse a assinar, o
fato será tomado a termo; caso não saiba assinar, o Auto será assinado a rogo; e

III - Tanto a notificação quanto auto de infração cabe recurso (defesa), assegurados o
contraditório e a ampla defesa.

Multas
Conforme especificado no paragrafo 1º, do Artigo 7º da RLESTA (Das
infrações e Penalidades), é da competência do Representante da Autoridade
Marítima, a prerrogativa de estabelecer o valor da multa e o período de suspensão do
Certificado de habilitação, respeitados os limites estipulados neste Regulamento.
O procedimento administrativo se inicia com a notificação, que antecede a
lavratura do Auto de Infração, assegurando o direito do contraditório e a ampla
defesa, sem a qual nenhuma penalidade poderá ser imposta.

§ 2º As infrações, para efeito de multa, são classificadas em grupos de A ao G,


sendo seus valores estabelecidos conforme tabela abaixo:

GRUPOS MULTA (R$)


A de 40,00 a 200,00
B de 40,00 a 400,00
C de 40,00 a 800,00
D de 40,00 a 1.600,00
E de 40,00 a 2.200,00
F de 80,00 a 2.800,00
G de 80,00 a 3.200,00

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Suspensão e Apreensão da Habilitação
A Carteira de Habilitação do Amador (CHA) poderá ser suspensa ou
apreendida, pelo prazo máximo de até Cento e Vinte dias (120 dias), sempre que
o Amador:
a) Entregar a condução da embarcação à pessoa não habilitada;
b) Conduzir a embarcação em estado de embriaguez alcoólica ou sob efeito de
substância tóxica de qualquer natureza;
c) Utilizar a embarcação de esporte e/ou recreio em atividades comerciais, para
transporte de passageiros ou carga; e
d) Utilizar a embarcação para prática de crime.

Cancelamento da Habilitação
O amador terá sua Carteira cancelada, quando:
a) Conduzir embarcação com Carteira de Habilitação suspensa; e
b) Reincidir em faltas discriminadas no item anterior.

Habilitações de Amadores.
A classe dos Amadores possui a seguinte composição:
Capitão-Amador - apto para conduzir embarcações entre portos nacionais e
estrangeiros, sem limite de afastamento da costa. Quando a sua CHA também
possuir a categoria de Motonauta, estará habilitado para conduzir moto aquática, nos
limites da navegação interior 1.

Mestre-Amador - apto para conduzir embarcações entre portos nacionais e


estrangeiros nos limites da navegação costeira. Quando a sua CHA também possuir
a categoria de Motonauta, estará habilitado para conduzir moto aquática, nos limites
da navegação interior 1.

Arrais-Amador - apto para conduzir embarcações nos limites da navegação interior.


Quando a sua CHA também possuir a categoria de Motonauta, estará habilitado para
conduzir moto aquática, nos limites da navegação interior tipo 1.

Motonauta - apto para conduzir jet-ski nos limites da navegação interior.

Veleiro - está apto para conduzir embarcações à vela sem propulsão a motor, nos
limites da navegação interior (idade mínima 8 anos).

Validades da Habilitação de Amador


A Carteira de Habilitação de Amador tem validade de 10 anos, exceto para os
condutores com idade igual ou superior a 65 anos, que terão a validade de 5 anos.

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Registro ou Inscrição de Embarcações.
O registro (inscrição) de uma embarcação deve ser feito no Tribunal Marítimo,
com a expedição da Provisão de Registro de Propriedade Marítima, no caso das
embarcações maiores de 100 AB. As demais embarcações devem ser inscritas nas
Capitanias dos Portos (CP) ou Delegacias das Capitanias dos Portos (DL) ou nas
Agencias das Capitanias dos Portos (AG).
Titulo de Inscrição da Embarcação (TIE) ou Titulo de Inscrição da Embarcação
Miúda (TIEM) são os documento de inscrição de embarcações menores de 100 AB.
O Título (TIE ou TIEM) das embarcações tem a validade de cinco (5) anos, a
partir da data da sua emissão.
Embarcação de Esporte e Recreio com comprimento superior a 24 metros será
classificada como IATE.
A Inscrição de uma embarcação deve ser feita na Capitania dos Portos ou
órgãos subordinados (prazo de 15 dias após a aquisição).
Trafegar com velocidade superior à permitida constitui infração sujeita a multa
ou suspensão do Certificado de Habilitação. Nunca devemos permitir a bordo o
excesso de pessoas.
A penalidade imputada ao infrator que conduzir a embarcação em estado de
embriagues ou fazendo uso de substâncias entorpecentes ou tóxicas, quando o fato
não constitui crime previsto em lei, será de suspensão do Certificado de Habilitação
por cento e vinte dias e o seu cancelamento quando houver reincidência.
Ao Comandante de uma embarcação, em caso de descumprimento das
competências estabelecidas no Regulamento da Lei do Serviço do Tráfego
Aquaviário (RLESTA) aplicar-se-á a penalidade de multa e suspensão do Certificado
de Habilitação até 12 meses.
É bom frisar que sempre que houver uma infração cometida por condutor de
embarcação, o mesmo estará sujeito a ser enquadrado em três leis distintas:
a) A Lei no 9.537, de 11 de dezembro de 1997 (LESTA), que dispõe sobre a
segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional, foi regulamentada
pelo Decreto nº 2.596 de 18 de maio de 1998, denominado de Regulamento de
Segurança do Tráfego Aquaviário em Águas sob Jurisdição Nacional - RLESTA;
b) O seguro DPEM foi instituído pela Lei nº 8.374, de 30/12/91, que em seu artigo 1º
alterou a alínea "l" do artigo 20 do Decreto-lei nº 73, de 21/11/66. Tem por finalidade
dar cobertura a pessoas, transportadas ou não, inclusive aos proprietários, tripulantes
e ou condutores das embarcações, e a seus respectivos beneficiários ou
dependentes, independentemente da embarcação estar ou não em operação; e
c) Lei 9.966/00 (Lei do Óleo) Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da
poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas
em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências.

Áreas Seletivas de Navegação


As embarcações, equipamentos e atividades que interfiram na navegação,
trafegando ou exercendo suas atividades nas proximidades de praias do litoral e dos

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lagos, lagoas e rios, deverão respeitar os limites impostos para a navegação, de
modo a resguardar a integridade física dos banhistas.
Considerando como linha base, a linha de arrebentação das ondas ou, no caso
de lagos e lagoas onde se inicia o espelho d’água, são estabelecidos os seguintes
limites, em áreas com frequência de banhistas:
a) embarcações utilizando propulsão a remo ou a vela poderão trafegar a partir de
cem (100) metros da linha base;
b) embarcações de propulsão a motor, reboque de esqui aquático, paraquedas e
painéis de publicidade, poderão trafegar a partir de duzentos (200) metros da linha
base;
c) embarcações de propulsão a motor ou à vela poderão se aproximar da linha base
para fundear, caso não haja nenhum dispositivo contrário estabelecido pela
autoridade competente. Toda aproximação deverá ser feita perpendicular à linha base
e com velocidade não superior a 3 (três) nós, preservando a segurança dos
banhistas;
d) É competência dos Municípios o Ordenamento das praias (ordenamento costeiro);
e) A distância mínima de fundeio para uma plataforma de petróleo é 500 metros; e
f) Entrada e saída de canal, marinas deverá ser realizada com 3 nós.

Áreas de Segurança
São áreas navegáveis onde NÃO é permitido o tráfego e fundeio de
embarcações.

Exemplos de Áreas de Segurança


a) a menos de duzentos (200) metros das instalações militares;
b) áreas próximas às usinas hidrelétricas, termoelétricas e nucleoelétricas, cujos
limites serão fixados e divulgados pelas concessionárias responsáveis pelo
reservatório de água, em coordenação com o CP/DL/AG em cuja área de jurisdição
estiver localizada;
c) fundeadouros de navios mercantes;
d) canais de acesso aos portos;
e) proximidades das instalações do porto;
f) a menos de 500 (quinhentos) metros das plataformas de petróleo;
g) áreas especiais nos prazos determinados em Avisos aos Navegantes; e
h) as áreas adjacentes às praias, reservadas para os banhistas, conforme
estabelecido no item anterior.

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Considerações importantes de Legislações e Organizações Marítimas

- O Cerimonial Marítimo prever o embandeiramento em grande gala nas


embarcações nacionais nos dias sete de setembro e quinze de novembro.
- Em caso de recurso contra a aplicação da pena de multa para o navegante, será
exigido o depósito prévio do respectivo valor da multa aplicada.
- Todo navegante que constatar um acidente envolvendo embarcações e/ou pessoal
em águas nacionais deverá comunicar o fato, preferencialmente, à Capitania dos
Portos/Delegacia das Capitanias/Agências das Capitanias mais próxima.
- A Legislação em vigor, prevê um período de treinamento de seis (6) horas com
embarcações de esporte e recreio ou similares para se comprovar a aptidão para
fazer o exame na categoria de “Arrais-Amador”. Já para a categoria de “Motonauta” é
necessário um período de três (3) horas de treinamento com uma moto aquática.
- A reincidência, para efeitos de gradação das penalidades, é a repetição da mesma
infração em um período igual ou inferior a 12 meses.
- A Convenção Internacional que contém instruções para o balizamento marítimo em
canais de acesso a portos recebe a denominação de “IALA”.

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CAPÍTULO 2

EMBARCAÇÕES e MANOBRAS

Conceito de “Embarcação”
É uma construção flutuante, feita de madeira e/ou ferro, que transporta com
segurança, sobre a água (salgada ou doce), pessoas e/ou carga.

Navio é o termo normalmente empregado para designar embarcações de grande


porte.

Identificação das partes (setores) de uma embarcação.

Proa: é a região da extremidade a vante da embarcação. Estruturalmente, tem a


forma exterior afilada para melhor cortar a água.

Popa: é a região da extremidade de ré da embarcação. Estruturalmente, sua forma


exterior é projetada para facilitar o escoamento da água e para tornar a ação do leme
e do hélice mais eficiente.

{ D-26
D-26

Proa Popa

Través: Não se pode dizer que o través é uma parte da embarcação e sim uma
posição em relação a ela. Para efeito de marcação relativa, o través de BE
corresponde aos 090º e o través de BB, aos 270º.

Través

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Bordos: são os lados da embarcação, ou seja, as duas partes em que o casco é
dividido por um plano que corte a proa e a popa.
Boreste (BE): Bordo (Lado) direito de quem está olhando a proa da
embarcação.
Bombordo (BB): Bordo (Lado) esquerdo de quem está olhando a proa da
embarcação.

Bochechas: são as partes curvas do costado de um bordo e de outro, próximas à


proa. Amura é o mesmo que bochecha, que também significa uma direção qualquer
entre a proa e o través.

PARTESDAEMBARCAÇÃO/DIRIREÇÕESRELATIVAS

000º

000º =PROA 315º 045º


BE
BO
CH

HA
045º =BOCHECHADEBE
EC

EC

PROA
HA

CH

090º =TRAVÉSDEBE
BO
BB

135º =ALHETADEBE
TRAVÉSBB TRAVÉSBE
270º 090º
180º =POPA
AL

225º =ALHETADEBB
BB

HE
TA

TA
HE

270º =TRAVÉSDEBB POPA


BE
AL

315º =BOCHECHADEBB
225º 135º

180º
Obs. Otravés não é uma parte daembarcação e simuma direção emrelaçãoa ela, direção esta que corres-
ponde a 090º emrelaçãoà pro.a

Alheta: são as partes curvas do costado de um bordo e de outro, próximas à popa.

Linha d’água: é uma faixa pintada no casco da embarcação, que representa a região
em que ela flutua. A linha de flutuação é a interseção entre o casco da embarcação e
a superfície da água em um determinado momento em que ela flutua.

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Obras-Vivas: É a parte do costado da embarcação que fica imerso na água, também
chamada de “Carena”.

Obras-Mortas: É a parte do costado (casco) da embarcação que fica acima da linha


d’ água (superfície da água).

Superestruturas: São as elevações construídas sobre o convés principal. Existem


vários tipos de superestrutura, como castelo e tombadilho, sendo a principal
denominada central.

Calado: É a distância vertical entre a superfície da água (linha d’água) e o plano da


quilha da embarcação. O calado máximo é quando a embarcação está com plena
carga e o calado mínimo, quando está leve, isto é, completamente descarregada.

O
brasM
ortas
,cos
tadooubordalivre
brasvivas C
O alado
Em navios mercantes nela ficam situados diversos compartimentos como: a
câmara do comandante, os camarotes, o refeitório, o escritório, a cozinha e o
camarim de navegação.
O casco é protegido total ou parcialmente por uma espécie de cerca que pode
ser toda metálica ou de madeira, denominada borda. Em outras embarcações a
proteção é feita com balaustradas formadas por balaústres e correntes nelas
passadas.

Principais Medidas Lineares de uma Embarcação


a) Comprimento total;
b) Boca;
c) Pontal; e
d) Contorno.

Comprimento Total: Distância horizontal medida entre as extremidades da


embarcação, na linha Proa-Popa.

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Boca: É a maior largura da embarcação.

Pontal: Distância vertical do plano Quilha–Convés.

Contorno: Medida de borda a borda, passando pela Quilha, geralmente da parte de


maior largura da embarcação.

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Principais peças da estrutura de uma embarcação

Quilha: Peça de madeira ou metal, que corre longitudinalmente no fundo da


embarcação e que sobre ela são fixadas as demais peças que compõem a estrutura
da embarcação, tais como: cavernas, roda de proa, cadaste, entre outras.

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Cavernas: Peças curvas de madeira ou metal, que fazem parte da estrutura da
embarcação, presas na Quilha e que dão o formato do costado da embarcação e que
sustenta diversas peças do costado e convés.

Roda de Proa: Peça da mesma madeira ou metal com que foi construída a Quilha,
fixada no extremo avante dela; dá à forma a proa da embarcação.

Cadaste: É também uma peça da mesma madeira ou metal da Quilha e se fixa no


extremo de ré.

Costado: É o forro exterior da embarcação.

Verdugos: São peças de madeira ou metal, fixas exteriormente no costado, no


sentido longitudinal e logo abaixo das falcas, servindo de proteção ao costado.

Leme: Peça de madeira ou metal, servindo para o governo de embarcação, é


geralmente constituído de uma só peça de madeira ou metal. Possui seguintes partes
(principais): Madre, Porta do Leme ou Saia e Cana do Leme.

Cana do Leme: Barra de madeira ou ferro, que se coloca na cabeça do leme e pela
qual se pode movimentá-lo e assim governar a embarcação.

Manobras com Embarcações


São muitas as possibilidades para se manobrar uma embarcação em caís,
quer para atracá-la, quer para desatracá-la ou simplesmente manobrá-la.
O tipo de embarcação, o vento, a corrente da maré, o tipo de leme e o número
de motores são fundamentais em uma manobra.
De uma maneira geral, para atracar levamos a embarcação com pouco
segmento, e fazendo um ângulo de cerca de 45º em relação ao cais.

Atracação: atracar é prender uma embarcação qualquer a um cais ou a outra


embarcação que já esteja atracada. Neste caso diz-se que a atracação foi a
contrabordo de outra.
A atracação de um navio faz-se por meio de cabos de grande bitola (espias).
Por exemplo, as espias de vante e de ré são chamados, respectivamente, lançantes
de vante e lançantes de ré.
O peso do navio e a força dos mares exigem a atuação de máquinas de
propulsão e alguns equipamentos de convés para a aproximação do navio até o local
da atracação.

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Desatracação: É a manobra inversa da atracação, ou seja, desamarrar o navio do


cais ou de outro navio.

Fundear ou ancorar: É a manobra de lançar uma âncora ao fundo para com ela
manter a embarcação segura e parada em determinado local no mar. Suspender é
içar a âncora, recolhendo a amarra do fundo, para permitir a movimentação do navio.
Deve-se fundear a embarcação de esporte e recreio, com a âncora Danforth,
evitando os fundeadouros de tença de areia dura. Deve-se evitar fundear em área
onde o espaço de giro da embarcação seja limitado.
As fainas de fundear ou suspender devem ser feitas sempre observando as
condições de vento, corrente e maré, procurando afilar-se ao que predominar mais.

Cabrestante: É um aparelho constituído por um tambor de eixo vertical, normalmente


acionado por motor elétrico ou manualmente, destinado a içar amarras e a puxar
espias durante a atracação e a desatracação. Serve também para efetuar outras
manobras de peso.

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Cabeço: É uma coluna de aço montada no convés ou no cais, podendo ser singelo
ou duplo.

Cabeço Singelo ou Duplo: Serve para fixação da alça de uma espia da


embarcação, ou da boça de uma embarcação miúda ou no cais.

Buzina: É uma peça de aço robusta colocada na borda para servir de guia aos cabos
de amarração dos navios.

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Croque: Gancho de metal, com cabo de madeira, servindo para aguentar atracada
uma embarcação e auxiliá-la a atracar ou largar do cais ou de outra embarcação.

Defensas: São peças ou equipamentos utilizados para proteger o costado das


embarcações, contra impactos durante as atracações e desatracações.

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Âncoras ou ferros
São peças de peso destinadas a segurar a embarcação prendendo-a ao fundo
e evitando que seja arrastada pela força da correnteza ou do vento. São utilizadas
nas fainas de fundeio e suspender das embarcações.
Nas embarcações pequenas o fundeio é bem simples, uma vez que um peso
amarrado a um cabo ou corrente é suficiente para prender temporariamente a
embarcação no local desejado.
Ancora Tipo “Danforth” - tem grande poder de unhar, braços móveis e peso
reduzido, sendo ideal para embarcações pequenas.
Principais Modelos de Âncoras

“Almirantado” “Danforth”

“Bruce”

“Garatéia”

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Cabos (Espias) de Atracação


São aqueles que servem para prender a embarcação ao cais. Recebem
nomes de acordo ao seu posicionamento saindo da embarcação (são conhecidos
também como espias).

Classificação dos cabos de atracação

1 - Lançantes
São os cabos que saem na direção das extremidades da embarcação (proa e
popa). São divididos em:

1.1 - Lançante de proa (dizendo para avante): Tem a função de impedir que a
embarcação movimente-se para ré: e

1.2 - Lançante de popa (dizendo para ré): Tem a função é impedir que a
embarcação movimente-se para avante.

2 - Espringues
São os cabos que saem em direções contrarias das extremidades da
embarcação (proa e popa). São nomeados de:

2.1 - Espringue de Proa (dizendo para ré): Tem a função de impedir que a
embarcação movimente para avante; e

2.2 - Espringue de Popa (dizendo para avante): Tem a função de impedir que
a embarcação movimente-se para ré.

3 - Través
São os cabos que saem perpendicular à embarcação, aproximadamente na
altura do seu meio; têm o papel de aproximá-la do cais e também impedir que abra do
mesmo. Devido à oscilação da maré, o través só deve ser utilizado em cais flutuante
ou a contrabordo (ao lado) de outra embarcação.

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CABOSDEA
TRACAÇÃO

MAR
BE
1-L
ANÇANT
EDEPROA E
M B
ARCA
Ç Ã
O
BB
2-E
SPR
INGU
E D
E P
ROA
3-T
RAV
ÉS
4-E
SPR
INGU
E D
E P
O P
A
5-L
ANÇANT
EDEPOPA 1 2 3 4 5
CA
IS

Trabalhos Marinheiros
O termo “Trabalhos do Marinheiro” ou “Obras do Marinheiro” se refere os
diferentes trabalhos de bordo pelos quais os cabos e as lonas se prendem, são
emendados ou se fazem fixos, ou, ainda, são preparados para qualquer aplicação em
manobras diversas nas embarcações, entre elas, as manobras de atracação e
desatracação.

Nós e Voltas
Nós e voltas são os diferentes entrelaçamentos feitos a mão e pelos quais os
cabos se prendem pelo chicote ou pelo seio.
Se os nós e voltas são dados corretamente aumentam a resistência quando se
porta pelo cabo; entretanto, podem ser desfeitos com facilidade pelas pessoas.
No caso de serem mal feitos, podem recorrer no momento em que é aplicado
um esforço sobre o cabo, como também pode ocorrer dificuldades para desfazere-los,
pois, na maioria dos casos, por terem sidos mordidos.

Nós e Voltas mais usados nas fainas marinheiras

Voltas
São dadas, com o chicote ou com o seio de um cabo, em torno de um objeto
qualquer.

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Meia-Volta
É a volta usada comumente nos embrulhos, a qual se dá com o chicote de um cabo e
pode-se desfazer facilmente.

Nó “Lais de Guia”
É um dos mais usados em todas as fainas marinheiras, pois é dado com
presteza e nunca recorre. Possui a fama de ser o “Rei dos Nós”.
Trata-se de um nó que garante uma alça segura, substituindo a mão ou alça de
uma espia.

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Nó de ”Azelha”
É uma simples laçada pelo seio, podendo ser usada para fazer uma marcação
num cabo, ou selar uma parte do cabo que esteja coçada (ferida em consequência de
atrito).

Nó “Direito”
É um dos nós mais fáceis de fazer, por essa razão é usado com muita
freqüência para unir cabos de bitolas iguais, por isso é considerado o mais seguro
dos nós.

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Nó “Volta de Fiador”
É Uma volta que lembra o número oito. É dada, por exemplo, no chicote do tirador de
uma talha, a fim de não deixar desgurnir; para este fim é superior à meia-volta, pois
não fica mordido, sendo desfeito mais facilmente.

Nó “Volta de Fiel”
São dois cotes dados um contra o outro, de modo que os dois chicotes saiam
por entre eles e em sentidos contrários. Ele também é conhecido como “Nó de Porco”

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Voltas de Malagueta
É mais usada em barcos ou embarcações a vela, e a utilidade da volta é dada
no cabeço em cruz.

Voltas Falidas
São muito usadas nas atracações, desde que o cabeço seja duplo.

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Cunho
É um componente no qual fixamos muitos cabos a bordo inclusive junto aos
mastros para a fixação de adriça (cabo de içamento) da bandeira.

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Manobras de Atracação
Podemos atracar uma embarcação de diversas maneiras. A regra geral é com
aproximação em um ângulo de 45º em relação ao cais.

Atracação com vento ou corrente perpendicular ao cais por Barlavento (a favor do


vento):
Aproxima-se paralelo ao cais com baixa velocidade; o vento ou corrente
aproximará a embarcação ao cais, podendo, assim, passar os cabos de atracação.

Atracação com vento ou corrente perpendicular ao cais por Soltavento (contra o


vento):
Aproxima-se num ângulo de 45º. Logo que a bochecha tocar o cais, passa-se o
cabo Espringue de Proa, coloca-se o leme em direção contrária ao cais e máquinas
adiante devagar, haverá uma resistência fechando, assim, a popa da embarcação.

Atracação com o vento ou corrente paralelo ao cais:


Aproxima-se contra o vento ou corrente (o que for de maior intensidade) num
ângulo agudo, cerca de 30º, com máquina adiante devagar. Quando houver
condições favoráveis, passa-se o cabo Lançante de Proa e pára a máquina; o vento
ou corrente ajudará a encostar a popa da embarcação ao cais, podendo, assim,
completar a atracação passando o restante dos cabos necessários.

Tendências da embarcação conforme movimento do Hélice e Leme.


Uma embarcação com um hélice apenas, com rotação no sentido anti-horário,
com leme a meio, com seguimento (movimento) para ré, a proa guinará para boreste
lentamente.
Uma embarcação com um hélice, com rotação direita, com leme a boreste,
com seguimento e hélice em marcha avante, a proa guinará para boreste.
Uma embarcação com um hélice, com rotação direita, com leme a boreste,
com seguimento e hélice em marcha a ré, a proa guinará para boreste lentamente.
Uma embarcação com um hélice, com rotação direita, com leme a bombordo,
com seguimento e hélice em marcha avante, a proa guinará para bombordo.
Uma embarcação com um hélice, com rotação direita, com leme a bombordo,
com seguimento e hélice em marcha a ré, a proa guinará para boreste rapidamente.
Uma embarcação com um hélice, com rotação direita, com leme a meio,
partindo do repouso e hélice em marcha avante, a proa guinará para bombordo
lentamente.
Uma embarcação com um hélice, com rotação direita, com leme a boreste,
partindo do repouso e hélice em marcha avante, a proa guinará para boreste
lentamente.

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Uma embarcação com um hélice, com rotação direita, com leme a boreste,
partindo do repouso e hélice sem marcha a ré, a proa guinará para boreste
lentamente.
Uma embarcação com um hélice, com rotação direita, com leme a bombordo,
partindo do repouso e hélice em marcha avante, a proa guinará para bombordo
rapidamente.
Uma embarcação com um hélice, com rotação direita, com leme a bombordo,
partindo do repouso e hélice em marcha a ré, a proa guinará para boreste muito
lentamente.
Quando numa embarcação de dois hélices, um deles dá atrás e outro adiante,
com a mesma rotação, essa embarcação tende a girar a proa para o mesmo bordo do
hélice que dá ré.

Distribuição de peso na embarcação


“A má distribuição dos pesos pode causar uma deformação no casco da embarcação
no sentido do comprimento que provoca esforços de flexão chamados de
Alquebramento e Contra-alquebramento”.

Distribuição de pesos nos bordos da embarcação

A distribuição de pesos nos bordos da embarcação também deverá ser feito de


maneira adequada para evitar um lado receba mais peso do que o outro, causando
assim “Banda ou Adernamento” da embarcação, conforme ilustrado na figura abaixo.

Estabilidade
É a capacidade de recuperação ou de endireitamento que uma embarcação
possui para voltar à sua posição de equilíbrio depois de um caturro ou balanço
motivado por forças externas.

Caturro
É o movimento de oscilação vertical no sentido proa-popa e balanço, o
movimento de oscilação de um bordo para outro.
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Esforços estruturais longitudinais


Veremos a importância da distribuição longitudinal dos pesos por ocasião da
remoção, embarque e desembarque das mercadorias e as forças perturbadoras
causadas pelo efeito das ondas e pelo estado do mar conjugado à velocidade da
embarcação.

Alquebramento - É quando ocorre uma maior concentração de pesos nas


extremidades da embarcação (Proa e Popa) provocando uma curvatura longitudinal
com a convexidade para cima, conforme a figura nº 1 e 3 abaixo.

Contra-alquebramento (Tosamento) - É quando ocorre uma maior concentração de


pesos no centro da embarcação provocando uma curvatura longitudinal com a
convexidade para baixo; observe a figura nº 2 e 4 abaixo.

Figura nº 1 Figura nº 2

Figura nº 3 Figura nº 4

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Tim
Chamamos de Trim ou Compasso a diferença entre o calado à ré (Car) e o
calado avante (Cav).

A embarcação em relação ao Trim poderá está nas seguintes situações

a) Embarcação “Trimada”;
b) Embarcação “Abicada”; e
c) Embarcação “Derrabada”.

Embarcação “Trimada”
Quando ela está com o calado a ré (Car) é igual ao calado avante (Cav). Neste
caso, o Trim é Neutro.

Embarcação “Abicada”
Quando ela está com o calado avante (Cav) maior que o calado a ré (Car).
Assim, dizemos que a embarcação está com Trim pela proa e o Trim é Negativo.

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Embarcação “Derrabada”
Quando ela está com o calado a ré (Car) maior que o calado avante (Cav).
Neste caso, dizemos que a embarcação está com Trim pela popa e o Trim é
Positivo.

Na figura abaixo, veremos com mais clareza as três (3) situações acima
descritas.

Considerações importantes de Embarcações e Manobras

- A temperatura e a salinidade da água não alteram as condições de manobra da


embarcação.
- O hélice é uma estrutura metálica, que possui pás e serve para movimentar a
embarcação através de seu próprio giro, acoplado através de um eixo longitudinal a
um motor.

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- As âncoras são peças metálicas, capazes de prender no fundo, para permitir que a
embarcação se mantenha fundeada, ou seja, sem se deslocar da posição.
- As amarras são elos ou cabo que serve para prender a âncora ao paiol da amarra
ou ao convés da embarcação.
- As fainas de fundear ou suspender devem ser feitas sempre observando as
condições de vento, corrente e maré, procurando afilar-se ao que predominar mais.
- Uma das condições que não é necessária para caracterizar um bom fundeadouro é
ter um espaço limitado para não se fundear fora da área permitida.
- Havendo correnteza no local, que se vai atracar uma lancha, devemos aproveitar
seu efeito e atracar contra a correnteza, passando-se um cabo dizendo para vante e
outro dizendo para ré.
- Para desatracar a embarcação devemos largar os cabos de ré, procurando
manobrar para abrir a popa e com, o motor dando atrás, aproveitar o efeito do leme
para afastar a popa e então largar os cabos de vante.
- A bóia de arinque é utilizada para indicar o local onde a âncora ficou presa no fundo.
- São partes do leme: madre, cana e porta.
- Numa atracação, com vento ou corrente perpendicular ao cais, com aproximação a
barlavento, deve-se aproximar com a embarcação paralela ao cais, com pouco
seguimento.
- Numa atracação, com vento ou corrente perpendicular ao cais, com aproximação a
soltavento, deve-se aproximar com a embarcação com um ângulo aproximado de 45º
com cais.
- Numa atracação com vento ou corrente, paralelos ao cais, deve-se aproximar com a
embarcação sempre contrária ao vento ou corrente, com ângulo agudo ao cais.
- Para se largar do cais, sem vento e sem corrente, deve ser feita com o leme
contrário ao cais e máquina devagar adiante, largar todas as espias, exceto a de ré,
que esteja dizendo para vante.
- Para se largar de um cais, com vento e corrente pela proa, deve ser feita largando
todas as espias, exceto a que diz para vante, na popa, mantendo o leme contrário ao
cais.
- Para se largar de um cais, com vento corrente pela popa, deve ser feita largando
todas as espias, exceto a que diz para ré, na proa, mantendo o leme na direção do
cais.
- Deve-se fundear a embarcação de esporte e recreio, com a âncora Danforth,
evitando os fundeadouros de tença de areia dura.
- A regra simples para se determinar a quantidade de amarra a se largar num fundeio
normal é de, no mínimo, três (3) vezes a profundidade local.
- Quando houver risco de mau tempo ou o fundeio for muito demorado, a regra para
se largar a amarra, com segurança da embarcação não sair da posição é de 5 vezes
a profundidade local.
- Para se pegar uma bóia, para amarrarmos uma embarcação, devemos proceder
aproados a ela, com pouco seguimento.

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Agosto/2020
- A tença é um tipo de fundo (qualidade). Exemplo: Areia, lama, cascalho, Pedra...etc.
- Deve-se evitar fundear em área onde o espaço de giro da embarcação seja limitado.
- Para se suspender de um fundeadouro, devemos ir recolhendo a âncora, com
máquina devagar adiante, caso a amarra esteja tesada para vante.
- Uma embarcação no visual da minha, para existir, com certeza, o risco de colisão,
deverá apresentar a situação de marcação constante e distância diminuindo.
- Para fundear deve-se inverter a máquina e quando estiver caindo a ré, largar
âncora.
- Para se fundear com correnteza e vento, deve-se aproar ao vento, caso a
embarcação tenha uma estrutura alta no convés.
- Quando duas embarcações navegam num canal estreito, em rumos opostos,
aproximando-se, ambos devem tomar a margem de seu boreste.
- São correlação corretas: Boreste – lado direito da embarcação; Bombordo – lado
esquerdo da embarcação: A Vante – fica na frente; e A Ré – fica atrás.
- O Centro de Gravidade (CG) de uma embarcação tem influência fundamental em
sua estabilidade. Quanto mais baixo o CG for, a embarcação será instável.
- O modelo de âncora “BRUCE” tem grande poder de unhar e que atualmente vem
tendo ótima aceitação entre embarcações de esporte e recreio.

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Agosto/2020

CAPÍTULO 3

NAVEGAÇÃO, MARÉS e PUBLICAÇÕES NÁUTICAS

Navegação
É a ciência de conduzir uma embarcação de uma posição a outra, tendo o
conhecimento de posição a qualquer instante de sua travessia.

Navegar
É partir de um ponto conhecido e chegar a outro, com segurança.

Rumo
É uma linha traçada na carta náutica, com direção e sentido definidos. Uma
embarcação para ir de um ponto a outro, deve seguir um rumo.

Tipos de Rumos
a) Rumo Verdadeiro (Rv): É o ângulo entre o Norte Verdadeiro e a proa da
embarcação. É contado de 000º a 360º no sentido horário.

b) Rumo Magnético (Rmg): É o ângulo entre o Norte Magnético e a proa da


embarcação. É contado de 000º a 360º no sentido horário.

Áreas de Navegação.
- Área de Navegação “Interior 1”: É aquela realizada em águas abrigadas, tais como
lagos, lagoas, baías, rios e canais, onde normalmente não sejam verificadas ondas
com alturas significativas que não apresentem dificuldades ao tráfego das
embarcações (Habilitações: Arrais-Amador, Veleiro ou Motonauta).

- Área de Navegação “Interior 2”: É aquela realizada em águas parcialmente


abrigadas, onde eventualmente sejam observadas ondas com alturas significativas
e/ou combinações adversas de agentes ambientais, tais como vento, correnteza ou
maré, que dificultem o tráfego das embarcações (Habilitações: Arrais-Amador, Veleiro
ou Motonauta).

- Área de Navegação “Costeira”: É aquela realizada entre portos nacionais e


estrangeiros dentro do limite da visibilidade da costa, não excedendo a 20 milhas
náuticas (Habilitação: Mestre-Amador);
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Agosto/2020

- Área de Navegação “Oceânica”: É aquela realizada entre portos nacionais e


estrangeiros fora dos limites de visibilidade da costa e sem outros limites
estabelecidos (Habilitação: Capitão-Amador). Também denominada de navegação
“Sem Restrições (SR)”.

Tipos de Navegação
Navegação “COSTEIRA”: É aquela feita a vista de terra, usando os Acidentes
Geográficos Naturais e Artificiais conhecidos (Montanha, Ilhas, Faróis, Edifícios, etc.).

Navegação “ESTIMADA”: É feita a vista de terra ou não, mas é aquela em que


usamos somente os dados de Bordo, Rumo, Tempo, Distância percorrida a partir da
última posição conhecida.

Navegação “ASTRONÔMICA”: É feita através da observação do sol, planetas e


estrelas. Normalmente é empregada em longas travessias longe de terra.

Navegação “ELETRÔNICA”: É feita através de equipamentos eletrônicos como Sat-


Nav, GPS, Radar, rádio gônio, etc.

Marés
São os movimentos verticais das águas do mar influenciados pela lua (Astro
influenciador principal), e, secundariamente, pelo sol.

Classificação das Marés


Maré de Enchente: Movimento ascendente das águas.

Maré de Vazante: Movimento descendente das águas.

Momentos das Marés


São os períodos (momentos) que as marés atingem seus níveis mais altos e
mais baixos, como também o breve momento que não há movimento das águas. São
esses os momentos da maré:
Preamar: Nível máximo de maré de enchente.
Baixamar: Nível máximo de maré de vazante.
Estofo de Maré: É um breve período (momento) em que a Maré não apresenta
movimentos verticais e que nenhuma modificação nos níveis da água pode ser
notada.

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Agosto/2020
Amplitude de Maré: É a variação dos níveis de água, entre a preamar e a
baixamar.

Tipos de Marés
No que se referem às amplitudes, as marés são tipificadas em:

a) Maré de Sizígia: É o tipo de Maré que ocorre quando a Lua e o Sol estão no
mesmo alinhamento com a Terra.
Essa maré também é conhecida como “Maré de Águas Vivas” e é nela que
acontecem as Marés de máximas amplitudes.

b) Maré de Quadratura: É o tipo de Maré que ocorre quando a Lua e o Sol estão
posicionados em um ângulo de 90º com a Terra.
Essa maré também é conhecida como “Maré de Águas Mortas” e é nela que
acontecem as Marés mínimas amplitudes.

Publicações Náuticas

Carta náutica: É a representação plana de um trecho da superfície da Terra


apresentando partes de água e de litoral.
Nas Laterais das cartas náuticas estão representadas as Latitudes e nas
partes de cima e de baixo, as Longitudes.

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Agosto/2020
Rosa dos Ventos é um círculo existente nas cartas náuticas, onde constam os
rumos de 000º a 360º, que o navegante utiliza para direcionar o seu rumo definido
para a sua navegação.

Catalogo das Cartas: Publicação que contém a relação de todas as Cartas Náuticas
editadas no Brasil.

Carta 12.000: É a publicação que apresenta o significado de todos os símbolos,


termos e abreviaturas encontradas nas cartas náuticas brasileiras.

Roteiro: É em publicação que contêm as informações úteis ao navegante, tais como:


 Descrição da Costa;
 Demanda e recursos dos portos e fundeadouros;
 Perigos; e
 Informações meteorológicas, etc.

O Roteiro é dividido em trechos, que são eles:


 Costa Norte
 Costa Leste
 Costa Sul e Rios.

Lista de Auxílios Rádio: É aquela que reúne todas as informações importantes


sobre os serviços-rádio de auxílio à navegação marítima na costa brasileira.

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Lista de Faróis: É a que contém informações referentes aos Faróis, Radiofaróis,
Aerofaróis, Barcas-faróis, Faroletes, etc., da costa brasileira.

Tábua de Marés: É a publicação que divulga as horas das preamares e baixamares,


com também as alturas de marés para cada dia do ano, nos principais portos
brasileiros e em alguns estrangeiros, com Edição Anual.

Aviso aos Navegantes: É a publicação que relaciona todas as alterações ocorridas


de interesse ao navegante, com Edição Quinzenal.

Boletins Meteorológicos: São informativos com informações sobre as condições de


tempo.

Considerações importantes de Navegação, Marés e Publicações Náuticas

- As cartas náuticas, como também as demais publicações náuticas, são editadas


pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), Órgão da Marinha do Brasil.
- As cartas náuticas servem para orientar o navegador a se deslocar com sua
embarcação, em determinada área, apresentando tudo que for necessário para sua
segurança.
- As coordenadas de um ponto, na carta náutica, são as latitudes e longitudes deste
ponto.
- O rumo da embarcação é a direção que um navegador toma para, a partir de um
ponto qualquer, chegar a outro e o instrumento de navegação mais usado para traçá-
lo, na carta náutica é a régua paralela.
- As distâncias, na carta náutica, são medidas em escala de Latitude e são expressas
em milhas náuticas.
- Os rumos, nas cartas náuticas, variam de 000º à 360º e são orientados a partir de
um ponto de partida, até o ponto de chegada. O instrumento de navegação que é
utilizado para medir as distâncias entre estes pontos é compasso de navegação.
- Os símbolos e abreviaturas das cartas náuticas servem para padronizar a utilização
e a interpretação das informações contidas nas cartas náuticas.
- A grande escala é a que o navegador utiliza nas cartas náuticas, para obter maiores
detalhes e uma navegação segura, em trechos de águas interiores.
- Quando observamos, na carta náutica, a escala 1:3000, isto que dizer que a carta
reduz, o trecho nela mostrado, em 3000 vezes.
- As profundidades das cartas náuticas são medidas em metros e decímetros.

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- Em meteorologia, “Frente Oclusa” é aquela que ocorre quando uma frente fria
alcança uma frente quente de superfície.
- Num centro de alta pressão, as pressões aumentam da periferia ao centro.
- Quando a velocidade do vento é irregular com flutuações rápidas em períodos e
intensidade, é usado o termo “Rajadas”.
- “Cavado” é um fenômeno/sistema meteorológico que é caracterizado por desvio do
vento, aumenta de temperatura, melhoria de visibilidade e rápida dissipação de
nuvens.
- A inversão devido ao resfriamento noturno próximo ao solo chama-se “Inversão da
Radiação”.
- A Temperatura de Superfície do Mar (TSM) tem muita importância na interação
oceano-atmosfera porque a influencia de forma bastante significativa no
“Resfriamento do Ar”.
- Entre os ventos que ocorrem em nosso planeta, os mais constantes são os “Ventos
Alísios”.
- A “Troposfera” é zona divisória entre a baixa atmosfera e a atmosfera superior.
- No hemisfério sul, os ciclones extratropicais sopram no sentido “Horário”.
- Chama-se de “Nevoeiro Frontal”, o nevoeiro formado pela evaporação da chuva
dentro da massa de ar mais frio sob o declive frontal.
- Quanto maior a distância entre as isóbaras ocorrerá “menor a intensidade do vento”.

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Agosto/2020

CAPÍTULO 4

BALIZAMENTO

Histórico e Generalidades
Até 1976 o sistema de balizamento era de acordo com as conveniências dos
países que o aplicavam; até então, existiam mais de 30 sistemas diferentes, que
causavam muita confusão e, consequentemente, ocasionavam muitos naufrágios.
Para solucionar o problema foi criando o sistema de balizamento da IALA
(International Association of Ligthouse Authorities), que foi dividido em dois sistemas,
os quais são: Sistema IALA “A” e Sistema IALA “B”.
A única diferença entre estes sistemas está no balizamento lateral. No sistema
“A” o verde é deixado por boreste (BE) para quem vem do mar enquanto no sistema
“B”, o encarnado que é deixado por boreste para quem vem do mar. O Brasil adotou
o sistema IALA “B”.
O sistema de balizamento da IALA é constituído pelos sinais laterais, de canal
preferencial, perigo isolado, águas seguras, cardinais e especiais.
É expressamente proibida a colocação de bóias e balizas sem prévio
consentimento, aqui no Brasil, da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN). As
bóias de balizamento não podem ser usadas para nenhuma outra finalidade sob
nenhum pretexto.

Balizamento
É o conjunto de regras aplicadas aos sinais fixos e flutuantes, visando a indicar
as margens dos canais, as entradas de portos, de rios ou de qualquer via navegável,
além de delimitar áreas perigosas ou perigos isolados. Entretanto, não se aplica a
faróis, barcas faróis, sinais de alinhamento e bóias-gigantes.

Bóias
São dispositivos flutuantes que podem exibir luz (luminosas) ou não (cegas).

Balizas
São dispositivos feitos de ferro ou de concreto que contêm um objeto em seu
tope (parte mais alta) de forma geométrica variável e não apresentam luz.

Identificação dos sinais de balizamento


A identificação dos sinais, durante o dia é feita por meio de forma geométrica
de tope (marca de tope), formato da bóia ou baliza e cor.
Já durante a noite, é feita pela cor e ritmo de apresentação das luzes.

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CDM - Camamu Despachos Marítimos - Entidade Náutica
Agosto/2020
O sistema de balizamento poderá ser dotado de um dispositivo denominado
“racon”, que emite um sinal na tela do radar facilitando a sua identificação.
A bordo de uma embarcação as cores das luzes de navegação dos bordos
são: Verde para boreste (BE) e Encarnada para bombordo (BB).
No sistema IALA “B”, quem vai para o mar deixa os sinais encarnados por
BB e os verdes por BE. Esta simples regra de coincidência de cores dos sinais de
balizamento e das luzes da embarcação permite que o navegante manobre sua
embarcação cumprindo as normas de balizamento.
De forma inversa, aquele que vem do mar deixa os sinais encarnados por BE e
os verdes por BB. (entra solteiro e sai casado)

Sinais de Boreste: Para serem deixadas por boreste por que entra nos portos.
 Quando luminosa, a bóia exibe luz de cor encarnada.
 Formatos das estruturas dos sinais de Boreste: Cônico, pilar ou charuto.
 Marca de tope: Pequena estrutura na parte superior do sinal, em formato de
uma figura de um cone encarnado com a base para baixo.

Lp. E.

Sinais de Bombordo: Para serem deixadas por bombordo por que entra nos portos.
 Quando luminosa, a bóia exibe luz de cor verde.
 Formatos das estruturas dos sinais de Boreste: Cilíndrico, pilar ou charuto.
 Marca de tope: Pequena estrutura na parte superior do sinalem formato de
uma figura de um cilindro verde.

Lp. V.
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Boias de Canais preferenciais


Quando ao longo de um canal, o navegante se depara com uma bifurcação, ou
seja, o canal se divide em dois canais, vai ser necessária à indicação do canal mais
profundo. Em outras palavras, o canal preferencial para o navegante seguir com
maior segurança.
Essa situação se utiliza as bóias de “CANAL PREFERENCIAL”, que são elas:

Preferencial a Boreste
Bóia verde com uma faixa encarnada,
indicando a bifurcação e que o canal de
boreste é mais profundo.

Quando luminosa, a bóia exibe luz verde.

Marca de tope: um cilindro verde.

Lp. (2+1) V.

Preferencial a Bombordo

Bóia encarnada com uma faixa verde,


indicando a bifurcação e que o canal de
bombordo é mais profundo.

Quando luminosa, a bóia exibe luz encarnada.

Marca de tope: um cone encarnado com a


base para baixo.

Lp. (2+1) E.

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Perigo Isolado
O sinal de perigo isolado é aquele construído sobre, ou fundeado junto ou
sobre um perigo que tenha águas navegáveis em toda a sua volta.
 Quando luminosa, a bóia exibe luz branca com dois lampejos por período.
 Cor: preta com uma ou mais faixas largas horizontais encarnadas.
 Formatos: Cilíndrica, Pilar ou Charuto.
 Marca de tope: duas esferas pretas, uma sobre a outra.

Lp. (2) B.

Balizamento Especial
Sinais que não são primordialmente destinados a orientar a navegação, mas
que indicam uma área ou característica especial mencionada em documentos
náuticos apropriados.
Exemplo:
Bóias oceanográficas; sinais de separação de tráfego, onde o uso de
sinalização convencional de canal possa causar confusão; área de despejos; área de
exercícios militares; cabo ou tubulação submarina; área de recreação; prospecções
geológicas; dragagens; varreduras; ruínas; áreas de segurança e outros fins
especiais.
• Cor: amarela
• Formato: opcional, mas sem conflitar com os outros
sinais.
• Marca de Tope (se houver): formato de X amarelo.
• Luz (quando houver): cor amarela.

Lp. A.
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Agosto/2020
Águas seguras
Sinais que Indicam águas navegáveis em torno do sinal; incluem sinais de
linha de centro e sinais de meio de canal.
Tal sinal pode também ser usado, como alternativa, para um cardinal ou lateral
indicar uma aproximação de terra.
Quando luminosa, a bóia exibe luz branca isofásica ou de ocultação ou de
lampejo longo a cada 10 segundos ou em código Morse exibindo a letra A.
• Cor: faixas verticais encarnadas e brancas.
• Formato: esférico; pilar ou charuto exibem tope esférico.
• Marca de Tope (se houver): uma esfera encarnada.
• Luz (quando houver): Cor branca.

Iso B.
Mo (A)

Sinais Cardinais
São os sinais náuticos empregados para indicar ao navegante onde (em que
direção) pode encontrar águas seguras, ou seja, que a partir daquele quadrante
existem águas seguras.
Apresenta como características principais:
 Cores: amarela e preta.
 Marca de Tope: dois cones pretos no tope.
 Luz, à noite: Cor branca.

Os Sinais Cardinais são divididos em 4 tipos, são eles:

Cardinal NORTE (N) - o quadrante de águas seguras para a navegação encontra-se


ao Norte do sinal náutico.
N

NW NE
 Cores: Preto sobre o
Amarelo.

 Marca de Tope: dois cones


pretos, um sobre o outro,
com os vértices para cima. Lp. B.

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Agosto/2020
Cardinal NORTE (S) - o quadrante de águas seguras para a navegação encontra-se
ao Sul do sinal náutico.

 Cores: Amarelo sobre o Preto.

 Marca de Tope: dois cones


pretos, um sobre o outro, com
os vértices (ponta) para
baixo.
Lp. (6) B. + Lp. 10s
SW SE

Cardinal LESTE (L) - o quadrante de águas seguras para a navegação encontra-se a


Leste do sinal náutico.
NE
 Cores: Preto nas extremidades e o Amarelo no
meio.

 Marca de Tope: dois cones pretos, um sobre o


outro, base a base.
E

Lp. (3) B.

SE

Cardinal OESTE (W) - o quadrante de águas seguras para a navegação encontra-se


a Oeste do sinal náutico.
NW  Cores: Amarelo nas extremidades e o Preto
no meio.

 Marca de Tope: dois cones pretos, um sobre


o outro, vértice (ponta) com vértice.

W
Sinal náutico
L p . (9 ) B .

SW

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Balizamento Fluvial
O Balizamento Fluvial é utilizado como orientação ao navegante em rios, lagos
e lagoas, a fim de evitar o abalroamento e acidentes entre embarcações.
É estabelecido a partir da foz, no sentido contrário à corrente das águas, isto é,
de jusante para montante.

Definições
Jusante: É a direção para onde vão as águas da corrente fluvial;

Montante: É a direção de onde vêm as águas da corrente fluvial.

Margem Esquerda: É aquela situada à esquerda do navegante voltado para jusante


ou do navegante que desce o rio.

Margem Direita: É aquela situada à direita do navegante voltado para jusante ou do


navegante que desce o rio.

O sinal de balizamento fluvial que indica o fluxo de navegação (mão única e


mão dupla) é representado por Losangos Amarelos.
Numa ponte que atravessa o rio, ao observarem-se dois Losangos Amarelos,
um ligado ao outro pelos pontos laterais, isto significa que o tráfego é permitido com
sentido único.

Numa ponte que atravessa o rio, ao observar-se um Losango Amarelo, isto


significa que o tráfego é permitido nos dois sentidos.

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Agosto/2020
Quando as características da hidrovia impedirem a utilização dos sinais
flutuantes, revistos para o balizamento marítimo (pelo estreitamento do curso pela
sinuosidade ou qualquer outra razão) serão usadas sinalizações por meio de sinais
fixos.

S IN A IS D E M A R G E M D IR E ITA

= C A N A L JU N T O À M A R G E M

H = C A N A L A M E IO D O R I O
H
X = M UDANÇA DE M ARGEM
X
Y = B IF U R C A Ç Ã O D E C A N A L

+ Y
= PPEERRIG
IGOO
+ +
TRÁFEG O +
P R O IB ID O
P IL A R D E
PONTE A BE

P E R IG O
À VA N T E

TRÁFEG O NOS
D O IS S E N T ID O S

TRÁFEG O EM
U M S Ó S E N T ID O

Sinais da Margem Direita Sinais da Margem Esquerda

B A L IZ A M E N T O F L U V IA L

IL H A D O
C A JÚ
LAGOA
B O N IT A

K M 3 21

H H
LAGO
O BS: O S NO M ES D OS AZUL
A C ID E N T E S G E O G R Á FI- Y
C O S S Ã O F IC T ÍC IO S
S IN A IS D E M A R G E M D IR E ITA H
= C A N A L JU N T O À M A R G E M S IN A IS D E M A R G E M
ESQUERDA
H = C A N A L A M E IO D O R IO

X = M UDANÇA DE M ARGEM +
+ H
Y = B IF U R C A Ç Ã O D E C A N A L
X
+
X
= PPEERRI IG
G OO
+ Y
TRÁFEG O PONTE
+
P R O IB ID O +
P IL A R D E
PONTE A BE
Montante

P E R IG O
À VA N T E X
RI
O
DA Magem
S
TRÁFEG O NO C OS d ire it a
D O I S S E N T I D O BSR A
S
M a rg e m
e sq u e rd a
L
A

TRÁFEG O EM
RE

U M S Ó S E N T ID O
O
RI

+
+
P t a . d a A r e ia
P ta .
F a lsa

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Considerações importantes de Balizamento

- São situações normalmente indicadas por balizamento os perigos naturais, limites


laterais dos canais, zonas de acidentes marítimos importantes e novos perigos.
- São sinais de balizamento: sinais laterais e sinais especiais; sinais cardinais e sinais
laterais; sinais de perigo isolado e sinais cardinais.
- A identificação dos sinais durante o dia é feita por marca de tope, forma e cor.
- A bóia cega é que não emite luzes.
- A identificação do balizamento, à noite, é feita por ritmo de apresentação e cores
das luzes.
- O sistema de balizamento poderá ser de um dispositivo chamado Racon que é um
sistema que emite um sinal na tela do radar e que facilita, portanto, a sua
identificação.
- O único caso em que utilizamos um balizamento dobrado, com dois sinais iguais é
no caso de perigo isolado não registrado na carta náutica.
- O sinal lateral de canal que fica a boreste de quem entra no porto tem a cor
encarnada.
- A bóia de bombordo emite luz, à noite, de cor verde.
- O sinal lateral de canal que fica a bombordo, de quem entra no porto, tem a cor:
verde.
- A bóia de boreste emite luz, à noite, de cor encarnada.
- O balizamento que indica águas seguras, possui as cores branca e encarnada.
- O balizamento que indica perigo isolado, possui as cores preta e encarnada.
- O balizamento que indica qual o quadrante que, a partir dele, temos águas seguras,
tem as cores amarela e preta.
- O balizamento de canal preferencial, tem as cores: verde e encarnada.
- À noite, a cor das luzes de sinais cardinais, perigo isolado e águas seguras são
brancas.
- As bóias do balizamento podem ser cegas ou luminosas.
- À noite, a cor da luz emitida, pelo balizamento de canal preferencial a boreste é
verde.
- À noite, a cor da luz emitida, pelo balizamento de canal preferencial a bombordo é
encarnada.
- A numeração do balizamento de canal segue a ordem crescente, a partir da entrada
do canal.

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- Uma bóia com cor preta e uma ou mais faixas horizontais encarnadas indica perigo
isolado.
- Uma bóia com cores brancas e encarnadas em faixas verticais, indica águas
seguras.
- Os formatos das bóias laterais de canal são: cilíndrico, pilar, charuto ou cônego.
- No balizamento de uma hidrovia, ao observar-se um sinal “X” numa placa, à
margem do rio, significa trocar de margem.
- No balizamento de uma hidrovia, ao observar-se um sinal “H” numa placa, à
margem do rio, significa seguir meio do canal.
- No balizamento de uma hidrovia, ao observar-se um sinal “Y” numa placa no rio,
significa bifurcação de canal.
- No balizamento de uma hidrovia, ao observar-se um sinal “+” (uma cruz) numa placa
no rio, significa perigo isolado.
- Numa ponte que atravessa o rio, ao observar-se um retângulo pintado de vermelho,
isto significa que o tráfego está à esquerda de quem desce ou sobe o rio.
- Numa ponte que atravessa o rio, ao observar-se um retângulo vermelho com uma
faixa larga horizontal branca no meio, isto significa que o tráfego está proibido.
- Uma bóia, à noite, emitindo uma luz amarela, pode significar área de recreação.
- À noite, foi avistada uma luz verde piscando e, pela carta náutica, verificou-se a
aproximação da entrada de um porto, isso significa que estamos diante de um sinal
de Bombordo e o seu formato é cilíndrico.
- Durante o dia, observou-se uma haste em forma de pilar, com duas esferas pretas
na sua parte de cima, significa que estamos diante de um perigo isolado.
- O balizamento de interior de porto obedecerá a regras definidas e deverá ser
utilizado, pelo navegante, como orientação para uma navegação segura.

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CAPÍTULO 5

RIPEAM

Definição de RIPEAM
É o “Regulamento internacional para Evitar Abalroamento no Mar (RIPEAM)”,
que consiste em uma série de regras convencionadas, ou seja, discutidas em
reuniões com vários países membros da Organização Marítima Internacional (IMO)
e que padronizam as ações e manobras, a fim de evitar acidentes envolvendo mais
de uma embarcação.

Em resumo, o RIPEAM tem por finalidade evitar o abalroamento no mar,


utilizando-se regras internacionais de navegação, luzes e marcas e, ainda, sinais
sonoros.

Luzes de Navegação
As Luzes de Navegação, determinadas pelo RIPEAM devem ser exibidas, nas
embarcações, durante o período de visibilidade restrita e durante todo o período do
por ao nascer do sol.

Tipos de Luzes de Navegação

Luz de Mastro: Luz branca contínua sobre a linha de meio navio, visível num setor
de 225º.

Luzes de Bordos: Luz contínua, verde a boreste e encarnada a bombordo, visíveis


num setor de 112º,5 de cada bordo.

Luz de Alcançado: Luz branca contínua localizada na popa da embarcação visível


num setor de 135º.

Luz de Reboque: Luz amarela contínua, visível no mesmo setor da luz de alcançado
(135º).

Luz Circular: Luz contínua visível em um arco de horizonte de 360º.

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Definições e Sinais previstos no RIPEAM

Visibilidade Restrita
É a visibilidade prejudicada por alguns fenômenos da natureza, tais como:
névoa, nevada, nevoeiro, tempestades de areia, chuvas pesadas e outras causas
semelhantes.

Embarcação no Visual
É quando uma embarcação pode ser observada pela outra visualmente.

Embarcação Manobradora
É aquela que não tem preferência de passagem e que deverá tomar uma ação
e manobrar, quando avistar a outra pelo seu boreste.

Embarcação Privilegiada ou Preferenciada


É aquela que tem o direito de passagem, ou seja, pode prosseguir sem
necessidade de manobrar (que avista a outra pelo seu bombordo).

Embarcação a Vela
É a embarcação cuja movimentação é impulsionada exclusiva à vela, tendo o
vento como propulsor.
Essas embarcações podem ser dotadas de um motor auxiliar de baixa
potência, tipo motor de popa, para ser usado no caso de vento fraco ou falta desse,
que comprometa a movimentação da embarcação.

Embarcação de Propulsão Mecânica


É aquela movimentada por meio de máquinas ou motores.
Quando em movimento, além das luzes de bordo e alcançado, exibirá uma luz
circular branca no mastro de vante e outra no mastro de ré, sendo que, a de ré
deverá estar mais alta que a de vante.
Embarcações com comprimento inferior a 50 metros não são obrigadas a
exibir a luz no mastro de ré.

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Embarcação Engajada na Pesca de Arrasto
É a embarcação em faina (trabalho/ serviço) de pesca com equipamento que
restrinja sua manobrabilidade (com equipamento de arrasto). Quando em movimento,
além das luzes de navegação e de alcançado, exibirá:

Luzes e Sinais exibidos:


- Durante a noite: três luzes circulares dispostas
verticalmente no mastro de vante, sendo uma luz
verde entre duas luzes brancas.
- Durante o dia: dois cones unidos pelo vértice.
Se menor de 20 metros, poderá exibir um
cesto.

Embarcação Engajada na Pesca Não de Arrasto


Esse tipo de embarcação, quando em movimento, além das luzes de
navegação e de alcançado exibirá:

Luzes e Sinais exibidos:


- Durante a noite: duas luzes circulares dispostas
verticalmente no mastro de vante, sendo uma luz
encarnada sobre uma luz branca.
- Durante o dia: dois cones unidos pelo vértice e
um cone com o vértice para cima.
Se menor de 20 metros poderá exibir um
cesto e um cone com o vértice para cima.

Embarcação Sem Governo


É a aquela que, por qualquer circunstância, se encontra incapaz de manobrar e
está incapacitada de se manter fora da rota de outras embarcações.

Luzes e Sinais exibidos:


- Durante a noite: duas luzes circulares
encarnadas dispostas verticalmente no mastro de
vante.
- Durante o dia: duas esferas pretas onde melhor
possam ser vistas.

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Embarcação Fundeada
A embarcação de comprimento inferior a 50 metros que estiver fundeada
exibirá:
Luzes e Sinais exibidos:
- Durante a noite: uma luz branca no mastro de
proa e outra no mastro de popa.
- Durante o dia: uma esfera preta onde melhor
possa ser vista.

Embarcação com Capacidade de Manobra Restrita


É toda aquela que, devido à natureza de seus serviços, entra-se restrita em
sua capacidade de manobra estando, assim, incapacitada de se manter fora da rota
de outras embarcações.
Luzes e Sinais exibidos:
- Durante a noite: três luzes circulares dispostas
verticalmente, no mastro de vante, sendo: duas
encarnadas e uma branca ao centro.
- Durante o dia: duas esferas pretas e dois cones
unidos pela base ao centro, onde melhor possam
ser vistos.
Exemplo: embarcação engajada na pesca,
em serviços de reboque, reabastecimento,
dragagem, levantamento hidrográfico, etc.

Embarcação com Capacidade de Manobra Restrita Devido ao seu Calado


Embarcação com propulsão mecânica que, devido ao seu calado em relação à
profundidade disponível, quando em movimento encontra-se com severas restrições
quanto a sua capacidade de desviar do seu rumo. Além das luzes de navegação e de
alcançado, exibirá:
Luzes e Sinais exibidos:
- Durante a noite: três luzes encarnadas
dispostas verticalmente no mastro de vante; e
- Durante o dia: um cilindro preto, onde melhor
possa ser visto.
Exemplo: embarcação de grande porte
navegando em um canal estreito.

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Reboque de Embarcações
São as manobras envolvendo embarcações, que consiste em uma
embarcação rebocando outra e/ou outras embarcações.

Os Reboques são classificados em duas (2) classes, conforme o comprimento


do seu cabo de reboque.
Quando em movimento, além das luzes de bordos e de alcançado, exibirá:

a) Reboque com cabo SUPERIOR a 200 metros:


Luzes e Sinais exibidos:
- Durante a noite: uma luz amarela (no mesmo setor da luz de alcançado); três luzes
circulares brancas, uma sobre a outra, no mastro de vante; e no mastro de ré uma luz
circular branca.
- Durante o dia: dois cones unidos pela base, onde melhor possam ser vistos.

b) Reboque com cabo INFERIOR a 200 metros:


Luzes e Sinais exibidos:
- Durante a noite: uma luz amarela (no mesmo setor da luz de alcançado); duas luzes
circulares brancas, uma sobre a outra no mastro de vante; e no mastro de ré uma luz
circular branca.
- Durante o dia: dois cones unidos pela base, onde melhor possam ser vistos.

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Regras de Governo e Navegação
As Regras a seguir se aplicam em qualquer condição de visibilidade.
No contexto, toda embarcação deverá manter permanentemente apropriada as
vigilância visual e auditiva e usar adequadamente às circunstâncias e condições
existentes os meios disponíveis, a fim de obter inteira apreciação da situação e de
eventuais riscos de colisão, atentando para as seguintes situações:

Velocidade de Segurança.
Toda embarcação deverá navegar permanentemente em uma velocidade
segura, na qual o condutor tenha a possibilidade de adotar uma opção apropriada
para evitar uma colisão, inclusive poder pára a embarcação a uma distância segura
da outra e/ou de um perigo.
A velocidade de segurança é em função do:
- Grau de visibilidade;
- Estado do mar, do vento e das correntes;
- Do calado da embarcação; e
- Quando dotada de radar, de suas possibilidades e limitações.

Risco de Colisão
PONTO DE COLISÃO
Sempre que, de uma embarcação for avistada outra,
B
mantendo em marcação constante e distância diminuindo, T4
A
haverá certeza de colisão. B
060º

T3 B
A

Manobras para Evitar Colisão 060º


B

T2
Alteração de rumo, velocidade ou ambos. Toda A

manobra deve ser feita com antecedência, conforme a boa 060º


marinharia, de maneira franca e positiva.
T1 A

Canais Estreitos
Procure navegar o mais próximo e seguro da margem
que fica ao seu boreste (BE). B
A

As embarcações à vela ou com menos de 20 metros não


deverão atrapalhar a passagem de outras embarcações de
maior porte, bem como, as embarcações engajadas na pesca;
A
quando for ultrapassar use o apito e aguarde a resposta; em
B

curvas use o sinal apropriado (um apito longo) para chamar a


atenção de quem estiver vindo do outro lado;

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Regras para conduzir embarcações em Canais Estreitos
- Uma embarcação deverá manter-se tão próxima e segura do limite exterior do
canal, que estiver ao seu boreste.
- Uma embarcação deve evitar o máximo possível fundear em um canal
estreito. Só fundeie em canais estreitos se as circunstâncias assim exigirem.
- Ao cruzar uma zona de separação de tráfego ou canal, fazê-lo tomando o
rumo o mais próximo possível da perpendicular à direção do fluxo do tráfego.
- Uma embarcação não deve cruzar um canal estreito se esta manobra vier
atrapalhar a passagem de outra que só pode navegar no canal.
- Embarcações com menos de 20 metros de comprimento, embarcações a vela
ou engajadas na pesca não devem atrapalhar a passagem de outra embarcação que
só possa navegar com segurança dentro do canal.

Procedimentos a serem adotados pelos Navegantes


No tocante a velocidade de segurança, devemos diminuir a velocidade
quando cruzamos com outras embarcações atracadas ou fundeadas ou mesmo
localizadas às margens dos rios e canais.

Na situação de roda a roda, ou seja, as


embarcações na condição de proa com proa, as
duas guinam para boreste.

B
A

B Na situação de rumos cruzados, tem preferência de passagem


a embarcação que avistar a outra pelo seu bombordo, isto é, a
que vê a luz verde.

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No caso de uma embarcação alcançando a outra, tem


preferência de passagem a que está com maior velocidade,
denominada de “Alcançadora”, que deverá manobrar para passar A
pela outra, à frente.

B
Prioridade de manobra de acordo com o Tipo de Embarcação
Esta regra define quem deve manobrar, dependendo da propulsão, emprego e
situação da embarcação. Vejamos como ela se apresenta:

Embarcações a propulsão mecânica devem manobrar em relação a embarcação:


A - sem governo
B - de manobra restrita
C - engajada na pesca
D - a vela

Embarcações a vela devem manobrar em relação a embarcação:


A - sem governo
B - de manobra restrita
C - engajada na pesca

Embarcações engajadas na pesca devem manobrar em relação a embarcação:


A - sem governo
B - de manobra restrita

Embarcações de manobra restrita devem manobrar em relação a embarcação:


A - sem governo

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Sinais Sonoros

Apito curto – Tem duração aproximada de 1 segundo.


Apito longo – Tem duração aproximada de 4 a 6 segundos

Qualquer embarcação pode suplementar os sinais de apito de advertência e


manobra com sinais luminosos por meio de lampejos com duração de cerca de
um segundo, em intervalos também de um segundo.

Um lampejo: Estou guinando para boreste.


Dois lampejos: Estou guinando para bombordo.
Três lampejos: Estou dando máquinas atrás.

Apitos de Manobras

Um apito curto: Estou guinando para boreste.

Dois apitos curtos: Estou guinando para


bombordo.

Três apitos curtos: Estou dando máquinas


atrás.

Dois apitos longos e um apito curto:


Tenho intenção de ultrapassá-la por seu
boreste.

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Dois apitos longos e dois apitos curtos:


Tenho intenção de ultrapassá-la por seu
Bombordo.

Um apito longo, um curto, um longo e um curto:


Concordo com sua ultrapassagem.

Cinco apitos curtos: Quando uma


embarcação não consegue entender as
intenções de manobra da outra.

Apito de Advertência

Um apito longo: É usado quando a embarcação


se aproxima de uma curva ou de uma área de um
canal estreito ou via de acesso, onde outras
embarcações podem estar ocultas devido a
obstáculos.

Apitos de Visibilidade Restrita

Um apito longo de dois em dois minutos:


Embarcação de propulsão mecânica em movimento.

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Dois apitos longos de dois em dois minutos:


Embarcação de propulsão mecânica sob
máquinas, mas parada e sem segmento.

Um apito longo e dois curtos: Embarcação sem


governo, restrita devido ao seu calado, à vela, engajada
na pesca e todas aquelas que apresentem capacidade
de manobra restrita.

Um apito longo e três curtos:


Embarcação rebocando.

Um apito curto, um longo e um curto:


Embarcação fundeada.

Quatro apitos curtos: Embarcação engajada no serviço


de praticagem.

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Considerações importantes de RIPEAM

- No caso de um rio onde duas lanchas navegam em rumos opostos, a embarcação


que vem a favor da corrente deverá se posicionar no meio do rio e a outra na sua
margem de boreste, sendo que a que vem a favor da corrente tem preferência.
- Uma embarcação deverá evitar cruzar uma via de tráfego, tanto quanto possível,
porém, se for necessário tal manobra, deverá fazer de forma a cruzar
perpendicularmente a via de tráfego.
- Em canais estreitos as embarcações devem navegar pela margem mais próxima a
seu boreste e sempre manobrar para boreste quando verificar o risco de colisão.
- Num canal ou rio, principalmente os estreitos, a embarcação maior tem preferência
em relação à miúda.
- A forma mais correta de cruzar uma embarcação com outra embarcação vindo em
sentido contrário é bombordo com bombordo.
- Uma embarcação à vela tem preferência de manobra em relação a uma
embarcação a motor.
- Uma embarcação sem governo tem preferência em relação à embarcação à vela, à
embarcação com capacidade de manobra restrita e à embarcação engajada na
pesca.
- As luzes de bordos (Bombordo e Boreste), luz de mastro e luz de alcançado são
setorizadas para melhor identificar o movimento da embarcação, à noite.
- As luzes de navegação mais comuns, em embarcação de esporte e recreio são:
uma luz branca a vante, uma luz de alcançado branca, luzes verde e encarnada
(vermelha), combinadas.
- As luzes de navegação não deverão ser usadas quando a embarcação estiver
atracada no cais.
- Embarcação de grande porte que carrega cargas perigosas deverá exibir, à noite,
uma luz encarnada (vermelha) no alto do mastro.
- Em curvas de rios ou canais estreitos, onde a visibilidade é prejudicada, devemos
dar um apito longo para chamar atenção.
- Na ausência de apito, a embarcação poderá utilizar buzina ou sino para sinalizar as
suas intenções.
- As embarcações de esporte e recreio, sem propulsão a motor, com menor de 5
metros de comprimento estão dispensadas de usar buzina ou outro dispositivo que a
substitua.
- Um balão preto içado no mastro principal ou onde melhor possa ser visto não
constitui sinal de perigo.
- O holofote pode ser utilizado em rios estreitos para, à noite, iluminar curvas.

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- Embarcação aproximando-se de curvas ou canais estreitos, onde possa haver


outras embarcações ocultas por obstáculos deverá, como advertência, dar um apito
longo que deverá ser respondido pelas embarcações que estiverem ocultas com um
apito longo.
- Um navio que, durante o dia, está com manobra restrita devido ao seu calado,
deverá içar no seu mastro um cilindro na cor preta.
- Estando fora de um canal estreito e em segurança, uma embarcação pode utilizar
qualquer bordo para fazer uma ultrapassagem de outra embarcação.

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CAPÍTULO 6

COMBATE A INCÊNDIO

Para aprendermos a combater o fogo, precisamos conhecê-lo muito bem.

Fogo: É uma reação em cadeia de três elementos que produz luz e calor.

Para que haja fogo, é necessária a presença de “três elementos”, são eles:
- Combustível;
- Comburente (Oxigênio); e
- Temperatura de Ignição (calor).

Triângulo do Fogo

Combustível
É tudo aquilo capaz de entrar em combustão, ou seja, é tudo que pode pegar
fogo.

Os combustíveis são classificados em:

1 - Quanto ao estado físico:


• Sólidos: Madeira, papel, plástico, etc.

• Líquidos: Gasolina, álcool, óleo, diesel, etc.

• Gasosos: Gás de cozinha, gás utilizado nos automóveis, etc.

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Agosto/2020

2 - Quanto à volatilidade, os combustíveis podem ser:


• Voláteis: São aqueles que NÃO necessitam de aquecimento para desprenderem
vapores inflamáveis. Exemplo: gasolina, éter, etc.

• Não Voláteis: São aqueles que precisam de aquecimento para desprender vapores
inflamáveis. Exemplo: madeira, tecido, etc.

Comburente
O comburente é o oxigênio que existe no ar atmosférico.

O percentual de oxigênio no ar atmosférico é de 21%. Além de oxigênio, o ar


contém 78% de nitrogênio e 1% de outros gases.
Com maioria dos combustíveis, não haverá combustão se o percentual na
mistura gasosa contiver menos que 16% de oxigênio.
O carvão é uma das exceções, queima com 9% de oxigênio.

Temperatura de Ignição (Calor)


É a quantidade de calor necessária para que os vapores do combustível
entrem em combustão.
Um combustível entra em combustão espontaneamente quando seus
vapores atingem a temperatura de ignição.
Podemos concluir que para haver combustão precisamos dos três
componentes: combustível, comburente e temperatura de ignição.

Considerações sobre a “Temperatura”


Os vapores emanados de um combustível inflamam-se na presença do
comburente, a partir de determinada temperatura. Nesse contexto, abordaremos os
seguintes tipos de Temperaturas:

Temperatura de “Ponto de Fulgor”


É a temperatura mínima na qual um combustível desprende gases suficientes
para serem inflamados por uma fonte externa de calor, mas não em quantidade
suficiente para manter a combustão. A chama aparece, porém logo se extingue, não
mantendo a combustão.

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Temperatura de “Ponto de Combustão”
É a temperatura do combustível, acima da qual, ele desprende gases em
quantidade suficiente para serem inflamados por uma fonte externa de calor e
continuarem queimando, mesmo quando retirada esta fonte.

Temperatura de “Ponto de Ignição”


É a temperatura necessária para inflamar os gases que estejam se
desprendendo de um combustível, só com a presença do comburente.

Classificação dos Incêndios

Incêndio “Classe A”: São aqueles ocorridos com materiais sólidos inflamáveis.
Exemplos: Madeira, papel, etc.
A

Os Extintores portáteis usados no combate aos Incêndios


da classe “A” são identificados por um triângulo verde com a letra “A” no centro.
(Ver figura 1).

Incêndio “Classe B”: São os ocorridos com líquidos inflamáveis.


Exemplos: Gasolina, álcool, etc.

Os Extintores portáteis usados no combate aos Incêndios


da classe “B” são identificados por um quadrado vermelho com a letra “B” no
centro. (Ver figura 1).

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Incêndio “Classe C”: São os incêndios ocorridos com Equipamentos elétricos
energizados.
Exemplos: Quadros elétrico, motores elétricos, etc.

Os Extintores portáteis usados no combate aos Incêndios


da classe “C” são identificados por um círculo azul com a letra “C” no centro. (Ver
figura 1).

Incêndio “Classe D”: São os incêndios ocorridos com Metais combustíveis.


Exemplos: Magnésio, titânio, etc.

Os Extintores portáteis usados no combate aos Incêndios


da classe “D” são identificados por uma estrela amarela de cinco pontas com a letra
“D” no centro. (Ver figura 1).
Figura 1

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Agentes Extintores
Os agentes extintores são as substâncias que extinguem incêndios. No
combate aos incêndios, se utiliza os seguintes agentes:

Água - Utilizada para incêndios das classes A e B. Não deve ser utilizada em
incêndios das classes C e D.

Espuma - Utilizada para incêndios das classes A e B. Não deve ser utilizada em
incêndios das classes C e D.

CO2 - Pode ser utilizado em incêndios das classes A, B e C. Não deve ser utilizado
para incêndios da classe D.

Pó químico - O pó químico pode ser utilizado para incêndios das classes A, B e C.


Nos incêndios da classe D, poderá ser utilizado um pó químico seco, sem
umidade, específico para determinados metais combustíveis.

Medidas preventivas contra incêndios a bordo


Neste tópico, abordaremos algumas das várias causas de incêndios a bordo,
entre essas causas, podemos relacionar:

• fumar em locais não apropriados;


• trapos embebidos em óleo ou graxa deixados em locais aquecidos;
• serviços de solda elétrica e oxi-acetileno;
• uso de ferramentas manuais ou elétricas em tanques não devidamente
desgaseificados;
• acúmulo de gordura nas telas e dutos da cozinha;
• descuidos com lâmpadas desprotegidas;
• recipientes com líquidos inflamáveis voláteis destampados;
• vazamentos em redes de óleo combustível ou lubrificante;
• equipamentos elétricos, mal instalados ou com sobrecarga;
• material inflamável armazenado indevidamente.

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Métodos de extinção de incêndios


Para se extinguir (acabar) um incêndio, são utilizados três métodos, são eles:
Resfriamento, Abafamento e Isolamento, que veremos a seguir.

Resfriamento
Consiste em reduzir a quantidade de calor utilizando-se a água. Desse modo,
estamos agindo sobre o lado do triângulo do fogo relativo à temperatura de ignição.
Baixando essa temperatura, o fogo se extinguirá.

Para fazer o resfriamento, utilizamos os equipamentos que são encontrados a


bordo dos navios, tais como:
• bombas de incêndio;
• redes de incêndios;
• tomadas de incêndio;
• mangueiras; e
• esguichos.

Em resumo, no Método de Resfriamento retira-se ou se reduz a Temperatura


de Ignição (calor) do triangulo do fogo.

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Abafamento
Consiste em reduzir a quantidade de oxigênio da combustão, no qual se atua
no lado do triângulo relativo ao comburente, extinguindo o fogo por abafamento.
É o processo de extinção quando se utiliza CO2, espuma ou pó químico como
agente extintor.

Em resumo, no Método de Abafamento retira-se ou se reduz Comburente


(Oxigênio) do triangulo do fogo.

Isolamento
Consiste em atacar o lado do triângulo relativo ao combustível (material), para
isso temos que reduzir a um mínimo a quantidade do combustível que está
queimando.
Podemos fazer isto, removendo-se o material combustível ou fechando-se a
canalização que estiver alimentando o fogo.

Em resumo, no Método de Isolamento retira-se ou se reduz o Combustível do


triangulo do fogo.

LEMBRE-SE:
A melhor maneira de se combater um incêndio é evitar que ele ocorra.

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Considerações importantes de Combate a Incêndio

- A combustão é a queima de substâncias sólidas ou gasosas, na presença de ar


atmosférico (oxigênio).
- Os equipamentos de combate a incêndio mais comumente encontrados a bordo das
embarcações de esporte e recreio são os extintores portáteis.
- Se embarcação começa a pegar fogo e o vento está entrando por boreste. O seu
posicionamento para dar o combate às chamas deve ser mantendo-se na proa ou na
popa.
- Extintores portáteis são equipamentos de combate a incêndio, que utilizam os
agentes extintores para apagar o fogo.
- Os extintores portáteis devem ser arrumados em locais de fácil acesso e de risco de
incêndio.
- Devem-se ter a bordo sempre extintores portáteis com número determinado, de
acordo com a lotação da embarcação.
- A quantidade e o tipo de extintor portátil, nas embarcações de esporte e recreio,
devem ser cumpridos a bordo, para seguir viagem, e são definidos na NORMAM-03
da DPC.
- Os extintores de CO2 são utilizados em incêndios em materiais elétricos
energizados.
- Se estiver na popa da embarcação e ver sair fumaça no console de navegação. O
extintor que se deve pegar é o de CO2.
- Para se utilizar o extintor CO2, deve-se retirar o pino de segurança, segurar o difusor
e apertar o gatinho, direcionando o jato, para a base do fogo.
- São cuidados que devemos ter com os extintores de CO2: evitar o contato direto do
jato com a pele e os olhos.
- Os extintores de espuma são utilizados em incêndios em líquidos inflamáveis.
- Para se utilizar o extintor de espuma, deve-se virar o extintor, com a tampa para
baixo, e dirigir o jato sobre a base das chamas.
- Se estiver na cabine de comando e sentir cheiro de queimado vindo do motor. O
extintor portátil que deverá pegar deve ser o de Espuma.
- Para se utilizar o extintor de água, deve-se apertar o gatilho e direcioná-lo para a
base da chama.
- A água é um agente extintor que pode ser utilizado nos incêndios em acomodações.
- As combustões podem ser classificadas conforme sua velocidade. Ela de classifica
em: Combustão Completa; Combustão Incompleta; Combustão Espontânea; e
Combustão por Explosão.
- O combate a incêndio é muito auxiliado quando removemos para longe o material
inflamável e resfriamos os locais próximos.

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CAPÍTULO 7

PRIMEIROS SOCORROS

Considerações iniciais
Como o próprio nome sugere, “Primeiros Socorros” são os procedimentos de
emergência que devem ser aplicados a uma pessoa em perigo de vida, visando a
manter os sinais vitais e evitando o agravamento do quadro, até que ela receba
assistência definitiva.

Ao se deparar com uma pessoa acidentada, faça as seguintes analises:

Analise Primária
1 - Proceda ao exame da cabeça aos pés;
2 - Questione a vítima (se possível);
3 - Questione as testemunhas (se houver).

Analise Secundária
1 - Verifique a inconsciência;
2 - Abra as vias aéreas respiratórias;
3 - Verifique a respiração;
4 - Verifique os batimentos cardíacos;
5 - Aplicar colar cervical (inconsciente).

Tipos de Traumas

Fraturas
Fratura é a quebra de um osso causada por uma pancada muito forte, uma
queda ou esmagamento.

Tipos de fraturas:
As faturas se dividem em “Fratura Fechada” e “Fratura Exposta”.

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Fatura Fechada: Quando ocorre quebra de osso, sem atravessar a pele.

Sinais indicadores:
• dor ou grande sensibilidade em um osso ou articulação;
• incapacidade de movimentar a parte afetada, além do adormecimento ou
formigamento da região; e
• inchaço e pele arroxeada, acompanhado de uma deformação aparente do membro
machucado.

Fatura Exposta: Quando o osso quebrado sai do lugar, rompendo a pele e deixando
exposta uma de suas partes. Esse tipo de fratura pode causar infecção.

Sinais indicadores:
• os mesmos da fratura fechada
• sangramentos
• ferimento de pele No caso de fratura exposta, proteja o ferimento e controle o seu
sangramento antes de imobilizar a região afetada.

Técnica de imobilização em casos de fraturas


• coloque gaze, lenço ou pano limpo sobre o ferimento;
• firme este curativo usando um cinto, uma gravata ou uma tira de pano;
• estanque a hemorragia, se for o caso;
• deite o doente;
• coloque uma tala sem tentar colocar o membro em posição natural; e
• transporte o doente, só após a imobilização.

Queimaduras
As Queimaduras são classificadas em:

Queimaduras de 1º Grau
São as queimaduras leves. Manifestam-se com vermelhidão na pele, inchaço e
dor.

Queimaduras de 2º Grau
São as mais intensas e normalmente aparecem bolhas na pele ou umidade na
região afetada.

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Queimaduras de 3º Grau: É o tipo mais danoso e grave. Nela a pele se apresenta


esbranquiçada ou carbonizada e há pouca ou nenhuma dor.

Procedimentos em casos de queimaduras

O que fazer?
• se a queimadura for de pouca extensão, resfrie o local com água fria imediatamente;
• seque o local delicadamente com um pano limpo ou chumaços de gaze;
• cubra o ferimento com compressas de gaze;
• em queimaduras de 2º grau, aplique água fria e cubra a área afetada com
compressas de gaze embebida em vaselina estéril;
• mantenha a região queimada mais elevada do que o resto do corpo, para diminuir o
inchaço;
• dê bastante líquido para a pessoa ingerir e, se houver muita dor, um analgésico; e
• se a queimadura for extensa ou de 3º grau, procure um médico imediatamente.

O que NÃO fazer?


• não toque a área afetada;
• nunca fure as bolhas;
• não tente retirar pedaços de roupa grudados na pele. Se necessário, recorte em
volta da roupa que está sobre a região afetada;
• não use manteiga, pomada, creme dental ou qualquer outro produto doméstico
sobre a queimadura;
• não cubra a queimadura com algodão; e
• não use gelo ou água gelada para resfriar a região.

Insolação e Intermação

Insolação
É o trauma sofrido pelo corpo humano, provocado pela ação do calor por
exposição demasiada ao sol.

Principais características:
- dor de cabeça;
- rosto afogueado;
- pele quente e seca;
- pulso forte e rápido;
- temperatura elevada; e
- desmaios ocasionais.
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Tratamento – deitar a vítima com a cabeça elevada, providenciar banho ou


compressas frescas e não dar estimulantes.

Intermação
É o trauma provocado pela exposição demasiada ao calor radiante ou
ambiental (praça de máquinas, porões, fornalhas, etc.).

Principais características:
- rosto pálido;
- pele úmida e fresca, com suores abundantes;
- pulso fraco; e
- temperatura baixa.

Algumas vezes a vítima pode estar desacordada, mas geralmente volta a si,
dentro de poucos instantes.

Tratamento – deitar a vítima com a cabeça no mesmo nível ou mais baixa que
o corpo, providenciar aquecimento e dar estimulante.

Regras Básicas quando se presta os Primeiros Socorros


Independente da gravidade da situação do acidentado, devemos agir com
calma, evitar o pânico e seguir algumas regras básicas ao prestar os primeiros
socorros:
• transmita confiança, tranquilidade, alívio e segurança aos acidentados que
estiverem conscientes, informando que o auxílio já está a caminho;
• aja rapidamente, porém dentro dos seus limites;
• use os conhecimentos básicos de primeiros socorros; e
• às vezes, é preciso saber improvisar.

O transporte seguro de um acidentado


A remoção ou movimentação de um acidentado deve ser feita com um
máximo de cuidado a fim de não agravar as lesões existentes. Antes da remoção da
vítima, devem-se tomar as seguintes providências:

• se houver suspeita de fraturas no pescoço e nas costas, evite mover a pessoa;


• para puxá-la para um local seguro, mova-a de costas, no sentido do comprimento,
com o auxílio de um casaco ou cobertor;

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• para erguê-la, você e mais duas pessoas devem apoiar todo o corpo e colocá-la
numa tábua ou maca, lembrando que a maca é o melhor jeito de se transportar uma
vítima. Se precisar improvisar a maca, use pedaços de madeira, amarrando
cobertores ou paletós;
• apoie sempre a cabeça, impedindo-a de cair para trás;
• na presença de hemorragia abundante, a movimentação da vítima pode levar
rapidamente ao estado de choque;
• se houver parada respiratória, inicie imediatamente a respiração boca-a-boca e faça
massagem cardíaca;
• imobilize todos os pontos suspeitos de fratura;
• se houver suspeita de fraturas, amarre os pés do acidentado e o erga em posição
horizontal, como um só bloco, levando até à sua maca;
• no caso de uma pessoa inconsciente, mas sem evidência de fraturas, duas pessoas
bastam para o levantamento e o transporte; e
• lembre-se, sempre, de não fazer movimentos bruscos.

No caso de afogamento:
• não perder tempo tentando retirar água dos pulmões da vítima;
• checar imediatamente os sinais vitais (análise primária);
• não havendo respiração ou pulso, iniciar as técnicas de ressuscitação
imediatamente;
• manter a vítima aquecida;
• ministrar oxigênio;
• tratar o estado de choque;
• informar ao médico se o afogamento ocorreu em água doce, salgada ou piscina; e
• não tentar resgatar ninguém da água se não for treinado para isso. Nesse caso,
deve-se jogar algum material flutuante para a vítima agarrar e chamar por socorro
especializado (salva-vidas).

Em caso de choque elétrico:


• desligue o aparelho da tomada ou a chave geral;
• se tiver que usar as mãos para remover uma pessoa, envolva-as em jornal ou num
saco de papel;
• empurre a vítima para longe da fonte de eletricidade com um objeto seco, não
condutor de corrente, como um cabo de vassoura, tábua, corda seca, cadeira de
madeira ou bastão de borracha;

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• se houver parada cardiorrespiratória, aplique a ressuscitação;
• cubra as queimaduras com uma gaze ou com um pano bem limpo;
• se a pessoa estiver consciente, deite-a de costas, com as pernas elevadas. Se
estiver inconsciente, deite-a de lado;
• se necessário, cubra a pessoa com um cobertor e mantenha-a calma; e
• procure ajuda médica imediata.

A ressuscitação Cardiopulmonar
• Com a pessoa no chão, posicione as mãos uma sobre a outra e localize a
extremidade inferior do osso vertical que está no centro do peito (o chamado osso
esterno).
• Ao mesmo tempo, outra pessoa deve aplicar respiração boca-a-boca, firmando a
cabeça da pessoa e fechando as narinas com o indicador e o polegar, mantendo o
queixo levantado para esticar o pescoço.
• Enquanto o ajudante enche os pulmões do acidentado, soprando adequadamente
para insuflá-los, pressione o seu peito a intervalos curtos de tempo, até que o coração
volte a bater.
• Esta sequencia deve ser feita da seguinte forma:
Se você estiver sozinho, faça dois sopros para cada quinze pressões no coração;
Se houver alguém o ajudando, faça um sopro para cada cinco pressões.

Hemostasia
O controle de uma hemorragia (hemostasia) deve ser feito imediatamente, pois
uma hemorragia abundante e não controlada pode causar morte em 3 a 5 minutos.

Hemorragia Externa é a perda de sangue ao rompimento de um vaso


sanguíneo (veia ou artéria).
Quando uma artéria é atingida, o perigo é maior. Nesse caso, o sangue é
vermelho vivo e sai em jatos rápidos e fortes.
Quando as veias são atingidas, o sangue é vermelho escuro, e sai de
forma lenta e contínua.

Hemorragia Interna é o resultado de um ferimento profundo com lesão de


órgãos internos.
O que fazer
Procure manter o local que sangra em plano mais elevado que o coração.
Pressione firmemente o local por cerca de 10 minutos, comprimindo com um pano
limpo dobrado ou com uma das mãos.
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Se o corte for extenso, aproxime as bordas abertas com os dedos e mantenha-
as unidas. Caso o sangramento não cesse, pressione com mais firmeza por mais 10
minutos.

Sangramentos internos
Acidentes graves, sobretudo com a presença de fraturas podem causar
sangramentos internos.
A hemorragia interna pode levar rapidamente ao estado de choque e, por
isso, a situação deve ser acompanhada e controlada com muita atenção pelos sinais
externos:

• pulso fraco e acelerado;


• pele fria e pálida;
• mucosas dos olhos e da boca brancas;
• mãos e dedos arroxeados pela diminuição da irrigação sanguínea; e
• sede, tontura e inconsciência.

Não dê alimentos à vítima e nem a aqueça demais com cobertores. Peça


auxílio médico imediato.

Considerações importantes de Primeiros Socorros

- Quando por ocasião de um acidente a bordo, o acidentado não estiver respirando,


deve-se proceder a uma respiração boca a boca.
- Para se realizar a respiração boca a boca, deve-se, antes, verificar se existem
corpos estranhos na sua boca.
- Na respiração boca a boca, deve-se deixar a cabeça da vítima voltada para trás.
- A frequência de sopros por minuto, numa respiração boca a boca, é de10 a 15.
- Caso seja verificado que, após ter feito a respiração boca a boca, o coração da
vítima ainda não está batendo, o procedimento correto será fazer massagem cardíaca
externa.
- Caso o coração da vítima de um acidente a bordo, não esteja batendo, deve-se
iniciar a massagem cardíaca externa.
- O outro sintoma que acompanha a parada cardíaca é a menina dos olhos dilatada.
- O murro forte no peito deve ser tentado no caso de parada cardíaca, e que às vezes
funciona, de imediato.
- Após a massagem cardíaca ter feito o coração voltar a bater, deve-se continuar a
respiração boca a boca.

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- A frequência ideal de compressão e descompressão do peito, na massagem
cardíaca externa é de 70 vezes por minuto.
- A massagem cardíaca externa deve ser feita na parte do corpo no terço inferior do
osso cúbico.
- Quando houver ao mesmo tempo, parada respiratória e parada cardíaca, deve-se
realizar movimentos intercalados, 8 massagens cardíacas e uma respiração boca a
boca.
- No caso de fratura de antebraço, pode-se imobilizá-lo com tábua, papelão ou jornal
grosso.
- A tala é o dispositivo utilizado para imobilizar ossos quebrados, por meio de tiras de
pano amarradas a ele.
- Para imobilizar o braço, deve-se deixá-lo dobrado.
- Para fraturas na perna, podem-se prender madeiras compridas, por meio de tiras de
pano ou cinto, com a perna esticada.
- A posição do pé, de uma perna quebrada, deve ser a mais natural possível.
- Caso exista risco de incêndio ou de explosão, em local próximo à vítima fraturada,
deve-se removê-la primeiro do local de risco.
- A vítima de choque elétrico precisa ser afastada do contato com a corrente elétrica,
utilizando material não condutor de eletricidade.
- A peça de metal é um dos materiais que não deve ser utilizado para afastar a vítima
do contato com a corrente elétrica.
- Após a retirada da vítima do contato com a corrente elétrica, caso seja necessário,
deve-se realizar respiração boca a boca e massagem cardíaca externa.
- Nas pequenas queimaduras, deve-se lavar com água e evitar romper a bolha.
- Antes de se cobrir as queimaduras, com pano limpo, deve-se passar mercúrio
cromo ou mertiolate.
- Nas grandes queimaduras, nunca se deve tirar a roupa da vítima.
- O torniquete é utilizado para estancar hemorragias muito grandes.
- O torniquete deve ser aplicado, utilizando um pano largo e um pedaço de madeira
que se fixará ao pano, por meio de um nó e torcendo a madeira, a pressão
interromperá a hemorragia.
- São atitudes certas, com relação a vítima de grandes hemorragias, não dar líquidos
enquanto estiver inconsciente e mantê-la agasalhada.
- No caso de afogamento, proceder do seguinte modo: deite o afogado de lado, para
vomitar a água que bebeu, tire a roupa molhada e aqueça-o.
- Caso o afogado não esteja respirando, deve-se deitá-lo de lado, limpar sua boca de
objetos que obstruam sua respiração e realizar a respiração boca a boca.

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CAPÍTULO 8

SALVATAGEM e SOBREVIVENCIA NO MEIO AQUAVIÁRIO

Equipamentos de Salvatagem
Em conformidade com a conversão “SOLAS” e com as Normas da Autoridade
Marítima brasileira em vigor, todas as embarcações são obrigadas a possuir a bordo
equipamentos de salvatagem.
Esses equipamentos se destinam a garantir a sobrevivência das pessoas caso
ocorra um naufrágio ou acidente a bordo.

Tipos de Equipamentos de Salvatagem


Os equipamentos de salvatagem são divididos em dois tipos:

a) Equipamentos Individuais.
Exemplos: Coletes salva-vidas e Bóia circular.

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b) Equipamentos Coletivos.
Exemplo: Embarcações de sobrevivência encontradas a bordo das grandes
embarcações ou de navios.

Classificação dos coletes salva-vidas


Os coletes salva-vidas aqui abordados são classificados de acordo com a
fabricação, conforme abaixo:

CLASSE I
Fabricado conforme requisitos previstos na
Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida
Humana no Mar (SOLAS) e são utilizados nas
embarcações empregadas na Navegação Oceânica.

CLASSE II
Fabricado com base nos requisitos acima, abrandados
para uso nas embarcações empregadas na
Navegação Costeira.

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CLASSE III
Fabricado para uso nas embarcações empregadas na
Navegação Interior.
As embarcações de grande porte ou iates deverão
dispor de coletes salva-vidas Classe III.

CLASSE IV
Fabricado para emprego, por longos períodos, por
pessoas envolvidas em trabalhos realizados próximos à
borda da embarcação ou suspensos por pranchas ou
outros dispositivos, que corram risco de cair na água
acidentalmente.

CLASSE V
Fabricado para emprego exclusivo em atividades
esportivas tipos:
- Moto Aquática;
- Banana-boat;
- Esqui aquático;
- Windsurf;
- Parasail;
- Rrafting;
- Kitesurf; e
- Pesca esportiva.
É usado em embarcações de médio porte e
embarcações miúdas na navegação interior.

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Embarcações de Sobrevivência
As embarcações empreendendo Navegação Oceânica deverão ser dotadas
de balsas salva-vidas classe II para 100% do número total de pessoas a bordo e
coletes salva-vidas Classe I (SOLAS)

As embarcações que estejam empreendendo Navegação Costeira estão


dispensadas do uso de balsas salva-vidas, sendo recomendável a utilização de um
bote inflável e coletes salva-vidas Classe II;
Já as embarcações empregadas na Navegação Interior estão dispensadas de
dotarem de embarcações de sobrevivência.

Chamada de Socorro
As Normas marítimas que regulam a Segurança da Navegação e salvaguarda
da vida humana no mar estabelecem que todas as embarcações da Navegação
Interior tipo 2, costeira e Oceânica devem ser equipadas de rádio de comunicação.
Nesse contexto, o Radio VHF é obrigatório para essas embarcações, sendo o
“Canal 16”, destinado ao “CHAMADO DE EMERGENCIAS” ou “CHAMADO DE
SOCORRO”, que deverá estar sempre ligado e guarnecido, e não se devem manter
conversas nesse canal, sempre mudando para outro em caso de necessidade de
troca de informações.

Sobrevivência no Meio Aquaviário


Para alcançar o seu objetivo, que é ser resgatado com vida, você tem que
observar os procedimentos de sobrevivência no mar.

Veja os mais importantes:


• após embarcar na balsa salva-vidas, corte o cabo que a prende à embarcação;
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• caso o mar esteja agitado, mantenha o colete salva-vidas vestido;
• afaste-se da embarcação que está afundando, mas mantenha-se nas proximidades
do naufrágio, pois isto irá ajudar as equipes de busca e salvamento a encontrá-lo;
• recolha os companheiros que estejam dentro da água e aplique os primeiros
socorros a quem deles necessitar e, também, todos os objetos que estiverem
flutuando e que possam ser úteis;
• procure reunir todas as outras embarcações de sobrevivência que estejam nas
proximidades;
• estabeleça turnos de vigia com o objetivo principal de observar a aproximação de
um navio ou aeronave;
• não se exponha ao sol, principalmente sem roupas, pois os raios solares podem
causar queimaduras graves. Improvise uma cobertura para sua embarcação de
sobrevivência, caso ela não a possua;
• proceda à distribuição controlada das rações de sobrevivência – água e alimento;
• evite fazer esforços desnecessários, pois aumentará o desgaste físico e a perda de
água do corpo;
• envide esforços para manter a moral do grupo elevado; e
• deixe os sinalizadores de emergência (fumígenos e foguetes iluminativos com
paraquedas) preparados para funcionamento.
• no caso de rios e de águas abrigadas, evite o sangramento de feridas quando na
água, pois o sangue atrai piranhas que atacam em cardumes e podem devorar uma
pessoa em poucos minutos.

Vestimenta para o abandono da embarcação


A maior causa de morte em sobrevivência no mar é a hipotermia, que pode ser
definida como a diminuição da temperatura do corpo causada pela exposição do
náufrago a ambientes frios, principalmente no caso de imersão em água fria.
A roupa representa o primeiro elemento da proteção do náufrago. Evite
abandonar a embarcação se não estiver apropriadamente vestido, principalmente
com roupas quentes.

Distância da embarcação sinistrada


É fundamental manter uma distância segura da embarcação sinistrada. O
afastamento deve ser suficiente para que não ocorra a sucção dos náufragos quando
essa afundar, evitando, também, que sejam atingidos por algum objeto que se
desprenda e venha à superfície.
Outro fator que justifica o afastamento da embarcação é a possibilidade de
vazamento de combustível, que poderá provocar incêndio, caso haja alguma fagulha.

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Considerações importantes de Salvatagem e Sobrevivência no Meio Aquaviário

- Os coletes salva-vidas deverão ser estivados em local de fácil acesso, de modo a


serem prontamente acessíveis e sua localização deverá ser claramente indicada.
- O colete salva-vidas deve ser vestido quando se vai abandonar a embarcação;
- O colete salva-vidas deve ser utilizado amarrado ao corpo, com a parte flutuante
para frente.
- A quantidade de coletes salva-vidas deve ser superior à lotação prevista para a
embarcação, conforme previsto na Norma em vigor.
- A melhor maneira de saltar na água, utilizando o colete salva-vidas, é com as
pernas esticadas e os pés juntos.
- O colete salva-vidas da classe V poderá ser usado por uma embarcação de lazer de
médio porte quando ele está em navegação em área classificada de “Interior”.
- No que se refere aos coletes salva-vidas, é correto afirmar que eles “só serão
vestidos em caso de necessidade”.
- A bóia circular deve ser presa em local de fácil retirada.
- Um cabo flutuante com alça de mão deve ser amarrado na bóia circular, para
facilitar o resgate de alguém, que caiu na água.
- As embarcações de esporte e recreio classificadas para a navegação interior,
deverão ser dotadas, obrigatoriamente, de 01 bóia salva-vidas (com retinida flutuante)
e coletes classe III (um para cada pessoa a bordo).
- Ao abandonar a embarcação devemos ter o cuidado para “NÃO saltar em cima da
balsa salva-vidas”.
- Caso o número de náufragos seja maior que a disponibilidade das balsas salva-
vidas, deverá ser previsto um revezamento para ficar dentro da balsa. Este
revezamento envolverá “todos que estiverem na balsa em boas condições físicas”.
- As âncoras flutuantes das balsas devem ser mantidas na água, pois dessa maneira
elas servem para reduzir a “velocidade de deriva”.
- No caso de abandono da embarcação, por causa de incêndio incontrolável, deve-se
pular, quando houver óleo na superfície d’agua, contra a correnteza.
- Caso não haja vazamento de óleo e riscos de incêndio, nas proximidades da
embarcação, deve-se afastar dela nadando a favor da correnteza.
- Para se afastar da embarcação acidentada, o mais rápido possível, deve-se nadar
contra a correnteza e se for o caso, por baixo d’água, até afastar o risco de óleo, na
superfície.
- São perigos à embarcação, em águas interiores: toras de madeira flutuando, troncos
de árvore flutuando, pedras e bancos de areia.
- Nunca se deve exceder o limite permitido de pessoas a bordo.

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CDM - Camamu Despachos Marítimos - Entidade Náutica
Agosto/2020
- Para segurança da embarcação, deve-se proceder a diversas verificações, antes de
sair para navegar como luzes de navegação, equipamentos de salvatagem e de
combate a incêndio.
- A estabilidade da embarcação é prejudicada quando ocorre excesso de peso, em
partes altas da embarcação ou, má distribuição de pesos, em relação às laterais da
embarcação.
- Para improvisar material flutuante, em o caso naufrágio, devemos utilizar pneus,
latões, barris, toras ou pedaços grandes de madeira.
- A pessoa deve procurar abandonar a embarcação com roupas adequadas e
materiais de salvatagem.
- Todo material e equipamento destinado à segurança da embarcação, tripulante,
passageiro e profissional não tripulante, tem de ser previamente aprovado pela DPC.
- Qualquer pessoa, que tomar conhecimento da existência de vida humana em perigo
no mar, nos portos ou via navegáveis interiores deverá comunicar o fato à Autoridade
Marítima, ou seja, passar essa informação para as Capitanias ou Delegacias das
Capitanias ou Agencias da Capitania mais próxima da área do acidente, com maior
rapidez possível.
- A sobrevivência do náufrago depende do período de permanência na água em
função da “temperatura da água do mar”.
- A falta de funcionamento dos intestinos constitui fenômeno comum em náufragos
dada a “exiguidade (limitação) da alimentação”.
- Após um naufrágio, se estivermos por muitos dias em uma balsa salva-vidas, em
relação ao consumo de líquidos, devemos evitar a “ingestão de água salgada” a todo
custo. Beber água salgada mata! Nunca beba água do mar, nem a misture com água
potável.

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