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Vaivém das Commodities (/colunas/vaivem/)

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais,
com MBA em derivativos na USP.

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Saída de grãos pelos portos do Arco Norte tem forte


aceleração
No primeiro quadrimestre do ano foram movimentadas 17 milhões de toneladas

9.mai.2023 às 19h15

Os portos do chamado Arco Norte movimentaram 17 milhões de toneladas de


soja e de milho nos quatro primeiros meses deste ano, um volume 32% superior
ao do primeiro quadrimestre do ano passado.

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O aumento dos terminais portuários e a melhoria da logística fazem com que o


movimento desses portos cresça ano a ano. Nos quatro primeiros meses, 38%
das 33,4 milhões de toneladas de soja exportadas pelo país saíram pelos portos
do Arco Norte (https://www1.folha.uol.com.br/colunas/vaivem/2023/01/portos-do-arco-norte-superam-exportacao-de-
graos-de-santos-pela-1a-vez.shtml). Há dez anos, o percentual era de apenas 17%.
A saída de milho somou 4 milhões de toneladas, 40% do total exportado pelo
país, segundo o Imea (https://www.imea.com.br/imea-site/dashboards?c=4&d=1136862806023282688)
(Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), que tomou como base
para essa apuração os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Há dez anos, a saída de milho pelos portos do Arco Norte somava 3% das
exportações totais. A participação dessa região deverá ser ainda maior no
segundo semestre, quando aumentam as exportações do cereal.

Para Thiago Guilherme Péra, coordenador do grupo Esalq-Log da USP, alguns


fatores favorecem as exportações de grãos pelo Arco Norte. Para ele, a melhoria
das condições das rodovias e a ampliação da capacidade portuária estão entre
esses fatores.

Complexo Portuário Miritituba-Barcarena, em Barcanera (PA), por onde se exporta soja - Tatiana
Freitas - 24.abr.14/Folhapress

É importante também, na avaliação de Péra, o aumento dos volumes


movimentados na região, permitindo aos meios de transporte o retorno com
cargas. Uma maior movimentação de fertilizantes, por exemplo, é uma saída,
segundo ele.

A aceleração dos negócios pelo Arco Norte virá também com a criação de novas
ferrovias, como a Ferrogrão (https://aovivo.folha.uol.com.br/mercado/2023/01/02/6309-dolar-empresas-e-
bolsas-acompanhe-ao-vivo-o-mercado.shtml#post428842), e com projetos de autorização ferroviária.

A profundidade de alguns terminais portuários, possibilitando a utilização de


navios maiores, também vai gerar o efeito de economia de escala no transporte
marítimo.

Alguns fatores, no entanto, podem incentivar a saída de grãos pelo Arco Sul.
Entre eles, o aumento da capacidade portuária de Santos e a melhoria das
condições viárias do corredor para o Sul. Péra destaca também como fatores
favoráveis a expansão da Malha Norte até a região central de Mato Grosso, a
cobrança de pedágio na rodovia BR-163 (MT/PA) e a expansão da capacidade
ferroviária de Mato Grosso a Santos.

Cálculos feitos pelo coordenador indicam que 57% da produção de grãos de


Mato Grosso, o maior produtor nacional, ainda está em uma zona cinzenta. Ou
seja, pode tanto ir para o Norte como para o Sul, dependendo da definição das
condições logísticas. Ainda pelos cálculos dele, 19% da produção já está
direcionada para o Norte e 24% para o Sul.

As exportações de soja deste ano somam 33,4 milhões de toneladas, com


receitas de US$ 18,4 bilhões. Mato Grosso, ao somar 12,4 milhões de toneladas,
lidera as vendas externas entre os 22 estados exportadores.

As vendas externas de milho atingem 10,3 milhões de toneladas e foram para 83


destinos diferentes. Com valor médio de US$ 294,6 mil por tonelada, as receitas
somam US$ 2,98 bilhões. Mato Grosso lidera as exportações, ao movimentar
4,3 milhões de toneladas. O Paraná vem a seguir, com 1,4 milhão.

Frango As exportações dos quatro primeiros meses atingiram 1,75 milhão de


toneladas, 12% a mais do que em igual período de 2022. No mesmo período, as
receitas subiram para US$ 3,41 bilhões, com aumento de 19%, segundo a ABPA
(Associação Brasileira de Proteína Animal).

Frango 2 Após várias semanas em queda, os preços do frango voltaram a ter


leve alta para o consumidor em São Paulo, conforme dados divulgados pela
Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) nesta terça-feira (9). No
ano, a queda é de 9,7%, mas a evolução acumulada em 12 meses chega a 29%.

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portos-do-arco-norte-tem-forte-aceleracao.shtml

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