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A vez do Agro: quatro investimentos

para ter a chance de lucrar com um dos


setores mais férteis do Brasil
Por trás dos alimentos que consumimos, há uma rica engrenagem de empresas e títulos dos
quais o investidor pessoa física pode (e deve) tirar proveito: o agronegócio.

E a maior vantagem é que você não precisa entender de plantação, nem de colheita, e pode
inclusive nunca ter contato com o campo para investir nesse ramo.

Para se ter uma ideia de como o Brasil é relevante no setor, segundo Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), só no primeiro semestre de 2022, as exportações
brasileiras do agronegócio somaram US$ 79,32 bilhões, valor recorde para o período. Esse
montante representa 48,3% das exportações totais do país.

Em 2021, o setor foi responsável por 27,4% do Produto Interno Bruto do Brasil, maior fatia
desde 2004, quando atingiu 27,53%.

Dados da Embrapa também mostram como o país se destaca no mapa agro:

● É o quarto maior produtor e segundo maior exportador de grãos, com


aproximadamente 20% do mercado global;
● Responde por 50% do comércio mundial de soja;
● Possui o maior rebanho bovino e e é o maior exportador de carne;
● É o quarto maior produtor e o primeiro exportador de frangos;

E um diferencial para se considerar na hora de investir no agronegócio é que, mesmo com a


alta das commodities (como as carnes, por exemplo), o volume consumido pela população não
costuma apresentar grandes mudanças.

Ou seja, com os preços lá em cima, o agropecuarista segue comercializando seus produtos


(oferta) sem oscilações expressivas na demanda em âmbito nacional e global.

Sem contar que a agropecuária ainda tem muito espaço para crescer. As expectativas são altas
em relação a como a tecnologia 5G, por exemplo, poderá beneficiá-la.

Segundo uma projeção feita pelo Ministério da Agricultura (Mapa) com base em um estudo
desenvolvido pela Esalq/USP, a ampliação de apenas 25% na conexão do campo poderá
aumentar em 6,3% o Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária brasileira.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) também prevê
que, em 30 anos, a demanda por produtos agrícolas aumente em 60%, até pelo provável
crescimento do contingente populacional, que deve atingir os 10 bilhões no período.

Mais do que ser um consumidor, você pode ganhar dinheiro com


o agro
Há vários tipos de investimentos no Brasil que permitem expor sua carteira a diferentes
segmentos do agro e fazer parte do seleto grupo que lucra com essas commodities.

Por exemplo, você pode ser dono de uma pequena fatia de empresas consideradas grandes
players do setor comprando ações propriamente ditas ou investir nelas por meio de fundos
multimercados cujas estratégias são desenhadas e administradas por gestores experientes.

Por outro lado, o mercado de crédito do agronegócio também oferece excelentes


oportunidades. Para isso, dá para aplicar diretamente em títulos de crédito, como LCAs (Letras
de Crédito do Agronegócio) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), que ajudam
a financiar instituições desse ramo, ou em fundos imobiliários ligados ao setor, como é o caso
dos Fiagros, sobre o qual o analista Caio Araujo explica melhor mais abaixo.

Mas talvez você esteja se perguntando quais ações, fundos ou títulos de fato oferecem um
potencial diferenciado de valorização. Bom, como esse é um tema bastante em alta,
recentemente, os analistas da Empiricus especialistas no setor fizeram uma seleção dos
melhores ativos para se ter em carteira no momento.

Abaixo, você pode conferir pílulas de cada um dos artigos com os papéis que não podem
faltar no portfólio de quem quer surfar os ganhos do agronegócio.

1. Cosan (CSAN3): do agronegócio à distribuição de


combustíveis e de gás natural, lubrificantes e transporte
logístico
Por Fernando Ferrer, analista de ações responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa

A Cosan (CSAN3) é uma das maiores empresas do Brasil, com investimentos em setores
estratégicos como agronegócio, distribuição de combustíveis e de gás natural, lubrificantes e
transporte logístico.

Desde o início de sua trajetória, em 1936, a estratégia de crescimento segue intacta: crescer
por meio de aquisições que ofereçam as melhores oportunidades de ganho de sinergias
operacionais.
Nos anos 2000, a Cosan tomou a forma de conglomerado, estrutura atual da empresa e que
consiste em uma corporação que controla outras empresas de diversos segmentos. Desde
então, uma série de novos investimentos foram realizados até chegar à composição do portfólio
atual da companhia:

Fonte: Cosan RI

A Cosan é controlada pela holding Aguassanta, que possui participação de 35,9%. Liderado
por Rubens Ometto, o grupo controlador tem competência ímpar, destacando-se pelo robusto
histórico positivo em capacidade de capitalização e alocação de capital.

Explorando o portfólio da Cosan e suas avenidas de crescimento


1) Raízen: redefinindo o futuro da energia

Fundada em 2011 como uma joint venture (parceria empresarial entre a Cosan e a Shell), a
Raízen (RAIZ4) incorporou os negócios de açúcar e biocombustíveis da Cosan, assim como
toda a rede de combustíveis da Shell Brasil. Com efeito, a Shell Brasil se tornou efetivamente
Raízen, com uma participação de 50% da Cosan e 50% da Shell. A Raízen, assim como a
Rumo (RAIL3), que veremos mais à frente, possui capital aberto em Bolsa.
Fonte: Raízen

Em seus mais de dez anos de existência, a companhia atua na produção e comercialização de


energias renováveis e açúcar e na distribuição de combustíveis. Pioneira no mundo por ser
100% integrada, desde o cultivo da cana-de-açúcar até a produção e comercialização de seus
produtos derivados.

A Raízen gerencia a maior operação agrícola do mundo, com 819 mil hectares, e produz
aproximadamente 40% de toda a cana-de-açúcar global certificada. Com essa vasta fonte de
matéria-prima, a empresa direciona seus esforços para a produção de etanol e de açúcar.

As divisões de negócio da companhia são i) Renováveis, ii) Açúcar e iii) Marketing e Serviços,
todas com ampla representatividade no resultado consolidado da Raízen.
Fonte: Raízen

2) Compass: excelente geradora de caixa no mercado de gás

A Compass controla a Comgás, distribuidora de gás no estado de São Paulo e a maior do país;
a Sulgás, maior distribuidora de gás no Sul; e a Compass Comercialização, que atua nas áreas
de infraestrutura e originação de gás, comercialização de gás e geração térmica a gás e trading
de energia elétrica.

A companhia é uma forte geradora de caixa e distribuidora de proventos, colocando mais de R$


1,7 bilhão nas mãos de seus acionistas desde 2020.

Nos últimos meses, o gás natural ganhou maior atenção dos mercados globais devido aos
impactos da guerra na Ucrânia. Apesar da alta volatilidade dos preços, ele vem ganhando
reconhecimento acerca de sua importância para a segurança e a transição energética global.

O arcabouço regulatório para a liberação do mercado livre de gás natural, opcionalidade


importante para a tese, avança em ritmo mais lento, em função da volatilidade dos preços.
Apesar de continuarem caminhando na direção correta, as autoridades ligadas ao tema veem
como arriscados maiores avanços enquanto o mercado não se mostrar mais estável.

Em relação à aquisição da Gaspetro (holding com participação em diversas distribuidoras de


gás e que deverá ser relevante para o portfólio atual da Compass) realizada em julho de 2021,
a companhia ainda aguarda a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade), esperada para julho deste ano. As expectativas são positivas e a Compass já inicia
uma gestão de portfólio ativa, visando otimizar as sinergias da distribuidora com suas
operações.

No mais, com suas principais concessões renovadas por mais de 20 anos, as perspectivas
positivas de médio/longo prazo para a Compass foram reforçadas pela gestão. Em termos de
guidance para este ano, comparado a 2021, a companhia espera aumentar seu Ebitda em 20%
e realizar investimentos 30% maiores.

3) Rumo: a logística mais relevante para o agronegócio brasileiro

Fundada em 2008, a Rumo (RAIL3) é hoje a maior operadora logística com base ferroviária
independente da América Latina, sendo de extrema relevância para o escoamento da produção
agrícola e exportações do Brasil. Hoje, 30% de todo o volume exportado de soja e milho no
país passa por suas ferrovias.

A Rumo está posicionada de forma bastante favorável para capturar esse crescimento de longo
prazo no país, dado que:

(i) Suas malhas ferroviárias estão localizadas estrategicamente nos principais estados
exportadores e até os principais portos.

(ii) Renovaram a concessão de suas principais malhas ferroviárias por 30 anos ou mais;

(iii) A companhia é a opção logística mais atrativa em termos de preço para o escoamento da
produção até o porto de Santos – que é o ponto de partida preferido pela China, a maior
importadora de grãos do Brasil (responsável por cerca de 57% da importação).

(iv) Há iniciativas já em andamento para ganhar ainda mais competitividade no mercado, como
a redução do tempo em trânsito dos trens e ampliação de sua capacidade transportada.

Em nossa visão, a Rumo é um negócio perene, com forte geração de caixa e posicionado de
forma relevante no setor de maior destaque no Brasil, o agronegócio. Com iniciativas já em
prática para ganhar produtividade nos próximos anos, além de avanços na expansão da malha
ferroviária, enxergamos um horizonte positivo para a companhia.

4) Moove: titã do mercado de lubrificantes

Resultado da aquisição dos ativos da Exxon Mobil no Brasil pela Cosan, a Moove atende todas
as demandas de mercado, comercializando lubrificantes e graxas para aplicações no segmento
automotivo (veículos leves, motocicletas, caminhões, ônibus e maquinários agrícolas) e em
outras indústrias. Hoje, ela atua globalmente através das marcas Mobil e Comma.
Para dar uma ideia do tamanho e da estrutura da operação da companhia, no último ano, ela
produziu 400 milhões de litros de lubrificantes, que geraram um faturamento líquido de R$ 6
bilhões (44% em moedas fortes como dólar e euro) e um Ebitda de R$ 603 milhões.

A Cosan detém 70% do controle da Moove, e a representatividade proporcional desta no Ebitda


pró-forma (considera a contribuição de cada negócio proporcionalmente ao percentual que a
Cosan possui de participação) do grupo no último ano foi de 5%.

Fonte: Cosan Day

5) Cosan Investimentos

Ainda com baixa representatividade no resultado do conglomerado, a Cosan Investimentos,


veículo de investimentos criado em 2021, já conta com R$ 2,5 bilhões sob gestão para buscar
opcionalidades além do portfólio permanente da holding (Raízen, Rumo, Compass e Moove).

Através dos investimentos correntes, por exemplo, a Cosan Investimentos adquiriu participação
no mercado de minério de ferro de alta qualidade, visando a oportunidades de descarbonização
na cadeia.

A ideia é que esse e outros investimentos realizados se tornem representativos no longo prazo
e contribuam para que a companhia esteja à frente do mercado nas disrupções nos segmentos
de energia, agro e logístico.
Nesse contexto, consideramos premissas bastante conservadoras para a Cosan para mostrar o
tamanho da margem de segurança do case. Para isso, utilizamos uma medida de valuation
conhecida como “soma das partes”, em que avaliamos cada negócio da companhia
separadamente e somamos o resultado final.

Dada a pluralidade da companhia, a capacidade de execução, todas as novas iniciativas


comentadas acima e o histórico comprovado de retorno de capital para o acionista,
seguimos confiantes com o caso de Cosan (CSAN3) e enxergamos um upside (potencial
de valorização) de 52%.

2. BTRA11: surfando a produção agrícola


Por Caio Araujo, analista de fundos imobiliários, responsável pela série Renda Imobiliária

O BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11) é um fundo imobiliário voltado à produção


agrícola, gerido e administrado pelo BTG Pactual. Ainda que conte com as características de
um Fiagro, o FII não é considerado do segmento, uma vez que foi listado antes da Resolução
CVM 39.
O BTRA11 tem por objetivo o ganho de capital por meio de investimentos em terras (rurais ou
urbanas) nos principais polos agrícolas brasileiros. A gestão busca por regiões produtoras de
commodities tradicionais como soja, milho e algodão, e por fazendas com potencial de
revitalização do solo para posterior venda. Até o momento, todas as operações foram
constituídas no formato de sale & leaseback (SLB), no qual as áreas adquiridas são locadas
para os antigos donos das propriedades (vendedores) em contratos atípicos de longo prazo,
sendo que todos possuem opção de recompra ao término de vigência.

Em geral, o fundo tem um portfólio concentrado em terras de culturas tradicionais no estado do


Mato Grosso, região de maior relevância para o segmento de grãos. Sua composição é focada
em contratos na modalidade atípica (sale & leaseback) com prazos alongados, estruturados
para minimizar o risco de crédito dos produtores – principal risco do setor que o FII se insere.

A resiliência dos ativos garante ao BTRA11 uma rentabilidade de 11,7% desde a inclusão em
nossa carteira. Após avaliação criteriosa, encontramos um potencial de valorização de quase
12% e uma distribuição de 9,5% para os próximos 12 meses.

Diante da perspectiva de valorização de suas cotas e manutenção de proventos elevados, além


da ótima estrutura dos contratos, gostamos da posição nas cotas do BTRA11.

Ainda que o fundo não tenha um longo histórico, é possível notar uma tendência crescente em
sua distribuição de proventos, atrelada à alocação dos recursos nas propriedades. Além disso,
vale citar que o FII possui ainda um resultado acumulado de R$ 0,39 por cota a ser distribuído.
Em relação à vacância, o fundo permanece com ocupação total, dado que todos os contratos
estão válidos.
Por fim, o BTRA11 cobra 1,20% ao ano sobre o valor de mercado do fundo como taxa de
gestão, em linha com seus pares. Além disso, o FII cobra uma taxa de performance de 20%
sobre o que exceder o IPCA + 4% ao ano ou IMA-B + 2% ao ano.

3. KNCA11: um Fiagro de recebíveis com exposição ao setor


sucroalcooleiro
Por Caio Araujo, analista de fundos imobiliários, responsável pela série Renda Imobiliária
Antes de irmos à recomendação de investimento propriamente dita, acho importante explicar o
que é um Fiagro.

Segundo a B3, o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) é uma
junção dos recursos de vários investidores para a aplicação em ativos de investimentos do
agronegócio, sejam eles de natureza imobiliária rural ou de atividades relacionadas à produção
do setor.

Basicamente, estamos tratando do mesmo funcionamento de um fundo imobiliário


(“condomínio de cotistas”) destinado apenas para operações atreladas ao agronegócio. Os
rendimentos recebidos pelo Fiagro também são distribuídos periodicamente aos seus cotistas.

No geral, existem três categorias do produto:


- Direitos creditórios (Fiagro-FIDC): fundos de investimento voltados para a agroindústria que
apliquem em direitos creditórios, constituídos nos termos da Instrução CVM 356;
- Imobiliários (Fiagro-FII): fundos com ativos imobiliários, constituídos nos termos da Instrução
CVM 472;
- Participações (Fiagro-FIP): fundos de investimento em participações em sociedade,
constituídos nos termos da Instrução CVM 578.

Vale mencionar que as cotas dos Fiagros-FIDC e Fiagros-FIP só podem ser distribuídas para
investidores qualificados. Portanto, o foco da nossa análise no Renda Imobiliária serão os
Fiagros-FII, que estão disponíveis aos investidores em geral.

Entre as características tradicionais do produto, é imprescindível citar:


● a isenção de Imposto de Renda (IR) sobre os proventos para as pessoas físicas, desde
que o fundo seja negociado exclusivamente em Bolsa de Valores ou mercado de balcão
organizado e tenha um número mínimo de 50 cotistas. Lembrando que, para obter o
benefício, o cotista com direito ao provento não pode deter mais de 10% da totalidade
das cotas.

● a tributação (alíquota de 20%) sobre o ganho de capital em operações em Bolsa, como


nos FIIs.

Assim como nos FIIs tradicionais, a estrutura do Fiagro possui classe, mandato de
investimento, taxa de administração e performance, gestoras especializadas, entre outros.
Inclusive, a diferenciação entre fundos de tijolo (ou terras) e papel (crédito) também é
observada no produto — isto é, a gestão pode optar por comprar terras e/ou imóveis atrelados
ao setor agrícola diretamente ou aplicar seus recursos em instrumentos de dívida no setor,
como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).

Agora que já te expliquei como funciona, vamos à recomendação de investimento:

Kinea Crédito Agro (KNCA11)

O Kinea Crédito Agro (KNCA11) é um Fiagro de recebíveis que chama a atenção pela alta
exposição ao setor sucroalcooleiro, segmento em que o Brasil se destaca como o maior
produtor em escala global, além da gestão realizada pela equipe da Kinea, que apresenta um
excelente histórico e competência no setor de crédito.
É um fundo que tem por objetivo gerar rendimentos mensais, por meio de investimento nas
cadeias produtivas agroindustriais, em especial, através de CRAs. Mas também pode realizar
investimentos em outros ativos financeiros ligados ao setor agro, como CRIs, LCAs e LCIs,
bem como investir em outras cotas de Fiagros.
Abaixo, resumimos as suas principais características:

Gestor Kinea Investimentos

Patrimônio líquido (R$ milhões) R$ 511,96

Quantidade de cotas (milhares) 5.099,91

Preço de tela (R$/por cota) R$ 104,59

Valor de mercado (R$ milhões) R$ 533,40

Liquidez (R$ mil) R$ 840,00

Último provento (R$/cota) R$ 1,17

Yield anualizado 13,4%

Quantidade de cotistas 4.881


Representação no Ifix (%) -

Tipo de gestão Ativa

Taxa de administração 1,20 % a.a. sobre o patrimônio líquido

Notamos que o fundo supera o retorno do Ifix durante todo o período, apesar da volatilidade um
pouco acima da média, promovida pela liquidez instável no início das negociações.
Esse resultado se deve muito à forte distribuição do KNCA11 — seu último rendimento foi de
R$1,17 por cota, gerando um yield anualizado de 13,4% no patamar de preço atual. A carteira
de CRAs do fundo se beneficia da elevação do CDI, que alcançou 12,65% ao ano
recentemente.
Com apenas quatro meses de vida, o KNCA11 apresentou um retorno de 8,62%, contra
-0,62% do Ifix e 3,57% do CDI.
Por fim, não há taxa de gestão para o KNCA11, mas é cobrada uma taxa de administração de
1,2% ao ano sobre o patrimônio líquido do fundo, um pouco acima da média de seus pares.
Além disso, o FII não possui taxa de performance, o que tira um pouco o alinhamento de
interesses entre a gestão e os cotistas, mas não causa desconforto.

4. Renda Fixa: recomendação recorrente de LCA


Por Diego Bleinroth e Laís Costa, especialista em renda fixa responsável pela série Super
Renda Fixa

As Letras de Crédito do Agronegócio são títulos emitidos por bancos para financiar
participantes do setor do agronegócio.

Por captarem recursos para áreas estratégicas para o país, essas letras de crédito contam com
isenção de imposto de renda sobre os ganhos. Além de também contarem com a garantia do
FGC e de você ter um prazo mínimo de 90 dias para saque dessa modalidade de investimento.

Já os prazos de vencimento podem variar e são acordados sempre no momento da


contratação – o mais comum é variarem de meses a até três anos.

E um ponto importante é, quando você investe em uma LCI ou LCA, você não está
emprestando dinheiro direto para uma construtora ou uma empresa da cadeia do agronegócio.
O compromisso de te pagar seu dinheiro de volta é do banco, seu investimento é com a
instituição financeira.
O banco, por sua vez, vai usar esse dinheiro para emprestar para investimentos nesse setor.
Se os participantes do setor param de investir e, em consequência, de tomar dinheiro
emprestado no banco, o que acontece é que a emissão de títulos, ou seja, a oferta para você,
investidor, diminui.

Dito isso, depois de um estudo aprofundado do mercado, selecionamos uma LCA indexada ao
IPCA de quatro anos de prazo e uma alternativa pós-fixada de curto prazo (1 ano), ambos
isentos de IR, como recomendação de investimento.

Lembrando que na série Super Renda Fixa, toda terça-feira você encontra o Cardápio da
Semana com recomendações recorrentes do que há de mais atrativo na indústria de títulos de
crédito privado e no Tesouro Direto.

Abaixo, você pode ver o raio-x completo do título:

Características da LCA IPCA+ do Banco BTG Pactual

Classificação de risco da Standard and Poor's: brAAA


instituição
Público-alvo Investidores em geral

Onde encontrar Vitreo

Aplicação mínima R$ 5.000,00

Liquidação D+0

Prazo da aplicação 4 anos

Vencimento 27/07/2026

Rentabilidade líquida anual IPCA + 5,14%

Tributação Isento de IR

Pagamento de juros Não

Resgate Somente no vencimento

Garantias Fundo Garantidor de Créditos (FGC)

Horário limite de aplicação 15h


O investimento na taxa líquida indicada da LCA do Banco BTG Pactual equivale a uma
aplicação com taxa bruta aproximada de IPCA + 7,12% ao ano.

Com essas quatro recomendações de investimento presentes na sua carteira, você terá uma
boa exposição devidamente diversificada no setor do agronegócio e pode ter a chance de
ganhar com os diferentes segmentos que o compõem.
Bons investimentos!

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