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ILUSTRÍSSIMO SENHOR xxxxxx DO MUNICÍPIO xxxxxxxx

Auto de Infraçã o n. Xxxxxx


Eu, xxxxxxxxx, brasileiro, aposentado, portador da Cédula de Identidade RG nº xxxx e do
CPF nº xxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxxxx, proprietá rio do veículo xxxxx 1.6,
ano 2011/2012, cor cinza, xxx, venho respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, com
fundamento na Lei nº 9.503/97, apresentar DEFESA ADMINSTRATIVA contra a aplicaçã o
de penalidade por suposta infraçã o de trâ nsito, conforme notificaçã o anexa, o que faz da
seguinte forma.

1 – DOS FATOS
De acordo com a mencionada notificaçã o, transitava eu pela Av. Tenente Coronel Duarte
esquina com a Av. XV de Novembro, Lado Direito, no dia 11/01/2016, por volta da
09:30:04, no veículo de minha propriedade, acima citado, no momento que, em tese, vim a
AVANÇAR O SINAL VERMELHO DO SEMÁ FORO – FISCALIZAÇÃ O ELETRÔ NICA. Dessa
forma, em tese, apontou-se violaçã o ao Artigo 208 do Có digo de Trâ nsito Brasileiro.
Entretanto, como se verifica das preliminares de minha defesa demonstrarei que nã o cabe
tal infraçã o por vá rios motivos que abaixo os delinearei, vejamos.

2 – DA DEFESA
Por razõ es claras e legítimas venho requerer a anulaçã o do auto de infraçã o, pela
irregularidade apontada como FALTA DE AFERIÇÃ O DOS EQUIPAMENTOS PELO INMETRO.
Com efeito, os equipamentos eletrô nicos necessitam estar com a sua calibraçã o específica,
para que emitam detecçã o exata, medindo com precisã o os eventos, de forma que sirva de
prova dentro dos autos certificado do INMETRO de estar devidamente aferido por aquele
Instituto, nã o basta a simples afirmaçã o da Empresa de gerenciamento de trâ nsito, pois
deve haver certificaçã o por aquele Instituto, como exige o Artigo 2º da Resoluçã o 165 que
está em conformidade com o Art. 280 § 2 que ainda teve na deliberaçã o 38 do Denatran sua
regulamentaçã o, vejamos:
Art. 280. Ocorrendo infraçã o prevista na legislaçã o de trâ nsito, lavrar-se-á auto de infraçã o,
do qual constará :
§ 2º A infraçã o deverá ser comprovada por declaraçã o da autoridade ou do agente da
autoridade de trâ nsito, por aparelho eletrô nico ou por equipamento audiovisual, reaçõ es
químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível, previamente
regulamentado pelo CONTRAN. RESOLUÇÃ O Nº 165 DE 10 DE SETEMBRO DE 2004
Regulamenta a utilizaçã o de sistemas automá ticos nã o metroló gicos de fiscalizaçã o, nos
termos do § 2º do artigo 280 do Có digo de Trâ nsito Brasileiro.
Art. 2º. O sistema automá tico nã o metroló gico de fiscalizaçã o deve:
I – ter sua conformidade avaliada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalizaçã o e
Qualidade Industrial – Inmetro, ou entidade por ele acreditada; Deliberaçã o CONTRAN nº
38 de 11/07/2003 que Dispõ e sobre requisitos técnicos mínimos para a fiscalizaçã o da
velocidade, de avanço de sinal vermelho e da parada sobre a faixa de pedestres de veículos
automotores, reboques e semi-reboques, conforme o Có digo de Trâ nsito Brasileiro Art. 2º...
III - ser verificado pelo INMETRO ou entidade por ele delegada, obrigatoriamente com
periodicidade má xima de 12 (doze) meses e, eventualmente, conforme determina a
legislaçã o metroló gica em vigência.
Como vimos é necessá rio que os equipamentos eletrô nicos estejam comprovadamente
certificados e aprovados por Portaria do INMETRO. Esses equipamentos estã o sujeitos à
falibilidade do citado objeto eletrô nico (item 8.1.4.7 da Portaria nº 115/98-INMETRO), seja
por dano, temperatura, severidade, interferência eletromagnética, umidade, intempérie ou
falha qualquer.
Diante desse fato e embasados na notificaçã o da autuaçã o de trâ nsito enviada a mim e
anexada a esta defesa, onde a mesma no item dito da data de aferiçã o do aparelho que tem
sua data no dia 24/06/2013, ou seja, mais de 12 meses da data que veio a tirar a foto que
redundou nessa autuaçã o e isso já em desconformidade com a lei, resoluçã o e deliberaçã o
de trâ nsito, pois a data da autuaçã o foi no dia 11/01/2016, 2 anos e 7 meses depois da
ú ltima aferiçã o, fato este inadmissível para uma empresa que gerencia o trâ nsito ou ó rgã o
que administra o trâ nsito.
Dessa forma, a decisã o imposta pelo agente da autoridade de trâ nsito deve ser cancelada,
eis que desprovida de fundamentos vá lidos. O § ú nico do artigo 281, e seu inciso I, do CTB
estabelece: “O auto de infraçã o será arquivado e seu registro julgado insubsistente: se,
considerado inconsistente ou irregular”.
O auto de infraçã o de trâ nsito de nú mero F430476567 esta eivado de ilegalidade e
irregularidades formais, pois nã o atende aos requisitos de materialidade e formalidade
necessá rios ao seu preenchimento, tendo em vista que já se passaram mais de 12 meses da
data da ultima aferiçã o e isso deve ser levado em consideraçã o por ser um vicio material,
apto a anular o citado Auto de Inflaçã o.
Nesse sentido, sã os os julgados abaixo:
APELAÇÃ O AÇÃ O DE COBRANÇA INFRAÇÃ O DE TRÂ NSITO NULIDADE OCORRÊ NCIA
Pretensã o voltada à anulaçã o da multa de trâ nsito que fora aplicada por radar eletrô nico
Radar semafó rico utilizado que nã o foi aferido e fiscalizado pelo INMETRO à época da
lavratura da infraçã o Imposiçã o da penalidade que, in casu, nã o ocorreu em consonâ ncia
com a legislaçã o e normas técnicas Art. 5º da Resoluçã o CONTRAN 141 de 2002 Nulidade
do auto de infraçã o evidenciada Procedência da demanda que se impera Condenaçã o da ré
na verba sucumbencial Decisã o reformada Recurso provido. (TJ-SP - APL:
XXXXX46682003826 SP XXXXX-68.2003.8.26.0000, Relator: Rubens Rihl, Data de
Julgamento: 19/10/2011, 8ª Câ mara de Direito Pú blico, Data de Publicaçã o: 25/10/2011).
ACÓ RDÃ O Nº 6-1085/2010 APELAÇÃ O CÍVEL - MULTA DE TRÂ NSITO - EXCESSO DE
VELOCIDADE - INFRAÇÃ O APURADA POR RADAR ELETRÔ NICO AFERIDO PELO INMETRO
FORA DO PRAZO ESTABELECIDO PELA RESOLUÇÃ O Nº 141/02 DO CONTRAN. NULIDADE
DO AUTO DE INFRAÇÃ O. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO DECISÃ O UNÂ NIME. (TJ-AL
- APL: XXXXX20038020001 AL XXXXX-96.2003.8.02.0001, Relator: Juiz Conv. José Cícero
Alves da Silva, 3ª Câ mara Cível, Data de Publicaçã o: 02/12/2010).
DIREITO ADMINISTRATIVO. TRÂ NSITO. AÇÃ O ANULATÓ RIA. CONTROLADOR
ELETRÔ NICO DE VELOCIDADE (RADAR). COMPROVAÇÃ O DA VERIFICAÇÃ O ANUAL PELO
INMETRO OU ENTIDADE CREDENCIADA. NECESSIDADE. DECRETAÇÃ O DE NULIDADE DO
AUTO DE INFRAÇÃ O E PENALIDADES DELE DECORRENTES. 1. Segundo disposto no art. 3º
da Resoluçã o 396/2011 do CONTRAN, deve ser realizada manutençã o/vistoria nos
instrumentos medidores de velocidade a cada 12 meses, como forma de garantia da
eficiência e veracidade dos dados aferidos. 2. Inexistindo comprovaçã o da regular
manutençã o dos instrumentos de mediçã o de velocidade, incabível a aplicaçã o de
penalidade administrativa, devendo ser declarada a nulidade do auto de infraçã o e das
penalidades dela decorrente. 3. Recurso conhecido e nã o provido. Diante do exposto,
decidem os Juízes Integrantes da 1ª Turma Recursal Juizados Especiais do Estado do
Paraná , CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos exatos termos do voto. Relator:
Liana de Oliveira Lueders, Data de Julgamento: 29/01/2015, 1Â ª Turma Recursal, Data de
Publicaçã o: 02/02/2015).
Com tais consideraçõ es, requer a nulidade do Auto de Infraçã o objeto desta defesa, com
consequente, invalidade de eventual multa e penalidade no prontuá rio do condutor.

3 - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer o arquivamento deste AIT por estar o aparelho de mediçã o a mais
de 12 meses sem aferiçã o conforme consta na pró pria autuaçã o, protestando ainda pela
produçã o de provas por todos os meios admitidos em direito e cabíveis à espécie, em
especial a pericial e testemunhal.
Cuiabá /MT, 07 de março de 2016.
cxxxxxxxx
Requerente

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