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ILUSTRÍSSIMO SENHOR xxxxxx DO MUNICÍPIO xxxxxxxx

Auto de Infraçã o n. Xxxxxxxxxxx


Eu, xxxxxxxxx, brasileiro, aposentado, portador da Cédula de Identidade RG nº xxxx
e do CPF nº xxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxxxx, proprietá rio do veículo
xxxxx 1.6, ano 2011/2012, cor cinza, xxx, venho respeitosamente à presença de
Vossa Senhoria, com fundamento na Lei nº 9.503/97, apresentar DEFESA
ADMINSTRATIVA contra a aplicaçã o de penalidade por suposta infraçã o de
trâ nsito, conforme notificaçã o anexa, o que faz da seguinte forma.

1 – DOS FATOS
De acordo com a mencionada notificaçã o, transitava eu pela Av. Amazonas esquina
com a Avenida Paraná – sentido pç Rui /Barbosa/Pç Raul Soares, no dia
28/10/2020, por volta das 11:43, no veículo de propriedade do Leonardo Roberto
De Alvarenga Pereira, no momento que, em tese, vim a AVANÇAR O SINAL
VERMELHO DO SEMÁ FORO – FISCALIZAÇÃ O ELETRÔ NICA. Dessa forma, em tese,
apontou-se violaçã o ao Artigo 208 do Có digo de Trâ nsito Brasileiro.
Entretanto, como se verifica das preliminares de minha defesa demonstrarei que
nã o cabe tal infraçã o por vá rios motivos que abaixo os delinearei, vejamos.

2 – DA DEFESA
Por razõ es claras e legítimas venho requerer a anulaçã o do auto de infraçã o, pela
irregularidade apontada como FALTA DE AFERIÇÃ O DOS EQUIPAMENTOS PELO
INMETRO.
Com efeito, os equipamentos eletrô nicos necessitam estar com a sua calibraçã o
específica, para que emitam detecçã o exata, medindo com precisã o os eventos, de
forma que sirva de prova dentro dos autos certificado do INMETRO de estar
devidamente aferido por aquele Instituto, nã o basta a simples afirmaçã o da
Empresa de gerenciamento de trâ nsito, pois deve haver certificaçã o por aquele
Instituto, como exige o Artigo 2º da Resoluçã o 165 que está em conformidade com
o Art. 280 § 2 que ainda teve na deliberaçã o 38 do Denatran sua regulamentaçã o,
vejamos:
Art. 280. Ocorrendo infraçã o prevista na legislaçã o de trâ nsito, lavrar-se-á auto de
infraçã o, do qual constará :
§ 2º A infraçã o deverá ser comprovada por declaraçã o da autoridade ou do agente
da autoridade de trâ nsito, por aparelho eletrô nico ou por equipamento
audiovisual, reaçõ es químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente
disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN. RESOLUÇÃ O Nº 165 DE
10 DE SETEMBRO DE 2004 Regulamenta a utilizaçã o de sistemas automá ticos nã o
metroló gicos de fiscalizaçã o, nos termos do § 2º do artigo 280 do Có digo de
Trâ nsito Brasileiro.
Art. 2º. O sistema automá tico nã o metroló gico de fiscalizaçã o deve:
I – ter sua conformidade avaliada pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Normalizaçã o e Qualidade Industrial – Inmetro, ou entidade por ele acreditada;
Deliberaçã o CONTRAN nº 38 de 11/07/2003 que Dispõ e sobre requisitos técnicos
mínimos para a fiscalizaçã o da velocidade, de avanço de sinal vermelho e da
parada sobre a faixa de pedestres de veículos automotores, reboques e semi-
reboques, conforme o Có digo de Trâ nsito Brasileiro Art. 2º...
III - ser verificado pelo INMETRO ou entidade por ele delegada, obrigatoriamente
com periodicidade má xima de 12 (doze) meses e, eventualmente, conforme
determina a legislaçã o metroló gica em vigência.
Como vimos é necessá rio que os equipamentos eletrô nicos estejam
comprovadamente certificados e aprovados por Portaria do INMETRO. Esses
equipamentos estã o sujeitos à falibilidade do citado objeto eletrô nico (item 8.1.4.7
da Portaria nº 115/98-INMETRO), seja por dano, temperatura, severidade,
interferência eletromagnética, umidade, intempérie ou falha qualquer.
Diante desse fato e embasados na notificaçã o da autuaçã o de trâ nsito enviada a
mim e anexada a esta defesa, onde a mesma no item dito da data de aferiçã o do
aparelho que tem sua data no dia 13/05/2013, ou seja, mais de 12 meses da data
que veio a tirar a foto que redundou nessa autuaçã o e isso já em desconformidade
com a lei, resoluçã o e deliberaçã o de trâ nsito, pois a data da autuaçã o foi no dia
28/10/2020, 7 anos e 5 meses depois da ú ltima aferiçã o, fato este inadmissível
para uma empresa que gerencia o trâ nsito ou ó rgã o que administra o trâ nsito.
Dessa forma, a decisã o imposta pelo agente da autoridade de trâ nsito deve ser
cancelada, eis que desprovida de fundamentos vá lidos. O § ú nico do artigo 281, e
seu inciso I, do CTB estabelece: “O auto de infraçã o será arquivado e seu registro
julgado insubsistente: se, considerado inconsistente ou irregular”.
O auto de infraçã o de trâ nsito de nú mero AE09352193 esta eivado de ilegalidade e
irregularidades formais, pois nã o atende aos requisitos de materialidade e
formalidade necessá rios ao seu preenchimento, tendo em vista que já se passaram
mais de 12 meses da data da ultima aferiçã o e isso deve ser levado em
consideraçã o por ser um vicio material, apto a anular o citado Auto de Infraçã o.
Nesse sentido, sã os os julgados abaixo:
APELAÇÃ O AÇÃ O DE COBRANÇA INFRAÇÃ O DE TRÂ NSITO NULIDADE
OCORRÊ NCIA Pretensã o voltada à anulaçã o da multa de trâ nsito que fora aplicada
por radar eletrô nico Radar semafó rico utilizado que nã o foi aferido e fiscalizado
pelo INMETRO à época da lavratura da infraçã o Imposiçã o da penalidade que, in
casu, nã o ocorreu em consonâ ncia com a legislaçã o e normas técnicas Art. 5º da
Resoluçã o CONTRAN 141 de 2002 Nulidade do auto de infraçã o evidenciada
Procedência da demanda que se impera Condenaçã o da ré na verba sucumbencial
Decisã o reformada Recurso provido. (TJ-SP - APL: 9190946682003826 SP
9190946-68.2003.8.26.0000, Relator: Rubens Rihl, Data de Julgamento:
19/10/2011, 8ª Câ mara de Direito Pú blico, Data de Publicaçã o: 25/10/2011).
ACÓ RDÃ O Nº 6-1085/2010 APELAÇÃ O CÍVEL - MULTA DE TRÂ NSITO - EXCESSO
DE VELOCIDADE - INFRAÇÃ O APURADA POR RADAR ELETRÔ NICO AFERIDO PELO
INMETRO FORA DO PRAZO ESTABELECIDO PELA RESOLUÇÃ O Nº 141/02 DO
CONTRAN. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃ O. RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDO DECISÃ O UNÂ NIME. (TJ-AL - APL: 00164629620038020001 AL
0016462-96.2003.8.02.0001, Relator: Juiz Conv. José Cícero Alves da Silva, 3ª
Câ mara Cível, Data de Publicaçã o: 02/12/2010).
DIREITO ADMINISTRATIVO. TRÂ NSITO. AÇÃ O ANULATÓ RIA. CONTROLADOR
ELETRÔ NICO DE VELOCIDADE (RADAR). COMPROVAÇÃ O DA VERIFICAÇÃ O
ANUAL PELO INMETRO OU ENTIDADE CREDENCIADA. NECESSIDADE.
DECRETAÇÃ O DE NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃ O E PENALIDADES DELE
DECORRENTES. 1. Segundo disposto no art. 3º da Resoluçã o 396/2011 do
CONTRAN, deve ser realizada manutençã o/vistoria nos instrumentos medidores
de velocidade a cada 12 meses, como forma de garantia da eficiência e veracidade
dos dados aferidos. 2. Inexistindo comprovaçã o da regular manutençã o dos
instrumentos de mediçã o de velocidade, incabível a aplicaçã o de penalidade
administrativa, devendo ser declarada a nulidade do auto de infraçã o e das
penalidades dela decorrente. 3. Recurso conhecido e nã o provido. Diante do
exposto, decidem os Juízes Integrantes da 1ª Turma Recursal Juizados Especiais do
Estado do Paraná , CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos exatos
termos do voto. Relator: Liana de Oliveira Lueders, Data de Julgamento:
29/01/2015, 1Â ª Turma Recursal, Data de Publicaçã o: 02/02/2015).
Com tais consideraçõ es, requer a nulidade do Auto de Infraçã o objeto desta defesa,
com consequente, invalidade de eventual multa e penalidade no prontuá rio do
condutor.

3 - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer o arquivamento deste AIT por estar o aparelho de mediçã o
a mais de 12 meses sem aferiçã o conforme consta na pró pria autuaçã o,
protestando ainda pela produçã o de provas por todos os meios admitidos em
direito e cabíveis à espécie, em especial a pericial e testemunhal.
Belo Horizonte/MG, 18 de novembro de 2021
Rafael Lenoir Maia Alvarenga
Requerente

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