RODRIGO PERREIRA DE OLIVEIRA

RUA DO TRILHO, 6253 – DISTRITO DO CORAÇÃO

MACAPÁ – AMAPÁ – 68900.000

28 DE MARÇO DE 2024

DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO DO ESTADO DO AMAPÁ

ASSUNTO: RECURSO CONTRA PENALIDADE DE SUSPENSÃO/CASSAÇÃO DA

CNH E PRESCRIÇÃO DE MULTA POR RECUSA AOS PROCEDIMENTOS
PREVISTOS NO ART. 165-A DO CTB

PREZADOS SENHORES,

Eu, _______________________________________________ , portador do CPF

___________________ e da CNH nº ______________________, venho, por meio
deste documento, apresentar recurso contra a penalidade de suspensão/cassação da
minha Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e a prescrição da multa referente à
recusa aos procedimentos previstos no Art. 165-A do Código de Trânsito Brasileiro
(CTB).

ARGUMENTAÇÃO:

1. INCONFORMIDADE COM A PENALIDADE APLICADA

Discordo da penalidade de suspensão/cassação da minha CNH, pois entendo

que a mesma não está em conformidade com as circunstâncias do ocorrido.

2. AUSÊNCIA DE PROVA DE EMBRIAGUEZ

Não houve prova conclusiva de embriaguez, uma vez que me recusei a realizar
o teste do etilômetro, conforme previsto no Art. 165-A do CTB. Portanto, a aplicação da
penalidade sem uma comprovação adequada viola meus direitos legais.

3. PRESCRIÇÃO DA MULTA

De acordo com o Art. 165-A do CTB, a multa decorrente da infração de trânsito

em questão está sujeita a prescrição. Solicito que a prescrição seja reconhecida e a
multa seja cancelada.
O Codigo de Transito Brasileiro (CTB) determina que o auto de infração de
trânsito deve conter os seguintes requisitos:

a) Identificação do órgão ou entidade de trânsito responsável pela autuação;

b) Identificação do veículo, com placa e marca/modelo;
c) Identificação do condutor, quando possível;
d) Descrição da infração cometida, com a data, hora e local da ocorrência;
e) Assinatura do agente de trânsito que realizou a autuação;
f) Identificação do equipamento ou dispositivo utilizado para a autuação, quando
houver;
g) Indicação do dispositivo legal infringido;
h) Citação da penalidade aplicável e do prazo para sua quitação ou apresentação de
defesa;
i) Advertência de que o não pagamento da multa ou a não apresentação de defesa
implicará na inscrição do débito em dívida ativa.

Onde tais requecitos apresentam erros/vicios que são passiveis de

nulidade do ato administrative

3.1 VÍCIO NO PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO

O § 2º do artigo 277 do CTB, acrescenta ao agente de trânsito a

responsabilidade de declarar a embriaguez do motorista a partir de provas de fato e,
se comprovada a alteração psicomotora do sujeito, lavrar o auto. Onde em nenhum
momento foi comprovada a veracidade dos fatos
De acordo com Mazza (2022), o vício no procedimento de fiscalização ocorre
quando o agente de trânsito não segue corretamente os procedimentos previstos em
lei para a abordagem, fiscalização e autuação do condutor. Nesses casos, a autuação
pode ser considerada nula, pois houve irregularidade no processo de autuação.
Conforme inteligência do artigo 281-A do CTB, na notificação de autuação e
no auto de infração, quando valer como notificação de autuação, deverá constar o
prazo para apresentação de defesa prévia, que não será inferior a 30 (trinta) dias,
contado da data de expedição da notificação. Onde não consta na expedição da
notificação.
Vale ressalta que em nenhum momento houve a aplicação da notificação ao
requerente ou proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por
qualquer outro meio tecnológico hábil que assegure a ciência da imposição da
penalidade.
Vale lembrar que eu mantive o mesmo endereço, uma vez que a notificação é
entregue no endereço cadastrado junto ao veículo e as notificações devolvidos por
desatualização no endereço ou recusa são consideradas como válida para todos os
efeitos.
Com o advento da Lei nº 14.440, de 2022, que acrescentou o artigo 282-
A ao CTB , as autuações podem ser encaminhadas ao e-mail do proprietário do
veículo e ou ao condutor, desde que este tenha seu cadastro atualizado junto ao
órgão. Foi informado ao DETRAN que requerente não possuia email ou outra
forma de correio eletronico.

4. DIREITO À AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO

Ressalto meu direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório,

garantindo-me a oportunidade de contestar a penalidade aplicada e apresentar os
argumentos em meu favor.
 A ampla defesa e o contraditório são direitos fundamentais previstos
na Constituição Federal e devem ser garantidos em todas as esferas do direito,
incluindo nos processos administrativos de infrações de trânsito. Esses direitos
permitem que o infrator possa apresentar sua versão dos fatos, produzir provas e
contestar as acusações feitas contra ele.
Garante nosso artigo 5º, inciso LV, da CF que: “aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
O CTB também assegura o contraditório e a ampla defesa, conforme
inteligência do artigo 265, do CTB.
“As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação do
documento de habilitação serão aplicadas por decisão fundamentada da autoridade
de trânsito competente, em processo administrativo, assegurado ao infrator amplo
direito de defesa”.
Não sendo garantido ao autuado o direito ao contraditório e ampla defesa, será
reconhecida a nulidade do auto de infração.

5. BOA-FÉ E CUMPRIMENTO DAS LEIS

Sempre pautei minha conduta no trânsito pela observância rigorosa das leis e
normas de segurança viária. A recusa aos procedimentos previstos no Art. 165-A foi
realizada de acordo com meu entendimento sobre meus direitos e deveres como
cidadão.

Diante do exposto, solicito que seja revista a decisão de suspensão/cassação da

minha CNH e que a multa seja considerada prescrita, conforme a legislação vigente.
Anexo a este recurso, estão cópias dos documentos que comprovam minha
identidade e as alegações apresentadas.
Coloco-me à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais
necessários e aguardo, confiante, pela análise e deferimento deste recurso.

Atenciosamente,

RODRIGO PERREIRA DE OLIVEIRA

CPF: 016.492.572-44