Você está na página 1de 3

ILUSTRÍSSIMO SENHOR COORDENADOR DA JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSOS DE

INFRAÇÕ ES DO DAER/RS.
Referencia: AIT nº xxxxxxxxxxxx
Expedida em: 03/03/2017
Infraest: xxxxxxxxxxxx

Infração de Trânsito. Ultrapassagem contramão-linha amarela.

XXXXXXXX,solteiro, RG nº XXXXX, CPF ºXXXXXXXX, recepcionista, residente e domiciliado


nesta cidade sito à rua XXXXX nºXXX, bairro:XXXX, Cep:XXXX, nã o se conformando com o
Auto de Infraçõ es em epígrafe, aplicado ao veículo Placas XXX 1111-RS, marca/modelo
Yamaha XTZ 125 E, vem dele, Interpor , com base no artigo 285 do Có digo de Trâ nsito
Brasileiro e na Resoluçã o 299 de 04.12.08 do CONTRAN, nã o se conformando com o mesmo
em relaçã o a multa aplicada a qual se refere o AIT ,vem respeitosamente perante Vossa
Senhoria, apresentar o referente recurso mediante as razõ es de fato e de direito seguintes:
DOS FATOS.
O requerente trafegava com seu veiculo, já especificado acima, pela ERS 734 KM 17, quando
foi abordado pelo agente estadual, o qual ao lhe abordar o informou que o requerente havia
feito uma ultrapassagem proibida no local, o qual nã o permitia aquele tipo de atitude,
afirmando o mesmo que ali havia faixa dupla amarela, e que o requerente havia feito entã o,
uma ultrapassagem sobre aquelas duas linhas.
O fato é que, mesmo o requerente tendo exposto seu ponto de vista em relaçã o aquela
atitude tomada pelo agente, o mesmo nã o se teve por convencido e desta forma, o aplicou a
multa por ultrapassar pela contra mã o em linha amarela e continua, o que segundo o artigo
203, inciso V do có digo de trâ nsito brasileiro é proibido. O qual vejamos:
Capítulo XV - DAS INFRAÇÕ ES
Ultrapassar pela contramã o outro veículo:
I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente;
II- nas faixas de pedestre;
III - nas pontes, viadutos ou tú neis;
IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas, cruzamentos ou qualquer
outro impedimento à livre circulaçã o;
V - onde houver marcaçã o viá ria longitudinal de divisã o de fluxos opostos do tipo linha
dupla contínua ou simples contínua amarela:
Infraçã o - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes).
Pará grafo ú nico. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no
período de até 12 (doze) meses da infraçã o anterior.
(Redaçã o dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
Porém a verdade é que em momento algum houve tal infraçã o, pois nã o houve sequer
alguma ultrapassagem, o que houve sim foi tã o somente os fatos que serã o narrados de
forma simples e clara para uma fá cil interpretaçã o dos mesmo e sem querer em momento
algum denegrir a imagem do agente que fez a autuaçã o. Porém nã o seria certo deixar de
fazer tal recurso, com a intençã o de expor os fatos de forma certa e de acordo com a
verdade.
DA VERDADE
Vinha o recorrente conduzindo sua moto pelo local já mencionado, quando o agente o
abordou, lhe pedindo a documentaçã o do veículo e sua habilitaçã o, momento este que
mesmo agente lhe informou da infraçã o. Porém o recorrente vinha na verdade atrá s de um
veículo que transitava na mesma via e no mesmo sentido, momento este que tal veículo
colocou o pisca para o lado direito da via, dando ao entender que iria encostar naquele
lado, o que realmente aconteceu. Neste momento o requerente naturalmente desviou deste
veículo sem mudar de faixa em momento algum, dando segmento em sua viagem no
sentido praia/centro que já vinha fazendo.
Acredita-se entã o, neste momento que o requerente executou tal manobra, o agente possa
ter enganado-se e de alguma forma entendido que houve uma ultrapassagem indevida, o
que nã o houve pois tã o somente o requerente desviou do veículo quer vinha em sua frente.
O fato de o requerente ter assinado tal multa se dá pelo motivo que o mesmo é possuidor
de habilitaçã o provisó ria, ficando o mesmo com medo de nã o assinar a mesma e sofrer
alguma repulsa por parte do agente e perder seu direito de dirigir, imaginando o mesmo,
mesmo que erroniamente que o agente poderia lhe aplicar tantas multas quantas fossem
necessá rias para caçar sua habilitaçã o, o que sabe-se que jamais ocorreria tal conduta do
agente.
O simples fato de avistar policiais militares na rodovia, inibiria completamente a vontade
de, nã o só o autuado, mas qualquer condutor com capacidade média de discernimento,
fazer ultrapassagem proibida.
Nesta oportunidade, o Recorrente, vem, dentro do prazo legal, interpor o presente recurso,
pois a multa em questã o foi feita injustamente,
DA LEGITIMIDADE DO ATO PRATICADO PELO AGENTE.
Embora os atos administrativos gozem de presunçã o de legitimidade e veracidade pelo fato
dos agentes administrativos possuírem o que chamamos de fé pú blica, porém, é uma
presunçã o relativa e que nã o comporta nenhuma prova material para ter-se como base
só lida de tal infraçã o. Se esta fosse absoluta, nã o comportaria o contraditó rio, sendo desta
forma absoluta a certeza do ato infracioná rio praticado pelo recorrente, sendo que assim
estaria ferindo os mais caros preceitos constitucionais: Ampla defesa e contraditó rio, que é
assegurado pela carta magna de nossa naçã o e temos como exemplo o artigo 5º, inciso LV
Art. 5º Todos sã o iguais perante a lei, sem distinçã o de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral sã o
assegurados o contraditó rio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Cabe também lembrar da responsabilidade dos ó rgã os de trâ nsito quanto aos recursos à
eles interpostos,segundo o có digo de trâ nsito brasileiro através da lei 9.503/97, o qual
vejamos:
Art. 281. A autoridade de trâ nsito, na esfera da competência estabelecida neste Có digo e
dentro de sua circunscriçã o, julgará a consistência do auto de infraçã o e aplicará a
penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infraçã o será arquivado e seu registro julgado insubsistente:
I - se considerado inconsistente ou irregular;
II - se, no prazo má ximo de sessenta dias, nã o for expedida a notificaçã o da autuaçã o.
II - se, no prazo má ximo de trinta dias, nã o for expedida a notificaçã o da autuaçã o.
(Redaçã o dada pela Lei nº 9.602, de 1998)
DO PEDIDO
Isto posto, e com a intençã o de que se assegure todos os direito relativos aos recursos
administrativos, bem como os assegurados por lei, vem o recorrente através deste pedir.
a) Que tal infraçã o, juntamente com os documentos anexos, seja remetida para JARI/DAER-
RS, conforme artigo 285 do CTB, com finalidade de julgá -lo pelo prazo previsto em lei;
b) Que a decisã o seja favorá vel ao requerente sob o prisma do artigo 281, p. U., inciso I do
CTB, por se tratar de infraçã o inconsistente e irregular atribuída ao recorrente, em razã o da
insuficiência de provas que culminem na certeza da infraçã o atribuída ao mesmo..
c) Que seja observado o art. 12, da Resoluçã o n.º 829/97 do CONTRAN.
Sem mais para o momento.
Pede deferimento.
Rio Grande, de abril de 2017. .
xxxxxxxxxx. (assinatura do recorrente)

Você também pode gostar