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– DETRAN/BA
DEFESA PRÉVIA
Vem nessa oportunidade, data máxima vênia, não concordar com a referida autuação, e
requerendo, que seja elidida, conforme os fatos, fundamentos a seguir expostos.
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O requerente, no dia 09/04/2023 – Domingo de Páscoa –, foi autuado, nos termos do art.
165- A do CTB, por ter se recusado a utilizar o etilômetro (bafômetro), conhecido
popularmente como teste do bafômetro.
Ocorre que no dia supramencionado, o Notificado estava voltando para casa, pois estava
na residência de sua mãe celebrando o almoço do domingo de Páscoa, e no caminho
deparou-se com a blitz da polícia de trânsito às 21h56min, na Av. Orlando Gomes,
sentido Paralela.
A autoridade policial informou que seria bem provável, porém, com uma mínima
alteração que não haveria problema algum, não existe mais limite no bafômetro, mas, há
uma margem de tolerância de 0,04 mg/L devido a possíveis erros no equipamento.
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se contaminar com COVID-19 e com as novas CEPA do citado vírus.
Insta consignar, que ainda que a recente modificação da legislação indique que a
simples recusa em efetuar o teste constitui infração, não deve prevalecer este
entendimento, uma vez que incompatível com a legislação vigente.
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É cediço que a interpretação literal, aplicada isoladamente, é insuficiente para atingir o
“espírito da Lei”. Pelo princípio da universalidade do direito ao trânsito seguro, previsto
no art. 1º, § 2º, CTB c/c art. 144, § 10, I, II, da Constituição Federal, o agente atuador,
através da fiscalização, um dos tripés que norteiam este ramo do Direito (educação –
engenharia – fiscalização), deve trabalhar para que haja a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio.
Malgrado, não se pode chegar ao exagero de punir quem não oferece nenhum
risco, como no caso em tela, pois, se oferecesse, não seria liberado e teria sido
enviada a notificação referente a conduta a qual o requerente está se defendendo.
Em que pese a autuação constituir um ato administrativo vinculado, é necessário que
seja observado o caso concreto para determinar a presença ou não do risco que o
condutor ofereça naquele determinado momento.
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artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro. Não há qualquer menção sequer
sobre a tentativa de realização de prova indireta que pudesse atestar o estado
de ebriedade do condutor no momento da abordagem. Concessão da
segurança ao impetrante, ora recorrente, para que o impetrado se
abstenha de apreender a sua carteira de habilitação, devolvendo-lhe o
prazo legal para apresentação de recurso, com o devido contraditório e
ampla defesa. CONCESSÃO DA ORDEM. RECURSO CONHECIDO e
PROVIDO (0417843-17.2014.8.19.0001 – APELAÇÃO; Des (a). CEZAR
AUGUSTO RODRIGUES COSTA - Julgamento: 14/02/2017 - OITAVA
CÂMARA CÍVEL).
Por fim, não se pode esquecer que o requerente JAMAIS colocaria a sua vida e saúde
em risco, assoprando um equipamento que pode contaminá-lo e inclusive tirar até a sua
vida com transmissão de um vírus, especificamente do COVI-19 e as suas variantes.
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De tal sorte, a desconfiança de que o aparelho apresentado para a realização do exame
não preencha todos os requisitos de segurança exigidos, pode sim, gerar o
comportamento negativo por parte do motorista.
É de bom alvitre que, para haver consonância entre cidadão e à administração, esta
última tem o poder/ dever de informar ao cidadão a clareza dos seus atos dentro da
proporcionalidade assim como preceitua a LIMPE (Legalidade, Impessoalidade,
Moralidade, Publicidade e Eficiência) com supedâneo artigo 37 caputs da CF/88; ou
seja, publicizando seus atos, com eficiência, dentro da moralidade e legalidade em
estricto sensu, fazendo tudo aquilo que a lei determina.
Assim, diante dos fatos narrados, percebe-se que não houve a verificação indubitável de
que o Notificado estava sob efeito de álcool que ensejasse na autuação do art. 165-A.
Logo, requer o deferimento da presente defesa com a consequente revogação dos pontos
na carteira do Notificado e a nulidade do auto de infração em epígrafe.
Termos em que,
Pede Deferimento.
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Salvador/BA, 23 de maio 2023.