Você está na página 1de 4

ILUSTRISSIMO SENHOR PRESIDENTE DA JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSOS DE

INFRAÇÃO DE TRÂNSITO – JARI DO DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO DO


ESTADO DE XXXX DETRAN/XX.
XXXXXXXXXX, nacionalidade, estado civil, profissã o, portador do RG: xxxxxxx e CPF:
xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado (a) à xxxxxxxx, CEP xxxxxx, neste ato representado,
por seu advogado e bastante procurador conforme instrumento de mandato
anexo,Residente e domiciliado a xxxxxxx CEP xxxxxx, onde recebe intimaçõ es de estilo, vem
com o devido respeito a presença de Vossa Senhoria com fundamento no artigo 285 do
Có digo de Tâ nsito Brasileiro, apresentar o presente:
DFESA PREVA
Em desfavor de PROCESSO ADMINISTRATIVO SOB Nº XXXXXXXX, Instaurado pelo
Departamento Estadual de Trâ nsito de XXXX (DETRAN-XX), pelos fatos e motivos que passa
a expor.
I – DOS FATOS
O condutor foi notificado pelo DE TRAN/XX, por ter sido abordado pela fiscalizaçã o de
trâ nsito no dia XX de XX de XXX, as XX, na (endereço da ifraçã o). Consta na referida
notificaçã o e no auto de infraçã o que o condutor cometeu a infraçã o disposta no artigo 277
§ 3º c/c 165 do CTB, que afirma que o motorista fora atuado por dirigir sob influência de
á lcool de acordo co resoluçã o do DENATRAN.
Afirma o condutor que ao ser abordado por uma equipe de fiscalizaçã o de trâ nsito da
Policia Militar, que realizava fiscalizaçã o de rotina, pró ximo de sua residência, na ocasiã o
foi requerido que o condutor realizasse o teste do etilô metro – conhecido como
“bafô metro”, sendo que o condutor negou-se a realizar o teste.
Informa que embora tenha se reservado ao direito de realizar o teste do etilô metro, o
condutor apresentou de pronto a documentaçã o requerida, pelo policial que conduzia a
abordagem colaborando com a fiscalizaçã o e que em nenhum momento apresentou
qualquer resistência ao que era solicitado, com exceçã o do referido teste.
Desta forma, nã o satisfeito, apresenta defesa prévia contra o referido Auto de infraçã o que
visa apurar a suposta infraçã o cometida bem como aplicar sançã o de suspensã o do direito
de dirigir por 12 meses.
II DO DIREITO
O condutor é cidadã o de bem, possui residência fixa e trabalho, além do que é conhecedor
de seus direitos e obrigaçõ es enquanto cidadã o e nã o apresenta qualquer ó bice quanto aos
procedimentos adotados por quaisquer ó rgã os da Administraçã o Pú blica, desde que
venham para melhorar a qualidade de vida e segurança da populaçã o.
Noutro giro é importante observar que é conhecedor do Có digo de Trâ nsito Brasileiro,
sendo devidamente habilitado para dirigir veículo automotor conforme faz prova por meio
da CNH Nº xxxxx
Neste sentido cabe observar que no momento da fiscalizaçã o, o condutor nã o apresentou
qualquer obstá culo, recusando apenas a fazer o teste do etilô metro –“bafô metro”, nã o
podendo este ser atuado apenas pela recusa, pois a lei dispõ e que a atuaçã o é nos casos que
o condutor apresente sinais de embriaguez ao volante.
Art. 165 CTB. Dirigir sob a influência de á lcool ou de qualquer outra substâ ncia psicoativa
que determine dependência:
Infraçã o - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensã o do direito de dirigir por 12 (doze) meses.
Sendo assim nã o merece prosperar a referida penalidade pois o artigo acima transcrito
dispõ e que será atuado aquele que dirigir sob influência de á lcool. No entanto em momento
algum fora detectado que o condutor autuado apresentou sinais de embriaguez ou
qualquer outro sinal que poderia ser detectada por outras diversas formas.
Ademais no pró prio CTB é disposto quando da impossibilidade ou no caso da recusa do
teste do etilô metro existem diversos outros meios que venham a atestar a embriaguez do
condutor, por exemplo, exames médicos no IML, que possam comprovar o estado de
embriaguez.
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trâ nsito ou que for
alvo de fiscalizaçã o de trâ nsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou
outro procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo
Contran, permita certificar influência de á lcool ou outra substâ ncia psicoativa que
determine dependência.

Observe que o artigo 277, menciona outras possibilidades que nã o o teste do etilô metro –
“bafô metro” o que nã o fora oferecido ao condutor no momento da abordagem.
Ademais a simples recusa em submeter-se ao teste do etilô metro nã o pode implicar em
puniçã o haja visto que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo, nã o podendo
sofrer sançõ es por tal ato, sob pena de se ferir princípios e garantias constitucionais,
conforme se verifica no artigo 5º LXIII da CF combinado com artigo 8ª § 2º g’ do pacto de
Sã o José da Costa Rica, a qual o Brasil é signatá rio.
Art. 5º LXIII da CF - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
Convençã o Americana de Direitos Humanos de 1969 (Pacto Sã o José da Costa Rica)
Artigo 8º - Garantias judiciais
...
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto
nã o for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em
plena igualdade, à s seguintes garantias mínimas:
...
g) direito de nã o ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada; e
Ressalta ainda que no Termo de Constataçã o de Alcoolemia ou de Outra Substâ ncia
Psicoativa que Determine Dependência, nas fls. 05 do processo administrativo em questã o,
nã o fora detectado sinais de alteraçõ es psicomotoras do condutor, tendo sido constatada
suposta embriaguez apenas por vermelhidã o nos olhos e odor de á lcool, todavia os demais
sinais nã o condiziam com o de uma pessoa alcoolizada, carecendo portanto de provas
robustas para aplicaçã o de tal sançã o, quanto mais em dias hodiernos, onde a limitaçã o do
direito de dirigir quase se equipara a limitaçã o do direito de ir e vir, pois nas mais das vezes
usamos de tal direito para se deslocar para o trabalho como é o caso do condutor que aqui
apresenta sua defesa.
Noutro giro, admitiu o condutor ter bebido por volta das 20:00 hs ou seja 4:00 hs. e 30 min.
antes da abordagem policial, tempo suficiente para se sentir há bil a dirigir, por estar com
suas funçõ es motoras em perfeito estado como fora constatado no auto de infraçã o, ainda
mais por se tratar de pequena distâ ncia, pois estava pró ximo a sua casa, tendo sido
abordado inclusive na Avenida em que reside.
Ademais a suposta infraçã o ocorreu em maio de 2015, tendo transcorrido mais de três anos
do fato, fazendo que sançã o aplicada em data tã o longínqua nã o tenha o efeito pedagó gico
desejado, mas apenas efeito meramente coercitivo/punitivo, o que nã o é o objetivo das
sançõ es proposta em lei haja vista que toda sançã o deve ter antes da pretensã o punitiva a
pretensã o educativa, pois o Estado em seu poder punitivo nã o busca segregar e sim
reinserir e reeducar o apenado. Princípios estes cabíveis em questõ es de infraçã o de
trâ nsito, pois mais do que punir o condutor o Estado deve educá -lo, o que já fora feito no
tempo da infraçã o pela abordagem policial e detençã o provisó ria da habilitaçã o, multa e
detençã o do veiculo que somente saiu do local conduzido por xxxxxxxxxxx, condutor
habilitado na CNH xxxxxxxx.
Importante observar que o condutor tem boa vida pregressa, nã o tendo histó rico de
direçã o sobre efeito de á lcool, ou qualquer ato que desabone sua conduta, devendo ser tal
fato considerado visto que mesmo em matéria penal a vida pregressa serve como fato
dosador de pena o que nã o deve ser diferente quando se trata de infraçõ es de trâ nsito.
III DO PEDIDO
Isto posto requer, desta junta administrativa a anulaçã o do auto de infraçã o e o
arquivamento do referido processo administrativo.
Nã o sendo este o caso pugna pela aplicaçã o de penalidade mínima.
local e data.
______________________________________________
ADVOGADO
OAB

Você também pode gostar