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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE COLÍDER-MT

JOÃO, brasileiro, solteiro, estudante, portador da cédula de identidade


nr. 9999-999-SSP/MT, CPF: 999.999.999-99, residente e domiciliado na Rua
dos Sonhos, nr. 394, Centro, CEP: 78500-000, Município de Colíder-MT,
endereço eletrônico: joaodascouves@gmail.com; vem, por meio de advogado,
que a esta subscreve, devidamente constituído conforme instrumento de
procuração anexado ao final, com endereço profissional à Rua Caiabis, 894,
Setor Sul, Centro, CEP: 78500-000, Colíder-MT, com endereço eletrônico:
carlosgomes.adv@gmail.com, propor o presente PEDIDO DE RELAXAMENTO
DE PRISÃO, fundamentado nos termos do artigo 5º, LIV e LV da Constituição
Federal e art. 310 e seguintes do Código de Processo Penal, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

1. DOS FATOS.

No dia 10/10/2023, por ocasião de um evento de confraternização em sala


de aula do curso em que participa, ao sair do mencionado evento,
conduzindo seu veículo, fora abordado por uma guarnição da Polícia Militar
que, mesmo sem qualquer evidência de conduta que configurasse direção
perigosa, o Sr. João foi detido e conduzido à delegacia, sob a alegação de
embriaguez, sem, todavia, haver sido realizado o teste de alcoolemia ou
comprovação técnica da embriaguez, na forma prevista na Resolução nº
432 do Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN.

Já na delegacia, a autoridade policial que se encontrava de plantão, mesmo


sem qualquer comprovação ou evidência técnica da embriaguez,
determinou a lavratura do auto de prisão em flagrante.
Em razão disso, o requerente foi conduzido à carceragem da delegacia e
permanece preso até a presente data.

2. DO DIREITO

Os fatos acima narrados, configuram in totum, em flagrante violação a


direitos constitucionais do requerente.

O art. 5º, inciso LXI da Constituição Federal do Brasil, estabelece que a


prisão em flagrante somente se justifica quando o agente é flagrado cometendo
a infração penal ou, conforme a jurisprudência e doutrina, quando, logo após, é
perseguido pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação
que faça presumir ser ele o autor do crime, ou seja, só se admite a prisão em
flagrante quando presentes os requisitos legais que a justifiquem. No caso em
questão, não há qualquer elemento mínimo a justifica a prisão, uma vez que
não há qualquer indício de que o requerente tenha praticado a infração.

Vale ressaltar que a ausência de prova técnica de embriaguez,


consubstanciada na aferição e comprovação do grau de concentração alcoólica
no sangue do requerente, assim como ausente qualquer comportamento que
configure o estado de embriaguez, ou ainda total ausência de indícios de
direção perigosa, são suficientes para não respaldar a manutenção da prisão
em flagrante, pois o exame através do “bafômetro” ou exame de sangue, são
exigências estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro – CTB,
caracterizada por elementar objetiva no sentido de quantificar o grau de
alcoolemia de forma técnica, o que, deveras, não observado.

Vê-se do exposto, que a prisão ocorreu de forma ilegal, uma vez que, como
já dito anteriormente, não se vislumbrou qualquer elemento mínimo legal que a
justificasse. Dessa forma, em total consonância com o disposto no inciso LXV
do artigo citado da Carta Magna, não há outra alternativa a não ser o
relaxamento da prisão do requente.

3. DOS PEDIDOS
Diante dos fatos narrados e fundamentos acima expostos, requer-se a
Vossa Excelência que:

a) Reconheça ilegalidade do ato de prisão em flagrante, determinando de


imediato o relaxamento da prisão;
b) Anule o Auto de Prisão em flagrante por tratar-se de vício insanável em
razão de sua ilegalidade;
c) Expeça-se alvará de Soltura para que o requerente seja colocado em
liberdade imediatamente;
d) A notificação das autoridades responsáveis para prestarem
esclarecimentos necessários sobre a ilegalidade da prisão em flagrante.

Nester termos, pede deferimento.

Colíder-MT, 28 de novembro de 2023.

Carlos Gomes dos Santos


Advogado.

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