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JUÍZO DA 2ª VARA DA COMARCA DE PORTO BELO – SC.

Processo bº 50054806420218240139

IRAN SAMPATE DA SILVA, brasileiro, solteiro, inscrito no RG nº 2860920


SSP-SC, CPF nº 224.507.598-67, residente e domiciliado a Rua Maria Julia Reis,
nº 1021, Bairro Cobre, Canelinha – SC, CEP 88.230-000, por meio de seus
procuradores que esta subscreve, aforar a presente

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

1 - SÍNTESE DOS FATOS

O réu, é motorista de aplicativo, e no dia 25/10/2021, quando voltava do


trajeto, de Balneário Cambóriu – SC, para Canelinha – SC onde reside, ao passar
pelo Morro do Boi, as 4 horas da madrugada, passou por cima de um objeto que
estava sobre a pista, a dizer uma capivara. Momento que o carro acendeu algumas
luzes no painel, e o autor teve que parar o veículo, descer do veículo e ver o que
estava acontecendo, momento que viu que a frente do veículoestava amassada, e
que o veículo apresentava problemas no radiador, o que foi ocasionado pelo
capivara que estava na pista.
Assim, ligou para a auto pista litoral, e pediu um guincho, contudo, a auto
pista litoral, alegou que não tinha guincho. Não podendo ficar com o veículo parado
no Morro do Boi, por não ter acostamento onde estava, o autor teve que dirigir com
o veículo com o radiador furado, até o pedágio de Tijucas – SC. Ao chegar no
pedágio, foi abordado pela Policia Rodoviaria Federal, e naquele momento, aquele
fora instado a parar o veículo e, então, fora-lhe solicitado que realizasse o exame
com o etilômetro.
O Réu, ainda segundo a peça exordial, fizera o aludido exame. Dera
positivo para ingestão de álcool. Na ocasião, constatou-seconcentração de álcool
por litro de sangue superior a 06 (seis) decigramas, no caso, com 1,70/l de ar
expelido dos pulmões.
Diante desse quadro, fora levado à Delegacia de Polícia. Assim, aliado
aos depoimentos dos policiais militares, lavrou-se auto de prisão em flagrante.
Fora-lhe imputado a figura descrita no art. 306 do Códigode Trânsito Brasileiro,
já com as alterações da Lei nº. 12.760/2012.

2 – DO DIREITO
2.1. DENÚNCIA INEPTA
(CPP, art. 41)

A peça acusatória traz grave omissão quanto à descrição do fato típico.


E essa lacuna, é capaz de colocar por terra toda pretensão condenatória.
A denúncia é tanto formal como materialmente inepta. É inepta,
formalmente, porquanto imprecisa, devido o equipamento não estar em condições
de uso,então nesse caso a tese é simples e clara, basta a observação de todas as
autoridades envolvidas, evitaria tempo do Judiciario, e danos morais irreversíveis
ao Réu, que foi algemado, foi preso, e tratado como um marginal, MESMO NÃO
ESTANDO O BAFOMETRO COM A CERTIFICAÇÃO ANUAL EM DIA!!!
Então como podem querer imputar ao réu um crime, quando se quer o
equipamento utilizado estava adequado para constatar qualquer índice de
alcolismo.
E como o Superior Tribunal de Justiça decidiu , testes do bafômetro só
valem quando o aparelho está com a certificação anual em dia. Situação
corriqueira,o equipamento é utilizado pelos agentes de trânsito fora do prazo de
validade previsto pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), segundo o qual
deve haver uma revisão a cada ano.
(exame constante dos autos do inquérito como folha 9)

Prevê o artigo 395 do CPP, que:

A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação


dada pela Lei nº 11.719,de 2008). I – for manifestamente
inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II – faltar
pressuposto processual ou condição para o exercício
da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Diante disso, conforme ainda o CPP, em seu artigo 386, Incisos IV e V:


Se estiver provado que o réu não concorreu para a infração penal, ou se não existir
prova que tenha concorrido, deverá ser absolvido.(grifo nosso).
Assim como consta no mesmo artigo 386, inciso III, que pugna pela
absolvição sumaria do réu, quando inexistem provas, como neste caso concreto.

3. DOS PEDIDOS

Por fim, mediante aos fatos aqui expostos, requer-se:

a) seja a prova extraída do processo, na forma do art. 157 do Código de


Processo Penal;

b) seja reconsiderado o recebimento da Denúncia, para rejeitar


liminarmente ainicial com base no inciso III do art. 395, do Código de Processo
Penal;
c) no caso do recebimento da denúncia seja o réu absolvido, haja vista
não haver prova material nos autos que comprove todo o descrito na inicial.

Nestes Termos. Pede e espera Deferimento.

Itapema - SC, 27 de junho de 2022.

ARISTOTÉLES GOULART
OAB/SC 53.083

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