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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _° VARA

FEDERAL DA COMARCA DE CHAPECÓ/SC

PROCESSO N° 000000

JOÃO DE ALMEIDA, já devidamente


qualificado nos autos da AÇÃO PENAL em
epígrafe, que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO
do Estado de Santa Catarina, vem,
respeitosamente, através de seu procurador
infra-assinado, apresentar tempestivamente sua
DEFESA PRELIMINAR nos termos do artigo
396-A, do Código de Processo Penal, redação da
Lei 11.719/2008, protestando pela improcedência
da acusação que lhe é feita na exordial, pelos
relevantes motivos de fato e de Direito que a
seguir passa expor para ao final requerer:

1- PRELIMINARMENTE

1.1 - Nulidade do reconhecimento fotográfico por inobservância do artigo


226 do Código de Processo Penal

Constata-se da denúncia que o reconhecimento por foto feito pela


testemunha no inquérito policial não observou o procedimento do artigo 226 do
Código de Processo Penal.
Ademais, não foram ponderados os requisitos legais presentes no artigo
564, IV, do Código Processo Penal.

1.2 - Rejeição da ação penal por falta de justa causa

Além de ser nulo o reconhecimento, as câmeras de segurança e o


gerente do banco não identificaram o autor. Apesar da prova da materialidade,
existe apenas a identificação de "indivíduo encapuzado, com características
semelhantes às do acusado”. Outrossim, não há outras testemunhas que
tenham visto o acusado praticando o crime. Portanto, não há indícios
suficientes da autoria.

1.3 - Aditamento da Denúncia

Caso não seja rejeitada a denúncia, o Ministério Público deverá ser


intimado para promover o aditamento dessa.
Ressalta-se que o fato foi praticado anteriormente à publicação da Lei
que acrescentou o §4°-A do art. 155 do CP. Logo, em virtude do princípio da
anterioridade e irretroatividade da Lei Penal, a denúncia precisa ser aditada e,
desse modo, ser excluída a qualificadora em tela. Subsidiariamente, em caso
de impossibilidade, deverá ser considerada a qualificadora vigente na data do
fato.

2 - DOS FATOS

O réu foi denunciado pela suposta prática do crime previsto no art. 155,
§ 4°-A, do Código Penal.
Conforme narra a denúncia, o acusado teria adentrado em uma das
agências da Caixa Econômica Federal da cidade de Chapecó, onde teria
subtraído a quantia de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) de um caixa eletrônico
após o emprego de artefato explosivo, e se evadindo do local em seguida.
O réu foi intimado a apresentar sua defesa preliminar.
É a síntese do ocorrido.

3 - DO MÉRITO

De fato, o acusado não participou da ação que culminou no furto


consumado na agência bancária e não há nos autos prova contundente de sua
participação no furto.
No momento do ilícito narrado na denúncia, o acusado se encontrava na
residência de sua namorada conforme narrativa da própria companheira no
depoimento em fase preliminar.
Portanto, se torna impossível a procedência da denúncia aludida visto a
inocência do indiciado. Fato que será comprovado também, por meio da
testemunha arrolada no processo.

4- DOS PEDIDOS

Requer-se a Vossa Excelência:

a) nulidade do reconhecimento fotográfico com fundamento no art. 564, IV,


do CPP;
b) rejeição da ação penal com fundamento no art. 395, III, do CPP;
c) não havendo rejeição, a intimação do Ministério Público para realizar o
aditamento da denúncia;
d) em caso de prosseguimento da ação, para que seja designada data para
audiência de instrução e julgamento com a devida intimação da
testemunha arrolada;
e) requer-se, ao final, a absolvição do acusado JOÃO DE ALMEIDA.
Termos em que pede deferimento.

Chapecó, 18 de março de 2022.

ADVOGADO
OAB

VI - ROL DE TESTEMUNHAS

1. Andréia de Souza.

Alunos: Eduardo Spuldaro, João Antônio P. Corrêa e Maria Isabel Spegiorin.

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