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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA

CRIMINAL DE CASTANHAL

RÉU PRESO URGENTE

Processo sob o nº 0801205-82.2024.8.14.0015

LUIZ FELIPE RODRIGUES LOBATO, brasileiro, solteiro,


portador do RG sob o nº 8182925-PC/PA e inscrito no CPF sob
nº. 024.010.362-96, residente e domiciliado na Rua Primeiro
de Janeiro, 68, QD38, Marituba-PA - CEP: 67100-090, em que
lhe move o Ministério Público Estadual, por intermédio de
seu advogado, requerendo desde já prazo para a juntada do
instrumento de procuração, vem, muito respeitosamente a
presença de Vossa Excelência apresentar tempestivamente a
sua

RESPOSTA A ACUSAÇÃO C/C REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA

Com fundamento ao teor do artigo 396 e 396-A, ambos Código


de Processo Penal em combinação com artigo 5º, LVI, CF/88 e
artigo 315 do Código de Processo Penal, conforme fatos e
fundamente a seguir aduzidos:

DA SÍNTESE DA DEFESA

O Defendente, ora, acusado por ter cometido as


supostas condutas tipificadas nos artigos. 157, §2º, II e
V, e §2º-A, I, c/c, art. 158, §1º e §3º, ambos do CPB, c/c,
art. 244-B, do ECA, c/c, art. 69, do CPB, segundo relato a
peça acusatória, que o Defendente juntamente como sua prima
e demais denunciados planejaram e executaram o roubo da
suposta vítima, HUGO MATHEUS DA SILVA VERAS, com emprego de
arma de fogo e extorsão no valor total de R$ 15.000,00
(quinze mil reais) e que foram feitas transferências em
contas diversas para os supostos participantes da
empreitada criminosa.

O Ilustre Representante do Ministério Público,


analisando o inquérito policial de nº 00280/2023.101403-0,
entendeu pela representação criminal em desfavor do
Defendente e de outros supostos Acusados, já qualificados
nos autos.

Douto Julgador, ao analisar os autos, r. decisão


decretou a prisão preventiva de LUIZ FELIPE RODRIGUES
LOBATO, dicorrendo que há indicio suficiente de autoria e a
materialidade, assim, decretou a prisão preventiva com
fundamento a GARANTIA A ORDEM PÚBLICA e CONVENIENCIA DA
INSTRUÇÃO CRIMINAL.

Assim, passo a expor a RESPOSTA À ACUSAÇÃO e postula


pela REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA:

MM. julgador, cumpre esclarecer, que o Defendente não


tem envolvimento com o submundo do crime, ademais, é pai de
família, trabalhador, é primário, ostenta bons antecedentes
criminais, tem endereço fixo, e não há evidência alguma de
que pretenda fugir à aplicação da lei penal, de que possa
perturbar o correto trâmite da ação penal ou de que possa
colocar em risco a ORDEM PÚBLICA e CONVENIÊNCIA DA
INSTRUÇÃO CRIMINAL.

MM. Julgador, conforme a r. decisão que decretou da


prisão preventiva do Defendente, não há mais motivos para
manutenção de prisão preventiva, tendo em vista que não
existem requisitos legais previstos ao teor do artigo 312
do CPP para manter a prisão preventiva do Defendente.
Douto Julgador, o Defendente não participou do crime
que lhe está sendo imputado, não consta nos autos provas
robustas que comprovem o envolvimento do Defendente com a
empreitada criminosa que está sendo aplicada em seu
desfavor.

A decretação da prisão preventiva deve demonstrar


cabalmente a conduta criminosa do Defendente, de modo a não
deixar que paire dúvidas e incertezas.

PRELIMINARMENTE

DA INÉPCIA DA PEÇA ACUSATÓRIA

Não há suporte probatória ou indiciário mínimo que


respalde a peça acusatória oferecida em relação ao
Defendente, motivo pelo qual se postula sua pronta
rejeição, conforme teor do artigo 395, incisos I e II, do
Código de Processo Penal.

Ao analisar a peça acusatória, vislumbro não há


individualização da conduta do Defendente e dos demais, não
expõe de forma concreta os fatos a eles imputados e, ainda
não descreve comportamento típico, violando, assim a
garantia ao contraditório e à ampla defesa, prevista na
Carta Magna de 1988.

Há profunda confusão entre as condutas indicadas na


suposto empreitada sem saber corretamente qual fora o papel
de cada acusado a luz dos fatos.

Relembre-se, ainda, que a apreciação da alegação de


inépcia e carência de justa causa da peça acusatória não se
limita ao momento processual do recebimento ou rejeição da
denúncia, sendo possível que o douto Juízo, se convencido
da ausência de tais elementos após a apresentação da
defesa, reconsidere a sua decisão e rechace o
prosseguimento da ação penal.
“Verificada, após a APRESENTAÇÃO DAS
DEFESAS PRELIMINARES, a inépcia da
exordial acusatória pela AUSÊNCIA DA
DESCRIÇÃO INDIVIDUALIZADA DAS CONDUTAS
DE CADA DENUNCIADO, ao Juiz é lícito
reconsiderar o recebimento da denúncia,
quer por permissão legal, quer por uma
questão de coerência com os anseios do
legislador, impulsionadores da reforma
do Código Adjetivo Penal, tendentes a
um processo célere e fecundo.
Inteligência do art. 396-A do Código de
Processo Penal.” (STJ, AgRg no AREsp
XXXXX/AL, 5ª Turma, Rel. Min. Laurita
Vaz, 5ª. T., 17.12.2013.).(grifei)

RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL PENAL.


DENÚNCIA. RECEBIMENTO. RESPOSTA DO
ACUSADO. RECONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE
JUSTA CAUSA. POSSIBILIDADE. ILICITUDE
DA PROVA. AFASTAMENTO. INVIABILIDADE.
ACÓRDÃO RECORRIDO. FUNDAMENTO
EXCLUSIVAMENTE CONSTITUCIONAL. DECRETO
REGULAMENTAR. TIPO LEGISLATIVO QUE NÃO
SE INSERE NO CONCEITO DE LEI FEDERAL
(ART. 105, III, A, DA CF)

1. O fato de a denúncia já ter sido recebida não impede o


Juízo de primeiro grau de, logo após o oferecimento da
resposta do acusado, prevista nos arts. 396 e 396-A do
Código de Processo Penal, RECONSIDERAR A ANTERIOR DECISÃO E
REJEITAR A PEÇA ACUSATÓRIA, AO CONSTATAR A PRESENÇA DE UMA
DAS HIPÓTESES ELENCADAS NOS INCISOS DO ART. 395 DO CÓDIGO
DE PROCESSO PENAL, SUSCITADA PELA DEFESA.

2. As matérias numeradas no art. 395 do Código de Processo


Penal dizem respeito a condições da ação e pressupostos
processuais, cuja aferição não está sujeita à preclusão
(art. 267, § 3º, do CPC, c/c o art. 3º do CPP).

3. Hipótese concreta em que, após o recebimento da


denúncia, o Juízo de primeiro grau, ao analisar a resposta
preliminar do acusado, reconheceu a ausência de justa causa
para a ação penal, em razão da ilicitude da prova que lhe
dera suporte. (STJ, REsp XXXXX/DF, 6ª Turma, Relator:
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, 16/05/2013.).

Seria de rigor a plena correspondência da Denúncia aos


requisitos de exposição do fato criminoso, individualizado
a suposta estrutura criminal de cada integrante da
organização criminoso, informando com todas as suas
circunstâncias, como exige e previsto ao teor do artigo 41
do Código de Processo Penal Brasileiro.

A peça acusatória no tocante ao Defendente é bem


resumido, genérica e superficial, afronta de maneira
acintosa o artigo 41 do CPP, bem como faz desaparecer
qualquer possibilidade do Defendente exercerem a ampla
defesa e o contraditório constitucionalmente garantidos.

Não há indicação pormenorizada da conduta que seriam


debitáveis ao Defendente, o que faz impossível a
identificação da suposto conduta que devem ser efetivamente
rebatida na defesa técnica e na autodefesa.

Excelência, não há como a defesa técnica em face de


tamanha equívoco e contraditório da peça acusatório, em
defender-se das levianas acusações.

Ao analisa, a peça acusatória não precisa conter


elaborada e microscópica descrição fática, especialmente no
momento da peça acusatória deverá estrutura a conduta
individual de cada Defendente.

INQUÉRITO. IMPUTAÇÃO DOS CRIMES


PREVISTOS NOS ARTS. 171 E 333 DO CÓDIGO
PENAL E NOS ARTS. 19, PARÁGRAFO ÚNICO,
E 20 DA LEI 7.492/1986. INDÍCIOS DE
AUTORIA E MATERIALIDADE DEMONSTRADOS.
SUBSTRATO PROBATÓRIO MÍNIMO PRESENTE.
INÉPCIA PARCIAL DA INICIAL ACUSATÓRIA.
AUSÊNCIA DE ELEMENTOS SUFICIENTES
QUANTO À EXISTÊNCIA DO CRIME DE
CORRUPÇÃO ATIVA. DENÚNCIA RECEBIDA EM
PARTE. 1. É indispensável que a inicial
acusatória contenha descrição clara,
lógica e coerente, de modo a permitir
ao acusado entender a imputação e
exercer seu direito de defesa, o que
não ocorreu em relação ao crime de
corrupção ativa. Nesse ponto
específico, a denúncia, por
insuficiência narrativa, deve ser tida
como inepta por deixar de indicar
elementos suficientes sobre a
existência da suposta corrupção de
funcionário público, em relação à qual,
além disso, não se acha indícios
suficientes para a instauração da
persecução penal. 2. Todavia, quanto à
imputação dos crimes previstos no art.
171 do Código Penal e nos arts. 19,
parágrafo único, e 20 da Lei
7.492/1986, a denúncia contém adequada
indicação da conduta delituosa imputada
ao acusado e aponta os elementos
indiciários mínimos aptos a tornar
plausível a acusação, o que permite o
pleno exercício do direito de defesa.
3. Denúncia recebida em parte. (Inq
2973, Relator (a): Min. TEORI ZAVASCKI,
Segunda Turma, julgado em10/02/2015,
19-03-2015)

No julgamento do HC 73.271, o decano CELSO DE MELLO


sabiamente ponderou:

“PERSECUÇÃO PENAL – MINISTÉRIO PÚBLICO


– APTIDÃO DA DENÚNCIA. O Ministério
Público, para validamente formular a
denúncia penal, deve ter por suporte
uma necessária base empírica, a fim de
que o exercício desse grave dever-poder
não se transforme em instrumento de
injusta persecução estatal. O
ajuizamento da ação penal condenatória
supõe a existência de justa causa, que
se tem por inocorrente quando o
comportamento atribuído ao réu ‘nem
mesmo em tese constitui crime, ou
quando, configurando uma infração
penal, resulta de pura criação mental
da acusação’ (RF 150/393, Rel. Min.
Orozimo Nonato). A peça acusatória deve
conter a exposição do fato delituoso em
toda a sua essência e com todas as suas
circunstâncias. Essa narração, ainda
que sucinta, impõe-se ao acusador como
exigência derivada do postulado
constitucional que assegura ao réu o
pleno exercício do direito de defesa.
Denúncia que não descreve adequadamente
o fato criminoso é denúncia inepta.”

Nos autos do HC 86.034, o Ministro GILMAR MENDES


sacramentou que:

“Denúncias genéricas, que não descrevem


os fatos na sua devida conformação, não
se coadunam com os postulados básicos
do Estado de Direito. Não é difícil
perceber os danos que a mera existência
de uma ação penal impõe ao indivíduo.
Daí a necessidade de rigor e prudência
por parte daqueles que têm o poder de
iniciativa nas ações penais e daqueles
que podem decidir sobre o seu curso”

Válido apontar também o voto lapidar do citado


Ministro do STF o em sede do julgamento do HC 84.409:

Habeas Corpus. 1. Crimes previstos nos


artigos 147 c/c artigo 61, II, alínea
g, do Código Penal e artigo 3º, alínea
j, c/c artigo 6º, § 4º, da Lei nº
4.898/1965 (ameaça com a agravante
genérica do abuso de poder ou violação
de dever inerente a cargo, ofício,
ministério ou profissão e abuso de
autoridade). 2. Alegações: a) ausência
de representação quanto ao crime de
ameaça; e b) ausência de justa causa
para a ação penal em face da denúncia
não descrever as condutas típicas
imputadas ao paciente. 3. No caso
concreto, a denúncia limita-se a
reportar, de maneira pouco precisa, os
termos de representação formulada pelos
policiais rodoviários federais
envolvidos. Não narra o ato

concreto do paciente que configure


ameaça ou abuso de autoridade. A peça
acusatória não observou os requisitos
que poderiam oferecer substrato a uma
persecução criminal minimamente
aceitável. 4. Na espécie, a atividade
persecutória do Estado orienta-se em
flagrante desconformidade com os
postulados processuais-constitucionais.
A denúncia não preenche os requisitos
para a regular tramitação de uma ação
penal que assegure o legítimo direito
de defesa, tendo em vista a ausência de
fatos elementares associados às
imputações dos crimes de ameaça e abuso
de autoridade. Precedentes: HC nº
86.424/SP, acórdão de minha relatoria,
Rel. originária Min. Ellen Gracie, 2ª
Turma, por maioria, DJ de 20.10.2006;
HC nº 84.388/SP, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, 2ª Turma, unânime, DJ de
19.05.2006; e HC nº 84.409/SP, acórdão
de minha relatoria, Rel. originária
Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, por
maioria, DJ de 19.08.2005. 5. Ordem
concedida para que seja trancada a ação
penal instaurada contra o paciente, em
face da manifesta inépcia da denúncia.
“parece que estamos no campo da vagueza
absoluta, da indeterminação ilimitada,
da acusação pela acusação”.

Na mesma linha, NUCCI observa que:


“embora a peça acusatória deva ser
concisa, todos os fatos devem ser bem
descritos, em detalhes, sob pena de
cerceamento de defesa” e “o acusado
terá ampla defesa assegurada desde que
os fatos, com todas as circunstâncias
que os envolvem, estejam bem descritos
na denúncia”.

Como dito, a denúncia necessita ser clara, contendo a


completa descrição das condutas típicas, com todas suas
circunstâncias, fazendo a "enunciação dos meios e seus
direcionamentos espacial e temporal".

Não se pode conceber que a narração dos fatos


imputados se mostre de tal forma indigente, que sequer
permita ao Defendente compreender do que é acusado.

DO DIREITO

O desdobramento lógico do preceito constitucional,


tem-se que a liberdade é a REGRA, e a prisão à EXCEÇÃO,
JAMAIS O INVERSO.

Nesta oportunidade, cumpre ressaltar que o Acusado foi


interrogado na esfera policial e tampouco reconheceu as
acusações levanta em seu desfavor, alegando que seu celular
fora roubado meses antes da data do ocorrido.

MM. julgador, o suposto Acusado não participou de


nenhum dos crimes que lhe estão sendo imputado, NÃO CONSTA
NOS AUTOS PROVAS ROBUSTAS QUE COMPROVEM O ENVOLVIMENTO DO
SUPOSTO ACUSADO COM A CRIMINALIDADE.

A decretação da prisão preventiva deve demonstrar


cabalmente a conduta criminosa do agente, de modo a não
deixar que paire dúvidas e incertezas.
Mais uma vez, o Defendente não é voltado à prática de
crimes, inexistindo contra o Defendente condenações
pretéritas.

Pelo que foi exposto verifica-se que os motivos que


determinaram a decretação da prisão preventiva do
DEFENDENTE, foram eliminados deixando de existir, na
atualidade, não havendo, pois, justo motivo para persistir
a coerção da liberdade do Defendente no presente feito,
assim, postulo pela revogação da prisão preventiva
decretada por este Douto Juízo e por fim, seja recolhido o
mandado de prisão expedido em desfavor de Defendente de
todos os sistemas eletrônico.

DA PRIMARIEDADE DO DEFENDENTE E A GARANTIA DA SEGURANÇA DOS


PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Consoante se verifica da certidão de antecedentes


criminais, INEXISTEM QUALQUER ESPÉCIE DE ANTECEDENTES
CRIMINAIS QUE VENHAM A ABONAR A CONDUTA SOCIAL DO SUPOSTO
ACUSADO, sendo, portanto, primário em gênero, número e
grau.

Segundo preleciona GUILHERME DE SOUZA NUCCI sobre a


“primariedade”:

“Primariedade é a situação de quem não é


reincidente. Este, por sua vez, é aquele
que torna a cometer um crime, depois de já
ter sido condenado definitivamente por
delito anterior, no País ou no exterior,
desde que não o faça após o período de
cinco anos, contados da extinção de sua
primeira pena”. (Código de Processo Penal
Comentado; 4ª ed.; ed. RT; São Paulo;
2005; p. 915).

Ressalte-se que o Defendente não possui qualquer


antecedente criminal, e assim, ainda segundo GUILHERME DE
SOUZA NUCCI:
“Somente é possuidor de maus antecedentes
aquele que, à época do cometimento do fato
delituoso, registra condenações
anteriores, com trânsito em julgado, não
mais passíveis de gerar a reincidência
(pela razão de ter ultrapassado o período
de cindo anos)”. (Op. cit; p. 915).

Nessa esteira, a prisão cautelar, de nítido caráter


instrumental, é concebida para permitir a aplicação do
direito penal material, quando diante de situações efêmeras
e capazes de propiciar a perda da eficácia do provimento
final.

De acordo com formulações colhidas na doutrina, entre


as características da custódia cautelar encontra-se a
provisionalidade, conectada com a necessidade momentânea de
se manter alguém encarcerado.

E como tal, a desaparecer referida necessidade, torna-


se imperativo que o juiz revogue a medida extrema, de forma
a restituir ao preso sua liberdade anteriormente cerceada.

Referida postura não impedirá que, no curso do


inquérito policial ou mesmo na ação penal, a prisão venha
novamente a ser decretada quando presentes os pressupostos
e requisitos para tanto.

DA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA

A garantia da ordem pública consiste na potencialidade


objetiva do agente voltar a delinquir, ou seja, quando
solto, os bens jurídicos penais estariam sob ameaça, e
preso, tal ameaça não existiria.

Todavia, repetimos:
“toda cautela é pouca”. A prisão
preventiva para garantia da ordem pública,
somente deve ocorrer em hipóteses de
crimes gravíssimos, quer quanto à pena,
quer quanto aos meios de execução
utilizados, e quando haja o risco de novas
investidas criminosas e ainda seja
possível constatar uma situação de
comprovada intranquilidade coletiva no
seio da comunidade (STJ – HC nº.
21,282/CE, DJ. 23/09/2002).

DA CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL E DA EXCEPCIONALIDADE


DE PRISÃO PREVENTIVA

Por conveniência da instrução criminal entende-se a


possibilidade, ainda que remota, de o investigado/acusado
interferir no regular desenvolvimento do Inquérito Policial
ou Ação Penal, AMEDRONTANDO TESTEMUNHAS E AUTORIDADE,
DESTRUINDO PROVAS ou MESMO CAUSANDO QUALQUER TIPO DE
EMBARAÇO À ATIVIDADE PERSECUTÓRIA ESTATAL.

Assim, conforme supracitado, a Constituição Federal


dispõe no artigo 5º, inciso LXVI:

“ninguém será levado à prisão ou nela


mantido quando couber liberdade
provisória com ou sem fiança”.

Portanto, configura-se como um direito do suposto


acusado a possibilidade de responder ao processo em
liberdade.

A liberdade é um direito do preso e uma vez


preenchidos os requisitos para concessão o magistrado tem o
dever de colocar o suposto Acusado em liberdade.

Tanto é assim, que o suposto Acusado reforça sua


intenção de não se furtar da Justiça, e compromete-se desde
logo a comparecer a todos os atos do processo e a não
ausentar-se do distrito da culpa quando ao final, for-lhe
deferida a revogação da prisão preventiva.

Assim demonstra o professor Julio Fabbrini Mirabete,


em sua obra, Processo Penal, 16ª edição, Atlas, São Paulo,
2012, pag. 439:

“Trata-se, porém, de um direito


subjetivo processual do acusado que,
despojado de sua liberdade pelo
flagrante, a readquire desde que não
ocorra nenhuma das hipóteses
autorizadoras da prisão preventiva. Não
pode o juiz, reconhecendo que não há
elementos que autorizam a decretação da
prisão preventiva, deixar de conceder a
liberdade provisória. Além disso,
embora a lei diga que a liberdade é
concedida quando o juiz verificar a
inocorrência de qualquer das hipóteses
que autorizam a prisão preventiva,
deve-se entender que quer dizer que
deve concedê-la quando não verificar a
ocorrência de uma dessas hipóteses,
pois caso contrário estaria exigindo a
evidência de um fato negativo, o que
não se coaduna com o sistema probatório
do processo penal.”

No caso em apreço, não estão presentes tais requisitos,


senão vejamos: o DEFENDENTE NÃO CAUSA PERIGO A ORDEM
PÚBLICA, NEM A ORDEM ECONÔMICA, NÃO SE FURTARÁ DA APLICAÇÃO
DA LEI PENAL, BEM COMO DE QUALQUER FORMA NÃO CRIARÁ ÓBICE
PARA A INSTRUÇÃO CRIMINAL, ressaltando-se que não há
indício suficiente de autoria no presente caso.

O Defendente não pretende e de nenhum forma perturbará


ou dificultará a busca da verdade real, no desenvolvimento
da marcha processual, pois estará voltada, tão somente, a
fazer sua auto defesa, que contra si encontrasse imposta,
estando certo de que com a continuidade do labor diário
chegará ao termo do processo com a consciência de ter feito
jus à confiança do Estado (Juiz) e da sociedade.
Ademais, o Defendente é consciente de que a instrução
criminal é o meio hábil de exercer o direito constitucional
do contraditório e da ampla defesa, onde provará sua
inocência no curso processual.

Razão pela qual não se pode presumir que o mesmo


voltará contra o único maio que possibilitará o exercício
de sua auto defesa e da defesa técnica.

Desta forma, faz jus o Defendente à CONCESSÃO DA


REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA e ao final recolhendo o
mandado de prisão expedido em seu desfavor do sistema
eletrônico.

Assim, Excelência, é perfeitamente aplicável o beneficio


disposto no artigo 316 do CPP, vez que desaparecido os
motivos ensejador da custódia preventiva.

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

MM. julgador, a prisão não deve prosperar sob o


argumento de se garantir a aplicação da lei penal, posto
que o Defendente possui possibilidade de trabalho, endereço
conhecido e jamais se furtará a se defender da acusação que
lhe é imputada, sendo que poderá e se disponibilizará a ser
localizado a qualquer momento para a prática dos atos
processuais, comprometendo-se a comparecer a todos os atos
do processo.

Mais por mais, é de singular interesse do Defendente


se prontificar e disponibilizar-se para responder ao
processo em liberdade, uma vez que a única forma de trazer
à tona a verdade real dos fatos para a aplicação justa da
lei.

O Defendente preenche todos os requisitos legais, para


estar em liberdade e responder a todo ato processual dessa
forma.
Excelência, nada mais justo é que seja concedido a
revogação de prisão preventiva, para assim, seja efetuada a
justiça consagrada na CF/1988.

Que espécie de ressocialização de um ser humano


poderemos esperar, quando lhe são sonegados os mínimos
direitos constitucionalmente assegurados.

Assim, constitucionalmente assegura-se o direito da


liberdade ao Defendente, já que é possuidor de todos os
requisitos legais e a prisão cautelar é exceção, figurando
na Constituição Federal a presunção de inocência até o
trânsito em julgado de todos os recursos cabíveis no
contraditório e ampla defesa.

Em suma, todos os direitos humanos constituem um


complexo integral, único e indivisível, em que os
diferentes direitos estão necessariamente inter-
relacionados e interdependentes entre si.

De outra, é certo que a ORDEM PÚBLICA não será burlada


e nem afetada com a soltura do Defendente, pois NÃO SE
JUSTIFICA NENHUM ARGUMENTO COMO O DE QUE COM A SOLTURA
PODERIA VOLTAR A DELINQUIR, já que o mesmo é trabalhador,
tem residência fixa e meios lícitos de sobrevivência.

A segregação cautelar é medida excepcional, exigindo a


presença dos requisitos previstos nos artigos 312 e 313,
ambos CPP para a sua decretação.

Douto Julgador, a prisão não pode ser encarada como


ANTECIPAÇÃO DE PENA, pois seu caráter é de necessidade
diante da PERICULOSIDADE DO AGENTE e da GRAVIDADE CONCRETA
DO SUPOSTO CRIME, o que não é o caso em concreto.

Conforme Ferrajoli (2006, p. 104):


“A incerteza é, na realidade, resolvida
por uma presunção legal de inocência em
favor do acusado, precisamente porque a
única certeza que se pretende do processo
afeta os pressupostos das condenações e
das penas e não das absolvições e da
ausência de penas.”

No caso em tela, vale ressaltar que não pode haver,


quanto aos pressupostos para a decretação da prisão
preventiva, qualquer tipo de presunção.

Ademais, a prisão cautelar deve ocorrer somente nos


casos em que é necessária, em que é a única solução viável
-ultima ratio - onde se justifica a manutenção da prisão
fora do convívio social devido à sua PERICULOSIDADE e à
probabilidade, aferida de modo objetivo e induvidoso, de
VOLTAR A DELINQUIR, o que certamente não é o caso do
suposto Acusado.

Assim, notório que a concessão da revogação da prisão


preventiva atenderá aos ditames do ordenamento jurídico,
beneficiará a sociedade como um todo e possibilitará ao
Defendente o retorno de sua vida pessoal e a exercer seu
direito de defesa em liberdade.

Em razão pela qual, postulo perante Vossa Excelência


que seja concedida a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PROVISORIA DO
DEFENDENTE, e recolhendo o mandado de prisão expedido em
seu desfavor do sistema eletrônico, haja vista que, o mesmo
é PESSOA PRIMÁRIA, OSTENTA BONS ANTECEDENTES CRIMINAIS,
TRABALHADOR E RESIDÊNCIA FIXA, tem plenas condições de
responder o processo criminal em liberdade, não havendo
razão para mantê-lo o Defendente, com a PRISÃO PREVENTIVA,
PODENDO ESTAR OCORRENDO A MAIOR DAS INJUSTIÇAS: “A
SEGREGAÇÃO DA LIBERDADE DE UM INOCÊNTE”.

DA AUSÊNCIA DE PROVAS ROBUSTA

Demonstrou totalmente dissociada as provas juntadas na


peça acusatória, uma vez que apreciar o fato de ter sido
cabalmente demonstrado pelo Ilustre Representante do
Ministério Público Estadual.

A peça acusatória deve demonstrar cabalmente a conduta


criminosa do Defendente, de modo a não deixar que paire
dúvidas e incertezas.

MM. Julgador, em nenhum lugar do presente processo


encontra-se prova robusta, forte, que emerge certeza para
uma condenação, a não ser o depoimento da vítima e
interrogatório dos acusados.

A jurisprudência é dominante no sentido da absolvição


do Réu em cujo favor milita presunção de inocência, senão
vejamos:

EMENTA: Penal e processual penal – Prova


indiciária – Insuficiência – CPP, art. 383 –
Aplicação descabida. 1. Não basta ao Ministério
Público denunciar. Deve provar o que alega. 2.
Embora o indício também seja prova, a
circunstância que tem relação com o fato
principal deve, além de ser conhecida, ser
devidamente provada. 3. Insuficiência de provas
que desautoriza condenação criminal. 4. Só se
aplica o art. 383 do CPP quando o fato e a
autoria estão comprovados. (TJDF – T. Crim. A.
nº 960107319-1/DF – Rel. Juiz Eustáquio Silveira
– DJ 16.12.96 – pág. 97157)

O “ônus probandi”, no tocante a


imputação feita ao Defendente, CABE A QUEM
ALEGA ou seja ao Ilustre Representado do
Ministério Público, eis que trata-se de
fato modificativo e extintivo do direito,
o que jamais restará evidenciado nos
presentes autos.

Ora, mas sempre útil e oportuna, é a lição de Cícero


no exórdio da defesa de Coelio, que diz:
“uma coisa é maldizer, outra é acusar. A
acusação investiga o crime, define os fatos,
prova com argumentos, confirma com testemunhas;
a maledicência não tem outro propósito senão a
costumélia”.

A prova não é escoimada de dúvida, não infunde


convencimento para sentença condenatória.

No caso dos autos, tem pleno cabimento a advertência


do eminente penalista Nelson Hungria:

“A verossimilhança, por maior que seja,


não é jamais verdade ou certeza, e somente
esta autoriza uma sentença condenatória.
Condenar um possível delinqüente é
condenar um possível inocente”.

Permita-se ainda a ora defendente lançar mão da lição


do nunca inatual magistério do insigne Carrara:

“O PROCESSO CRIMINAL É O QUE HÁ DE MAIS SÉRIO NESTE MUNDO”.

“Tudo nele deve ser claro como a luz,


certo como a evidência, positivo como
qualquer grandeza algébrica. Nada de
ampliável, de pressuposto, de
anfibológico. Assente o processo na
precisão morfológica legal e nesta outra
precisão mais salutar ainda: A da verdade
sempre desativada de dúvidas“.

Sob estas considerações, tem-se decidido nossos


Tribunais:

“Sob pena de cometer possível erro


judiciário, não pode o Juiz Criminal
proferir condenação sem certeza total da
autoria e da culpabilidade” (Ap. 178.425,
TACimSP).
O Direito Penal não opera com conjecturas ou
probabilidades. Sem certeza total e plena da autoria e da
culpabilidade, não pode o Juiz Criminal proferir
condenação.” (Ap. 162.055 TACrimSP).

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º,


inciso LVII, consagra o princípio da presunção de
inocência, dispondo:

“ninguém será considerado culpado até o


trânsito em julgado da sentença penal
condenatória”.

Nesse diapasão, o art. 8º, I, do PACTO DE SÃO JOSÉ DA


COSTA RICA, recepcionado em nosso ordenamento jurídico
(art. 5º, § 2º da CF/88 – Decreto Executivo 678/1992 e
Decreto Legislativo 27/1992), reafirma em sua real dimensão
o princípio da presunção da inocência, in verbis:

“TODA PESSOA ACUSADA DE DELITO TEM DIREITO


A QUE SE PRESUMA SUA INOCÊNCIA ENQUANTO
NÃO SE COMPROVE LEGALMENTE SUA CULPA”.

DA SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA POR MEDIDAS CAUTELARES


DIVERSAS DA PRISÃO

Com a edição e vigência da Lei 12.403/2011, foram


inseridas em nosso ordenamento processual penal, diversas
medidas cautelares que tem a finalidade de substituir a
prisão temporária, transformando a clausura em ultima
ratio, ou seja, em excepcionalidade, a qual apenas deverá
ser decretada quando não forem absolutamente cabíveis
quaisquer das novas hipóteses previstas no art. 319, do
Código de Processo Penal.
Acerca das nominadas medidas, verbera o art. 282 do
Código Processual Penal, in verbis:

Art. 319. São medidas cautelares diversas


da prisão: (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).

I - comparecimento periódico em juízo, no


prazo e nas condições fixadas pelo juiz,
para informar e justificar atividades;
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).

II - proibição de acesso ou frequência a


determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva
o indiciado ou acusado permanecer distante
desses locais para evitar o risco de novas
infrações; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).

III - proibição de manter contato com


pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva
o indiciado ou acusado dela permanecer
distante; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).

IV - proibição de ausentar-se da Comarca


quando a permanência seja conveniente ou
necessária para a investigação ou
instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403,
de 2011).

V - recolhimento domiciliar no período


noturno e nos dias de folga quando o
investigado ou acusado tenha residência e
trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).

VI - suspensão do exercício de função


pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver
justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais; (Incluído
pela Lei nº 12.403, de 2011).

VII - internação provisória do acusado nas


hipóteses de crimes praticados com
violência ou grave ameaça, quando os
peritos concluírem ser inimputável ou
semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e
houver risco de reiteração; (Incluído pela
Lei nº 12.403, de 2011).

VIII - fiança, nas infrações que a


admitem, para assegurar o comparecimento a
atos do processo, evitar a obstrução do
seu andamento ou em caso de resistência
injustificada à ordem judicial; (Incluído
pela Lei nº 12.403, de 2011).

IX - monitoração eletrônica. (Incluído


pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 4o A fiança será aplicada de acordo com


as disposições do Capítulo VI deste
Título, podendo ser cumulada com outras
medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).

Acerca das nominadas medidas, verbera o art. 282 do


Código Processual Penal, in verbis:

Art. 282. As medidas cautelares previstas


neste Título deverão ser aplicadas
observando-se a:

I - necessidade para aplicação da lei


penal, para a investigação ou a instrução
criminal e, nos casos expressamente
previstos, para evitar a prática de
infrações penais; (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
II - adequação da medida à gravidade do
crime, circunstâncias do fato e condições
pessoais do indiciado ou acusado.
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Para a imposição das medidas cautelares previstas no


art. 319 do Código de Processo Penal, dois requisitos
genéricos devem se fazer presentes, quais sejam: a
NECESSARIEDADE e a ADEQUABILIDADE.

O primeiro é representado pelos fundamentos descritos


no inciso I, do dispositivo acima transcrito, a saber: a
NECESSIDADE para aplicação da lei penal, para a
investigação ou a instrução criminal e, nos casos
expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais.

Por sua vez, a ADEQUABILIDADE divide-se em três, quais


sejam a gravidade do crime, circunstâncias do fato e
condições pessoais do indiciado ou acusado.

Este requisito genérico irá nortear o Magistrado no


momento da escolha da medida cautelar estabelecida e a sua
respectiva intensidade.

Assim, tendo em vista as condições pessoais


apresentadas pelo indiciado, o qual é réu primário e
ostenta de bons antecedentes, em Vossas Excelências
entendendo não ser prudente a restituição da liberdade
plena e irrestrita do mesmo, postula-se desde já, a
substituição da prisão temporária pelas medidas cautelares
previstas no art. 319 do Código de Processo Penal.

Se torna oportuno destacar mais uma vez, que a


segregação cautelar é medida excepcional, a ultima ratio,
que só deve ser aplicada em casos específicos, nos quais
realmente se mostre imprescindível.
Assim, passo a expor o artigo 321:

Art. 321. Ausentes os requisitos que


autorizam a decretação da prisão
preventiva, o juiz deverá conceder
liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas
no art. 319 deste Código e observados
os critérios constantes do art. 282
deste Código.

O dispositivo reitera o comando do art.


282, § 6º, do CPP, de que “a prisão
preventiva será determinada quando não
for cabível a sua substituição por
outra medida cautelar (art. 319)”.

Reforça-se, aqui, a natureza subsidiária da prisão


preventiva em relação às medidas cautelares diversas da
prisão (art. 319, do CPP), sensivelmente menos onerosas
para o Defendente.

Desse modo, tem-se que a regra, no âmbito penal, assim


como o ordenamento jurídico, É A LIBERDADE – VALOR MAIOR E
SUPREMO, RESGUARDADO CONSTITUCIONALMENTE.

Por conseguinte, ante todo o expendido no transcorrer


do presente petitório, verifica-se ser perfeitamente
possível a substituição da prisão preventiva decretada em
desfavor de LUIZ FELIPE RODRIGUES LOBATO, ora Defendente,
por medidas cautelares diversas da prisão, previstas no
art. 319 CPP, uma vez que estão plenamente satisfeitos
todos os requisitos exigidos pela norma pátria.

Assim sendo, no presente caso, é perfeitamente


factível que o Defendente reúne as condições de ser
favorecido com a aplicação de alguma das medidas cautelares
alternativas previstas no art. 319, do CPP, dando amplas
garantias a este juízo.
E por fim, seja recolhido o mandado de prisão expedido
em desfavor do Defendente LUIZ FELIPE RODRIGUES LOBATO, e
que seja retirado do sistema eletrônico o mandado de
prisão.

DO PEDIDO

Diante o exposto, postulo perante Vossa Excelência o que


seguem aduzidos:

A) Que seja recebido em todos os seus termos a RESPOSTA À


ACUSAÇÃO;

B) Seja reconhecida a INÉPCIA DA DENÚNCIA, tendo em vista a


acusação é genérica;

C) Seja o DEFENDENTE ABSOLVIDO SUMARIAMENTE, nos termos do


artigo 397, inciso III, do CPP, em virtude da atipicidade
das condutas atribuídas e, ainda, pela ausência de mínimo
suporte probatório;

D) Pugna pela oitiva das mesmas testemunhas arroladas pelo


Ministério Público;

E) Protesta provar o alegado por todos meios de provas,


documental, testemunhal e demais meios de prova em direito
admitidos;

F) Que seja DEFERIDA a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA do


Defendente e que seja RECOLHIDO O MANDADO DE PRISÃO
EXPEDIDO em desfavor do Defendente e que seja retirado do
sistema eletrônico, por ausência dos requisitos dos artigos
311 e 312, do Código de Processo Penal, que seja expedido o
competente ALVARÁ DE SOLTURA em nome do Defendente, e seja
aplicando o termo de comparecimento a todos os atos do
processo, quando intimado, no termos do artigo 316 do CPP,
apenas por sugestões, caso necessário, que seja aplicada
uma ou mais medidas cautelares diversas da prisão, prevista
ao teor do artigo 319 do CPP, deixando a Vosso critério a
forma quantitativa e qualitativa da aplicação medidas
cautelares, pois desta forma Vossa Excelência estará
restabelecendo o império da Lei, do Direito e da Justiça.

Nestes Termos

Pede Deferimento.

Belém, 19 de março de 2024.

THELL THALISMANN DO CARMO FERREIRA


OAB/PA 36.468
Rol de testemunhas:

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