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PROCESSO Nº: XXXXXXXXX - AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL

ACUSADO(A): FREDERICO ALVES DOS SANTOS E VALÉRIA AUGUSTA RIBEIRO

REPRESENTANTE/ADVOGADO: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Xª VARA - TJRN

DECISÃO

Trata-se de denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal em face de


XXXXXXXXXXXX, amplamente qualificado (a) nos autos, ao qual é imputado (a) a conduta
criminosa tipificada nos art. XXX, do Código Penal/ Lei XXXX.

Em síntese, narra a peça acusatória que XXXXXXX (copiar da inicial da denúncia).

A jurisprudência majoritária dos tribunais pátrios, inclusive a do Supremo Tribunal Federal -


STF e do Superior Tribunal de Justiça - STJ, sedimentou-se no sentido de que o ato judicial
de recebimento da denúncia consubstancia simples despacho ordinatório, não se
enquadrando no âmbito de incidência normativa do art. 93, IX, da Constituição Federal, de
modo a dispensar fundamentação material. A análise da inicial acusatória deve se limitar à
averiguação quanto o cumprimento dos requisitos formais exigidos pelo Código de
Processo Penal (art. 41), assim como a ocorrência, ou não, de alguma das hipóteses
previstas no art. 395 daquele diploma legal como justificadoras de seu não recebimento, a
saber: inépcia manifesta da petição; a ausência de pressuposto processual ou condição da
ação penal; ou falta de justa causa para o início do processo criminal.

Tal postura procedimental, aliás, visa evitar que o julgador, ainda que inconscientemente,
afaste-se de sua posição de imparcialidade e realize um pré-julgamento da causa. Nessa
linha são, a título de exemplo, os seguintes precedentes do Superior Tribunal de Justiça:

"Esta Corte entende que o despacho de recebimento da denúncia, por sua natureza
interlocutória simples, prescinde de ampla fundamentação, até porque o Juiz, ao deflagrar a
Ação Penal, não deve incidir em pré-julgamento da matéria criminal objeto da inicial
acusatória. (STJ. HC 138.089/SC, Rel. Min. FELIX FISCHER, Dje: 22.02.2010)".

"Esta Corte tem entendido que, como regra, é dispensável a fundamentação quando do
recebimento da peça exordial acusatória, vez que tal provimento jurisdicional não é
classificado como decisão, mas sim, como despacho meramente ordinatório, não se
submetendo, dessa forma, ao disposto no artigo 93, IX da Constituição da República (STJ.
HC 113.094/BA, Rel. Des. Conv. JANE SILVA, DJe: 18/5/09)".

Pois bem, no presente caso, contém a peça delatória todos os requisitos necessários ao
seu recebimento, visto ter exposto com suficiente clareza e precisão o fato criminoso que
imputa ao acusado, o qual foi devidamente qualificado, emergindo até o momento indícios
de autoria e materialidade do delito. Acrescente-se não se ter verificado, até o momento,
qualquer das causas extintivas da punibilidade dos agentes ou alguma das outras
circunstâncias ensejadoras de sua absolvição sumária (art. 397 do CPP).
Deste modo, RECEBO A DENÚNCIA e determino a sua autuação e distribuição, ficando,
contudo, ressalvada a possibilidade de aditamento da denúncia em face de fatos novos
trazidos à baila, conforme disposto na Súmula nº 524 do STF.

CITE-SE a parte ré para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias (art.
396 do CPP). Em sua resposta, poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à
defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar
testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário (art. 396-A
do CPP).

Havendo necessidade de expedição de mandado, e sendo frustrada a tentativa de citação


com base nas informações contidas na petição inicial, deverá o(a) Oficial(a) de Justiça
Avaliador(a) proceder à consulta de novos endereços e meios de contato da parte
demandada (telefones, e-mails etc.) nos sistemas disponíveis ao Judiciário, a fim de realizar
novas tentativas de citação pessoal ou remota, certificando tudo nos autos.

Exauridas todas as tentativas de citação, inclusive utilizando-se das consultas acima


determinadas, cite-se a parte demandada por edital, consoante inteligência do art. 256, II,
c/c art. 256, § 3º, ambos do Código de Processo Civil.

Cumpra-se.

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