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RITA DAS QUANTAS, já devidamente qualificado nos autos
da presente ação penal, vem, com o devido respeito à presença de Vossa
Excelência, por intermédio de seu patrono que ora assina, alicerçado no art.
593, inc. I, da Legislação Adjetiva Penal, interpor, tempestivamente (CPP, art.
593, caput), o presente
CÍCERO FERREIRA DE SOUZA
Advogado OAB/PE XX.XXX
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
Apelante: RITA DAS QUANTAS
Apelado: Ministério Público Estadual
1 – SÍNTESE DO PROCESSADO
Segundo o relato fático contido na peça acusatória, no dia 10 de
novembro do ano de 2011 (quinta-feira), a Apelante subtraiu para si cinco tintas
de cabelo de uma grande rede de farmácias.
Nesse diapasão:
3 - NO MÉRITO
3.1. Crime de Bagatela. Fato atípico
CPP, art. 386, inc. III
De outro bordo, a tese de aplicação não fora acolhida pelo Magistrado,
sob o entendimento que o valor da coisa furtada era de pequeno valor, todavia
tendo a mais completa significância à luz do Direito Penal. Não era o caso, a
delimitação enfrentada na sentença guerreada, o caso de crime de bagatela.
RITA DAS QUANTAS, já qualificada nos autos da ação penal em epígrafe que lhe move
o Ministério Público do Estado X, por meio de seu Advogado que a esta subscreve,
vem, tempestivamente, à presença de Vossa Excelência, em atenção a interposição de
recurso de apelação constante nos autos às fls. 116/117, e com espeque no artigo 600,
§ 4º, do Código de Processo Penal (CPP), requerer a juntada das
RAZÕES DE APELAÇÃO,
Senhores Desembargadores.
I – DOS FATOS
Senão vejamos.
II – PRELIMINARMENTE
2. Conforme se verifica dos autos, a apelante, por meio de sua defesa técnica, na
oportunidade das alegações finais, apresentou tese de desclassificação, visando
que o delito no qual se via processada, que era de Furto qualificado (Art. 155,
§4º, I CP), findasse retipificado para fato delituoso atípico, tendo inclusive
referido pedido sido relatoriado pelo juízo da instância singela quando da
prolação da sentença condenatória.
- AUTORIA: Quanto à autoria, esta restou inconteste na pessoa da acusada RITA DAS
QUANTAS
6. Nesse condão que a legislação citada prevê que o acusado tem o direito de
contradizer a acusação e inclusive, influir na decisão do juiz, por meio de sua
defesa pessoal e/ou técnica, o que se faz por meio da realização dos atos
defensivos no processo.
8. Se a defesa não obtém a chance de influenciar o julgador, fica evidente que não
se está mais diante de um processo trilateral (acusação + defesa + juiz), mas
sim de uma relação jurídica bilateral (acusação + juiz), o que por óbvio, merece
correções por parte desta Câmara Criminal diante das ordenanças modernas de
visão do processo penal.
10. Assim, não há como fugir da presente nulidade, até porque os tribunais vêm
massivamente, abroquelando o entendimento ora fincado pela defesa,
consoante se exemplifica com os julgados abaixo:
“A motivação deve-se referir a todas as questões que foram colocadas pelas partes,
assim como também às questões que, ainda em ausência de comportamento
especifico das partes, constituam em concreto objeto da indagação”. (José Carlos G. X.
Aquino e José Renato Nalini, Manual de Processo Penal, Ed. Saraiva, pg. 246).
III – DO MÉRITO
14. Ao fincar sentença condenatória não foi observado pelo douto juízo o Princípio
da Insignificância que fixa em 10% do salário mínimo vigente, e que o objeto do
delito não alcança esse montante, restando em R$ 49,95 (quarenta e nove reais
e noventa e cinco centavos) o que exclui a tipicidade material.
15. A primariedade da apelante não foi considerada como atenuante penal,
quando para maior parte da doutrina brasileira (MIRABETE, JESUS, NUCCI, et
al.), é, inclusive, a mais importante dentre as atenuantes e as agravantes,
devendo ser considerada superior quando contrastada com outras.
IV – DOS PEDIDOS
Confiantes no bom senso de julgamento ínsito aos vossos múnus, espera-se com o
presente apelo, que se faça o mais justo ao caso concreto, ou seja, JUSTIÇA!