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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA ...

CRIMINAL COMARCA ...

Autos nº: ...

Rita, já devidamente qualificadas nos autos em epígrafe, por intermédio de seu


advogado legalmente constituído através de instrumento procuratório em anexo, nos
autos da ação que move em face do APELADO (A), vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, tendo em vista a respeitável sentença de fls. XX/XX/XX, interpor:
RECURSO DE APELAÇÃO
Com fundamento no art.593, I, do CPP, conforme razões em anexo.
Outrossim, requer seja o presente recurso recebido no efeito devolutivo e no efeito
suspensivo, intimando-se a parte contrária para, querendo, apresentar suas
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
Por fim, requer a remessa dos autos para o Egrégio Tribunal de Justiça, para seu
processamento e julgamento.
Nestes termos,
Pede-se deferimento,
Local .... Data ...
ADVOGADO ...
OAB nº ...

RAZÕES RECURSAIS
Recorrente: Rita
RECORRENTE: RITA
AUTOS Nº: ...
VARA DE ORIGEM: VARA ÚNICA DE CIDADE

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE ...


COLENDA CÂMARA
NOBRES JULGADORES

I – DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE


O Rita apelante é parte legítima, com interesse sucumbencial, devidamente
representado, conforme se verifica, portanto, preenchido os pressupostos objetivos e
subjetivos de admissibilidade.
II – DA TEMPESTIVIDADE
Verifica-se que houve publicação no dia XX/XX/XXXX. Sendo a juntada neste dia,
XX/XX/XXX, verifica-se a sua tempestividade para a apresentação da contestação em
tela, nos moldes a seguir declinados.
III – BREVE SÍNTESE DOS FATOS
Rita, senhora de 60 anos, foi presa em flagrante no dia 10/11/2011 (quinta-feira), ao sair
da filial de uma grande rede de farmácias, após ter furtado cinco tintas de cabelo. Para
subtrair os itens, Rita arrebentou a fechadura do armário onde estavam os referidos
produtos, conforme imagens gravadas pelas câmeras de segurança do estabelecimento.
O valor total dos itens furtados perfazia a quantia de R$49,95 (quarenta e nove reais e
noventa e cinco centavos).
Instaurado inquérito policial, às investigações seguiram normalmente. O Ministério
Público, então, por entender haver indícios suficientes de autoria, provas da
materialidade e justa causa, resolveu denunciar
Rita pela prática da conduta descrita no Art. 155, § 4°, inciso l, do CP (furto qualificado
pelo rompimento de obstáculo). A denúncia foi regularmente recebida pelo juízo da 41ª
Vara Criminal da Comarca da Capital do Estado 'X e a ré foi citada para responder à
acusação, o que foi devidamente feito. O processo teve seu curso regular e, durante
todo o tempo, a ré ficou em liberdade.
Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia 18/10/2012 (quinta-feira), o
Ministério Público apresentou certidão cartorária apta a atestar que no dia 15/05/2012
(terça-feira) ocorrera o trânsito em julgado definitivo de sentença que condenava Rita
pela prática do delito de estelionato. A ré, em seu interrogatório, exerceu o direito ao
silêncio. As alegações finais foram orais; acusação e defesa manifestaram-se. Finda a
instrução criminal, o magicado proferiu sentença em audiência. Na dosimetria da pena,
o magistrado entendeu por bem elevar a pena base em patamar acima do mínimo, ao
argumento de que o trânsito em julgado de outra sentença condenatória configurava
maus antecedentes; na segunda fase da dosimetria da pena o magistrado também
entendeu ser cabível a incidência da agravante da reincidência, levando em conta a data
do trânsito em julgado definitivo da sentença de estelionato, bem como a data do
cometimento do furto (ora objeto de julgamento); não verificando a incidência de
nenhuma causa de aumento ou de diminuição, o magistrado fixou a pena definitiva em
4 (quatro) anos de reclusão no regime inicial semiaberto e 80 (oitenta) dias-multa. O
valor do dia-multa foi fixado no patamar mínimo legal. Por entender que a ré não
atendia aos requisitos legais, o magistrado não substituiu a pena privativa de liberdade
por pena restritiva de direitos. Ao final, assegurou-se à ré o direito de recorrer em
liberdade.

IV – DA JUSTIÇA GRATUITA
Cabe reforçar o pedido de isenção do preparo em razão do (a) apelante ser beneficiário
da assistência judiciária gratuita, conforme dispõe no inciso LXXIV, do art. 5º da
Constituição Federal. E no art. 98 e seguintes do NCPC/2015, conforme declaração de
hipossuficiência financeira, devidamente concedida, acostada aos autos. Além disso,
estão sendo providenciadas as cópias de despesas pessoais, que serão juntadas até a
oportunidade do julgamento, tendo em vista a impossibilidade de juntada nesta
oportunidade de todos os documentos, a fim de que não haja prejuízo de perda de prazo
no presente caso.
V – DAS RAZÕES DA REFORMA
1. A r. Sentença proferida pelo juiz a quo na pena definitiva em 4 (quatro) anos de
reclusão no regime inicial semiaberto e 80 (oitenta) dias-multa, proposto pelo apelado
em face do apelante não merece prosperar, por dever de observação do princípio da
insignificância condutas em que o resultado não é suficientemente grave a ponto de não
haver necessidade de punir o agente nem de se recorrer aos meios judiciais. Não se
justifica, assim a decisão proferida em juízo, desamparando qualquer meio probatório,
observando que Rita não se utilizou de grave ameaça ou emprego de violência.
2. Mês Rita mesmo rompendo obstáculo não faz jus ao descarte e desconsideração do
princípio de insignificância, por entendimento do STF considera como crimes
incompatíveis com o Princípio da Insignificância os crimes mediante violência ou grave
ameaça à pessoa; tráfico de drogas; e crimes de falsificação.
3. Há violação à Constituição da República e à garantia do ne bis in idem, isto é, de que
ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato.

VI - DOS PEDIDOS
a) Ante o exposto, requer o conhecimento e provimento do presente Recurso de
Apelação, a fim de reformar a sentença, haja vista o Princípio da Insignificância, julgando
improcedente o pedido deduzido na exordial;
b) Pedindo-se ainda os benefícios da justiça gratuita. A inversão do ônus de sucumbência
e a fixação de honorários advocatícios;
c) Pede-se, ainda, se necessário, que seja analisada, preliminarmente, situação do juiz
natural, bem como a necessidade de abertura de instrução processual para a instrução
processual que não houve, furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, ante a
insignificância em valor monetário. Podendo gerar a nulidade da sentença.
Requer que todas as intimações sejam publicadas em nome da Dr (a). NOME, OAB/UF
nº XXXX.
Nestes Termos,
Pede-se deferimento,
CIDADE/UF, XX de XXXX de XXXX.
NOME DO ADVOGADO (A)
OAB/UF XXXX

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