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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIARAGUAIA

JACKSON OLIVEIRA SILVA

PRINCIPAIS ASPECTOS DOS DISSÍDIOS COLETIVOS

Trabalho apresentado no Centro Universitário


UniAraguaia na disciplina Trabalho de Conclusão
de Curso I do Curso de Direito como avaliação de
N2.

Orientador(a): Prof. Arthur Bastos.

GOIÂNIA
2022
1 INTRODUÇÃO

A Constituição Federal Brasileira passou por inúmeras alterações, e a


Constituição promulgada em 1988 passou a tratar o direito dos trabalhadores como um
direito fundamental da pessoa humana, passando a ser um dos aspectos fundamentais
para que o individuo possa prover uma vida digna a si e sua família, devendo estar
diretamente ligado a legislação para dar segurança, planificar e conformar de modo
autônomo a responsabilidade de sua vida.

Com essa atenção especial ao trabalhador, seus direitos passaram a ser


passiveis de contestação, para que seus direitos previstos em lei sejam assegurados,
podendo ser exercido por ele mesmo via jus postulandi, e a adoção do princípio da
equidade para casos de conflitos entre empregadores, pois entende-se também como
principio fundamental do procedimento jurídico brasileira, tratar todos de maneira igual
de acordo com suas desigualdades e individualidades.
Com os princípios fundamentais supracitados em mente, podemos compreender
o fato da possibilidade de conflitos entre empregados e empregadores, esses conflitos
são nomeados na jurisdição brasileira de dissídios, sendo eles individuais ou coletivos
quando falamos de proteção de classes de trabalhadores, que também tem direitos
individuais da classe protegidos de modo diferente de outras classes.

2 CONCEITO DE DISSÍDIO COLETIVO

O dissídio coletivo pode ser compreendido como um desentendimento coletivo,


quando não há um acordo na negociação direta entre trabalhadores ou sindicatos e
empregadores. Não havendo consenso entre uma categoria de trabalhadores ou uma
entidade de classe representativa desses trabalhadores, é formado um conflito coletivo
nomeado como ‘dissídio’, cabendo então uma autoridade competente julgar o mérito
desse conflito, para que seja pacificado o conflito.
A competência para julgar o mérito desse conflito tem suas restrições previstas
na lei 7.701/88, e a legitimidade para propositura de um dissidio coletivo tem previsão
na Emenda Constitucional n. 45, §3º do art. 114 passou a autorizar o ajuizamento de
dissídio coletivo em caso de greve pelo Ministério Público do Trabalho, criando uma
área de convergência da legitimidade sindical e do parquet para propositura demandas
coletivas - à luz da Lei Complementar nº 75/93, art. 83, III, o Ministério Público do
Trabalho tem legitimidade de ajuizar ação civil pública em prol dos interesses coletivos
quando se tratar de direitos sociais constitucionalmente garantidos.
Acordos e Convenções coletivas são regulamentadas pelo art. 661 e outros da
CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Houve uma reforma recente na CLT, para
muitos retrocessos, para outros garantiu mais liberdade aos empregadores para
conseguirem empreender melhor, mas o fato é que com a inclusão do art. 611-A da
CLT a convenção coletiva passou a ter prevalência sobre a lei, ou seja uma convenção
de acordo entre um sindicado de determinada classe trabalhadora e empregadores tem
força sobressalente a lei especifica, claro dês que esse acordo não fira os direitos
fundamentais, tonando tal acordo inconstitucional. Acordos coletivos não são
permanentes, tem um prazo de validade de dois anos, passado o período de validade
outro acordo deve ser feita nova negociação. Também é facultado ao empregador
firmar com cada empregado os chamados Contratos Individuais de Trabalho,
entretendo havendo conflito prevalece a norma mais favorável ao trabalhador.
As negociações coletivas tem como fundamento a formação de normas de
trabalho, para que trabalhadores e empregadores consensualmente tenham meios de
resolver conflitos antecipadamente, poupando tempo e dinheiro em comparação a
resoluções por meios judiciais, sempre procurando suprir insuficiências nos contratos
individuais, insuficientes para abranger situações sociais e econômicas da atualidade,
dando mais autonomia as vontades das partes.

3 DO DISSIDIO COLETIVO

Para que a instauração do dissídio coletivo seja possível, há necessidade


de uma tentativa de negociação primordialmente, podendo ser o resultado dessa
negociação benéfica ou não para ambas as pastes, entretanto como já foi citado a
CRFB/88 trás em sua letra de lei direitos irrenunciáveis, portanto essa negociação pode
ser totalmente autônoma desde que não contrarie as disposições de proteção da
dignidade e disposições de proteção ao trabalho, como disposto no art. 1º, III, da
CRFB/88 e especificamente o art. 5º, § 2º:
art. 5º, § 2º, da constituição federal, as convenções e acordos coletivos de
trabalho não podem suprimir ou reduzir direitos, quando se sobrepuserem ou
conflitarem com as convenções internacionais do trabalho e outras normas de
hierarquia constitucional ou supralegal relativas à proteção da dignidade
humana e dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

Com toda essa noção em mente entendemos que os dissídios coletivos são
resolvidos por meio da Justiça do Trabalho, e essas resoluções coletivas só são
plausíveis de análise pelo Tribunal quando se trata de interesses abstratos de uma
categoria ou grupo, e não interesses individuais. As decisões proferidas desses
julgamentos de mérito não beneficiam somente uma ou outra pessoa, mas sim toda
uma classe de trabalhadores cujo o direito foi discutido.
Portando podemos concluir que os sindicatos tem uma importância imensurável
na defesa dos direitos coletivos, sendo os sindicatos os legitimados para manifestação
das vontades da classe que os integram. A liberdade e autonomia é garantido aos
empregados e empregadores, mas a equidade sempre prevalecerá, garantindo que
trabalhadores não necessitem da total submissão de seus direitos a empregadores,
impedindo que a exploração do trabalho seja feita sem possibilidade de sanção ao
explorador.

REFERÊNCIAS

• DISSÍDIOS COLETIVOS: ASPECTOS GERAIS SOBRE PROPOSITURA DE


DISSÍDIOS COLETIVOS PÓS EMENDA CONSTITUCIONAL 45 E PÓS REFORMA
TRABALHISTA - Jus.com.br | Jus Navigandi
• Tudo que você precisa saber sobre o dissídio coletivo | CHC Advocacia
• Dissídios Coletivos e Direito Processual do Trabalho | Portal Jurídico Investidura -
Direito
• Brasil, Emenda Constitucional nº 45 (planalto.gov.br)
• Brasil, L7701 (planalto.gov.br)

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