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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO E

TUTELAS COLETIVAS

AULA 3:
SISTEMA SINDICAIS
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

PROF. MSC. GABRIEL DE FIGUEIREDO


CUIABÁ 17 DE MARÇO DE 2023.

.
SISTEMA SINDICAIS

• Garantia contra práticas antissindicais


• “São condutas que restrinjam o regular exercício das atividades
sindicais, inibindo a livre atuação dos dirigentes sindicais em defesa
da sua categoria”.
• Neste sentido, a lei estabelece garantias - art. 543 § 3º da CLT e artigo
8º, inciso VIII da Constituição Federal de 1988.
• Garantia de emprego conferida ao dirigente sindical, desde o registro da
candidatura até um ano após o término do mandato.
• Inamovibilidade do dirigente sindical.
SISTEMA SINDICAIS

Principais modalidades de práticas antissindicais


trabalhador assume compromisso de não se
yellow dog contracts (contrato de cães filiar ao sindicato como requisito para
amarelos) admissão ou manutenção do posto de
trabalho.
conhecida como lista negra – empresas
divulgam, entre si, os no­mes dos
mise à l’index (colocar no índex) trabalhadores com atuação sindical
significativa para discriminá­-los no mercado
de trabalho.
conhecido como sindicatos pelegos – a
company unions (sindicatos de empresa) empresa domina a admi­nistração de um
determinado sindicato.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• Dentro do direto do trabalho a negociação coletiva é um importante meio de


solução de conflitos e de pacificação social, uma vez que, encerra a participação
direta dos indivíduos interessados no conflito;
• Neste aspecto, é denominado um método de autocomposição, pois as próprias
partes envolvidas põem fim ao conflito de interesse, mediante a celebração de
um acordo.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• Atenção!!!
• Tanto convenção coletiva do trabalho, quanto acordo coletivo do trabalho
são instrumentos decorrentes de negociação coletiva;
• Acordo coletivo do trabalho: EMPRESAS + SINDICATO DOS
TRABALHADORES
• Convenção coletiva de trabalho: SINDICATO DA CATEGORIA ECONÔMICA
(PATRONAL) + SINDICATO DA CATEGORIA PROFISSIONAL
(TRABALHADORES)
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• A partir deste entendimento pode-se concluir que:


• Quem possui legitimidade para celebrar CCT são os sindicatos
representativos de empregadores e empregados;
• Quem possui legitimidade para celebrar ACT os próprios empregadores e o
sindicato dos trabalhadores.
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• Natureza Jurídica:
• Entendimento predominante de que se trata de um contrato (negócio jurídico)
criador de norma jurídica;
• Neste aspecto, o ACT e CCT são fontes formais autônomas do Direito do
Trabalho.
• Formais: criam regras jurídicas – preceitos gerias, abstratos e impessoais.
• Autônomas: emana dos próprios atores sociais, sema interferência de
terceiro.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• Conteúdo do instrumento coletivo:


• ACT e CCT contêm regras jurídicas quanto cláusulas contratuais.
• Regras Jurídicas:
• Todas aquelas capazes de gerar direitos e obrigações além do contrato de
trabalho, na respectiva base territorial;
• Hora Extra superior ao mínimo legal;
• Estabelecimento de piso salarial;
• Criação de novas garantias de emprego.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• Conteúdo do instrumento coletivo:


• ACT e CCT contêm regras jurídicas quanto cláusulas contratuais.
• Cláusulas contratuais:
• São aquelas que criam direitos e obrigações para as partes convenentes, e
não para os trabalhadores. Ou seja, sindicatos e empresa.
• Cláusula que determina à empresa a entrega, ao sindicato dos trabalhadores, da
lista de nomes e endereços de seus empregados.
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• Efeitos do ACT e da CCT:


• Neste aspecto, quanto aos efeito tem-se:
• Regras jurídicas decorrentes de norma coletiva têm efeitos erga omnes,
observando a base territorial e a categoria abrangida pelo instrumento
negocial.
• Portanto, a norma coletiva alcança todos os trabalhadores daquela categoria,
inclusive os não sindicalizados.
• Cláusulas contratuais: possuem efeitos inter partes, somente entre as partes
convenentes.
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• Forma do instrumento coletivo:


• Os instrumentos coletivos são solenes – art. 613, parágrafo único, da
CLT.
• Art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente: 
• Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados por
escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os
Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma

destinada a registro.
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• Forma do instrumento coletivo:


• Além disso, a CLT determina o rito próprio para a condução da
negociação coletiva e consecutiva aprovação do instrumento
coletivo, como menciona o art. 612 da CLT.
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• Forma do instrumento coletivo:


• Art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de
Trabalho, por deliberação de Assembleia Geral especialmente convocada para esse fim,
consoante o disposto nos respectivos Estatutos, dependendo a validade da mesma do
comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados
da entidade, se se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acordo, e, em
segunda, de 1/3 (um terço) dos mesmos.
• Parágrafo único. O "quorum" de comparecimento e votação será de 1/8 (um oitavo) dos
associados em segunda convocação, nas entidades sindicais que tenham mais de 5.000
(cinco mil) associados.
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• Vigência do instrumento coletivo:


• Art. 614, § 1º, da CLT.
• § 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data
da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. 
“o prazo de três dias para que a norma coletiva entre em vigor está condicionado ao
depósito feito na DRT. A vigência não será contada do registro ou do arquivamento, mas da
mera entrega da norma coletiva na DRT” – Sérgio Pinto Martins.
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• Duração dos efeitos do instrumento coletivo:


• Art. 614, § 3º, da CLT.
• § 3o Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a
ultratividade.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• Prorrogação, revisão, denúncia, revogação e extensão da norma coletiva.


• Art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de
Convenção ou Acordo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia
Geral dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art.
612. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
• § 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de Convenção ou Acordo
será depositado para fins de registro e arquivamento, na repartição em que o mesmo
originariamente foi depositado observado o disposto no art. 614. (Incluído pelo Decreto-lei nº
229, de 28.2.1967)
• § 2º As modificações introduzidos em Convenção ou Acôrdo, por força de revisão ou de
revogação parcial de suas claúsulas passarão a vigorar 3 (três) dias após a realização de
depósito previsto no § 1º. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• Prorrogação, revisão, denúncia, revogação e extensão da norma coletiva.


• Prorrogação: o processo pelo qual se estende o prazo de vigência do
instrumento coletivo, mantendo-se as mesmas cláusulas.
• OBS: “prazo máximo de dois anos, previsto no art. 614, § 3º, inclui a possível
prorrogação, de forma que o instrumento coletivo original, somado ao decorrente
da prorrogação, não poderão somar, no total, mais de dois anos de vigência”.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• Prorrogação, revisão, denúncia, revogação e extensão da norma coletiva.


• Revisão: é a alteração das cláusulas da norma coletiva durante sua
vigência.
• Denúncia: é a comunicação de uma parte à outra no sentido de que não
mais pretende cumprir a norma coletiva negociada, e surtirá efeito apenas se
a outra parte com ela concordar.
• Revogação: é o desfazimento, seja ele total ou parcial, da norma coletiva,
por mútuo acordo das partes.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• Prorrogação, revisão, denúncia, revogação e extensão da norma coletiva.


• Em todos esses casos, deve ser observado que o rito seja o mesmo
previsto para a aprovação de instrumento coletivo, ou seja,
autorização prévia da assembleia, registro e arquivamento junto ao
órgão competente e efeitos em três, contados do referido registro.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• Prorrogação, revisão, denúncia, revogação e extensão da norma coletiva.


• Extensão: entende-se como sendo o aproveitamento de suas
cláusulas para outra base, diferente daquela representada. Mas, a
CLT não prevê tal hipótese. Desta forma, se uma categoria tem
interesse na convenção ou acordo de outra categoria ou outra base
territorial, deverá seguir o rito de aprovação, com isso será tratado
como um instrumento novo.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• Qual prevalece CCT ou ACT?

• Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre


prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. 
OBRIGADO!!!
AO ESTUDO!!!

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