Você está na página 1de 24

DIREITO COLETIVO DO TRABALHO E

TUTELAS COLETIVAS

AULA 5:
GREVE

PROF. MSC. GABRIEL DE FIGUEIREDO


CUIABÁ 24 DE MARÇO DE 2023.

.
GREVE – LEI 7.783/1989

• A Constituição Federal de 1988, em seu art. 9º, define que:

• “é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir

sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por

meio dele defender”


GREVE

• Art. 2 da Lei 7.783/1989

• Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito


de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de
prestação pessoal de serviços a empregador.
GREVE

• Suspensão:

• “O período de paralisação, a princípio, não esta remunerado pelo

empregador, nem incluído na contagem do tempo de serviço do

trabalhador”
GREVE

• Coletiva.

• “uma vez que se trata de um movimento e não de um ato individual

isolado”.

• Temporária.

• “visto que não haverá ânimo de perenidade”


GREVE

• Pacífica.

• “pois apenas serão admitidos os meios de persuasão ou aliciamento de

trabalhadores que não acarretem constrangimento ou violem direitos e

garantias fundamentais (proibidas ameaças, danos à propriedade,

obstáculos ao acesso ao trabalho etc.)”


GREVE

• Deflagração:

• Caberá ao respectivo sindicato convocar, na forma do seu estatuto, assembleia geral para

definir as reivindicações da categoria e deliberar sobre a paralisação coletiva da prestação dos

serviços (art. 4º, caput).

• Na falta de entidade sindical, os próprios trabalhadores interessados poderão deliberar acerca

da deflagração da greve, constituindo uma comissão de negociação com o empregador


GREVE

• Obrigações trabalhistas e substituição :


• A participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações
obrigacionais, durante o período correspondente, ser regidas por acordo, convenção
coletiva, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho (art. 7º).
• É vedada a rescisão contratual durante a greve, bem como a contratação de
trabalhadores substitutos, exceto diante de iminente prejuízo irreparável ou abusividade
do movimento paredista (grevista).
GREVE

• Prejuízo Irreparável:
• Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade
patronal, ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados
com o propósito de assegurar os serviços cuja paralisação resulte em prejuízo
irreparável, em face de deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem
como a manutenção daqueles fundamentais à retomada das atividades da empresa, quando da
cessação do movimento
GREVE

• Abuso:
• Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na
presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo,
convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
• Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não
constitui abuso do exercício do direito de greve a paralisação que:
• I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição;
• II - seja motivada pela superveniência de fatos novo ou acontecimento imprevisto que
modifique substancialmente a relação de trabalho.
GREVE

• Serviços ou atividades essenciais:

• Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os

trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo e durante todo o período de greve,

a garantir a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades

inadiáveis da comunidade.
GREVE

São considerados serviços ou atividades essenciais (Lei n. 7.783/89, art. 10)


Tratamento e abastecimento de água,
distribuição e comercialização de
produção e distribuição de energia elétrica,
medicamentos e alimentos;
gás e combustíveis;
assistência médica e hospitalar; funerários;
transporte coletivo captação e tratamento de esgoto e lixo;
guarda, uso e controle de substâncias
telecomunicações; radioativas, equipamentos e materiais
nucleares;
processamento de dados ligados a serviços
controle de tráfego aéreo;
essenciais;
compensação bancária.
GREVE

• Aviso prévio ao empregador, 48h antes do início da greve; e ao empregador e à


população (usuários do serviço), no mínimo 72h antes do início da greve, se a
atividade ou serviço for essencial;
• Ao contrário do que muitos imaginam, não é vedada a greve em atividades
essenciais. O que ocorre é a imposição de algumas restrições ao exercício do
direito de greve, a fim de proteger o interesse público envolvido.
GREVE

• CONDUTAS ASSICIADAS À GREVE:

• Piquete: caracterizado pela presença de um grupo de trabalhadores na porta da


fábrica ou local de trabalho, visando impedir a entrada de trabalhadores durante o
movimento grevista. Só será lícito se for pacífico, sem o uso de qualquer tipo de
violência, aí incluída a coação moral. Do contrário, se da conduta decorre dano ao
empregador ou a terceiros, será considerada abusiva. O ato de impedir o acesso ao
local de trabalho constitui abuso.
GREVE

• CONDUTAS ASSICIADAS À GREVE:

• Ocupação do estabelecimento (lock-in): conduta consistente na ocupação


física do estabelecimento pelos grevistas, com vistas a induzir a adesão dos
demais trabalhadores à greve. Somente seria lícita se resguardados os
direitos de terceiros, o que, na prática, mostra-se inviável. Cabe à Justiça do
Trabalho julgar as ações possessórias ajuizadas em decorrência da
ocupação do estabelecimento.
GREVE

• CONDUTAS ASSICIADAS À GREVE:

• Operação-tartaruga, excesso de zelo ou operação-padrão: são


mecanismos de pressão pelos quais os trabalhadores não paralisam as
atividades (pelo que não pode ser considerada forma de greve), mas a
reduzem de forma substancial. Geralmente são recursos utilizados
como atos preparatórios para a greve, mas tendem a configurar
conduta abusiva.
GREVE

• CONDUTAS ASSICIADAS À GREVE:

• Boicote: é o movimento no sentido de convencer a população em geral, ou


ao menos um determinado grupo comunitário, a não manter relações
comerciais com determinada empresa, deixando de adquirir produtos e/ou
serviços por ela oferecidos. Não se liga diretamente à relação de trabalho,
razão pela qual normalmente não surte efeitos na seara trabalhista.
GREVE

• CONDUTAS ASSICIADAS À GREVE:

• Sabotagem: é a conduta deliberada dos trabalhadores que objetiva a


depredação do patrimônio do empregador, seja quebrando máquinas,
destruindo prédios ou produzindo peças inservíveis. Trata-se de conduta
selvagem, que não merece qualquer proteção jurídica. Os autores de atos
desta natureza se sujeitam à responsabilização prevista não só na legislação
trabalhista, mas também no âmbito civil e penal.
GREVE

Lockout:
• É a paralisação das atividades, por iniciativa do EMPREGADOR, com o objetivo de

frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos

empregados.

• Tal conduta é proibida por lei, sendo que, em caso de descumprimento pelo empregador,

serão devidos os salários do período (interrupção contratual), e o empregador estará

sujeito à rescisão indireta dos contratos de trabalho.


GREVE

Lockout:
• Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o

objetivo de frustrarnegociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos

respectivos empregados (lockout).


GREVE

Restrições ao direito de greve conforme a categoria.

• Militares:
Os servidores militares não têm direito de greve, conforme o art. 142, § 3º,
IV, da CRFB/88:

Art. 142. (...)


§ 3º (...)
IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
GREVE

Restrições ao direito de greve conforme a categoria.

• Servidores públicos:
Os servidores públicos, por sua vez, têm o direito de greve disciplinado
pelo art. 37, VII, da CRFB:
Art. 37. (...)
VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica;
(...)
• Os servidores públicos têm direito de greve, devendo ser aplicada a Lei de Greve, no que
couber, enquanto não for regulamentada a greve no serviço público. Este é o entendimento
atual do STF.
GREVE

Restrições ao direito de greve conforme a categoria.

• STF ao julgar o RE nº 654.432/GO, fixou tese segundo a qual “o


exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é
vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que
atuem diretamente na área de segurança pública”.
OBRIGADO!!!
AO ESTUDO!!!

Você também pode gostar