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Conceito
A greve é considerada pelos trabalhadores como a única arma de que dispõem para pressionar o
empregador e levá-lo a atender às reivindicações que periodicamente formulam. Para os empresários a
greve é um mal que acarreta prejuízos à produção.
GREVE:
é uma paralisação dos serviços que tem como causa o interesse de trabalhadores e não de qualquer
pessoa, o que exclui do âmbito da disciplina legal paralisações de pessoas que não sejam
trabalhadores.
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BOICOTAGEM significa fazer oposição, obstrução ao negócio de uma pessoa, falta de cooperação. Tem o
significado de obstaculizar ou impedir o exercício da atividade do empregador, deixando de cooperar com
este, mas sem causar danos materiais ou pessoais.
PIQUETES são uma forma de pressão dos trabalhadores para aderirem a greve sob a forma de tentativa de
dissuadir os recalcitrantes que persistirem em continuar trabalhando. O piquete, no direito estrangeiro, é
lícito, se pacífico, e ilegal, se violento, critério a que se coaduna também a lei brasileira.
Melhor explicando, o piquete consiste numa forma de pressão dos trabalhadores sobre aqueles obreiros que
não se interessam pela paralisação, preferindo continuar a trabalhar, e também para a manutenção do
movimento. Serão, portanto, os piquetes permitidos, desde que não se ofendam as pessoas ou que não
acarretem estragos em bens, ou seja, o piquete pacífico será permitido como modo de persuasão e
aliciamento da greve. Não serão admitidos piquetes que venham a impedir o trabalhador de ingressar no
serviço.
A justificação, precária por todos os motivos, é a necessidade de causar dano ao empregador como meio de
eficácia do conflito.
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liberdade de trabalho dos não aderentes à greve, que ficariam, com a ocupação, impossibilitados de
exercê-la.
BRAÇOS CRUZADOS são operações nas quais os empregados trabalham exagerando na meticulosidade
com que se empenham no serviço, exatamente para entravar a sua marcha normal, e que alguns sociólogos
denominam greve de excesso de zelo; a operação na qual os trabalhadores ficam de braços cruzados, sem
trabalhar, conhecida por greve de braços cruzados; e a operação na qual o trabalho é executado lentamente
ou com defeito.
Natureza Jurídica
Analisar a natureza jurídica de um instituto é procurar enquadrá-lo na categoria a que pertence no ramo do
Direito.
Posição do direito de cada país: a greve é um direito ou uma liberdade nos países em que a lei a autoriza,
caso em que se manifesta como uma forma de autodefesa dos trabalhadores na solução dos seus conflitos
coletivos. Sob o ponto de vista da pessoa, do indivíduo, podemos considerá-la como uma liberdade pública,
pois o Estado deve garantir o seu exercício. No que diz respeito à coletividade, seria um poder.
Nos países que a proíbe, a greve é tida como um delito, uma infração penal, um crime contra a economia.
Há entendimentos de que a greve seria um direito potestativo, de que ninguém a ele poderia se opor. A
parte contrária terá de se sujeitar ao exercício desse direito.
Alguns autores entendem que a greve poderia ser considerada como uma forma de autodefesa, em que uma
parte imporia a solução do conflito à outra. Todavia, essa teoria sofre a crítica de que a autodefesa seria
uma maneira de resposta a uma agressão.
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QUANTO AOS EFEITOS SOBRE O CONTRATO DE TRABALHO a greve é uma suspensão (não
ocorre o pagamento de salários e nem a contagem do tempo de serviço) ou uma interrupção do contrato de
trabalho (computa-se o tempo de serviço e há pagamento de salários), mas não é uma forma de extinção do
contrato de trabalho, pelo que é insustentável a tese de que a greve tem a natureza jurídica de abandono de
emprego. No abandono de emprego o trabalhador tem a intenção de extinguir, com esse procedimento, o
contrato de trabalho, enquanto que na greve o trabalhador pretende continuar o vínculo jurídico com
melhores condições de trabalho.
Fundamentos
A greve, como direito, funda-se no princípio da liberdade de trabalho. Ninguém pode ser constrangido a
trabalhar contra a própria vontade. Esse é o princípio da liberdade individual que também se aplica no
plano coletivo. Quando os sistemas jurídicos dispõem que o trabalho é dever social referem-se a esse dever
de modo genérico e não concreto em relação a um determinado empregador.
CONSTITUIÇÃO DE 1937 A 1988 - O conceito legal de greve sofreu modificações em nosso País. A
partir de 1900, quando o sistema político caracterizava-se pela ideia liberal, a greve era exercida como uma
liberdade dos trabalhadores, em leis que a restringiram ou ampliaram. A partir de 1937, foi declarada, pela
Constituição, recurso nocivo ao interesse social e prejudicial à economia, como nas concepções que
consideram a greve como delito. Com a CF de 1946 foi reconhecida como direito dos trabalhadores. A CF
de 1967 e a Emenda Constitucional de 1969 seguiram essa diretriz, porém introduzindo limitações, em
especial quanto à paralisação das atividades essenciais e serviços públicos.
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A greve é uma garantia coletiva constitucional, a oportunidade do seu exercício e os interesses por meio
dela defendidos são aqueles definidos pelos trabalhadores, que não devem fazê-lo de modo abusivo,
mantendo, nas atividades essenciais, o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
LEIS ORDINÁRIAS - Regulando o preceito constitucional, a Lei de Greve (Lei n. 7.783/89), revogando a
Lei n. 4.330/64, e o Decreto-lei n. 1.632/78, estabeleceu as disposições que passaram a garantir o direito de
greve e a coibir o abuso desse direito.
Art. 2º, “considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e
pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador.”
Como se vê, a greve legítima é a paralisação coletiva do trabalho. Essa paralisação tem fins temporários
porque se é definitiva rompe-se o contrato de trabalho. Deve expressar-se como suspensão do trabalho, que
é uma abstenção e não uma ação. É a abstenção pacífica da obrigação contratual que não é ilícita porque
autorizada pela lei. Como fenômeno coletivo, envolve um grupo de pessoas. Necessariamente, não
pressupõe a paralisação de todos os trabalhadores.
Não há dúvida de que a titularidade do direito de greve é dos trabalhadores, pois a eles compete decidir
sobre a oportunidade e os interesses a serem defendidos por meio da greve.
A legitimidade para a instauração da greve pertence à organização sindical dos trabalhadores, visto que se
trata de um direito coletivo.
Aos trabalhadores é que compete decidir sobre a oportunidade do exercício do direito de greve (art. 1º, Lei
n. 7.783/89). Eles é que irão julgar qual o momento conveniente em que a greve irá ser deflagrada.
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A greve, contudo, não poderá ser deflagrada quando haja acordo, convenção coletiva ou sentença normativa
em vigor (Lei n. 7.783/89, art. 14), a não ser que tenham sido modificadas as condições que vigiam. Daí, a
melhor orientação é de que o termo oportunidade quer dizer conveniência, diante das situações concretas
que forem encontradas.
Cabe, também, aos trabalhadores dizer quais os interesses que serão defendidos por meio da greve. Os
limites desse interesse encontram-se na CF, sendo possível dizer que os limites são sociais, dizendo respeito
às condições de trabalho, à melhoria das condições sociais, inclusive salariais. Esses interesses, entretanto,
vão dizer respeito àqueles que possam ser atendidos pelo empregador, pois é em face deste que a greve é
deflagrada.
Procedimento de Greve
A fase preparatória, prévia à deflagração, tem, por sua vez, diversos atos:
A obrigatória tentativa de negociação para solução do conflito coletivo, uma vez que a lei não autoriza o
início da paralisação a não ser depois de frustrada a negociação. É uma condição para o exercício do direito
de greve. As partes também poderão eleger árbitros para solucionar a pendência entre elas. Frustrada a
negociação coletiva ou verificada a impossibilidade da arbitragem, será facultada a cessação coletiva do
trabalho.
Poderá a Superintendência Regional do Trabalho convocar as partes para mesa redonda com o objetivo de
resolver o conflito. A mesa redonda convocada pela Superintendência Regional do Trabalho não vem a se
configurar em uma interferência ou intervenção do Estado no sindicato, tratando-se apenas de uma forma
de cumprir as determinações da lei, que exige a negociação, tanto que a intervenção da Superintendência
Regional do Trabalho não é obrigatória para efeito de negociação (CLT, art. 616, § 1º).
O objetivo da Superintendência Regional do Trabalho é apenas fazer mediação ou servir de mediador para
solucionar a controvérsia coletiva, aproximando as partes. Não se trata de imposição. Inexistindo acordo,
mesmo com a mediação da Superintendência Regional do Trabalho, é faculdade das partes a instauração do
dissídio coletivo. O que precisa haver é a negociação frustrada para ser instaurado o dissídio coletivo, não
importa onde ela seja realizada (CF, art. 114, § 2º).
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É o que resulta da CF, ao declarar que é obrigatória a participação dos sindicatos na negociação coletiva. O
dissídio coletivo não pode ser instaurado sem a prévia tentativa de negociação (CF, art. 114). A Lei n.
7.783/89, que regulamenta o exercício do direito de greve, é no mesmo sentido.
A deliberação em assembleia geral convocada pela entidade sindical (art. 4º) e de acordo com as
formalidades previstas no seu estatuto, isto é, a entidade sindical dos empregados deverá convocar
assembleia geral que irá definir as reivindicações da categoria, deliberando sobre a paralisação coletiva. Na
falta de entidade sindical, a assembleia será entre os trabalhadores interessados (art. 4º, § 2º), que
constituirão uma comissão para representá-los, inclusive, se for o caso, perante a Justiça do Trabalho.
A convocação de assembleia é exigida pela Lei n. 7.783/89, art. 4º. Cabe ao sindicato representar os
trabalhadores e assumir a negociação. A greve é um ato sindical.
Aviso prévio. Não é lícita a greve-surpresa. O empregador tem o direito de saber antecipadamente sobre a
futura paralisação da empresa. Providências são necessárias, antes da cessação do trabalho, diante dos
compromissos da empresa e em face das suas naturais condições de atividade e de produção. Daí a
comunicação. É o aviso prévio de greve.
Segue-se, à deliberação da assembleia, o aviso ao empregador, com antecedência mínima de 48 horas (art.
3º, § único), ampliadas para 72 horas nas atividades essenciais (art. 13), incluindo além do empregador,
também os usuários dos serviços essenciais no dever de comunicação (art. 13).
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Em nenhuma hipótese poderão ser violadas ou constrangidas garantias constitucionais (Lei n. 7.783/89, art.
6º, § 1º), quais sejam, direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade (CF, art. 5º e incisos), o
respeito às convicções políticas, filosóficas e crenças religiosas (art. 5º, VIII).
É vedado à empresa adotar meios para forçar o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como
capazes de frustrar a divulgação do movimento (Lei n. 7.783/89, art. 6º, § 2º). Assim, o empregador não
poderá adotar qualquer forma que venha a obrigar, a coagir o trabalhador grevista à prestação de serviços
ou a impedir a publicidade da greve.
Os grevistas não podem proibir o acesso ao trabalho daqueles que quiserem fazê-lo (Lei n. 7.783/89, art. 6º,
§ 3º). Logo, os trabalhadores que entenderem que devem trabalhar não poderão ser impedidos pelos demais.
É vedada a rescisão do contrato de trabalho durante a greve não abusiva, bem como a contratação de
trabalhadores substitutos (Lei n. 7.783/89, art. 7º, § único).
Salários e demais obrigações trabalhistas serão regulados por acordo com o empregador (Lei n. 7.783/89,
art. 7º). As consequências da greve devem ser suportadas por ambas as partes: pelo empregador, que perde
a prestação de serviços durante certos dias e, em consequência, deixa de pagar os dias não trabalhados pelos
obreiros; pelo empregado, que participa da greve, ficando sem trabalhar, mas perde o direito ao salário dos
dias em que não prestou serviços.
Efeitos da greve no contrato de trabalho: suspensão do contrato de trabalho, uma vez que os empregados
paralisados em decorrência da greve não recebem seus salários e o período não conta como tempo de
serviço; porém, se empregados grevistas e empregadores celebrarem acordo coletivo de trabalho dispondo
sobre o pagamento desses dias paralisados, o efeito passa a ser de interrupção do contrato de trabalho.
Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a organização sindical
patronal ou a empresa, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os
serviços cuja paralisação resultar em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e
equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando
da cessação do movimento (Lei n. 7.783/89, art. 9º).
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Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar
diretamente os serviços necessários para esse fim (Lei n. 7.783/89, art. 9º, § único), por meio da contratação
de trabalhadores temporários (Lei n. 6.019/1974).
Serviços Essenciais
Nos serviços essenciais a greve não é proibida, mas há uma restrição para sua deflagração, com estipulação
de regras especiais. Esses serviços são os seguintes:
- funerários.
- transporte coletivo.
- telecomunicação.
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- compensação bancária.
Nesses serviços, o aviso prévio ao empregador e aos usuários dos serviços é de 72 horas (Lei n. 7.783/89,
art. 13) e é obrigatório aos sindicatos, de comum acordo com o empregador, garantir, durante a greve, a
prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade – serviço
mínimo necessário (Lei n. 7.783/89, art. 11), assim consideradas aquelas que, se não atendidas, coloquem
em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população (Lei n. 7.783/89, art. 11, §
único).
A Lei nº 7.783/1989 (Lei de Greve) não tipifica a atividade de segurança como essencial, o que franqueia
greves por trabalhadores que laboram em segurança privada, apesar de serem consideradas “categorias
armadas”.
Abuso de Direito
A greve é um direito, mas o abuso desse direito sujeita os responsáveis às penas da lei (Lei n. 7.783/89, art.
15). Greves abusivas, durante as quais são cometidos abusos, indo além das determinações legais.
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O conceito de abuso identifica-se, por força da lei (Lei n. 7.783/89, art. 14) com o de ilegalidade. Abuso é o
descumprimento de exigência da lei, bem como a manutenção da greve após acordo ou decisão judicial
sobre o término da paralisação (Lei n. 7.783/89, art. 14), salvo se a finalidade da paralisação é exigir o
cumprimento de norma legal convencional ou quando a superveniência de fato novo venha modificar
substancialmente a relação de trabalho (Lei n. 7.783/89, art. 14, § único).
A responsabilidade pelos atos abusivos é apurada segundo a lei trabalhista, civil e penal (Lei n. 7.783/89,
art. 15). O Ministério Público pode requisitar a abertura de inquérito e processar criminalmente aqueles que
praticaram ilícitos penais. O empregador pode, no caso de abuso, despedir por justa causa empregados
grevistas, desde que o ato faltoso esteja capitulado na CLT (Lei n. 7.783/89, arts. 7º e 14; CLT, art. 482). O
sindicato é passível de responder por perdas e danos.
Exemplo: Em Campinas, o sindicato profissional foi condenado por abuso cometido durante a greve dos
transportes coletivos daquela cidade, devendo pagar as passagens durante alguns dias às empresas de
ônibus, que concederiam, em contrapartida, transporte gratuito para a população. Entende-se que a
responsabilidade civil, de ter causado prejuízo ao empregador, poderá ser indenizada pelo sindicato ou pelo
trabalhador, dependendo de quem foi o culpado.
Os atos faltosos praticados pelos obreiros poderão ser capitulados no art. 482 da CLT, com a consequente
demissão por justa causa. Seria o caso de o trabalhador impedir os colegas de trabalharem, de empregar
violência com os colegas durante a greve, de causar dano à propriedade do empregador, etc.
Os trabalhadores poderão ser responsabilizados penalmente por crime de dano à coisa, de lesão corporal, de
homicídio, nos termo do Código Penal.
Havendo indício de prática de delito, o Ministério Público deverá, de ofício, requisitar a abertura de
inquérito e oferecer denúncia (Lei n. 7.783/89, art. 15, § único).
“Locaute”
A expressão inglesa “lock-out” se traduz por olhar de fora, ou seja, os empregados ficariam do lado de fora
da empresa, sem poder entrar para trabalhar. Trata-se de uma espécie de greve por parte do empregador, o
qual paralisa suas atividades.
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Locaute, que é a paralisação das atividades pelo empregador para frustrar negociação coletiva, ou dificultar
o atendimento de reivindicações dos trabalhadores, é vedado (Lei n. 7.783/89, art. 17) e os salários, durante
o mesmo, são devidos.
O cerramento, como também é chamado o “lock-out” pela doutrina, enseja penalidades para quem agir
dessa forma e, ainda, obriga o empregador ao pagamento de salário aos empregados pelos dias em que
manteve suas atividades empresariais paralisadas.
Logo, na ocorrência de locaute, os efeitos deste no contrato de trabalho são de interrupção, uma vez que há
o pagamento dos salários dos empregados, mesmo sem ter trabalhado e conta o período como tempo de
serviço.
A CF, art. 114, § 3º, confere legitimidade ao Ministério Público do Trabalho para propor dissídio coletivo
em caso de greve em atividade essencial, que apresente possibilidade de lesão do interesse público,
competindo à Justiça do Trabalho, competência originário do Tribunal, decidir o conflito.
A comissão de trabalhadores também poderá requerer a instauração do dissídio coletivo quando não houver
entidade sindical que a represente.
O tribunal trabalhista poderá apreciar a legalidade ou ilegalidade do movimento e os abusos de direito que
forem cometidos.
A Convenção n. 151 da OIT determina a institucionalização de meios voltados à composição dos conflitos
de natureza coletiva surgidos entre o Poder Público e seus servidores (art. 8º). O Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (art. 8º, “c” e “d”) dispõe que a Administração Pública pode e
deve estipular restrições ou limitações “no interesse da segurança nacional ou da ordem pública, ou para
proteção dos direitos e liberdades de outrem”.
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A Lei 7.783/89 é aplicável inclusive às empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades
que explorem atividade econômica, pois sujeitam-se ao regime jurídico das empresas privadas, inclusive
quanto às obrigações trabalhistas (CF, art. 173, § 1º).
A Constituição Federal de 1988 assegurou o direito de greve ao servidor público da administração pública
direta e indireta, que será exercido nos termos e limites definidos em lei específica (CF, art. 37, VII). É
norma de eficácia contida, dependendo de lei específica (lei ordinária da União, Estados e Municípios) para
poder ser exercitada.
O STF, ao julgar mandados de injunção, firmou entendimento segundo o qual, diante da lacuna normativa
existente (na falta de lei específica), esta deve ser preenchida com a aplicação, por analogia, da lei do setor
privado (Lei n. 7.783/89), isto é, enquanto não regulamentado o direito de greve no setor público, os
conflitos dela resultantes devem ser solucionados com base em uma norma jurídica vigente no ordenamento
do país, no caso a lei de greve do setor privado, com as adaptações necessárias (MI 708-0-DF, de
25/10/2007; MI 712-PA, de 27/10/2007).
Pelo entendimento firmado pelo STF, os servidores têm direito ao ajuizamento de dissídio coletivo,
observando as diretrizes traçadas na Lei n. 7.783/89, que, todavia, não poderá contemplar pretensão relativa
a reajuste de vencimentos, porque depende de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República (CF,
art. 61, § 1º, II, a), mas apenas cláusulas que objetivem tratar de melhores condições de trabalho, inclusive
relativas a meio ambiente de trabalho.
O foro competente para processar esse dissídio coletivo será a Justiça Federal, para servidores federais, e a
Justiça Estadual, para servidores estaduais ou municipais.
Os militares, integrantes das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) estão proibidos de
sindicalizar-se e de exercer o direito a greve (CF, art. 142, § 3º, IV).
Por igual, a regra se aplica aos policiais militares e aos corpos de bombeiros militares, que são forças
auxiliares e reserva do Exército. (CF, art. 144, § 6º).
Os servidores civis da Marinha, Exército e Aeronáutica gozam do direito de greve, como qualquer servidor
público. Assim, também, os civis que trabalham para as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros
estaduais.
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Exercício 1:
A)
depende de prévia aprovação da autoridade competente;
B)
depende de manutenção do atendimento mínimo necessário dos serviços inadiáveis;
C)
é proibida pela lei de greve;
D)
não se aplica aos funcionários públicos;
E)
Comentários:
Exercício 2:
A propósito do ajuizamento do dissídio coletivo pelo Ministério Público do Trabalho, assinale a opção
correta:
A)
B)
Segundo a Constituição da República, o Ministério Público do Trabalho pode ajuizar dissídio coletivo
desde que haja, no conflito coletivo, possibilidade de lesão ao interesse público quando se trate de greve em
atividade essencial de natureza funerária, com risco à sociedade.
C)
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O dissídio coletivo é modalidade de ação que só em casos excepcionais pode ser promovida pelo
Ministério Público do Trabalho, pois a orientação constitucional primária é que as próprias partes
(empresas e sindicatos) resolvam seus conflitos coletivos, ao largo do Estado, utilizando-se dos canais
próprios de negociação extrajudicial, como a mediação, a arbitragem e a conciliação nos Tribunais do
Trabalho.
D)
Mesmo estando em curso dissídio coletivo, o Ministério Público do Trabalho pode realizar audiência
extrajudicial de negociação coletiva com as entidades interessadas, devendo, para tanto, peticionar
suspensão do processo durante prazo razoável e desde que as partes concordem com a atividade ministerial.
E)
O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade de propor dissídio coletivo, em nenhuma hipótese.
Comentários:
Exercício 3:
A)
B)
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C)
D)
E)
Comentários:
Exercício 4:
Suponha que os integrantes da categoria de empregados nas empresas de distribuição de energia elétrica,
por meio de interferência da entidade sindical que os representa, pretendam entrar em greve, em vista de
não ter sido possível a negociação acerca do reajuste salarial a ser concedido à categoria. Considerando
essa situação hipotética, assinale a opção correta.
A)
B)
A atividade executada pelos integrantes dessa categoria profissional não se caracteriza como essencial.
C)
D)
Caso a categoria decida pela greve, a entidade sindical deverá comunicar a decisão aos empregadores e aos
usuários com antecedência mínima de 72 horas da paralisação.
E)
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Caso a categoria decida pela greve, a entidade sindical deverá comunicar a decisão aos empregadores e aos
usuários com antecedência mínima de 48 horas da paralisação.
Comentários:
Exercício 5:
A)
B)
C)
D)
E)
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Comentários:
Exercício 6:
A)
B)
C)
D)
E)
Comentários:
Exercício 7:
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A)
96 horas.
B)
24 horas.
C)
36 horas.
D)
48 horas.
E)
72 horas.
Comentários:
Exercício 8:
A respeito do direito de greve e dos serviços essenciais, julgue os itens seguintes. (Ano: 2017 Banca:
CESPE Órgão: TRT - 7ª Região (CE) Prova: CESPE - 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário -
Oficial de Justiça Avaliador Federal)
I- Poderá ser considerada abusiva a greve realizada em setores que a lei define como essenciais se, durante
o movimento, não for assegurado o atendimento básico inadiável.
II- Conforme o TST, será considerado abusivo o movimento paredista se inexistir tentativa prévia de
solução direta e pacífica do conflito.
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IV- Em setores de qualquer natureza, é obrigatória a comunicação prévia do movimento de greve aos
empregadores e usuários com a antecedência mínima de setenta e duas horas da paralisação.
A)
I, II e III.
B)
I, II e IV.
C)
I, III e IV.
D)
E)
Comentários:
Exercício 9:
Para a Lei de Greve (Lei 7.783/89), são considerados serviços ou atividades essenciais, exceto:
A)
Segurança bancária.
B)
Transporte coletivo.
C)
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Telecomunicações.
D)
Compensação bancária.
E)
Comentários:
Exercício 10:
A)
aos trabalhadores;
B)
C)
D)
E)
à federação.
Comentários:
Exercício 11:
A)
Acordo coletivo do trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos
representativos de categorias econômicas (somente de empregadores) estipulam condições de trabalho
aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho, documento este
que pode por fim à greve.
B)
C)
As centrais sindicais, por força de lei, podem celebrar acordo e convenções coletivas de trabalho, decidindo
pelo fim da greve.
D)
E)
A greve não está prevista no direito coletivo do trabalho, mas sim no direito constitucional.
Comentários:
Exercício 12:
À vista das paralisações coletivas, tanto no setor público quanto no privado, é correto afirmar:
A)
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Por determinação expressa da Constituição da República, policiais militares, membros das Forças
Armadas, da polícia civil e da Polícia Federal não podem deflagrar greve, cujo embasamento, entre outros,
se encontra na intangibilidade da segurança pública, o que é aplicável ao setor da vigilância privada, já que
seus profissionais também são considerados membros de “categorias armadas”.
B)
Por determinação expressa da Constituição da República, policiais militares, membros das Forças
Armadas, da polícia civil e da Polícia Federal podem deflagrar greve, cujo embasamento, entre outros, se
encontra na atividade de iniciativa privada.
C)
A Lei nº 7.783/1989 (Lei de Greve) não tipifica a atividade de segurança como essencial, o que franqueia
greves por trabalhadores que laboram em segurança privada, apesar de serem consideradas “categorias
armadas”.
D)
Havendo greve de vigilantes, pode o Estado providenciar o desarmamento dos participantes da paralisação,
em face do princípio da autonomia sindical, que permite a intervenção e a interferência nas entidades
sindicais, incumbindo-lhe, porém, determinar o acompanhamento de força policial para assegurar o
controle do conflito.
E)
Comentários:
Exercício 13:
A)
A natureza jurídica da greve é, sob o âmbito do direito brasileiro, um direito ou uma liberdade em que a lei
a autoriza, caso em que se manifesta como uma forma de autodefesa dos trabalhadores na solução de seus
conflitos coletivos.
B)
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Sob o âmbito de países que não autoriza a greve, visto que a proíbem, esta tem natureza de delito e, se
cometida, ocorrerá uma infração penal, um crime contra economia.
C)
No Brasil, que autoriza a greve como um direito, se praticada esta acarreta interrupção do contrato de
trabalho, em regra.
D)
A greve, como direito, fundamenta-se no princípio da liberdade de trabalho, visto que ninguém pode ser
constrangido a trabalhar contra a própria vontade.
E)
Há entendimentos de que a greve é um direito potestativo, de que ninguém a ele poderia se opor.
Comentários:
Exercício 14:
A)
B)
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C)
D)
E)
Comentários:
Exercício 15:
A)
B)
O efeito da paralisação em greve é constitutivo do contrato de trabalho, uma vez que pode criar, modificar
ou extinguir direitos trabalhistas.
C)
D)
E)
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Comentários:
Exercício 16:
Em relação à greve, assinale a alternativa correta. (Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura da
Estância Turística de Guaratinguetá Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura da Estância Turística de
Guaratinguetá - Procurador)
A)
B)
É proibida a contratação de trabalhadores substitutos para os trabalhadores em greve, salvo nos casos
previstos em lei.
C)
D)
E)
Comentários:
Exercício 17:
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A)
Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou
diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar
os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens,
máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da
empresa quando da cessação do movimento.
B)
Dependendo da situação e da relevância, serão adotadas estratégias por empregados e empregadores que
poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem, assegurando os serviços
essenciais.
C)
É permitido às empresas adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem
como capazes de frustrar a divulgação do movimento.
D)
E)
Comentários:
Exercício 18:
Quanto ao exercício do direito de greve, aponte a alternativa CORRETA: (Ano: 2015 Banca: TRT 8R
Órgão: TRT - 8ª Região (PA e AP) Prova: TRT 8R - 2015 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Juiz do Trabalho
Substituto)
A)
No caso de lock out, o pagamento, ou não, dos salários dos trabalhadores durante o período de paralisação
será estabelecido em cláusula inserida no acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
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B)
Na vigência de sentença normativa, constitui abuso do direito de greve a paralisação que seja motivada pela
superveniência de fatos novos ou acontecimento imprevisto que modifique substancialmente a relação de
trabalho.
C)
A lei de greve considera serviços e atividades essenciais o tratamento e abastecimento de água, transporte
coletivo, serviços bancários, distribuição de energia elétrica e controle de tráfego aéreo.
D)
É vedada a rescisão do contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores
substitutos, salvo se mantida a paralisação após a celebração de acordo, convenção ou sentença normativa.
E)
Os empregados da construção civil devem dar o aviso prévio da greve à parte adversa com antecedência
mínima de 72 horas.
Comentários:
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