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O ITBI, tributo com previsão no art. 156, II, da CF/88 combinado com §2º do mesmo dispositivo
constitucional, de competência dos Municípios, tem seu fato gerador defi nido no art. 35, CTN.
Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a
eles relativos tem como fato gerador:
II — a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de
garantia;
Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos
sejam os herdeiros ou legatários.
A previsão do CTN refere-se ao antigo imposto estadual sobre transmissão de bens imóveis, o qual
incidia sobre qualquer transmissão de bens imóveis, seja a título gratuito ou oneroso, inter vivos ou causa
mortis. Dessa forma, é necessário realizar a adequação de tais normas do CTN ao atual imposto municipal
sobre a transmissão, inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis.
De acordo com a previsão constitucional, para incidência do ITBI é necessária a observância de três
conceitos, quais sejam: transmissão, inter vivos e oneroso.
a) Transmissão — Transmissão de bens imóveis e cessão de direitos reais sobre imóveis. É indispensável a
transmissão do direito de uma pessoa para outra.
b) Ato inter vivos — As pessoas entre as quais ocorre a transmissão devem estar vivas.
c) Oneroso — A onerosidade exigida para incidência do ITBI não se concentra necessariamente em uma
entrega de dinheiro, podendo, por exemplo, ocorrer uma permuta, hipótese em que a transmissão também é
onerosa.
Qualquer ato de registro de direito real sobre algum imóvel, se a título oneroso, sofre a incidência
do ITBI, ao passo que nas hipóteses a título gratuito haverá a incidência do ITCMD.
Dessa forma, pode-se dizer que o critério material do ITBI consiste em “(I) transmissão inter vivos,
a qualquer título, por ato oneroso, a) de bens imóveis, por natureza ou acessão física; e b) de direitos reais
sobre bens imóveis, exceto os de garantia e as servidões; (II) a cessão, por ato oneroso, de direitos relativos
à aquisição de bens imóveis.”
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Destaque-se que o §2º, inciso I do art. 156, CF/88 prescreve uma hipótese de imunidade do ITBI,
com relação à integralização de capital social com bens imóveis:
Há, portanto, quem entenda que o parágrafo único do art. 36 não foi recepcionado pela CF/88.
Nas promessas de compra e venda, de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça e do
Supremo Tribunal Federal, não há incidência de ITBI, vez que a transmissão ainda não finalizou, conforme
súmula 82 do STF:
1. O fato gerador do imposto de transmissão de bens imóveis ocorre com a transferência efetiva da
propriedade ou do domínio útil, na conformidade da Lei Civil, com o registro no cartório
imobiliário.
2. A cobrança do ITBI sem obediência dessa formalidade ofende o ordenamento jurídico em vigor.
Na realidade, o imposto (conhecido por sisa) é exigido por ocasião da lavratura de escritura de
alienação imobiliária, ou se direitos a ela relativos, sendo que os tabeliães podem ficar proibidos de
praticar este ato atinente ao seu ofício, se não for feita prova de seu pagamento.
2. Critério espacial
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O ITBI é devido ao Município onde se localiza o bem imóvel, conforme previsão do art. 156, §2º,
II, CF/88. O art. 41 do CTN faz previsão semelhante.
Importante destacar que os arts. 39 e 40 do CTN não foram recepcionados pela CRFB/88, vez que
significariam uma indevida ingerência da lei de normas gerais na autonomia dos municípios.
Além do mais, importante a afirmação de Aires Barreto no sentido de que “diversamente do que
ocorre com o IPTU e ITR, no ITBI não há distinção entre zona urbana e rural, valendo, pois, para todo e
qualquer imóvel situado no território do Município”.
3. Critério pessoal
O polo passivo, por sua vez, de acordo com ao art. 42 do CTN, pode ser ocupado pelo alienante ou
pelo adquirente. Existe jurisprudência do STJ no sentido de que o contribuinte do ITBI deve ser o
adquirente. Entretanto, a lei municipal pode escolher quem figurará como contribuinte do tributo ora em
discussão.
O Município do Rio de Janeiro, por exemplo, determina que o adquirente é o contribuinte do ITBI e
o alienante figura como responsável. Logo, caso o adquirente não efetue o recolhimento do tributo, o
Município pode cobrar do alienante.
Destaque-se, por oportuno, que em tais hipóteses, com fulcro no art. 134, inciso VI do CTN, os
tabeliães podem responder solidariamente, verbis:
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de
que forem responsáveis:
VI — os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
Nas palavras do professor Leandro Paulsen, “Os responsáveis poderão ser os tabeliães e os ofi ciais
dos registros de imóveis, no caso de não exigirem a prova do recolhimento do imposto por ocasião da
prática dos atos que lhes competirem (lavratura e escritura, transcrição dos títulos)”
4. Critério quantitativo
A base de cálculo do ITBI, de acordo com o art. 38, CTN, é estabelecida pelo valor venal do bem
imóvel ou dos direitos transmitidos.
Destaque-se, por oportuno, a previsão da súmula 656 do STF, segundo a qual o ITBI, sendo um imposto
real, não possuirá alíquotas progressivas, vez que isso poderia ferir o princípio da capacidade contributiva,
exceto quando expressamente previsto na CF/88.
De um modo sistemático podemos apresentar o Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer
título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
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imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI), da seguinte
forma:
Competência
...
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,
por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de
garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
Nessa linha, segundo o art. 156, II, da CCF/1988, compete aos Municípios instituir
imposto sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os
de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição.
Função
A função do imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,
por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição (ITBI) é fiscal, sendo o objetivo do município a arrecadação do tributo.
Fato Gerador
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Ao falar do fato gerador do imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI), devemos lembrar o já mencionado quando do estudo do
imposto de competência dos estados, que o Código Tributário Nacional deve ser interpretado de acordo
com a Constituição Federal de 1988, uma vez que, por ser anterior à Carta Magna, disciplina na mesma
seção um imposto de competência do estado e outro do município, ALEXANDRE (2007: 572):
Para exata compreensão do fato gerador é fundamental saber as definições de bens imóveis por natureza ou
acessão física. ALEXANDRE (2007: 524-525):
“Assim, são bens imóveis por natureza o solo a sua superfície, os seus acessórios
e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo
e o subsolo.
São bens imóveis por acessão física tudo quanto o homem incorporar
permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e
construções, de modo que não possa retirar sem destruição, modificação fratura ou
dano.”
Outra definição importante é a de direitos reais, também apresentada por ALEXANDRE (2007; 573):
Os direitos reais estão enumerados no art. 1.225 no Código Civil, conforme a seguir
transcrito:
I – a propriedade;
II – a superfície;
III – as servidões;
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IV – o usufruto;
V – o uso;
VI – a habitação;
VII – o penhor;
IX – a hipoteca;
X – a anticrese.
Assim, o fato gerador do ITBI, nas palavras de ANAN Jr e MARION (2009: 109-110):
Fato gerador
É a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre os imóveis, exceto os de
garantia, bem como a cessão de direitos à sua aquisição.
Bens imóveis por natureza: são os imóveis que se formaram por força da natureza,
compreende o solo com a sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais,
as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo;
Bens imóveis por acessão física: tudo que o ser humano pode incorporar
permanentemente ao solo, como a semente, os edifícios e construções, de sorte que
não se possa retirar sem a sua destruição, modificação, fratura ou dano;
Direitos reais sobre bens imóveis: são a enfiteuse, servidões, usufruto, uso,
habitação e as rendas constituídas sobre os imóveis;
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Por fim, o texto constitucional menciona a não incidência do ITBI, no art. 156, § 2º, I:
Art. 156
...
O município competente para cobrar o tributo está na constituição federal no artigo 156, § 2.º, II:
Art. 156...
...
...
Base de Cálculo
O imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza
ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a
sua aquisição (ITBI), tem a sua base de cálculo contida no artigo 38 do Código Tributário Nacional: “Art.
38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.”.
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Reitera-se que o valor venal do bem não pode ser superior ao valor de mercado.
Alíquota
As alíquotas do imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como
cessão de direitos a sua aquisição (ITBI), são percentuais sobre o valor da transmissão e não podem ser
progressivas, ANAN e MARION (2009: 110):
Alíquotas
Contribuinte
Mais uma vez, reitera-se que no modesto entendimento do autor o Código Tributário Nacional, deveria ter
determinado quem é o contribuinte do ITBI, o que não foi feito, deixando para os municípios disciplinarem
a matéria, conforme se verifica no texto legal: “Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na
operação tributada, como dispuser a lei.”
Lançamento
O lançamento do ITBI é por declaração, lembrando que, na hipótese de o contribuinte não apresentar a
declaração o poder público, pode fazer o lançamento de ofício.
1. Critérios Material
O ISS, tributo de competência municipal, tem previsão constitucional no art. 156, III:
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III — serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Acerca do ISS existe uma discussão constitucional bastante interessante que diz respeito ao conceito
de serviço. Os municípios ganharam competência para tributar serviços, desde que não sejam os serviços
tributados por ICMS e tais serviços vão estar definidos em lei complementar. A questão centra-se, portanto,
se somente os serviços previstos na Lei Complementar 116/03 podem ser tributados pelo ISS.
O STJ firmou convicção no sentido de que a tributação do ISS é taxativa na vertical (gêneros) e
exemplificativa na horizontal (espécies). Isso significa que se um serviço não puder ser enquadrado em
nenhum dos gêneros previstos na lista constante da Lei Complementar 116/03, ele não pode ser tributado.
Entretanto, se ele se enquadrar em um gênero, mas a espécie não estiver prevista, ele pode ser
tributado. Já o STF111 firmou entendimento no sentido de que a lista anexa à Lei Complementar 116 é
taxativa, ou seja, os Municípios só poderão tributar os serviços nela elencados. Apesar de taxativa, o STF
afirmou que os tópicos da lista comportam uma interpretação ampla.
Por exemplo, provedor de acesso à internet não é um serviço tributado pelo ICMS, então ele poderia
ser tributado pelo ISS, desde que se encaixasse em algum gênero da lista da Lei Complementar 116/03. Há
quem defenda que esse serviço se enquadra em “serviços de informática”. É necessário, no entanto, que o
serviço seja previsto em lei municipal para que haja a cobrança.
A Lei Complementar, ao trazer normas gerais, pode regular as formas e condições como isenções,
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos.
Entretanto, a Lei Complementar 116/03 não usou da prerrogativa atribuída pelo §3º do art. 156,
CF/88. Em relação a incentivos fiscais de ISS, há o art. 88, II, ADCT, o qual estabelece que o município
não pode conceder benefício fi cal que reduza a alíquota, direta ou indiretamente, para menos que 2%, nem
mesmo a título de tributação extrafiscal.
O art. 1º da Lei Complementar 116/03 prescreve o fato gerador do ISS como a prestação dos
serviços constantes da lista anexa. Ainda que a atividade não se caracterize como atividade preponderante,
incide o ISS.
O §1º determina dispõe que incide ISS na importação e o art. 2º, I determina que não incide ISS na
exportação. Dessa forma, por exemplo, se uma empresa brasileira for construir um prédio em Dubai, esse
serviço não é tributado, pois trata-se de exportação de serviço. A doutrina entende que o local do resultado
do serviço é o critério apto a caracterizar a exportação de serviço.
Com relação à importação de serviços, o art. 1º, §1º determina que o ISS incide sobre o serviço
proveniente do exterior do país ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior. O sujeito passivo na
importação é o tomador do serviço, sendo o sujeito ativo o município de seu domicílio, conforme previsão
do art. 3º, I, da Lei Complementar 116/03. O tomador de serviço será o responsável pelo pagamento, já
que não é ele quem pratica o fato gerador.
Ao contrário do ICMS, que tem um fato gerador específico para a importação, o ISS não estabelece esse
fato gerador específico. Quando o serviço é prestado por não residente ou domiciliado, entende-se que o
serviço é proveniente do exterior, cabendo tributação do ISS. A doutrina tem olhado para o resultado
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efetivo do serviço, o que, se tiver sido dentro do Brasil, pode ser importação e se tiver sido fora do Brasil,
pode ser exportação.
Há, ainda, a discussão acerca das operações mistas, as quais envolvem, ao mesmo tempo, a
circulação de mercadorias e a prestação de serviços. A CF/88 define que se o serviço estiver na lista, será
objeto de incidência do ISS sobre o valor total da operação, incidindo inclusive sobre a parcela de
circulação da mercadoria. Se o serviço não estiver na lista, incide o ICMS sobre o valor total da operação.
Existem, porém, exceções específicas na lista de serviços constante da Lei Complementar 116/03, nas quais
ocorre a dupla tributação, recaindo o ICMS sobre a mercadoria e o ISS sobre os serviços.
2. Critério Temporal
O critério temporal do ISS é o momento da ocorrência do fato descrito no critério material, ou seja,
momento da prestação do serviço. Assim, não deve ser considerado como critério temporal o momento da
realização do negócio jurídico (contrato de prestação de serviço) ou aquele do pagamento.
Assim, a lei municipal, ao definir o momento da incidência do ISS, deve estabelecer critério
temporal somente após verificação da ocorrência do fato gerador, em consonância com o disposto no art.
116 do CTN. Antes da ocorrência do fato, não há relação jurídica tributária. Nos serviços de execução
parcelada, a lei pode estabelecer momentos diferentes da ocorrência do critério material. Ou seja, poderá se
estabelecer a incidência do ISS após a conclusão de determinada etapa, período ou parcela.
3. Critério Espacial
A definição sobre qual o critério espacial e o Município competente é a maior discussão relativa ao
ISS. O Decreto-Lei 406/68, no art. 12, determinava que o serviço considera-se prestado e o ISS devido no
local do estabelecimento prestador, exceto nos casos de construção civil. O STJ, no entanto, sob a égide do
Decreto-Lei 406/68, havia construído jurisprudência no sentido de que o ISS era devido no efetivo local da
prestação
no artigo 3° que o serviço considera-se prestado e o tributo devido no local do estabelecimento prestador.
Entretanto, a Lei Complementar previu diversas exceções a esta regra em seus incisos. Essas exceções são
hipóteses em que existe um resultado material, um resultado corpóreo e para as quais o ISS é devido no
local da efetiva prestação do serviço.
As decisões mais recentes do STJ têm sido no sentido de o critério espacial e o Município
competente para a cobrança é aquele do local do estabelecimento prestador, salvo as exceções estabelecidas
em lei:
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1. A competência para cobrança do ISS, sob a égide do DL 406/68 era o do local da prestação do
serviço (art. 12), o que foi alterado pela LC 116/2003, quando passou a competência para o local da
sede do prestador do serviço (art. 3º).
4. Critério Pessoal
O art. 5º da Lei Complementar 116/03 define o prestador do serviço como contribuinte do ISS. O art. 6º
permite que o tomador dos serviços seja responsável, pois ele está diretamente ligado ao fato gerador,
bastando apenas uma lei para defini-lo como responsável. O próprio §2º já estabelece algumas hipóteses de
responsabilidade tributária dos tomadores, por exemplo, nos serviços de limpeza e vigilância.
Paulsen sublinha que, em razão do próprio conceito de serviços, “não são contribuintes os que
prestam serviços em relação de emprego, os trabalhadores avulsos, os diretores e membros de conselho
consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como os sócios-gerentes e gerentes-
delegados, cujas características são colhidas em outros diplomas jurídicos (..)”
O polo ativo, por sua vez, é ocupado, regra-geral, pelo Município no qual esteja localizado o
estabelecimento prestador do serviço, salvos as exceções em que se considere a incidência do ISS no local
da prestação do serviço.
Nesta hipótese, o sujeito ativo do ISS será o Município no qual se verifica a prestação do serviço.
5. Critério Quantitativo
A base de cálculo, conforme art. 7º, Lei Complementar 116/03 é o preço do serviço. Destaque-se
que o preço do serviço não inclui valores recebi dos que não representem remuneração do serviço prestado.
Nas palavras do professor Leandro Paulsen: “no cálculo do tributo, não devem ser incluídos os valores
relativos a seguro, juros e quaisquer outras importâncias recebidas ou debitadas — como multas e
indenizações —, pois tais verbas tem natureza jurídica diversa (financeira, ressarcitória) do respectivo
preço contratual”.
Uma discussão interessante diz respeito à possibilidade do ISS fixo com relação aos serviços em
que esta prática era permitida pelo Decreto-Lei 406/68, em seu art. 9º. É o caso de serviços prestados por
sociedades uniprofissionais ou sociedades profissionais autônomas, para as quais o imposto era fixo e
relativo a cada profissional. O entendimento dominante é o de que a Lei Complementar 116/03 não revogou
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o art. 9º do Decreto-Lei 406/68, mas revogou a Lei Complementar 56 que deu nova redação ao §3º, art. 9º.
O entendimento jurisprudencial que prevalece, dessa forma, é o de que a previsão do §3º, art. 9º, do
Decreto-Lei 406/68 ainda é valida, podendo essas sociedades recolher o tributo fixo.
Com relação às alíquotas, a CF/88 prevê no §3º do art. 156 que a Lei Complementar deve fixar
alíquotas máximas e mínimas do ISS. A Lei Complementar 116/03, em seu art. 8º, fixou alíquota máxima
de 5%, não tendo sido fixada alíquota mínima.
O art. 88, do ADCT determina que enquanto a Lei Complementar não fixar alíquota mínima, essa
será de 2% do valor do serviço. Dessa forma, a alíquota máxima é 5% e a mínima é 2%.
Os serviços que estavam previstos nos itens 32, 33 e 34 no Decreto-Lei 406/68, os quais são
mencionados como exceções no art. 88, ADCT, têm correspondência na Lei Complementar 116/03 (itens
7.02, 7.04 e 7.05), então, no que se refere a tais serviços, pode ser cobrada uma alíquota mais baixa que 2%.
De um modo sistemático podemos apresentar Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN),
da seguinte forma:
Competência
...
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em
lei complementar.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).
Muitas discussões existem para saber qual o município que deve cobrar o tributo. A lei complementar 116,
cumprindo sua competência prevista no artigo 146 da constituição federal, determina:
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III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da
lista anexa;
X – (VETADO)
XI – (VETADO)
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XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços
descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa;
§ 1o No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.04 da lista anexa, considera-
se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território
haja extensão de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer
natureza, objetos de locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou
permissão de uso, compartilhado ou não.
§ 2o No caso dos serviços a que se refere o subitem 22.01 da lista anexa, considera-
se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território
haja extensão de rodovia explorada.
Função
A função do imposto sobre serviços de qualquer natureza é fiscal, vale dizer, o objetivo do município ao
cobrar este tributo é o de arrecadar o valor.
Fato Gerador
O fato gerador do imposto sobre serviços de qualquer natureza é apresentado na lei complementar
116/2003, do seguinte modo:
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§ 3o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços
prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados
economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento
de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço.
A constituição federal determina hipóteses de não incidência do tributo em análise, bem como cria regras
para isenções e incentivos fiscais, senão vejamos:
Art.156...
...
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
Observa-se que os transportes interestadual e intermunicipal não são tributados pelo ISS.
Base de Cálculo
A base de cálculo do imposto sobre serviços de qualquer natureza é apresentada no decreto lei 406/68, que
foi recepcionado pela constituição de 1988 como lei complementar, assim:
a) ao valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços; (Redação dada
pelo decreto Lei nº 834, de 1969)
§ 3° Quando os serviços a que se referem os itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92
da lista anexa forem prestados por sociedades, estas ficarão sujeitas ao imposto na
forma do § 1°, calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio,
empregado ou não, que preste serviços em nome da sociedade, embora assumindo
responsabilidade pessoal, nos termos da lei aplicável. (Redação dada pela Lei
complementar nº 56, de 15.12.1987).
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Verifica-se que a lei complementar 116/2003 determina, sem entrar em confronto com a velha norma,
portanto mantendo seu pleno vigor, nova base de cálculo do imposto sobre serviços de qualquer natureza,
em seu artigo 7°, a seguinte:
§ 1o Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem prestados
no território de mais de um Município, a base de cálculo será proporcional,
conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer
natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada
Município.
I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens
7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar;
Alíquota
O imposto sobre serviços de qualquer natureza, por determinação constitucional, tem suas alíquotas
máximas e mínimas determinadas por lei complementar, conforme se verifica do artigo 156, § 3º, I:
Art.156...
...
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
Neste sentido, andou bem o legislador ao determinar no artigo 8º da lei complementar 116, o seguinte:
...
No que concerne à alíquota mínima, deve ser de 2% (dois por cento) nos termos do artigo 88 do ato das
disposições constitucionais transitórias:
Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do
§ 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do
caput do mesmo artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I - terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem
os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de
dezembro de 1968; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
Contribuinte
A lei complementar 116/2003, nos artigos 5º e 6º, ao determinar o contribuinte refere-se também à
possibilidade de criar a figura do responsável tributário, assim:
Lançamento
O Município não pode legislar contrariando a lei federal do ISSQN, sendo assim, a base de cálculo,
contribuinte e fato gerador, lançamento, não devem ser alterados por lei municipal.
Exercício 1:
A)
oneroso
B)
gratuito
C)
tributário
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D)
impessoal
E)
processual
Comentários:
Exercício 2:
A)
direitos reais
B)
C)
D)
E)
Comentários:
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Exercício 3:
A)
por dedução
B)
C)
D)
E)
Comentários:
Exercício 4:
A)
pelo Senado
B)
C)
D)
E)
Comentários:
Exercício 5:
A)
compra e venda
B)
C)
D)
fusão
E)
doação gratuita
Comentários:
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Exercício 6:
A)
criar alíquotas
B)
C)
D)
E)
Comentários:
Exercício 7:
A)
onerosa
B)
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alternativa
C)
real
D)
gratuita
E)
impessoal
Comentários:
Exercício 8:
A)
B)
direitos reais
C)
D)
compra e venda
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E)
Comentários:
Exercício 9:
O ISS:
A)
B)
C)
D)
E)
Comentários:
Exercício 10:
O ITBI:
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A)
compete à União
B)
C)
D)
E)
Comentários:
Exercício 11:
A)
B)
C)
D)
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E)
Comentários:
Exercício 12:
A)
B)
doação gratuita
C)
exportação
D)
importação
E)
aluguel
Comentários:
Exercício 13:
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A)
B)
o IPTU não poderá ter alíquotas diferentes de acordo com o uso do imóvel.
C)
cabe ao Senado Federal, por resolução, fixar as alíquotas máximas e mínimas do ISS.
D)
E)
cabe à lei ordinária municipal, em caráter de norma geral, regular a forma e as condições como
isenções, incentivos e benefícios fiscais, relativos ao ISS, serão concedidos e revogados.
Comentários:
Exercício 14:
Em relação ao que estabelece o Art. 156, inc. II, da Constituição Federal, bem como à
interpretação do referido dispositivo pelo Supremo Tribunal Federal, quanto ao poder de tributar
do Município, analise as assertivas abaixo:
III. O STF assentou entendimento de que os contratos de promessa não constituem fato gerador
para a incidência do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis.
A)
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Apenas I.
B)
Apenas II.
C)
Apenas III.
D)
Apenas I e III.
E)
Apenas II e III.
Comentários:
Exercício 15:
João e Maria são irmãos e condôminos de imóvel adquirido por meio de sucessão hereditária,
após o falecimento de sua mãe Madalena. O respectivo inventário já foi encerrado, com a devida
transferência do imóvel aos herdeiros no cartório de registro de imóveis. Eles querem aproveitar
uma oportunidade de vender o imóvel para José e Raquel, mas estão preocupados com a
incidência de impostos que possam afetar o preço que receberão por esta venda. Em função
disso, estão verificando qual a possibilidade de registro da venda sem pagamento do imposto
antecipadamente. A esse respeito, é correto afirmar que
A)
há incidência de imposto estadual sobre a transmissão de bens imóveis inter vivos com alíquotas
de 4% a 8%, conforme o Estado, que deverá ser levada em consideração por João e Maria no
momento da fixação do preço de venda.
B)
João e Maria não deveriam se preocupar, pois o Código Tributário Nacional estabelece que o
imposto sobre transmissão de bens imóveis inter vivos é sempre de responsabilidade do
adquirente na operação de compra e venda.
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C)
por se tratar de alienação de bem imóvel adquirido em decorrência de sucessão hereditária, não
há que se falar em incidência de impostos, mas apenas de taxas e emolumentos cartorários, os
quais não poderão deixar de ser recolhidos.
D)
E)
caso José e Raquel adquiram o bem sem prévia verificação da inexistência de dívidas tributárias
relativas a impostos sobre a propriedade do bem, responderão subsidiariamente pelo pagamento
desses impostos, apenas na hipótese de impossibilidade de pagamento por João e Maria.
Comentários:
Exercício 16:
A)
serviços (ISS).
B)
C)
D)
E)
Comentários:
Exercício 17:
Com base no que estabelece o Art. 156, inc. III, da Constituição Federal, bem como na
interpretação do referido dispositivo pelo Supremo Tribunal Federal, quanto ao poder de tributar
do Município, analise as assertivas abaixo:
II. As operadoras de planos de saúde não realizam prestação de serviço sujeita ao ISSQN,
previsto no Art. 156, III, da Constituição Federal.
III. Havendo, ao mesmo tempo, locação de bem móvel e prestação de serviços, o ISS não incide
sobre o segundo fato gerador também, por extensão ao que estabelece a súmula vinculante 31
do STF.
A)
Apenas I.
B)
Apenas II.
C)
Apenas III.
D)
Apenas I e III.
E)
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Apenas II e III.
Comentários:
Exercício 18:
Certo sujeito contribuinte do ISS praticou o Fato Gerador em maio de 2014, contudo o
lançamento tributário só foi constituído pelo Sujeito Ativo em agosto de 2018. Por isso, é correto
afirmar que, caso
A)
uma nova Lei do tributo tenha majorado o imposto antes da sua cobrança, aplicar-se-á a lei
então vigente à época do lançamento, em homenagem ao Princípio da Irretroatividade.
B)
a lei do tributo tenha definido uma penalidade mais severa, após a prática do fato gerador,
aplicar-se-á a lei vigente à época do lançamento, em homenagem ao Princípio da Anterioridade.
C)
a lei do tributo tenha definido uma alíquota mais benéfica, após a prática do fato gerador,
aplicar-se-á a lei vigente à época do fato, em homenagem ao Princípio da Irretroatividade.
D)
o tributo tenha sofrido, por uma nova lei, após a prática do fato gerador, a possibilidade de uma
penalidade mais benéfica, aplicar-se-á a lei vigente à época do fato, em homenagem ao Princípio
da Irretroatividade.
E)
uma nova lei do tributo, após a prática do fato gerador, seja considerada meramente
interpretativa, seus efeitos não poderão ser pretéritos, em homenagem ao Princípio da
Irretroatividade.
Comentários:
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