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INTRODUÇÃO

O Direito Tributário é um ramo do direito público, e se faz necessário para regular a


cobrança de impostos no Brasil, sendo previsto na Constituição Federal art.155 e
imprescindivelmente necessário para a manutenção do Estado, compondo o
ordenamento jurídico.
E o objetivo do presente trabalho é discutir a respeito de dois tipos de impostos,o
imposto de transmissão de causa mortis (ITCMD) e o imposto de transmissão de
bens inter vivos (ITBI), visto que em ambas as transmissões de bens devem ser
recolhidas os tributos previstos por lei, sendo responsabilidade do estado e do
distrito federal recolher o imposto causa mortis e dos municípios o inter vivos.
Dessa forma, será analisado no decorrer do trabalho o conceito, o fato gerador,
alíquota, a base de cálculo, a responsabilidade tributária e os demais temas que
permeiam o ITCMD e ITBI.
ITBI - imposto de Transmissão de bens imóveis

1.1 - Conceitos sobre o Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis e
de Direitos Reais sobre Imóveis (ITBI)

Trata-se de imposto estabelecido na Constituição Federal de competência dos


municípios.
Conforme Art. 156, inc. II da Carta Magna:

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de


bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos
a sua aquisição;

Esse imposto incide tanto sobre a transmissão de imóveis, quanto a transmissão


dos direitos reais sobre os imóveis. Sendo assim, importante frisar as definições do
Código Civil a respeito dos Direitos reais, conforme Art. 1.225 do Código Civil:
Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481,
de 2007)
XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) XIII -
a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Hipóteses de Incidência:
Esse imposto incide sobre Compra e venda, dação em pagamento, permuta (troca),
mandato em causa própria com poderes equivalentes para a transmissão de bem
imóvel, arrematação, adjudicação, valor do imóvel que na divisão de patrimônio
comum ou na partilha, forem atribuídos a um dos cônjuges separados ou
divorciados, uso e fruto. Conforme aduz a jurisprudência:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE


SEGURANÇA.TRIBUTÁRIO. ITBI. ARREMATAÇÃO DE IMÓVEL.
BASE DE CÁLCULO. VALOR ALCANÇADO NA HASTA PÚBLICA.
PRECEDENTES.1. A orientação das Turmas que integram a
Primeira Seção/STJ firmou-se no sentido de que a arrematação
corresponde à aquisição do bem alienado 7 judicialmente, razão
pela qual se deve considerar, como base de cálculo do ITBI, o valor
alcançado na hasta pública. Nesse sentido: AgRg no AREsp
22.274/MG, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de
3.4.2012; AgRg nos EDcl no Ag 1.391.821/MG, 1ª Turma, Rel. Min.
Humberto Martins, DJe de 1º.7.2011; REsp 1.188.655/RS, 1ª Turma,
Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 8.6.2010; REsp 863.893/PR, 1ª Turma,
Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 7.11.2006.2. Recurso ordinário
não provido.(RMS 36.293/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/10/2012, DJe
11/10/2012)

1.2 - Fato gerador


O Fato gerador do ITBI é a efetiva transferência da propriedade imobiliária. Na
aquisição de bens imóveis, além do pagamento do valor acordado pelo bem,
também é necessário o recolhimento aos cofres municipais do Imposto de
Transmissão de Bens Imóveis, o chamado ITBI.

1.3 - Alíquota
Por se tratar de imposto municiapl, a alíquota pode variar de município para
município. Na cidade de Vitória, as alíquotas do imposto são de 1%, na transmissão
de imóvel adquirido através do sistema de cooperativa habitacional; e 2%, nas
demais transmissões.

1.4 - Base de cálculo

A base de cálculo do ITBI é o valor do imóvel.Esse valor serve de base de cálculo


do imposto. Sobre essa avaliação aplica-se a alíquota determinada pelo município

1.5 - Contribuinte

Conforme Art. 42, do CTN, o Contribuinte do ITBI é qualquer das partes na


operação tributada, como dispuser a lei local. - Lei municipal deve definir quem será
o contribuinte do ITBI, sendo o mais comum as leis municipais estabelecerem que
contribuinte do ITBI é o adquirente.

1.6 - Responsabilidade Tributária

Uma característica relevante do ITBI é a responsabilidade solidária que pode ser


aplicada a esse imposto. Nesse sentido, dispõe o art. 134 do CTN:
“Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do
cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem
solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis:

[…]

VI – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos


tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles,
em razão do seu ofício”.

Tabelião é o serventuário da justiça a quem incumbe, em qualquer dia e hora, nos


cartórios e fora deles lavrar os atos, contratos e instrumentos a que as partes devem
ou queiram dar forma legal ou autenticidade. Antigamente denominava-se notário,
hoje, tabelião de notas.[1]

Escrivão é o serventuário de justiça, nomeado em caráter de vitaliciedade, que é o


mais importante auxiliar do juiz, entre cujas principais funções – umas autônomas,
outras subalternas – estão a direção do cartório, e prover ao expediente do juízo.[2]

A primeira observação que se faz é no sentido de que fica prejudicada a aplicação


desse preceito em relação a tabeliães e escrivães se acolhida a tese de que o
aspecto temporal do fato gerador do ITBI recai sobre o momento do registro do título
de transferência dos bens imóveis ou de direitos a eles relativos.[3] Nessa hipótese,
tabeliães e escrivães seriam terceiras pessoas absolutamente alheias à situação
que configura o fato gerador da obrigação tributária, não podendo ser-lhes atribuída
qualquer responsabilidade tributária à luz do que dispõe o art. 128 do CTN. Esse
dispositivo exige que o terceiro a ser responsabilizado esteja vinculado ao fato
gerador da obrigação tributária. É o caso, por exemplo, do vendedor do imóvel que
poderá ser responsabilizado pelo pagamento do ITBI devido pelo comprador, caso a
lei local tenha eleito este comprador como sujeito passivo natural.

Entretanto, em relação a oficiais de registro poderá haver essa responsabilidade


solidária.

Contudo, é importante observar que o art. 134 exige a presença dos seguintes
requisitos impostergáveis para a caracterização dessa responsabilidade solidária:
(a) a impossibilidade de o contribuinte cumprir a obrigação tributária principal; e (b) o
fato de o responsável tributário ter uma vinculação indireta, por meio de ato
comissivo ou omissivo, com a situação que constitui o fato gerador da obrigação
tributária.

Inexistente o nexo causal entre a obrigação tributária e o comportamento do


serventuário a quem se atribui a responsabilidade não há lugar para aplicação do
art. 134, VI, do CTN. É preciso, também, que haja impossibilidade de exigir o tributo
do contribuinte.
Por isso, na verdade, o texto do dispositivo sob exame refere-se à responsabilidade
subsidiária, pois a solidária não comporta benefício de ordem, por expressa
determinação contida no parágrafo único do art. 124 do CTN.

Cumpre esclarecer, ainda, que os tabeliães, escrivães e oficiais de registro apesar


de se sujeitarem ao concurso público para investidura nos cargos específicos e ter
seus atos fiscalizados pela Corregedoria da Justiça, exercendo função pública
delegada, mediante percepção de emolumentos (taxas), por decisão do STF são
considerados contribuintes.

Interpretando o art. 236 da CF, que dispõe que “os serviços notariais e de registro
são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público”, a Corte
Suprema entendeu, por maioria de votos, pela constitucionalidade da cobrança do
ISS porque, apesar de o serviço notarial e de registro configurar uma atividade
estatal delegada, ele é uma atividade economicamente explorada pelo particular,
inexistindo diferenciação que justifique a tributação aos serviços públicos
concedidos e a não tributação das atividades delegadas (ADI no 3.089-DF, Rel. Min.
Carlos Britto, Rel. para acórdão Min. Joaquim Barbosa, DJE e DOU de 1º-8-2008).

Portanto, notários e registradores são contribuintes e, por conseguinte, podem ser


responsáveis tributários.

1.7 - Imunidade

São Imunidades Específicas do ITBI, conforme art. 156 da CF:


Art. 156 (...)
§ 2º I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de
capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de
fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se,
nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra
e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
arrendamento mercantil;
Art. 184, § 5º CF – § 5º - São isentas de impostos federais,
estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis
desapropriados para fins de reforma agrária. 8 Súmula nº 111 STF:
É legítima a incidência do imposto de transmissão "inter vivos" sobre
a restituição, ao antigo proprietário, de imóvel que deixou de servir a
finalidade da sua desapropriação.

1.8 - Isenção:
Existem hipóteses de Não Incidência do ITBI: Usucapião, desapropriação,
servidões, contratos de promessa de compra e venda (haja vista tratar-se de
contrato que poderá ou não se concretizar em contrato definitivo, este sim ensejador
da cobrança do aludido tributo).
Além disso, existem hipóteses de isenção parcial e total do imposto: Uma das
situações em que ocorre a isenção total de ITBI é quando o imóvel é comprado e
transferido para o capital social de uma empresa ou, até mesmo, de uma pessoa
jurídica. Dessa forma, quando há a fusão, incorporação, extinção ou cisão, não
ocorre a cobrança desse imposto.

Outra situação passível de isenção de ITBI é quando há a cessão de direitos. Nesse


caso, uma parte concede os direitos que ela tem em relação ao imóvel para uma
outra pessoa. Apesar deste ser um entendimento dos Tribunais, algumas prefeituras
ainda tendem a cobrar o tributo - algo que pode ser resolvido com um processo
simples.

Vale ressaltar ainda que há casos em que o valor do imóvel faz com que o
comprador esteja completamente isento do ITBI. Esse valor costuma variar entre as
prefeituras, visto que a legislação muda de um município para o outro. Mas, como
um exemplo, pode-se dizer que em alguns lugares imóveis cujo valor seja inferior a
R$ 180 mil estão isentos do imposto.

Além disso, existem diversas situações em que ocorre a isenção parcial de ITBI,
quando há uma redução no valor cobrado pela prefeitura. A mais comum de todas é
com relação aos imóveis que são comprados através de um financiamento feito pelo
Sistema Financeiro de Habitação, mais conhecido como SFH.

Nesses casos, existe uma redução referente ao valor financiado, em que o imposto
é cobrado com uma alíquota de 0,5% e, o restante, passa a estar sujeito a uma
alíquota de 2%. Essa última porcentagem, no entanto, pode variar conforme a
determinação da Prefeitura onde o imóvel está localizado.

Vale ressaltar ainda que, como a legislação referente à cobrança do Imposto de


Transmissão de Bens e Imóveis varia de município para município, outras reduções
podem ocorrer. E é justamente por isso que você deve estar inteirado em relação a
legislação do município, para reforçar isenções quando possível.

1.9 Lançamento

O lançamento do ITBI é feito, em regra, por declaração. - Mas o lançamento do


ITBI pode ser também de ofício. contribuinte, pode a administração municipal lançar,
de ofício, o tributo em montante superior ao valor venal declarado, devendo notificar
o contribuinte do lançamento, para, caso queira, impugná-lo.

1.10 - Considerações sobre o Artigo: Direito à restituição do ITBI em face da


anulação da venda do imóvel

Se foi declarada a nulidade do negócio jurídico, da compra e venda de imóvel, o fato


gerador do ITBI foi desfeito. Destarte, é justo o restabelecimento da situação
anterior, com a devolução do imposto que foi pago, para que não haja o
enriquecimento ilícito do Município ou do Distrito Federal
CONCLUSÃO

Apesar da complexidade ao se tratar dos transmissão de causa mortis (ITCMD) e o


imposto de transmissão de bens inter vivos (ITBI),através do presente trabalho foi
possível traçar as principais características de como incide o imposto no processo
de transmissão dos bens e notar as suas principais diferenças,sendo que o ITBI,
ocorre na transmissão de bens móveis, entre pessoas vivas, é onerosa,de
competência municipal,e o sujeito passivo pode ser quem transmite e quem adquire,
por sua vez o ITCMD, ocorre na transmissão de bens móveis e imóveis, após o
falecimento do titular do bem,é feito de forma gratuita, de competência Estadual e do
Distrito Federal e o sujeito passivo,por causa mortis é o herdeiro ou legatário ,ou
ainda o doador ou donatário na forma da lei.
Dessa forma, ao herdar, comprar ou vender um bem este deverá pagar o imposto
correto, pois é necessário para registrar a propriedade no nome do novo titular e até
para a regularização do imóvel e, caso não haja o pagamento do imposto o trâmite
de transferência ou compra não poderá ser concretizado.
REFERÊNCIAS
https://www.soedil.com.br/blog/quem-tem-direito-a-isencao-de-itbi - Acessado em
22/04/2022
https://recivil.com.br/itbi-responsabilidade-solidaria-dos-notarios-e-registradores/
#:~:text=Esse%20dispositivo%20exige%20que%20o,comprador%20como
%20sujeito%20passivo%20natural. - Acessado em 22/04/2022

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