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19/08/2018

IMPOSTOS MUNICIPAIS
• IPTU
• ITBI
ITBI
• ISS
SULAMITA NÓBREGA
OAB-PB 11087-B
sulamita.nobrega@hotmail.com

ITBI – Imposto sobre transmissão inter


vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis, por natureza ou acessão
física de direitos reais sobre imóveis
exceto os de garantia, bem como a cessão
de direitos a sua aquisição. (art. 156 II, CF
e 35 CTN).

Professora Sulamita Nóbrega

Considerações iniciais:

• A primeira previsão desta obrigação no direito brasileiro data


de 1.809 – sob a denominação Imposto transmissão bens
imóveis.

• Na CF de 37 – utilizou-se pela primeira vez a expressão


Transmissão “inter vivos” e “causa mortis” – sob a competência
dos ESTADOS.

• Após a EC5/61 o Imposto de Transmissão de bens “inter vivos”,


passou a ser de competência dos MUNICÍPIOS.

• EC 18/65, modificou-se a competência para os ESTADOS.

• A Constituição de 1988 alterou novamente a competência,


atribuindo-a aos MUNÍCÍPIOS.
Professora Sulamita Nóbrega

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FUNDAMENTOS NORMATIVOS:

- Constituição Federal 156 II, § 2º


e art. 184 § 5º

- CTN arts. 35 a 42

- Legislação Municipal (CTM - 53,


DE 23/12/2008)
Professora Sulamita Nóbrega

CATERÍSTICAS:

 Finalidade fiscal

 É tributo real

 Não admite alíquotas progressivas (Súmula 656 STF)

 O Imposto é devido ao Município da situação do bem

 Lançamento é em regra por declaração

 Imunidade prevista art. 156, I, § 2º CF (eventos societários)

 Imunidade decorrente de transferência de reforma agrária


(art. 184 § 5º CF) .
Professora Sulamita Nóbrega

Aspectos da RMIT
ASPECTO MATERIAL (HI)
1) A transmissão inter vivos, a qualquer título por
ato oneroso a) de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e b) de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia;
2) Cessão, por ato oneroso, de direitos relativos
a aquisição de imóveis.

• Direitos reais: 1.225 CC


• Direitos reais de garantia (penhor, anticrese
e hipoteca). Professora Sulamita Nóbrega

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PONTOS DE DISCUSSÃO

• PROMESSA DE COMPRA E VENDA – A jurisprudência


pátria têm decidido no sentido de NÃO INCIDÊNCIA
DO ITBI na simples promessa de compra e venda

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO


TRIBUTÁRIO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DEVIDO PROCESSO LEGAL. ITBI. FATO
GERADOR. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. 1. A jurisprudência do STF se consolidou
no sentido de que suposta ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla
defesa, do contraditório e dos limites da coisa julgada, quando a violação é debatida
sob a ótica infraconstitucional, não apresenta repercussão geral. Precedente: RE-RG
748.371, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, DJe 1º.8.2013. 2. A transferência do
domínio sobre o bem torna-se eficaz a partir do registro público, momento em que
incide o Imposto Sobre Transferência de Bens Imóveis (ITBI), de acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Logo, a promessa de compra e venda não
representa fato gerador idôneo para propiciar o surgimento de obrigação tributária. 3.
Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 807255 AgR, Relator(a): Min.
EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em 06/10/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
218 DIVULG 29-10-2015 PUBLIC 03-11-2015) Professora Sulamita Nóbrega

“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. IMPOSTO


SOBRETRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS. FATO GERADOR PROMESSA DE COMPRA E
VENDA. IMPOSSIBILIDADE. A obrigação tributária surge a partir da verificação de
ocorrência da situação fática prevista na legislação tributária, a qual, no caso dos
autos, deriva da transmissão da propriedade imóvel. Nos termos da legislação civil, a
transferência do domínio sobre o bem torna-se eficaz a partir do registro. Assim,
pretender a cobrança do ITBI sobre a celebração de contrato de promessa de compra
e venda implica considerar constituído o crédito antes da ocorrência do fato
imponível. Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE 805.859-AgR/RJ, Rel.
Min. Luís Roberto Barroso)

Processo: APL 04328248520138190001. RIO DE JANEIRO CAPITAL CARTORIO


ELETRONICO DA 12 VARA FAZ PUBLICA. Orgão Julgador: DÉCIMA OITAVA CÂMARA
CÍVE. Partes: APELANTE: MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, APELADO: ENEIDE
CAROLINA DE CARVALHO GOES. Publicação: 26/01/2018. Julgamento: 24 de Janeiro
de 2018. Relator: CLÁUDIO LUIZ BRAGA DELL'ORTO. Ementa: APELAÇÃO.
PRETENSÃO ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO.
ITBI. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. Sentença que reconhece a procedência da
pretensão anulatória, ao argumento de que a promessa de compra e venda não é fator
gerador do ITBI. A jurisprudência do STF e do STJ está pacificada quanto à não
incidência de ITBI em promessa de compra e venda, na medida em que se trata de
contrato preliminar que poderá ou não se concretizar em contrato definitivo, este sim
ensejador da cobrança do aludido tributo, nos termos do art. 35, II, do CTN. Acerto da
sentença. RECURSO NÃO PROVIDO. Professora Sulamita Nóbrega

• Situação diversa da CESSÃO DE PROMESSA


DE COMPRA E VENDA – Sob o fundamento da
transferência do direito real.

• DESAPROPRIAÇÃO e USUCAPIÃO:
- Tanto a doutrina como a jurisprudência
definem a desapropriação e a USUCAPIÃO como
causas ORIGINÁRIAS de aquisição da
propriedade. Desse modo NÃO HAVERÁ
INCIDÊNCIA DE ITBI.
Professora Sulamita Nóbrega

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• NEGÓCIOS JURÍDICOS apto a desencadear


transferência da titularidade imobiliária: PERMUTA,
DAÇÃO EM PAGAMENTO, REMIÇÃO, ARREMATAÇÃO,
CESSÃO DE POSSE, CESSÃO DE DIREITOS
HEREDITÁRIOS.

• SEPARAÇÃO consensual e excesso oneroso de partilha


– A doutrina e Jurisprudência têm caminhado no
sentido de que HAVERÁ incidência do ITBI sobre o
calor que exceder a meação na partilha de imóveis
entre os cônjuges, em razão de separação judicial,
desde que este excesso se dê a título ONEROSO.

Professora Sulamita Nóbrega

• RENÚNCIA DE HERANÇA: • Abdicativa: o herdeiro abre mão da


parte que lhe cabe, retornando sua
- Quando a renúncia ocorra quota ao monte partível .
de forma pura e simples, não • Translativa: o herdeiro renuncia sua
parte em favor de pessoa
haverá incidência. Ocorrendo determinada.
a renúncia com efeitos translativo de forma onerosa,
ocorrerá a cessão de direitos sobre imóveis. Fato
gerador do ITBI.

• ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO DE TRANSMISSÃO


IMOBILIÁRIA

- O STJ tinha entendimento consolidado pela INCIDÊNCIA


(Resp 1175640/MG, Rel Min. Benedito Gonçalves, Primeira
Turma, julgado em 04/05/2010, Dje 11/05/2010)
- Resp 1493162-DF em 25.11.2014 autorizou a repetição de
indébito.
PERMANECE A POLÊMICA!!! Professora Sulamita Nóbrega

ASPECTO TEMPORAL:
• Registro de imóveis junto ao cartório de
imóveis competente (art. 1.245 CC).

ASPECTO ESPACIAL:
- O ITBI deve ser recolhido no município onde o
imóvel estiver situado. SITUAÇÃO DO BEM.
- Ao contrário do IPTU e ITR para o ITBI é
irrelevante ser o imóvel urbano ou rural.

Professora Sulamita Nóbrega

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ASPECTO SUBJETIVO – SUJEITOS:

• ATIVO: O MUNICÍPIO da situação do bem.


Em respeito ao art. 147 CF – DF/União

• PASSIVO: art. 42 CTN – cabe sua definição na


RMIT - O adquirente e o cessionário.

Professora Sulamita Nóbrega

ASPECTO QUANTITATIVO: (BASE CALCULO X ALÍQUOTA)

• BASE DE CÁLCULO: valor venal do imóvel ou dos bens


transmitidos.

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 36.293 – RS. RELATOR: MINISTRO


MAURO CAMPBELL MARQUES. (2011/0252417-2). EMENTA. PROCESSUAL
CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUTÁRIO.
ITBI. ARREMATAÇAO DE IMÓVEL. BASE DE CÁLCULO. VALOR ALCANÇADO NA
HASTA PÚBLICA.PRECEDENTES. 1.A orientação das Turmas que integram a
Primeira Seção/STJ firmou-se no sentido de que a arrematação corresponde à
aquisição do bem alienado judicialmente, razão pela qual se deve considerar,
como base de cálculo do ITBI, o valor alcançado na hasta pública. Nesse
sentido: AgRg no AREsp 22.274/MG, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
DJe de 3.4.2012; AgRg nos EDcl no Ag 1.391.821/MG, 1ª Turma, Rel. Min.
Humberto Martins, DJe de 1º.7.2011; REsp 1.188.655/RS, 1ª Turma, Rel. Min.
Luiz Fux, DJe de 8.6.2010; REsp 863.893/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco
Falcão, DJ de 7.11.2006. 2.Recurso ordinário não provido.

Professora Sulamita Nóbrega

ALÍQUOTA: Fixadas por lei municipal


- João Pessoa – 3% , art. 206 CTM

- O entendimento sumulado pelo STF( súmula 656) é


não admitir alíquotas progressivas para o ITBI.
Contudo, ante a decisão no RE 562.045 (ITCMD gaúcho)
a doutrina tem defendido por uma tendência de
mudança quanto ao posicionamento da Corte.

- Sujeita-se, em regra a lançamento por declaração,


o ITBI possui prazo decadencial para lançar de ofício o
imposto em referência, não declarados e não pagos, é
de 05 anos.

Professora Sulamita Nóbrega

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SÚMULAS:
STF – 656 – É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas
progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens
imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.

STF – 75 – Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal


não compreende o imposto de transmissão inter vivos, que é
encargo do comprador.

STF – 110 – O imposto de transmissão inter vivos não incide sobre


a construção, ou parte dela, realizada pelo adquirente, mas sobre
o que tiver sido construído ao tempo da alienação do terreno.

STF – 470 – O imposto de transmissão inter vivos não incide sobre


a construção, ou parte dela, realizada, inequivocamente, pelo
promitente comprador, mas sobre o valor do que tiver sido
construído antes da promessa de venda.
Professora Sulamita Nóbrega

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