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Direito Tributário | Helton Kramer

Impostos Municipais

IMPOSTOS MUNICIPAIS
IPTU

CRITÉRIO MATERIAL

a) Critério Material: Art. 156, I, CF/88 - propriedade predial e territorial urbana;

Art. 32 do CTN: “O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade


predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a
posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil,
localizado na zona urbana do Município”.

• Predial = com edificação

• Territorial = sem edificação

A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana,


constante de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à
habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas urbanas
definidas pela lei municipal.

b) Critério Temporal:

• Em regra fica na discricionariedade do Município

• Art. 33 da LC 40/01 (Curitiba): “Considera-se ocorrido o fato imponível no dia 1º de


janeiro de cada exercício financeiro”.

c) Critério Espacial: Zona Urbana - Art. 32 do CTN:

• Zona urbana é a definida em lei municipal, desde que observado o requisito


mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos
incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:

I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;

II - abastecimento de água;

III - sistema de esgotos sanitários;

IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição

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domiciliar;

V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros


do imóvel considerado.

d) Critério Subjetivo do Mandamento

d.1) Sujeito Ativo: Município

d.2) Sujeito Passivo: Proprietário, Detentor do Domínio Útil ou da Posse.

e) Critério Quantitativo do Mandamento

e.1) Base de Cálculo: Valor Venal do Imóvel

PGV – Lei Municipal Anual.

e.2) Alíquotas: Pode variar de acordo com o valor venal, localização e uso.

Fato Gerador do IPTU

“A única posse, portanto, apta a gerar para o possuidor a obrigação tributária é aquela
qualificada pelo animus domini” (STJ – Resp. 203.098/SP – Rel. Menezes Direito – Julg.
09/12/1999)

Imóvel Público – imune?

IMUNIDADE – SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ARRENDATÁRIA DE BEM DA UNIÃO


– IPTU. Não se beneficia da imunidade tributária recíproca prevista no artigo 150,
inciso VI, alínea “a”, da Constituição Federal a sociedade de economia mista ocupante
de bem público. (RE 594015, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno,
julgado em 06/04/2017)

Progressividade extrafiscal e fiscal

“CF/88 - Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;

(...)

§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso

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II, o imposto previsto no inciso I poderá:

I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; (fiscal)

II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel”.


(seletividade e extrafiscal)

Art. 182. ...

...

§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências


fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

...

§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área


incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação ....

Antes da EC nº 29/2000:

Súmula 668: “É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da


emenda constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada
a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana”. –

Depois da EC nº 29/2000:

Surge legítima, sob o ângulo constitucional, lei a prever alíquotas diversas presentes
imóveis residenciais e comerciais, uma vez editada após a Emenda Constitucional nº
29/2000. (RE 423768, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em
01/12/2010) .

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Aumento da Base de cálculo

É inconstitucional a majoração, sem edição de lei em sentido formal, do valor


venal de imóveis para efeito de cobrança do IPTU, acima dos índices oficiais de
correção monetária.(...) Aduziu-se que os municípios não poderiam alterar ou
majorar, por decreto, a base de cálculo do IPTU. Afirmou-se que eles poderiam
apenas atualizar, anualmente, o valor dos imóveis, com base nos índices anuais
de inflação, haja vista não constituir aumento de tributo (CTN, art. 97, § 1º) e,
portanto, não se submeter à reserva legal imposta pelo art. 150, I, da CF. (RE
648245/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 1º.8.2013)

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26,
39, 57 e 65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o


disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto


nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus


dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de


dispensa ou redução de penalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que


importe em torná-lo mais oneroso.

§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste


artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

Lançamento IPTU – loteamento irregular

A orientação jurisprudencial deste Tribunal Superior é a de que, à luz dos arts. 32,
34 e 116, I, do CTN, se tem por "dispensável qualquer exigência de prévio registro
imobiliário das novas unidades para que se proceda ao lançamento do IPTU

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individualizado, uma vez que basta a configuração da posse de bem imóvel para dar
ensejo à exação" (REsp 1.347.693/RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira
Turma, DJe 17/4/2013).

A aprovação do parcelamento imobiliário pelo ente municipal não se apresenta como


requisito para a incidência do IPTU. A propósito, a jurisprudência desta Corte
admite a cobrança de IPTU em condomínios irregulares, ou seja, cujo parcelamento
não foi aprovado pela autoridade competente. Precedente: EDcl no AgRg no
AREsp 600.366/DF, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado DJe
3/3/2015. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no REsp 1601370/RS, Rel.
Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/04/2017).

Área de Preservação Permanente

A Turma entendeu que a restrição à utilização da propriedade no que concerne à área


de preservação permanente em parte de imóvel urbano, no caso, um loteamento,
não afasta a incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), pois não
houve alteração do fato gerador da exação, que é a propriedade localizada na zona
urbana do município. ...Na espécie, a limitação não tem caráter absoluto, uma vez que
poderá haver a exploração da área mediante prévia autorização da secretaria
municipal do meio ambiente. (STJ - REsp 1.128.981-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
julgado em 18/3/2010)

IPTU X ITR

Não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde
que comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola,
pecuária ou agroindustrial (art. 15 do DL 57/1966). 2. Recurso Especial provido.
Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ” (STJ -
REsp 1.112.646-SP, rel. Min. Herman Benjamin, 1ª Seção, j. 26.08.2009, DJ. 28.08.2009).

CONTRIBUINTE

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.022.614 - SP

RELATOR : MINISTRO HUMBERTO MARTINS

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Hipótese de cobrança de IPTU de compromissário-vendedor cujo nome ainda consta


no registro de imóveis. 4. O entendimento desta Corte é no sentido de que o
promitente comprador é legitimado para figurar no pólo passivo conjuntamente
com o proprietário, qual seja, aquele que tem a propriedade registrada no Registro
de Imóveis, em demandas relativas à cobrança do IPTU. E, assim, cabe, ao legislador
municipal, eleger o sujeito passivo do tributo, contemplando qualquer das situações
previstas no CTN.

Restituição

DIREITO TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IPTU. LEGITIMIDADE ATIVA.

Apenas o proprietário do imóvel tem legitimidade ativa para propor ação de


repetição de indébito de IPTU. A relação tributária estabelecida entre a Fazenda e o
proprietário do imóvel (art. 34 do CTN) prevalece sobre qualquer estipulação
contratual que determine que terceiro arcará com o pagamento de IPTU, pois a
referida avença não é oponível à Fazenda. Segundo o art. 123 do CTN, convenções
particulares relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos não modificam
a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. (AgRg
no AgRg no AREsp 143.631-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 4/10/2012)

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