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Direito Tributário | Helton Kramer Lustoza

Impostos Municipais

DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Municipais - ISS

Prof. Helton Kramer Lustoza

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Impostos Municipais

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Veja o exemplo abaixo:

Olá Pessoal!

Sou o professor HELTON KRAMER LUSTOZA, mestre em Direito Constitucional pela


UNIBRASIL, com estudos na UFPR; Especialista em Direito Tributário; Especialista em
Processo Civil; Graduado em Direito pela Universidade Positivo e, atualmente, sou
Procurador do Estado do Paraná.

Falando um pouco da minha trajetória, fui Procurador do Município de São José dos
Pinhais-PR (2009/2016); Conselheiro e Vice-Presidente do Conselho de Contribuintes
Municipal (2010-2014); Professor da Graduação da Escola de Direito da PUC-PR
(2011/2016); Coordenação do curso de Especialização em Direito Administrativo e
Municipal da Universidade Paranaesnse-UNIPAR, Professor da Pós-Graduação
Universidade Positivo e ABDConst (Academia Brasileira de Direito Constitucional);

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Professor convidado do COTEF-RJ, ESAF e ESA-OAB; Presidente da Comissão da


Advocacia Pública da OAB-PR - Subseção Umuarama.

Além da minha atuação como professor, sou autor de vários livros, dentre eles:

• Advocacia Pública em Ação (5º edição),


• Impostos Municipais para concurso;
• Co-autor do livro Tributos em espécie (4ª edição), pela editora JusPodivm;
• Eficiência Administrativa e Ativismo Judicial, pela editora Ithála;
• Autor convidado de comentário de questões de tributário em livros da PGE,
PGM da Editora JusPodivm.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Impostos Municipais ______________________________________________________________ 3
Estabelecimento __________________________________________________________________ 3
Aspecto Pessoal ______________________________________________________________________ 6
Aspecto Quantitativo – Alíquota: ________________________________________________________________ 7

Lista de serviços _________________________________________________________________ 11


Questões polêmicas – serviços______________________________________________________ 13
Franquia ___________________________________________________________________________ 13

IMPOSTOS MUNICIPAIS

ESTABELECIMENTO
Nesta aula, daremos continuidade ao estabelecimento, porque há muitas situações
aonde a banca pode colocar um caso concreto, em que você tem que identificar se
aquela situação é um estabelecimento ou não. Nessas situações, é que tem que ter
um álibi, estabelecimento pelo art. 4.

O art. 4, como citado anteriormente, possui alguns indícios que levam a crer o que é
o estabelecimento, incluindo até a unidade econômica como uma espécie de
estabelecimento para efeitos de ISS. Mas veja, para o ISS, você não precisa ter uma
matriz ou, uma filial, não precisa ter uma rotulação jurídica, basta a partir da linha de

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um acampamento que tenha os instrumentos necessários e o pessoal necessário para


executar o serviço, não há problema nenhum que possua a incidência do acesso
naquele local. No entanto, há alguns indícios que a jurisprudência já interpretou como
suficientes para configurar aquela situação, aquela unidade econômica, como
estabelecimento para incidir o ISS naquele local.

• Manutenção de pessoal, material, máquinas para execução de serviços;

Exemplo: A confecção de etiquetas, confecção, pôster, flyer, e você tem


todo o maquinário pessoal indispensável para execução desse serviço
numa unidade económica. Obviamente, que aquele local vai ser
configurado como estabelecimento para feitos de ISS, sem problema
nenhum.

• Estrutura gerencial, organizacional ou administrativa compatível com a


atividade;

Exemplo: um indivíduo quer saber se aquele local existe uma situação


contábil, uma prestação de serviço contábil. E naquele local foi montado
um ponto de gerência, um contador chefe com o técnico contábeis, com
todo aquele pessoal que seriam suficientes para a execução daquele
serviço. É um indício mais do que suficiente para você ter incidência de
ISS.

• Inscrição na prefeitura;
Exemplo: Você abriu um ponto de atendimento e tem inscrição na
prefeitura como hábil para a prestação de determinado serviço. É um
indício bem forte que ali é um estabelecimento.

• Informação desse local como domicílio fiscal para outros tributos;

Exemplo: De repente, a prefeitura lá descobre que foi informado pelo


Governo Federal que um determinado local é um estabelecimento.

• Divulgação desse endereço em correspondência e propagandas;

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Estabelecimento

Exemplo: Fiscais municipais, procuradores, públicos municipais, que


utilizam isso no trabalho cotidiano. Mas existem questões mais
rebuscadas, no âmbito municipal, que também buscam colocar o
entendimento jurisprudencial.

Uma jurisprudência bastante interessante do STJ, que fala sobre o local de incidência
do ISS.

“De acordo com os artigos 3º e 4º da Lei Complementar nº 116/03, conclui-se que a


municipalidade competente para realizar a cobrança do ISS é a do local do
estabelecimento prestador dos serviços, considerando-se como tal a localidade em
que há uma unidade econômica ou profissional, isto é, onde a atividade é
desenvolvida, independentemente de sua denominação. 2. Ocorre que, no presente
caso, o Tribunal a quo, em seu voto revisor, considerou que os serviços de
informática foram prestados na sede da instituição financeira, localizada em
Brasília, sendo disponibilizados técnicos residentes para a manutenção da solução
durante o período, caracterizando uma unidade econômica ou profissional no
âmbito do Distrito Federal, o que legitima esse ente estatal para a cobrança o
ISS” (REsp 1195844/DF – Mauro Campbell Marques – DJ 15/03/2011).

Nesse caso, o estabelecimento do prestador de serviço era uma prestação de serviço


de computadores, uma assessoria de computadores e informática, foram prestados
na sede da instituição financeira localizados em Brasília. Então, vejam a empresa não
estava no local da prestação de serviço. Traduzindo para você, tinha um município,
onde existia a sede da empresa e outro município onde existia a prestação do serviço.
Ocorre que os serviços de informática foram prestados na sede da instituição
financeira, em Brasília. E o local do estabelecimento era em outra municipalidade. Não
está citado no texto, mas era em São Paulo e sendo disponibilizados em Brasília,
técnicos residentes para a manutenção da solução durante o período e aqui o STJ
caracterizou como unidade econômica ou profissional, no âmbito de Brasília, a
prestação do serviço que legitimou a incidência do ISS naquele local.

Veja que interessante essa jurisprudência porque, eles montaram um ponto avançado

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em Brasília, e tirou esse pessoal de São Paulo e colocaram em Brasília para prestar um
serviço temporário. Só que entendeu que o STJ, que é um momento que você
disponibilizou esse pessoal para trabalhar em Brasília ainda que temporariamente,
criou-se uma unidade econômica naquele local, porque todo aquele serviço, todo o
material humano, indispensável, estava em Brasília, estava naquele local. Então, isso
configurou uma unidade econômica ao estabelecimento para efeito de ISS.

É muito interessante essa decisão, para entenderem esse Aspecto Espacial que é de
suma importância para realizar uma prova no caso concreto, que pode se exigir
inclusive esse caso concreto. Eu já vi algumas provas posteriores a essa decisão que
exigiram exatamente esse caso concreto.

Mas basicamente eu passo para vocês, que é a questão do gerenciamento do serviço


e a mão de obra completa, o indispensável para que serviço estava deslocado até
Brasília, o que configurou como unidade económica, para efeitos de ISS, aplicando na
íntegra o art. 4 da Lei Complementar 116.

Aspecto Pessoal
O próximo aspecto é o ASPECTO PESSOAL. O Aspecto Pessoal tem o sujeito ativo e
o sujeito passivo. O sujeito ativo, sempre vai ser o município que vai exigir o ISS, salvo
aqueles casos onde tenha território federal sem divisão e municípios, no caso, o sujeito
ativo vai ser a União Federal, mas fora esse caso, sempre vai ser o município. E o sujeito
passivo vai ser o contribuinte ou responsável legal.

No caso, o contribuinte, sempre vai ser o prestador de serviço, sem dúvida alguma. E
o responsável está previsto no art. 6º da Lei Complementar 116, que são alguns casos
que a lei complementar permitiu que a lei municipal criasse os responsáveis legais,
mas também não impediu que a lei municipal crie outros casos de responsáveis legais.

Qual a diferença de contribuinte e responsável legal? O contribuinte sempre vai ser o


prestador de serviço. Enquanto o responsável tributário será aquele que embora não
tenha praticado fato gerador, tenha uma ligação e a lei, o elege como responsável

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Estabelecimento

tributário.

Exemplo: Um profissional presta serviço para uma Igreja, e a Igreja pode ser
imune do pagamento de ISS porque não incide, impostos sobre prestação de
serviço à Igreja. Mas nesse caso a Igreja é uma tomadora dos serviços. Por tanto,
nesse caso, uma empresa que vem a restaurar os obras e esculturas dentro das
igrejas, ela vai prestar um serviço para essa determinar a Igreja. Ao momento
que presta um serviço para igreja, pode a lei municipal obrigar a Igreja,
transformando-a em responsável tributário para reter e repassar para o
município. Ou seja, nesse caso, a igreja seria responsável tributar e o
contribuinte seria a prestador de serviço, mas quem vai reter o valor e repassar
para o município será a Igreja.

Com base nisso, nós temos o contribuinte e o responsável tributário, e nós temos o
aspecto quantitativo do qual temos a alíquota e a base de cálculos.

Aspecto Quantitativo – Alíquota:

Nós temos uma alíquota mínima de 2% estabelecido no art. 8-A da Lei Complementar
116, e uma alíquota máxima de 5%, estabelecido pelo art. 8 da Lei Complementar 116,
então, essas são as alíquotas máxima e mínima.

A questão dos aspectos da hipótese de incidência, o aspecto quantitativo, que é


a alíquota e base de cálculo? No aspecto pessoal e aspecto quantitativo, nós temos
o fechamento da hipótese de incidência, anteriormente já citados o aspecto material,
aspecto temporal, aspecto espacial, o aspecto pessoal com sujeito ativo e passivo, e o
aspecto quantitativo, alíquota e base de cálculo.

A) Alíquota mínima: 2% (art. 8-A);


B) Alíquota máxima: LC 116/03 – art. 8º -5%.
C) Tributo Fixo: (Ex. Curitiba)

Profissionais com curso superior: R$1.133,50***

Profissionais sem curso superior: R$566,74***

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Estabelecimento

A alíquota mínima de 2% e máxima 5%, isso temos na lei, mas também é possível ter
o tributo fixo. O que é um tributo fixo? O art. 9 do decreto lei 406/68 estabelecia que
quando o trabalho é prestado de forma pessoal como, por exemplo, médico, contador
ou advogado, sem uma estrutura empresarial, tem o direito de pagar o ISS da forma
fixa. Ou seja, irá pagar um valor fixo anual.

Exemplo: Um advogado que trabalha sozinho, que não tem a ajuda de outros
advogados, não têm uma estrutura empresarial, trabalha ele e uma secretaria
no máximo, o que vai acontecer? Ele pode trabalhar e pagar o ISS da forma fixa.
E nesse caso, sendo ele um exercício de profissional com curso superior, ele vai
pagar um valor fixo anual. Coloquei um valor aleatória de R$1.133,50, você
precisa saber que é um valor fixo, e, cada prefeitura vai ter essa regulamentação.

Então, tem a forma de porcentagem sobre determinada base de cálculo que vai ser,
por exemplo, o faturamento em serviço. E você tem a forma fixa, que é para que esse
serviço desenvolvido de forma pessoal, a base legal disso é o art. 9, do Decreto 406/68.

E como funciona esse ISS fixo? Vamos ler o dispositivo legal para que você não fique
com dúvidas.

Quando se tratar de prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio


contribuinte, o impôsto será calculado, por meio de alíquotas fixas ou variáveis, em
função da natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes, nestes não
compreendida a importância paga a título de remuneração do próprio trabalho.

Foi recepcionada pela CF/1988 (STF, Súmula 663)

Art. 9º A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.

§1º Quando se tratar de prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal


do próprio contribuinte, o imposto será calculado, por meio de alíquotas fixas ou
variáveis, em função da natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes, nestes
não compreendida a importância paga a título de remuneração do próprio trabalho.

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Estabelecimento

A base legal para que o art. 9 decreto lei e que já tem entendimento de que foi
recepcionado pela Constituição Federal de 1988, antes da entrada em vigência,
alegam em 663, o STF já adaptou isso. Nós temos um entendimento, inclusive, que
essa forma do art. 9 não foi revogado pela Lei Complementar 116, vigente no
entendimento do STJ. Então temos aplicação, sim, da forma de alíquotas fixas do ISS,
sem problema, nenhum outro debate que existe sobre as alíquotas do ISS. Por tanto,
nós temos uma alíquota máxima de 5% e uma alíquota mínima de 2%.

No entanto, nem sempre tinha essa alíquota de 2%, só foi incluído recentemente pela
Lei Complementar 157. É incorreto afirmar que não existia uma alíquota mínima, pois
já tínhamos uma previsão no art. 88 dos Atos e Disposições Constitucionais
Transitórias, ADCT, ou seja, uma matéria constitucional, era um artigo da Constituição
Federal. Mas estava nos atos e disposições constitucionais transitórias que a parte final
da Constituição Federal e dizer o seguinte.

Art. 88. Enquanto a lei complementar não disciplinar o disposto no inciso I e III do
§3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do
caput do mesmo artigo:

I- Terá alíquota mínima de dois por cento, excerto para os serviços a que se
referem, os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº
406, de 31 de dezembro de 1968;
II- Não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais,
que resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima
estabelecida no inciso I. (Artigo acrescentado pela Emenda Constitucional
n 37, de 12.06.2002, DOU 13.06.2002)

Não existia qualquer isenção, alíquotas menores que 2% nos municípios no


mundão a fora, ou seja, no Brasil inteiro? Existia, diversas isenções, existia a alíquota
de 1%, 1.5%, 1,9%, existia de tudo. Então, ninguém respeitava, o art. 88 da DCT era
letra morta. Ninguém falava nada, porque o contribuinte não impugnar era bom, uma
alíquota menor que 2%. E o Ministério público nunca questionou, então, era uma letra
morta na constituição.

O que aconteceu? Existia muita guerra fiscal, porque de repente tinha uma prestação
de serviço no município X era 2%, e no município Y, diminuíam para 1%. O que a

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Estabelecimento

empresa fazia, migrava do município X para o município Y, para poder conseguir ter
essa benesse fiscal. Por tanto, existe essa guerra fiscal declarada entre os municípios,
a empresa ficava migrando de município para município para conseguir a isenção. Os
chamados nômades ou ciganos fiscais.

Posteriormente veio a aprovação da Lei Complementar 157, que mudou esse cenário
incluiu expressamente na Lei Complementar 116, o art. 8-A, dizendo o seguinte:

Art. 8º-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é


de 2% (dois por cento).

§ 1º O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios


tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito
presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, diretamente
ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da
alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a que se referem
os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei Complementar.

§ 2º É nula ou o ato do Município ou do Distrito Federal que não respeite as


disposições relativas à alíquota mínima prevista neste artigo no caso de serviço
prestado a tomador ou intermediário localizado em Município diverso daquele
onde está localizado o prestador do serviço.

Ou seja, hoje a alíquota mínima de 2%. Se tiver algo que venha a estabelecer menos
que 2%, a lei anula esta, exceto, naqueles impostos dos itens, 7.02, 7.05 e 16.01 da
lista anexa da construção civil. Fora isso, não podem ter a isenção ou alíquota menor
de 2%.

Então, para não conceder serviços gerando essa guerra fiscal, declara a nulidade do
ato da lei que tem que declarar, conceder essa isenção. Então, para evitar isso, você já
disse “vou punir isso como a nulidade da lei”, mas não é só isso. A lei complementar
157 incluiu na Lei 8.429, que a Lei de Improbidade Administrativa:

Art. 4º A Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 (Lei de Improbidade Administrativa),


passa a vigorar com as seguintes alterações:

...

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou

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Lista de serviços

omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário


contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº
116, de 31 de julho de 2003.”

Então hoje, se for concedido ou mantida isenção, alíquota menor que 2%, do ISS é
caso de improbidade administrativa. O tamanho do buraco que foi cavado e o
tamanho da residência que teve que ser feito, para que os municípios parassem com
essa guerra fiscal, de cada um começar a diminuir alíquota até chegar a uma isenção.
E realmente para instalar uma empresa no município era muito difícil, porque elas iam
até os municípios que mais beneficiassem a própria empresa, e era essa guerra fiscal
que os municípios ficaram reféns.

Hoje, com essa lei, evita-se. Pode ser que ainda existe alguma isenção, alguma
situação, mas tem que ser combatida, porque hoje a lei aplica-se e considera como
improbidade administrativa, qualquer situação que se desobedece a alíquota mínima
do ISS.

LISTA DE SERVIÇOS
O que você tem que identificar na lista de serviços de ISS?

• A lista de serviços da Lei Complementar é taxativa, ou seja, os serviços não


incluídos expressamente presumem-se não tributáveis pelo ISSQN, (STJ RESP
445137/MG)

A lista de serviços da lei complementar é taxativa, ou seja, os serviços não incluindo


expressamente presume-se não tributados, isso em entendimento do STJ. Então
temos a prestação de serviço público para ter incidência do ISS, tem que estar na lista
anexa. Então, se tem uma lista anexa à lei complementar 116, e tudo aquilo que está
na lista anexa, incide o ISS.

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Lista de serviços

Para o concurso público, tem que decorar essa lista anexa? Não, não é
cobrado. A não ser que seja um serviço muito polêmico, com o serviço que
a jurisprudência analisou muito e que tem uma questão peculiar, mas não
vão cobrar, por exemplo, o serviço do item 8 incide o ISS? Vão cobrar: O
serviço de uma instituição financeira, cartório, franquia, alguma coisa que já foi
analisada pela jurisprudência e que existe uma polêmica que eles podem cobrar, que
são do local de pagamento, ou item semelhante. Mas a lista anexa só tem que
identificar como interpretar para saber se incide ou não o ISS, para você aplicar numa
prova. Agora, não vão cobrar um serviço específico.

Como que entendo a lista de serviços da lei complementar? É taxativo e a outra


questão é problemas congênitos. Porque imagine, uma instituição financeira, você
tem uma incidência do ISS sobre depósitos na instituição financeira. Se, por exemplo,
a instituição financeira, sabendo que o direito tributário interpreta muitas situações
de forma literal e muitas situações de forma restrita, poderiam ter a esperteza de
negar, alegando que não é o caso do depósito, trabalham com a palavra ingressos de
valores. E a partir desse momento, não conseguiria incidir o ISS sobre essa atividade.

A lista de serviços trabalha muito com essa palavra congêneres/similares. Então,


quando você trabalhar com depósito de valores ou depósitos bancários nas
instituições financeiras e congêneres, vai englobar todas as situações aonde o dinheiro
ingressará naquela instituição financeira. Logo, vários serviços que vão encontrar do
lado “congêneres” que são situações que abarcam outras situações que, embora não
sejam expressamente previstas, se referem àquele tipo de prestação de serviços.

Por tanto, na jurisprudência do STJ, tem o entendimento que a taxativa da lista de


serviços anexa ao decreto lei 406/68, hoje, a lei complementar 116, para efeito de ISS,
incidência desse admitindo-se aos já existentes, apresentados com outra
nomenclatura o emprego na interpretação extensiva para serviços congêneres.

Cuidado com isso! O que se admite na lista de serviços é interpretação


extensiva, não analógica. Por quê? Porque diz o CTN que não se deve
aplicar ainda a gravação analógica para comparar duas situações e tributar
algo não prevista em lei. Então essa interpretação que se aplica a lista de
serviços é extensiva, ou seja, você engloba os congêneres e não a interpretação

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Questões polêmicas – serviços

analógica. Isso é muito importante para efeito de concurso público.

QUESTÕES POLÊMICAS – SERVIÇOS


É interessante você saber aqueles que já foram julgados, que já foram analisados pelo
STJ e STF, e eventualmente, que podem ser cobrados em provas a respeito do ISS. O
primeiro serviço que eu quero trabalhar é a franquia.

Franquia
“Lei 8955/94 – Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador
cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de
distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e,
eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e
administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo
franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique
caracterizado vínculo empregatício.”

Esse é um conceito legal do contrato de franquia. Se você levar isso como contrato
para um professor e empresário, irão dizer que isso é um contrato complexo, um
exemplo de contrato complexo e não tem uma natureza jurídica definida. A partir da
Lei Complementar 116, nós temos a inclusão da franquia como um serviço tributado
pelo ISS, e a partir disso começaram as ações judiciais, afirmando que a franquia não
é uma prestação de serviço, é um contrato complexo.

“Com a edição da Lei Complementar nº116/03, em vigor a partir de 01.01.2004, a


operação de franquia passou a ser expressamente prevista no item 17.08 da lista de
serviços anexa à norma, ficando, portanto, sujeito à incidência tributária”. (STJ –
AgRg no REsp 1.151.492/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe
10.03.2011)

O que seria uma franquia? Várias decisões do STJ vieram, mas também do TJ, os
Tribunais de Justiça em segunda instâncias, começaram a barrar daquela

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Questões polêmicas – serviços

inconstitucionalidade da incidência do ISS sobre a franquia.

Exemplo: Enfrentei um caso prático quando era procurador municipal. É que o


TJ do Paraná declarou a inconstitucionalidade, incidência sobre o contrato de
franquia. Infelizmente no TJ não teve muito o que fazer. O que aconteceu foi
que para o STJ, declarou a repercussão geral dessa situação, ainda não definiu,
existe um recurso extraordinário, a franquia, fato gerador, lei complementar e a
repercussão geral reconhecida. Por enquanto, não temos uma decisão clara
sobre essa situação.

Por enquanto não temos uma definição do STF, que vai dar a palavra final. Agora, o
professor Helton entende sobre isso. Tenho uma tese para definir a incidência do ISS
sobre o contrato de franquia.

• “Desta forma, a franquia, por sua natureza, irá englobar a transferência de uso
de marca, know-how, tecnologia na administração do negócio, bem como
treinamento de funcionários e franqueado, dentre outra atividade. O que
mostra que a franquia é um serviço de organização empresarial!” (Helton
Kramer Lustoza – Tributos em Espécie)

• Recurso extraordinário. Tributário. ISS. Franquia. Fato gerador. Lei


Complementar 116/2003. Repercussão geral reconhecida. (RE 603136 RG,
Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 02/09/2010, DJe-185 DIVULG 30-
09-2010)

Então, no meu ver isso entende que a franquia, é entregue ao franqueado, uma
espécie de caixa com uma organização empresarial. Por tanto, é entregue o uniforme
e o franqueado é treinado, além de treinar a sua equipe. Serão usados os produtos da
empresa original de forma exclusiva, e vai atuar com os layouts e produtos pré-
definidos, ou seja, tudo padronizado. Nessa forma, o franqueado não está apenas
prestando um serviço ou apenas entregando um material. Ele é um contrato
complexo, sim. Mas o que prepondera nesse contrato de franquia, seria uma grande
organização empresarial. Então, se teria uma natureza jurídica na prestação de
serviços de organização empresarial, que englobaria a passagem do uso da marca, da
tecnologia, da transferência do negócio, do treinamento do pessoal, da entrega da

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Questões polêmicas – serviços

mercadoria, da prestação de serviço e também, do treinamento, do franqueado e seus


funcionários.

Então veja, não é uma tese que defendo que vai prevalecer, mas a princípio é a minha
dica. Se tivesse que fundamentar, é uma tese que defendi enquanto o procurador
municipal, e hoje, como procurador estadual, tenho dentro da minha doutrina, do meu
livro, fundamentada nesse sentido. Agora, claro, é o STJ vai dar a última decisão, por
tanto, nós temos que aguardar essa repercussão geral para saber o que o STJ irá bater
o martelo.

Fica aí a minha dica de estudos aprofundados bastante essa matéria e depois


prosseguiremos com outros serviços polêmicos que são importantes para a sua
vida prática e para essa prova de concurso que você está estudando, um abraço.

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