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FACULDADE DE DIREITO
Itaúna
2018
Priscila Antunes Araújo
Itaúna
2018
Priscila Antunes Araújo
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________________________________
Prof. Fernando Antônio Tavares (Orientador de Conteúdo) – Nota
_______________________________________________________________
Profª Drª Glória Maria de Pádua Moreira (Orientadora de Metodologia) – Nota
Média:
Dedico este trabalho ao meu ilustre professor Fernando
Tavares que com toda paciência e dedicação me deu
apoio, me ensinando e mostrando o caminho certo a se
seguir.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 07
2 A USUCAPIÃO NO ORDEMANEMTO JURÍDICO BRASILEIRO............ 09
2.1 A Usucapião Extraordinária.................................................................... 12
2.2 A Usucapião Ordinária............................................................................ 14
2.3 Usucapião Especial Urbana.................................................................... 15
2.4 Usucapião Especial Individual................................................................ 16
2.5 Usucapião Familiar.................................................................................. 17
2.6 Usucapião Rural....................................................................................... 19
3 PROCEDIMENTO JUDICIAL DA USUCAPIÃO........................................ 21
3.1 Tendência de desjudicialização dos procedimentos............................ 24
4 PROCEDIMENTO EXTRAJUDICIAL DA USUCAPIÃO............................ 26
4.1 Procedimento Administrativo diante dos Órgãos Extrajudiciais........ 26
4.1.1 Tabelionato de Notas.............................................................................. 27
4.1.1.1 Ata Notarial e Demais Documentos..................................................... 27
4.1.2 Procedimento Administrativo Perante Cartório de Registro de Imóveis. 29
4.1.2.1 Competência........................................................................................ 29
4.1.2.2 Pedido do Interessado......................................................................... 30
4.1.2.3 Das Provas.......................................................................................... 31
4.1.2.4 Do Deferimento do Pedido e Registro................................................. 31
4.1.2.5 Da Rejeição do Pedido........................................................................ 31
4.1.2.6 A matrícula do imóvel ......................................................................... 32
4.1.2.7 Registro do imóvel............................................................................... 34
4.1.2.8 Do valor do imóvel e dos emolumentos............................................... 34
5 CONCLUSÃO............................................................................................ 36
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 37
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1 INTRODUÇÃO
[...] o instrumento que conduz o possuidor a iludir-se, por acreditar que ele
lhe outorga a condição de proprietário. Trata-se de um título que, em tese,
apresenta-se como um instrumento formalmente idôneo a transferir a
propriedade, malgrado apresente um defeito que impeça a sua aquisição.
2 1 A Usucapião Extraordinária
Art. 1200: “É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária”.
Art. 1208: “Não induzem a posse os atos de mera permissão ou tolerância,
assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou
clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade”.
(BRASIL, 2002, online)1.
1
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>
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2
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>
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Para configurar a usucapião, deve o imóvel ser tomado para si ou para a família
com o intuito de estabelecer sua morada. Nesta modalidade, não há necessidade de
comprovação de justo título, presumindo a boa-fé, sendo o requisito primordial a não
aquisição de outras propriedades, seja em território urbano ou rural. (RIZZARDO, 2013).
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem
oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até
250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida
com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
5
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>
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pode ter dimensões superiores a 250 m², o cônjuge requerente não pode ser
proprietário de nenhum outro imóvel e, ainda, o abandono efetivo do lar deve ter
ocorrido de forma espontânea, ou seja, não pode o cônjuge “abandonado” alegar
essa modalidade tendo expulsado o ex-cônjuge. (RIZZARDO, 2013)
Posto isso, exploradas as espécies de Usucapião existentes no Brasil,
mister se faz esclarecer que, em qualquer uma das espécies abordadas, após o
preenchimento de todos os requisitos comuns e especiais atinentes a cada espécie
de Usucapião, o possuidor já adquire o domínio, isto é, não há necessidade de uma
sentença em ação de Usucapião para constitui-lo proprietário, tendo em vista que:
Art. 191 - Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra,
em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por
seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra
em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por
seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
propriedade.
6 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>.
7 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>
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Ambos os artigos citados deixam nítido que a ação de Usucapião não tem
o poder de constituir o possuidor em proprietário. Serve esta, como já abordado no
final do subcapítulo anterior, para declarar este possuidor proprietário e permitir que
seja modificado o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
No entanto, antes de ser declarado na sentença como proprietário, é
necessário que o usucapiente proponha uma petição inicial fundamentando o seu
direito. Assim, estabelece o artigo 942 do Código de Processo Civil de vigente
(BRASIL, 2015), que:
No Código de Processo Civil de 1973, este meio de prova era tida como
atípica, isto é, não prevista taxativamente pela legislação até então vigente, mas
ainda sim, era assentida para comprovar a veracidade dos fatos.
O Provimento nº 260/2013 da Corregedoria Geral de Justiça, trata a ata
notarial da seguinte forma:
Art.234 A ata notarial, dotada de fé pública e de força de prova pré-
constituída, é o instrumento em que o tabelião, seu substituto ou
28
De acordo com o Marcelo Rodrigues [...] “Na ata, são narrados fatos
presenciados diretamente pelo tabelião, a pedido do solicitante, em um ou vários
locais, inclusive, se for o caso, em ambiente virtual”.[..] (2014, p.133)
Para que seja efetivada a lavratura da Ata Notarial através do Tabelionato
de Notas, além de expor as provas documentais, assim denominadas de justo título,
estas deverão atestar o tempo de posse do requerente sobre o imóvel, podendo
admitir na ausência daquela, provas testemunhais, bem como o comprovante de
pagamento de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), contrato de promessa de
compra e venda, recibos de pagamento de obras realizadas no imóvel usucapido e
tanto outros documento que forem necessários para tal comprovação.
Com efeito, deverá obrigatoriamente ser observados os requisitos
dispostos no art. 235 do referido Provimento:
Art. 235. São requisitos de conteúdo da ata notarial:
I - data e lugar de sua realização, indicando a serventia em que tenha sido
lavrada;
II - nome e individualização de quem a tiver solicitado;
III - narração circunstanciada dos fatos;
IV - declaração de ter sido lida ao solicitante e, sendo o caso, às
testemunhas, ou de que todos a leram;
V - assinatura do solicitante e, sendo o caso, das testemunhas, bem como
do tabelião de notas, seu substituto ou escrevente, encerrando o ato.
Técnica (ART) devidamente assinada por este e pelo requerente, acompanhado de certidão
negativa de tributos municipais, estaduais e federais bem como certidão negativa em nome
do requerente perante a justiça comum e federal. (RODRIGUES, 2014).
4.1.2.1 Competência
O pedido ora realizado pelo interessado, será rejeitado quando não for
apresentado toda a documentação necessária, sempre que o solicitante deixar de
efetuar o pagamento dos emolumentos e taxas decorrentes do procedimento ou se
os interessados citados não se manifestarem no prazo estabelecido.
Uma novidade que adveio com o Código de Processo Civil de 2015,
relaciona-se com a conciliação concretizada pelo Oficial de Registro em que houver
discordância entre o impugnante e o requerente, caso que, aquele procederá prazo
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5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Projetos de Lei nº 6.025, de 2005 e 8.046, de 2010. In: Conjur, Brasília,
2013. Disponível em: <http://s.conjur.com.br/dl/redacao-final-aprovadacamara.pdf>.
Acesso em: 30 mar. 2018.
38
BRASIL. Súmula 340. Diário Oficial da Justiça, Brasília, DF, 28 nov. 1963.
Disponível em:
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=340.NUME.%2
0NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas
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24.ed.-reformulada, São Paulo, v. 4. Saraiva,2009. p. 3-4.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas,
2014.
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direitos Reais. 5. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2008.
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MINAS GERAIS. Tribunal De Justiça Do Estado De Minas Gerais. In: TJMG, data.
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<http://www5.tjmg.jus.br/jurisprudencia/ementaSemFormatacao.do?procAno=15&pro
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qAcordao=0> Acesso em: 09 jan. 2018
MINAS GERAIS. Tribunal De Justiça Do Estado De Minas Gerais. In: TJMG, data.
Disponível em
<http://www5.tjmg.jus.br/jurisprudencia/ementaSemFormatacao.do?procAno=16&pro
cCodigo=1&procCodigoOrigem=327&procNumero=4289&procSequencial=1&procSe
qAcordao=0/> Acesso em: 09 mar. 2018
MINAS GERAIS. Tribunal De Justiça Do Estado De Minas Gerais. In: TJMG, data.
Disponível em:
<http://www5.tjmg.jus.br/jurisprudencia/ementaSemFormatacao.do?procAno=14&pro
cCodigo=1&procCodigoOrigem=301&procNumero=1318&procSequencial=1&procSe
qAcordao=0> Acesso em: 28 fev. 2018
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Coisas. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013.
ULHOA, Fábio Coelho. Curso de Direito Civil: Direito das Coisas. Direito Autoral.
4.ed.São Paulo: Saraiva, 2012.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direitos Reais. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.