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WBA0981_v1.

APRENDIZAGEM EM FOCO

A PROFISSÃO DE PERITO
CONTÁBIL
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Nelson Bueno de Oliveira
Leitura crítica: Elvis Araujo Albertin

O contador possui muitos campos de atuação profissional. Dentro


das empresas, nas áreas administrativa, contábil, financeira,
tributária, compliance, controles internos e auditoria interna. Como
empreendedor, pode atender clientela ampla, com os escritórios de
Contabilidade, prestando serviços às pessoas físicas e jurídicas. Pode
ainda trabalhar como consultor e auditor independente.

Há, ainda, o campo de trabalho do perito contábil. O contador,


atuando em Perícia Contábil, irá desempenhar a função como
auxiliar da Justiça ou perito do juiz, assistente técnico das partes, e
perito em processos de arbitragem.

O perito contábil, como perito do juiz de Direito ou do árbitro em


uma Câmara de Arbitragem, exerce seu papel com zelo e ética
profissional, sendo um agente que contribui para a solução dos
conflitos que existem no convívio na sociedade. Nessa perspectiva, o
perito contábil atua com imparcialidade e mantém equidistância das
partes. Se o perito contábil for o assistente técnico da parte, tanto na
esfera judicial quanto arbitral, também vai operar com zelo e ética,
porém, enfoca a verdade sob a ótica de seu contratante.

A habilitação profissional do perito contábil ocorre em função de


seu registro regular junto ao Conselho Regional de Contabilidade, de
sua aprovação em Exame de Qualificação Técnica promovido pelo
Conselho Federal de Contabilidade, e de sua dedicação à educação
continuada em instituições e cursos homologados pelo CFC.

As normas contábeis oficiais que regem a atividade do Perito


Contábil são: a NBC PG 01, de 07/02/2019, Código de Ética
2
Profissional do Contador; a NBC PP 01 (R1), de 19/03/2020, que trata
das normas sobre a atuação do contador como Perito Contábil; a
NBC PP 02, de 28/10/2016, que dispõe das normas sobre Exame de
Qualificação Técnica para Perito Contábil; e a Resolução CFC 1.502,
de 19/02/2016, que dispõe sobre o Cadastro Nacional de Peritos
Contábeis (CNPC).

O perito contábil, ao aceitar a sua nomeação para perito do juiz


ou do árbitro, deve planejar adequadamente a perícia a realizar,
que tem força de prova pericial no âmbito do Direito Civil.
Desdobramento importante desse planejamento é o pedido de
honorários profissionais. No trabalho pericial, o contador deve ter
conhecimento pleno de todos os fatos e circunstâncias relevantes
para poder contribuir com a solução do ponto controverso, objeto
da disputa judicial ou arbitral.

O trabalho pericial deve ser desenvolvido e concluído com


metodologia científica. O conhecimento acadêmico e teórico das
Ciências Contábeis, em muito contribui para o fortalecimento
das conclusões da Perícia Contábil. Ressalte-se que uma teoria é
resultado de um fenômeno que na prática se tornou consolidado
e, por isso, pode e deve ser replicado. E as assertivas que forem
feitas pelo perito contábil em seu laudo pericial têm que ser
coerentes com arcabouço conceitual da Teoria da Contabilidade.
Conhecimento de noções de Direito, aplicáveis à Perícia Contábil,
também são recomendadas.

Assim, um Laudo Pericial Contábil, que apresente conclusões sólidas,


obtidas com a aplicação de metodologia científica, embasada em
repertório conceitual e teórico robustos, será bem menos suscetível
a impugnações e contestações.

Assim, o convite está proposto, ou seja, estar bem preparado para o


exercício da profissão de perito contábil.

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INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 1

O perito contábil e a natureza


de seu trabalho
______________________________________________________________
Autoria: Nelson Bueno de Oliveira
Leitura crítica: Elvis Araujo Albertin
DIRETO AO PONTO

Admita-se, em um exemplo hipotético, que uma empresa de


sociedade limitada possua três sócios e um deles, por dissenso,
resolva sair da empresa, vendendo sua parte no negócio para os
outros dois. Somente que os três proprietários não conseguem
chegar amistosa e negocialmente a um acordo sobre o valor da
transação, ou seja, qual o valor justo que o sócio que se retira deve
receber por sua parte na sociedade.

Os sócios que ficam na empresa defendem o uso de um valor pouco


superior ao valor contábil da participação no capital do sócio que se
retira. E o sócio que se retira propõe o uso de um valor equivalente a
15 anos de faturamento bruto da empresa, proporcionalmente à sua
participação no capital da entidade.

Tendo em vista que, no âmbito negocial, o conflito não foi


solucionado, o sócio que se retira entra na Justiça, em face (contra)
dos dois sócios remanescentes, para buscar seus direitos de ter
um valor justo por sua participação no capital da empresa. Isso
considerando que teria ajudado a construir todo o negócio, que
se valorizou muito ao longo do tempo, ao se desenvolver clientes,
fornecedores, processos e produtos interessantes. E tal valor
superaria em muito o valor contábil do capital.

Em um processo judicial, o sócio que se retira é denominado autor,


por ter proposto a ação judicial, e os dois sócios remanescentes são
denominados réus.

Nesse caso, o juiz, de uma vara cível, fica incumbido de julgar o


processo. Somente que o juiz, naturalmente, não conhece economia,
finanças e contabilidade de forma a poder discernir e julgar a
controvérsia existente entre o autor (sócio que se retira) e os réus
(sócios remanescentes). Diante dessa necessidade de conhecimento
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técnico e científico (em Ciências Contábeis), o juiz nomeia um auxiliar
da Justiça, um perito contábil para produzir a prova pericial. De sua
parte, o autor contrata um outro contador para ser seu assistente
técnico, embasando sua petição com dados específicos. Por sua vez,
os réus também contratam um terceiro contador, também no papel
de assistente técnico, para embasar seu posicionamento.

E, assim, a causa é debatida na Justiça e a decisão do magistrado


será decisão adjudicada, ou seja, as partes se submetem a ela,
mesmo discordando dela, tendo em vista a tutela jurisdicional do
Estado.

Se o caso fosse debatido em uma Câmara de Arbitragem, justiça


privada, o andamento do processo seria bastante semelhante e,
como se sabe, a sentença arbitral é equivalente em seus efeitos à
sentença jurisdicional, porque gera um título executivo judicial.

Caso o diálogo e o relacionamento entre os sócios estivessem


adequados, a controvérsia poderia ser debatida em uma Câmara
de Mediação e a solução nesse caso seria consensual, trabalhada
e construída com habilidade pelo profissional mediador. Tanto na
arbitragem, quanto na mediação, os peritos contábeis poderiam ser
contratados da mesma forma como ocorre na esfera jurisdicional.

Segundo a Lei nº 13.105, de 16/03/2021, o Novo Código de Processo


Civil, em seu art. 373, está preceituado que o ônus (a obrigação)
da prova é de responsabilidade do autor da ação judicial, quanto
ao fato constitutivo de seu direito; e ao réu, quanto à existência
de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Ainda, expõe o NCPC que “nos casos previstos em lei ou diante
de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo de apresentação de
prova, ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário,
poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que

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o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte
a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído”
(BRASIL, 2015).

Figura 1 – O perito contábil é o profissional da Contabilidade que


produz prova pericial e contribui para a solução de conflitos

Fonte: scyther5/iStock.com.

Outrossim, o artigo 374 do NCPC diz que não dependem de prova os


fatos “notórios; afirmados por uma parte e confessados pela parte
contrária; admitidos no processo como incontroversos; em cujo
favor milita presunção legal de existência ou de veracidade” (BRASIL,
2015).

Assim, tanto na esfera jurisdicional, quanto na extrajudicial, verifica-


se a relevância do profissional de Contabilidade, ao desempenhar a
função de perito contábil. É este perito contábil quem produz prova
pericial. É uma contribuição importante para a gestão e solução de
conflitos que ocorrem e existem cotidianamente na sociedade.

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Referências bibliográficas
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil.
D.O.U., Brasília, 2015.

PARA SABER MAIS

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), conforme informação presente


no site, “é uma instituição pública que visa aperfeiçoar o trabalho
do sistema judiciário brasileiro, principalmente no que diz respeito
ao controle e à transparência administrativa e processual (BRASIL,
2012)”. Ainda no site do CNJ, há uma descrição sobre sua estrutura
que é de todo interessante para o trabalho do perito contábil.

A organização do Poder Judiciário é prevista pela Constituição


Federal. A justiça brasileira está assim organizada: Justiça Comum
(tanto estadual e quanto federal); Justiça do Trabalho; Justiça
Eleitoral; e Justiça Militar. Todas essas áreas de atuação da Justiça
contêm dois graus de jurisdição, ou seja, a primeira e a segunda
instância.

Conforme o site do CNJ (BRASIL, 2012), “a primeira instância ou


primeiro grau são as varas ou seções judiciárias onde atuam o juiz
de Direito. Essa é a principal porta de entrada do Judiciário. Grande
parte dos cidadãos e entidades que entram com uma ação na Justiça
tem o caso julgado por um juiz na primeira instância, que é um juiz
chamado de singular ou único, que profere a sentença em decisão
monocrática” (de apenas um magistrado).

No âmbito da justiça estadual, há, no segundo grau, ou segunda


instância, os desembargadores, que atuam nos Tribunais de Justiça
(TJ). Os desembargadores julgam os recursos das partes a respeito
das decisões, sentenças dos juízes de primeiro grau, primeira
instância. A decisão dos desembargadores é colegiada por um grupo
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pequeno de magistrados, que avaliam os recursos que pedem a
revisão das sentenças da primeira instância. Essa sentença dos
desembargadores é denominada acórdão.

O site do CNJ esclarece que “a Justiça Federal é responsável por


processar e julgar as causas em que a União, suas entidades
autárquicas e empresas públicas federais figurem como
interessadas na condição de autoras ou rés, além de outras
questões de interesse da Federação. O primeiro grau compõe-se
de juízes federais em exercício nas seções judiciárias sediadas nas
capitais de cada estado do Brasil e nas principais cidades do interior,
nas subseções judiciárias. Quanto ao segundo grau, há cinco
Tribunais Regionais Federais TRF, distribuídos em regiões judiciárias
no território nacional, com sede em Brasília, Rio de Janeiro, São
Paulo, Porto Alegre e Recife” (BRASIL, 2021). Os TRF julgam, em grau
de recurso, as ações provenientes da primeira instância da Justiça
Federal.

Na prática, não existe propriamente uma terceira instância na justiça


brasileira. Em seu site, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) – um dos
tribunais superiores – traz que “o Superior Tribunal de Justiça STJ é
a corte responsável por uniformizar a interpretação da lei federal
em todo o Brasil. É de sua responsabilidade a solução definitiva dos
casos civis e criminais que não envolvam matéria constitucional nem
a justiça especializada” (BRASIL, [s.d.]).

Nota-se, assim, que normalmente o trabalho do perito contábil se dá


no âmbito da primeira instância, tanto na justiça estadual quanto na
justiça federal. E, caso haja recurso das partes à segunda instância,
os desembargadores utilizam os documentos já constantes dos
autos do processo judicial.

Lembra-se, também, que a Justiça do Trabalho, além da Justiça


Comum, é demandante dos trabalhos do perito contábil. Na

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Justiça Eleitoral e na Justiça Militar, talvez a demanda seja somente
excepcional. A área tributária, que também gera muitas ações, são
transitadas na Justiça Comum.

Referências bibliográficas
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Estrutura do Poder Judiciário Brasileiro.
CNJ, Brasília, 1 de outubro de 2012.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Atribuições do STJ. [s.d.].

TEORIA EM PRÁTICA

Como se vê, um contador pode atuar como auxiliar da Justiça, na


esfera jurisdicional, e pode atuar como assistente técnico das partes.
Qual seria a diferença de atuação nesses papéis? No sentido de que
o contador, contratado por uma das partes, tem, em tese, um viés
em prol de seu contratante.

Ou seja, em termos éticos, é aceitável o contador, assistente


técnico da parte, abordar a verdade no ângulo que beneficie o seu
contratante?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
11
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O exercício da atividade de perito contábil se submete ao Programa


de Educação Continuada do Conselho Federal de Contabilidade
(CFC). O contador deve, assim, comprovar a sua constante
atualização profissional.

Para realizar a leitura, faça uma busca pela internet do material


indicado a seguir.

CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Programa de Educação


Continuada. NBC PG 12 (R3), de 07/12/2017. D.O.U., Brasília, 2017.

Indicação 2

A Matemática Financeira é um conhecimento indispensável para


o perito contábil, pois, na maioria dos casos há implicações que
requerem cálculos específicos. Os regimes de capitalização são

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sempre um tema que provoca controvérsias entre partes. Pede-se,
assim, a leitura dos capítulos 01, 02 e 04.

Para realizar a leitura, acesse nossa plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra no parceiro Minha Biblioteca.

HAZZAN, Samuel; POMPEO, José N. Matemática Financeira. 7. ed.


São Paulo: Saraiva, 2014.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. O Novo Código Civil, Lei nº 10.406, de 10/01/2002, preceitua, em


seu art. 212, que o fato jurídico pode ser provado por diferentes
meios de prova. Indique, entre as alternativas a seguir, a que
NÃO contém um meio de prova válido, previsto no Código Civil.

a. Presunção.
b. Perícia.
c. Confissão.
d. Invasão de sistemas digitais.
e. Testemunha.

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2. Há uma norma contábil, emanada pelo Conselho Federal
de Contabilidade (CFC), que tem como objetivo estabelecer
procedimentos relativos à atuação do contador na condição
de Perito Contábil. Assinale entre as alternativas a seguir a
que contém essa norma profissional do CFC.

a. NBC PP 02, de 21/10/2016.


b. NBC TP 01, de 19/03/2021.
c. NBC PP 01 (R1), de 19/03/2020.
d. NBC PA 400, de 21/11/2019.
e. Resolução CFC nº 1.502/16, de 19/02/2016.

GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: Os meios de prova admitidos no Código Civil são
perícia, confissão, documento, testemunha e presunção. A
presunção significa que, usando um raciocínio lógico, pode-se
assumir como razoável e plausível, a existência e ocorrência de
um outro fato ou ato. Qualquer meio de prova obtido de forma
ilegal, como a tortura ou a invasão de sistemas digitais, não são
válidas.
Questão 2 - Resposta C
Resolução: A norma contábil que aborda a atuação profissional
do perito contábil é a NBC PP 01 (R1).

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 2

Ética, responsabilidade e qualificação


______________________________________________________________
Autoria: Nelson Bueno de Oliveira
Leitura crítica: Elvis Araujo Albertin
DIRETO AO PONTO

Como se sabe, o perito contábil, em sua atuação, em particular


na esfera jurisdicional e arbitral, deve ter especial cuidado com
eventuais conflitos de interesse, inclusive conforme preceitua o
Código de Ética Profissional do Contador (CPEC). O conflito de
interesses é toda a situação em que a isenção ou a imparcialidade
do contador, na função de perícia, possa estar comprometida.

Por exemplo, em um contexto do futebol, em particular na Copa


do Mundo, percebe-se que o juiz de um jogo nunca pode ter a
nacionalidade de um dos times (seleções nacionais) que jogam
representando seus países. Isso porque, por mais profissional que
o juiz possa ser, e procurar interpretar as jogadas corretamente,
sempre ele será suspeito de estar favorecendo o time que
representa o seu próprio país e sua atuação fica prejudicada na
essência. É um típico exemplo de conflito de interesses.

Sá (2019) explica que as razões da suspeição e de impedimento,


para o perito contábil, são as mesmas que se atribuem a um juiz de
Direito.

A NBC PP 01 (R1), por sua vez, declara que “impedimentos


profissionais são situações fáticas ou circunstanciais que
impossibilitam o perito de exercer, regularmente, suas funções
ou realizar atividade pericial em processo judicial ou extrajudicial,
inclusive arbitral” (CFC, 2020). Caso o perito contábil perceba em
determinado caso que não possa exercer suas atividades com
isenção ou imparcialidade, é necessário que se declare impedido ou
suspeito, após nomeado ou indicado, tanto na esfera jurisdicional
quanto arbitral. Na esfera jurisdicional, deve fazer petição nos autos
do processo justificando a sua escusa e motivo do impedimento ou
da suspeição e recusar, fundamentando sua posição, o processo.

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Assim, faz-se aqui, com base na NBC PP 01 (R1), um exemplo de
como um contador redigiria uma petição a ser apresentada nos
autos de um processo judicial ou o equivalente em um processo
arbitral.

Admita-se, neste exemplo hipotético, que o contador Pedro Daniel


Oliveira, CRCSP 111.111 e CNPC 2.222 tenha sido nomeado na
vara cível de sua cidade para ser o perito do juiz em determinado
processo em que a parte autora, empresa A, requer uma
indenização em face (contra) a parte ré, empresa R, devido a um
conflito comercial envolvendo problemas de fornecimento de
insumos. A parte autora, a empresa A, entende que o fornecimento
de insumos, pela empresa R, com qualidade adequada, trouxe
perdas, tendo em vista que houve muita devolução de produtos da
empresa A que apresentaram defeitos em função da má qualidade
dos insumos fornecidos pela empresa R. Nota-se que tal conflito
foi levado à Justiça porque as partes não conseguiram negociar
amistosamente o equacionamento da pendência.

Ocorre que Pedro prestou consultoria financeira e contábil para a


empresa A, coincidentemente, para tratar de um outro tema, há um
ano, tendo recebido os justos honorários profissionais por isso.

Assim, por questão de ordem ética e íntima, o contador Pedro


Daniel Oliveira redige esta petição e a insere nos autos do processo,
solicitando escusas ao magistrado e declarando-se suspeito para
atuar no caso.

Nota-se aqui, e é importante, que isso não significa que Pedro


atuaria com parcialidade – o ético é sempre ser imparcial. Significa
que um outro perito poderia ter mais isenção, mais transparência,
mais serenidade, mais não aparência de algo mal, mais condições
de atuar no caso e não ser questionado por alguém. A sugestão da

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NBC PP 01 (R1) é algo neste modelo, conforme segue o exemplo
hipotético.

EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO, DA VARA CÍVEL DA COMARCA DA CIDADE


W.

PROCESSO Nº 111111-11.2021.1.22.0011

PEDRO DANIEL OLIVEIRA, CRCSP 111.111 e CFC/CNPC 2.222, perito


contábil nomeado nos autos da Ação Cível de Procedimento Comum –
Rescisão de Contrato e Devolução do Dinheiro, proposta por EMPRESA
A; em face de (sendo a parte ré), EMPRESA R, em curso perante
esse Meritíssimo Juízo e respectivo Cartório, vem, respeitosamente,
apresentar este PEDIDO DE ESCUSAS e COMUNICAR A SUSPEIÇÃO
para atuar no processo como perito do Meritíssimo Juiz.

Assim, nos termos do Artigo 145 do Novo Código de Processo Civil,


Lei nº 13.105, de 16/03/2015, observada também a NBC PP 01 (R1),
do Conselho Federal de Contabilidade, vem à presença de Vossa
Excelência comunicar a sua suspeição para a produção da prova
pericial contábil, pelo fato de ter prestado consultoria financeira e
contábil à PARTE AUTORA, e remunerado por esta, no período de
01/03/20X0 a 18/03/20X0.

Termos em que pede deferimento.

Cidade W (SP), XX de XXXXXXX de 20X1.

(assinatura por certificação digital, por exemplo, da Serasa Experian)

Pedro Daniel Oliveira

CFC/CNPC 2.222 - CRCSP 111.111

A NBC PP 01 (R1) contém outros exemplos e modelos de petições


que podem ser feitas tanto na esfera jurisdicional quanto arbitral.

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Referências bibliográficas
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC PP 01 (R1), de 19 mar. 2020. Dá
nova redação à NBC PP 01, que dispõe sobre perito contábil. D.O.U., Brasília,
2020.
SÁ, Antônio L. de. Perícia contábil. Atualizador: Wilson Alberto Zappa Hoog.
11. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

PARA SABER MAIS

A NBC PP 02, de 21/10/2016, versa sobre normas do Exame de


Qualificação Técnica (EQT) para perito contábil. Referido exame
“tem por objetivo aferir o nível de conhecimento e a competência
técnico-profissional necessários ao contador que pretende atuar na
atividade de Perícia Contábil” (CFC, 2016). O EQT é uma avaliação,
aplicada por meio de uma prova escrita. A aprovação no EQT
assegura ao Contador o registro no Cadastro Nacional de Peritos
Contábeis CNPC do Conselho Federal de Contabilidade CFC.

Figura 1 – O Perito Contábil, por razões éticas e de fórum íntimo,


deve sempre atuar com isenção e imparcialidade, assim como
os juízes na copa do mundo, por suspeição, não apitam jogos
das seleções de seus países.

Fonte: andresr/iStock.com.
19
O conteúdo programático do EQT abrange: Legislação Profissional;
Ética Profissional; Normas Brasileiras de Contabilidade, Técnicas e
Profissionais inerentes à perícia; Legislação Processual Civil aplicada
à perícia; Língua Portuguesa e Redação; Direito Constitucional, Civil
e Processual Civil afetos à perícia. Como um contador que almeje
atuar como perito contábil deve se preparar para o certame?

Para a parte teórica da prova, é importante conhecer


os pronunciamentos contábeis emitido pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC). O CPC 00 (R2), de 10/12/2019,
deve ser bem estudado.

No site do CFC, pode-se examinar os editais, manuais, exames de


certames anteriores, além do conteúdo programático detalhado
exigido em prova. Esse conteúdo programático é bastante extenso.
Então, o contador candidato a ser perito contábil deve programar-
se diariamente para suas leituras, focando os pontos indicados no
conteúdo programático, inclusive as legislações indicadas.

Há também, no processo de avaliação, a exigência de que o


candidato realize uma redação, que normalmente trata-se de redigir
uma petição, um trecho de um laudo hipotético, algo relacionado à
própria atividade do perito contábil.

TEORIA EM PRÁTICA

Nota-se que, para atuar como perito contábil, o contador deve


ser aprovado no Exame de Qualificação Técnica (EQT) do CFC. A
regulamentação do EQT está disponível no site do CFC.

O conteúdo programático é bastante exigente e abrange, além da


área contábil, as questões de legislação que envolvem a Perícia

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Contábil, notadamente o Código Civil e o Novo Código de Processo
Civil.

Como o candidato deve se preparar para ser aprovado no EQT do


perito contábil?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

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Indicação 1

O perito contábil possui compromisso ético em desenvolver


seu trabalho de forma isenta e imparcial. É necessário que se
compreenda bem o trabalho de Perícia Contábil. Indica-se aqui
a leitura do capítulo 1, que aborda os Fundamentos de Perícia
Contábil, do livro referenciado a seguir.

Para realizar a leitura, acesse nossa plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra no parceiro Minha Biblioteca.

SÁ, Antônio L. de. Perícia contábil. Atualizador: Wilson Alberto


Zappa Hoog. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

Indicação 2

A atividade do perito contábil tem que ser desenvolvida com


zelo e diligência. É fundamental o entendimento dos fenômenos
envolvidos na Perícia Contábil. Pede-se, assim, a leitura dos capítulos
01, 02 e 03, do livro referenciado a seguir, que versam sobre o perito
judicial, o CNPC e os objetivos da perícia contábil.

Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da


Kroton e busque pelo título da obra no parceiro Minha Biblioteca.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Manual de Perícia Contábil. São Paulo:


Saraiva Educação, 2019.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber

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Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. Conforme a NBC TP 01, de 19/03/2020, a “perícia contábil, tanto


a judicial como a extrajudicial, é de competência exclusiva de
contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade.
Entende-se como perícia judicial aquela exercida sob a tutela
da justiça. A perícia extrajudicial é aquela exercida no âmbito
arbitral, estatal ou voluntária” (CFC, 2020).

Indique entre as alternativas a seguir a que contém uma


assertiva VERDADEIRA.

a. Perícia judicial e perícia arbitral são expressões sinônimas.


b. A perícia judicial é a que ocorre no âmbito jurisdicional.
c. Um economista pode perfeitamente atuar como perito contábil.
d. A decisão judicial ou mesmo a arbitral é aquela obtida de forma
consensual entre as partes.
e. O regular registro junto ao CRC é optativo para atuar como perito
contábil.

2. A NBC PP 02, de 21/10/2016, versa sobre normas do


Exame de Qualificação Técnica (EQT) para perito contábil.
O EQT para perito contábil “tem por objetivo aferir o nível
de conhecimento e a competência técnico-profissional
necessários ao contador que pretende atuar na atividade
de Perícia Contábil” (CFC, 2016). O EQT é uma avaliação,
prova escrita. A aprovação no EQT assegura ao contador o
23
registro no Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC) do
Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

Indique entre as alternativas a seguir a que NÃO contém um


tema constante do conteúdo programático do EQT para perito
contábil.

a. Ética profissional.
b. Língua portuguesa e redação.
c. Língua inglesa em nível avançado.
d. Direito Constitucional, Civil e Processual relacionados à perícia.
e. Normas de Contabilidade, técnicas e profissionais inerentes à
perícia.

GABARITO

Questão 1 - Resposta B
Resolução: A primeira assertiva é falsa porque a Perícia
Contábil, no âmbito da Justiça, se submete integralmente ao
Novo Código de Processo Civil, enquanto a perícia arbitral
possui seus procedimentos condizentes com o funcionamento
da Câmara de Arbitragem. A segunda assertiva é verdadeira. A
terceira assertiva é falsa, porque somente um contador pode
atuar em Perícia Contábil. A quarta assertiva é falsa porque
tanto a decisão judicial quanto a arbitral são adjudicadas, ou
seja, definida pelo julgador e as partes se submetem a ela.
A quinta assertiva é falsa, porque é necessário ter o registro
regular junto ao CRC para atuar como perito contábil.

24
Questão 2 - Resposta C
Resolução: O tema constante da terceira alternativa, língua
inglesa, é falso porque não faz parte do conteúdo programático
do EQT para perito contábil.

25
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 3

Zelo, plano de trabalho, honorários,


processo civil
______________________________________________________________
Autoria: Nelson Bueno de Oliveira
Leitura crítica: Elvis Araujo Albertin
DIRETO AO PONTO

Como se sabe, a publicidade dos atos processuais é um instrumento


de transparência do Poder Judiciário, dado à população, sendo
que os autos do processo (documentos constituintes do processo
judicial) são disponibilizados a qualquer cidadão, mesmo que não
sejam parte do assunto.

Assim, a publicidade dos atos periciais deve ser entendida como


as petições que o perito faz nos autos do processo, comunicando
o início dos trabalhos periciais, entre outros procedimentos. Isso é
importante porque vincula as partes litigantes a apresentarem ao
perito contábil todas as informações e documentos que possam
ser úteis e relevantes para a constituição das provas periciais, tanto
da parte que acusa (parte autora), quanto da parte que se defende
(parte ré). E todos têm acesso, ao mesmo tempo, dos procedimentos
praticados pelo perito contábil. Isso viabiliza o tratamento isonômico
a todos os envolvidos.

Propõe-se aqui um modelo de petição, com dados hipotéticos, que o


perito contábil pode fazer para comunicar formalmente, nos autos,
o início dos trabalhos periciais.

EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO, DA VARA CÍVEL DA COMARCA DA CIDADE


W.

PROCESSO Nº 111111-11.2021.1.22.0011

PEDRO DANIEL OLIVEIRA, CRCSP 111.111 e CFC/CNPC 2.222, perito


contábil nomeado nos autos da AÇÃO CÍVEL de Espécies de Contratos,
proposta por EMPRESA Y (parte autora) em face de EMPRESA H (parte
ré), em curso perante esse Meritíssimo Juízo e respectivo Cartório,
vem, respeitosamente, comunicar a esse Juízo e às Partes o início dos
trabalhos de perícia contábil judicial.

27
Outrossim, aproveita-se o ensejo, com a licença desse Juízo, este
perito contábil judicial diz às Partes que fica à disposição, no e-mail
indicado no rodapé deste documento, caso desejem fornecer alguma
informação que seja complementar e útil para o trabalho de perícia,
além daquelas constantes dos documentos que já se encontram
anexados ao processo digital no site do Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo (TJSP).

Assim, caso haja ainda documentos a serem apresentados pelas


Partes, recomenda-se às mesmas que seja feita incontinenti a
respectiva inserção dos mesmos no processo digital no site do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo TJSP, sob aviso de e-mail a
este perito judicial.

Termos em que se despede e fica à disposição.

Cidade W (SP), XX de XXXXXXX de 20X1.

(assinatura por certificação digital, por exemplo, da Serasa Experian)

Pedro Daniel Oliveira

CFC/CNPC 2.222 - CRCSP 111.111

A NBC PP 01 (R1) contém outros exemplos e modelos de petições


que podem ser feitas tanto na esfera jurisdicional quanto arbitral.
Sobre o modelo de petição exposto acima, comenta-se o seguinte.
Isso parece uma “burocracia”, no sentido pejorativo. No entanto,
não é. O direito à publicidade do processo civil, conforme prescrito
no art. 5º, alínea e), da Constituição Federal do Brasil, de 1988, é
assegurado. E, além disso, o perito contábil deve pautar sua atuação,
com zelo, de forma equidistante das partes. Se o perito não fizer
essa petição, de início dos trabalhos, isso ensejará contestações
futuras das partes, alegando ter sido prejudicadas, por não saberem
o que o perito contábil está desenvolvendo ou mesmo alegar
favorecimentos do perito em relação à outra parte.

28
O perito contábil deve considerar o que a parte autora apresenta
como elementos de prova, como documentos, informações sobre
saldos contábeis, contratos, para constituir evidências robustas de
seu posicionamento na controvérsia, no conflito com a outra parte.
Por sua vez, a parte ré vai também providenciar elementos para
comprovar que o direito alegado pela parte autora não é devido e,
assim, se defender.

Caso a parte ré entenda que possui direitos, não debatidos no


processo, a requerer contra a parte autora, conexos ao tema do
processo judicial aberto, pode apresentar uma ação denominada
reconvenção. O art. 343 do Novo Código de Processo Civil, Lei nº
13.105, de 16/03/2015, diz o seguinte:

Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar


pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento
da defesa. § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado,
na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo
de 15 (quinze) dias. § 2º A desistência da ação ou a ocorrência
de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta
ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. § 3º A
reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro [...]. (BRASIL,
2015, [s.p.], grifo nosso)

A contestação é o procedimento da parte ré quando responde


ao juiz de Direito às questões apresentadas pela parte autora na
petição que deu início ao processo judicial.

Ocorrendo a reconvenção, o perito contábil tem então na prática


uma demanda da parte autora contra a parte ré, e uma demanda
da parte ré contra a parte autora no mesmo processo judicial, e isso
tem que ser trabalhado.

Independentemente de haver reconvenção ou de qualquer outro


fato, o perito contábil pode sempre fazer diligências, que são

29
procedimentos periciais formais, requerendo elementos que
possam contribuir para o trabalho pericial. Ressalte-se aqui que
o perito contábil deve, com zelo, dar tratamento isonômico e
igualitário às partes, viabilizando o contraditório e a ampla defesa.
Na esfera arbitral, adaptem-se os procedimentos.

Referências bibliográficas
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil.
D.O.U., Brasília, 2015.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC PP 01 (R1), de 19 março de
2020. Dá nova redação à NBC PP 01, que dispõe sobre perito contábil. D.O.U.,
Brasília, 2020.

PARA SABER MAIS

O art. 319 do Novo Código de Processo Civil, Lei nº 13.105, de


16/03/2015, regulamenta isto sobre a Petição Inicial em um processo
judicial:

A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os


prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos
do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da
causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade
dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de
audiência de conciliação ou de mediação. § 1º Caso não disponha das
informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial,
requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. § 2º A petição
inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que
se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3º A petição inicial
não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II
deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou
30
excessivamente oneroso o acesso à justiça. (BRASIL, 2015, [s.d.], grifo
nosso)

Nota-se no inciso VI desse artigo do NCPC, que já na petição


inicial se requer a apresentação de provas. Assim, por exemplo,
hipoteticamente, a parte autora contrata um contador, como
assistente técnico (perito da parte), que produz evidências para
constituir prova. A parte ré, na contestação, também contrata um
assistente técnico, que apresenta os fatos na ótica de defesa. A
contestação é o procedimento em que a parte ré, após citação,
manifesta sua versão dos fatos apresentados pela parte autora. E a
intimação é a notificação emitida pelo juiz de Direito, requerendo de
alguém uma providência.

Figura 1 – O perito contábil, ao receber a intimação do juiz de


Direito, faz o planejamento do trabalho pericial e apresenta
proposta de honorários

Fonte: miniseries/iStock.com.

Note-se que os dois assistentes técnicos também são zelosos,


na prática contábil, porém, enfocam o assunto na ótica que seja
favorável ao seu contratante. O juiz de Direito, ao notar o caráter

31
científico contábil da controvérsia, nomeia um perito contábil, como
perito do juiz, para então produzir o laudo pericial contábil, que tem
força de prova. Na arbitragem, adaptem-se os procedimentos.

Referências bibliográficas

BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil.


D.O.U., Brasília, 2015.

TEORIA EM PRÁTICA

Apesar de o laudo pericial ser um documento técnico, ele vai


ser utilizado por magistrados e outros agentes que não são
especializados em Ciências Contábeis e, em função disso, o linguajar
do laudo pericial tem que ser acessível e compreensível às pessoas
em geral.

Além disso, o perito contábil deve ter total zelo em não emitir
opiniões pessoais sobre algo. O que o perito contábil venha a
afirmar, isso deve ter lastro no trabalho pericial realizado, segundo
metodologia científica apropriada.

Por que esse zelo do perito contábil com a linguagem acessível a


todos, e com a não expressão de opiniões pessoais deve ser de fato
empreendido? Por que o apego à metodologia é tão importante?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

32
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

“O planejamento da perícia é a etapa inicial do trabalho pericial, que


antecede as diligências, as pesquisas, os cálculos e as respostas aos
quesitos, na qual o perito do juízo estabelece a metodologia dos
procedimentos periciais a serem aplicados, elaborando-a a partir
do conhecimento do objeto da perícia”. Indica-se aqui a leitura do
capítulo 7, que aborda o planejamento da Perícia Contábil, do livro
referenciado a seguir.

Para realizar a leitura, acesse nossa plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra no parceiro Minha Biblioteca.

33
CREPALDI, Silvio A. Manual de Perícia Contábil. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.

Indicação 2

“Plano de trabalho em perícia contábil é a previsão, racionalmente


organizada, para a execução das tarefas, no sentido de garantir a
qualidade dos serviços, pela redução dos riscos sobre a opinião
ou resposta”. Pede-se, assim, a leitura do capítulo 2, do livro
referenciado a seguir, que versa sobre o planejamento da Perícia
Contábil.

Para realizar a leitura, acesse nossa plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra no parceiro Minha Biblioteca.

SÁ, Antônio L. de; HOOG, Wilson A. Z. (atualizador). Perícia contábil.


11. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

34
1. A NBP PP 01, de 19/03/2020, diz que: “O termo “zelo”, para
o perito, refere-se ao cuidado que ele deve dispensar
na execução de suas tarefas, em relação à sua conduta,
documentos, prazos, tratamento dispensado às autoridades,
aos integrantes da lide e aos demais profissionais, de forma
que sua pessoa seja respeitada, seu trabalho levado a bom
termo e, consequentemente, o Laudo Pericial Contábil e o
Parecer Pericial-Contábil sejam dignos de fé pública” (CFC,
2020).

Indique entre as alternativas a seguir a que contém uma


assertiva VERDADEIRA.

a. O perito não é responsável por eventuais erros constantes de


seu trabalho, que tenham sido feitos por seus auxiliares.
b. O perito não se ocupa com a celeridade processual, uma vez
que o andamento da Justiça é lento por natureza.
c. O perito deve prestar esclarecimentos somente no caso de os
pedidos serem pertinentes.
d. O perito deve rebater com ênfase todos os argumentos
colocados pelas partes, que contrariem o seu laudo.
e. O perito deve ser prudente, no limite dos aspectos técnico-
científicos, e atento às consequências advindas dos seus atos.

2. Segundo a NBC TP 01 (R1), “a realização de diligências, para


a busca de elementos de provas, quando necessária, deve
ser comunicada aos assistentes técnicos com antecedência
legal”. Assim, recomenda-se que o perito contábil, quando
fizer diligências, deve comunicar-se formalmente com o
agente, que é detentor da informação e do documento, e,
paralelamente, deve fazer a inserção de sua diligência também
nos autos do processo judicial, para publicidade dos atos

35
periciais” (CFC, 2020).

Indique entre as alternativas a seguir a que NÃO contém


uma razão pela qual o perito elabore uma diligência em um
processo judicial.

a. Requisição de documentos para constituir prova.


b. Requisição de informações sobre saldos contábeis.
c. Requisição de atas de reunião de diretoria e assemelhados.
d. Requisição de documentos já constantes dos autos do
processo.
e. Requisição da máquina registradora de caixa da entidade.

GABARITO

Questão 1 - Resposta E
Resolução: A primeira assertiva é falsa, porque o perito é
responsável pelo trabalho de sua equipe. A segunda assertiva
é falsa, poque a celeridade processual faz parte do zelo do
perito. A terceira assertiva é falsa, porque os esclarecimentos
sempre devem ser prestados. A quarta assertiva é falsa, porque
o perito deve ser receptivo a críticas e ao contraditório. A quinta
assertiva é verdadeira.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: Se os documentos já estão constantes dos autos do
processo judicial, não há por que fazer-se uma diligência para
os requisitar.

36
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 4

Teoria e prática do trabalho do perito


contábil
______________________________________________________________
Autoria: Nelson Bueno de Oliveira
Leitura crítica: Elvis Araujo Albertin
DIRETO AO PONTO

Pretende-se aqui pensar algo sobre a Teoria da Contabilidade.


E toma-se a contribuição da obra de Iudícibus, Marion e Faria
(2018). Os princípios contábeis referem-se, também, ao ambiente
econômico e social em que as entidades existem.

Um postulado é uma verdade central, em uma área de


conhecimento, basilar, que não necessita de demonstração. A
partir dele, há deduções dos conceitos subsequentes, que a partir
dos postulados são formados. Na Matemática, usa-se a expressão
axioma, de forma análoga a postulado.

Figura 1 – Moeda italiana de 500 liras, de 1994, para comemorar


o 500º aniversário da publicação de obra seminal do Frei Luca
Pacioli, pai da Contabilidade. O livro é Summa de Arithmetica,
Geometria, Proportioni et Proportionalita, de 1494.

Fonte: GOLFX/iStock.com.

38
Na Teoria da Contabilidade, Iudícibus, Marion e Faria (2018) explicam
que existem dois postulados. O princípio da entidade e o princípio
da continuidade. O princípio da entidade é o “início de todo o
encadeamento do raciocínio contábil e do arcabouço estrutural da
disciplina”.

Assim, a Contabilidade é efetuada para produzir informação a


respeito de uma organização que desempenhe atividade econômica.
“É nas entidades, por meio dos agentes econômicos, que as
operações e eventos ocorrem, inclusive levando-se em conta os
relacionamentos entre entidades” (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA,
2018). No nascedouro das Ciências Contábeis, no século XV, havia
um enfraquecimento do sistema feudal e novas formas de atividade
econômica surgiam, entre elas, o comércio e os bancos, ainda de
aspecto rudimentar.

Nas entidades, é da “natureza dos negócios e das operações que os


sócios, proprietários ou quotistas de determinada entidade sejam
também entidades distintas” (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2018).
Ainda, pode-se dizer que, para a Contabilidade, “o patrimônio de
uma pessoa física, que porventura participe do capital de outra
entidade (pessoa jurídica), também pode ser considerado uma
entidade contábil” (idem).

Os autores ainda acentuam que o patrimônio de uma entidade


não se confunde com o de outra, bem como o patrimônio dos
sócios não se confunde com o da empresa. O princípio da entidade,
acrescenta-se, ainda possui outras conotações econômicas e
organizacionais. Admita-se, por exemplo, que exista uma empresa
holding que possua outras quatro empresas controladas. Se houver
a perspectiva de maior evidenciação e clareza, para os acionistas
da companhia-mãe, pode-se elaborar demonstrações contábeis
consolidadas, e essa entidade consolidada não deixa de ser uma

39
outra entidade para a Contabilidade, mesmo que juridicamente não
seja uma pessoa jurídica distinta.

Agora, veja-se o exemplo de uma empresa que possua várias


unidades de negócio. “Como um todo, essa empresa é considerada,
principalmente para finalidades de Contabilidade Societária,
uma entidade contábil”. No entanto, pode haver necessidade
informacional de se abordar essas unidades de negócios
como entidades diferentes, e isso contribuiria para a análise
de desempenho e de potencial da empresa. Nesse caso, para
finalidades gerenciais, e mesmo societários, a Contabilidade
pode trabalhar as unidades de negócio da empresa de forma
estratificada, separadamente em termos de receitas, despesas,
custos e investimentos, mesmo que juridicamente sejam uma só
organização.

Ainda Iudícibus, Marion e Faria (2018) afirmam que, para melhor


planejar e fazer a Contabilidade, a entidade objeto tem de ser
“entendida, também num sentido econômico e organizacional e até
de controle, como massa de recursos administráveis, e não só num
sentido jurídico mais restrito”. O conceito moderno de entidade é
derivado do conceito original italiano de azienda.

Traz-se, agora, o assunto para a realidade da profissão de perito


contábil. Vê-se que a Contabilidade se estrutura em arcabouço
teórico e conceitual. O propósito da Contabilidade é o de produzir
informação organizada e padronizada sobre o patrimônio, o valor,
a liquidez, o desempenho, o potencial de uma entidade objeto da
Contabilidade.

E se a Contabilidade de uma empresa, que é parte em um processo


judicial ou arbitral, não tiver qualidade e relevância? Há fenômenos
na economia que indicam que empresas recorrem à informalidade,
em particular, as de menor porte, normalmente alegando questões

40
tributárias. Há casos também em que o patrimônio de uma
empresa, por exemplo, estoques, encontra-se dilapidado e tal ativo
é base de cálculo para um processo judicial ou arbitral que envolva
indenização e reparação de danos.

Em situações como essas – e são comuns suas manifestações nos


conflitos existentes na esfera jurisdicional e arbitral –, como o perito
contábil deve atuar para produção da prova pericial, se os números
contábeis não são relevantes ou não possuem qualidade? E se
houver indícios de fraudes contábeis?

Eis a importância do conhecimento intelectual e acadêmico do


contador na profissão de perito contábil. Em situações como essas,
o número contábil, apresentado pelas partes, no processo judicial
ou arbitral, não possui propriamente utilidade. E o perito contábil
busca, então, robustez conceitual e teórica para reconstruir fatos
que não existam mais, a partir das raízes da essência econômica
subjacente à entidade.

Por outro lado, há procedimentos periciais previstos na NBC


TP 01 (R1), de 19/03/2020. São eles: exame; vistoria; indagação;
investigação; arbitramento; mensuração; avaliação; certificação;
e testabilidade. A testabilidade é a verificação, com metodologia
estatística, dos elementos probantes juntados aos autos e o
confronto com as premissas estabelecidas. Para aplicar esses
procedimentos, o perito contábil busca informações fidedignas que
assim possam ser trabalhadas para a produção da prova pericial.

No entanto, caso o perito contábil entenda que não há elementos de


convicção, que viabilizem a produção da prova pericial, isso deve ser
formalmente relatado ao juiz de Direito ou ao árbitro, em momento
processual oportuno, e no laudo pericial contábil a ser entregue nos
autos.

41
Referências bibliográficas
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC PP 01 (R1), de 19 março de
2020. Dá nova redação à NBC PP 01, que dispõe sobre perito contábil. D.O.U.,
Brasília, 2020.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José C.; FARIA, Ana C. de. Introdução à Teoria
da Contabilidade: para graduação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

PARA SABER MAIS

O outro postulado da Contabilidade, ao lado do princípio da


entidade, é o princípio da continuidade. A continuidade pressupõe
que as entidades são empreendimentos em andamento (going
concern) até evidência em contrário. Os ativos dessa entidade
devem ser avaliados segundo o seu potencial de geração de
benefícios econômicos (fluxos de caixa) futuros, mais do que
compensadores do que o investimento inicial realizado.

Iudícibus, Marion e Faria (2018) argumentam que uma entidade, que


está operando na premissa da continuidade, vai sacrificar alguns
ativos (por exemplo, estoques de produtos) em troca de uma receita
que supere o valor dos ativos sacrificados.

Junto a isso, há uma sistematização contábil de confronto entre


receitas e despesas. As receitas são mensuradas por um valor
de saída (preço de venda) dos produtos ou serviços prestados,
enquanto as despesas e custos são mensurados por um valor de
entrada (preço de aquisição). A essência da Contabilidade consiste
no confronto entre sacrifícios de ativos, ou seja, despesas ou custos,
e realizações das receitas.

Por sua vez, o pronunciamento contábil CPC 00 (R2), de 10/12/2019,


preceitua que o princípio da competência, que é um desdobramento
dos dois postulados contábeis, entidade e continuidade, reflete

42
os “efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre
reivindicações e recursos econômicos da entidade que reporta nos
períodos em que esses efeitos ocorrem, mesmo que os pagamentos
e recebimentos à vista resultantes ocorram em período diferente”
(BRASIL, 2019, p. 6). O princípio da competência fornece “uma
base melhor para a avaliação do desempenho passado e futuro da
entidade do que informações exclusivamente sobre recebimentos e
pagamentos à vista durante esse período” (idem).

Agora, quanto ao fluxo de caixa da entidade, isso também é em


outro sentido vital. Para efeito de se aferir a solvência, diz o CPC 00
(R2) que “informações sobre os fluxos de caixa da entidade auxiliam
os usuários a avaliar a capacidade da entidade de gerar futuros
fluxos de entrada de caixa líquidos e avaliar a gestão de recursos da
administração sobre os recursos econômicos da entidade” (BRASIL,
2019, [s.p.]). Tal informação abrange margens de lucro, contratação
e amortização de dívida, dividendos, investimentos e outros fatores
que podem afetar a liquidez ou solvência da entidade.

Assim, pode-se concluir que para a aferição do resultado de uma


entidade é superior, conceitualmente, ao uso do princípio da
competência. Por outro lado, para se avaliar o valor presente de um
determinado ativo ou bem ou direito, o poder conceitual dos fluxos
de caixa, e do regime de caixa, é mais adequado.

Referências bibliográficas
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José C.; FARIA, Ana C. de. Introdução à Teoria
da Contabilidade: para graduação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC
00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. 2019.

43
TEORIA EM PRÁTICA

Na final da Copa do Mundo de Futebol, em 2006, o jogador francês


Zinedine Zidane abre placar no decisivo jogo. Porém, a seleção rival,
Itália, obtém o empate e o jogo prossegue e se torna dramático.

Em determinado momento, mais ao final, com o jogo ainda não


decidido, empatado, Zidane recebe uma provocação verbal de um
jogador italiano e revida com uma cabeçada violenta, agredindo-o
assim. Com isso, Zidane é expulso do jogo e desfalca o time francês.

Que lições podem ser tiradas disso? Uma provocação, por mais
virulenta que possa ser, merece ter uma resposta no mesmo
diapasão?

Como isso pode ser aplicado ao trabalho do perito, caso uma das
partes resolva, em sua tática, tumultuar o processo, passando a
agredir o perito contábil?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.
44
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O conhecimento teórico e acadêmico, ao lado do conhecimento


prático, são fundamentais para o perito contábil. Na Teoria da
Contabilidade, existem conceitos basilares, entre os quais os
postulados da entidade e da continuidade.

Indica-se aqui a leitura do capítulo 7, que aborda os princípios


contábeis da entidade e da continuidade, do livro referenciado a
seguir.

Para realizar a leitura, acesse nossa plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra no parceiro Minha Biblioteca.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José C.; FARIA, Ana C. de. Introdução
à Teoria da Contabilidade: para graduação. 6. ed. São Paulo: Atlas,
2018.

Indicação 2

O referencial conceitual ou estrutura conceitual da Contabilidade


são os alicerces do conhecimento de Ciências Contábeis; e o
Pronunciamento Contábil CPC 00 (R2) trata disso. E, para melhor

45
fundamentar, pede-se a leitura do capítulo 5, do livro indicado a
seguir, que versa sobre o Referencial Conceitual da Contabilidade.

Para realizar a leitura, acesse nossa plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra no parceiro Minha Biblioteca.

HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoria da


Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2018.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. O perito contábil produz o laudo pericial contábil, para


constituir a prova pericial nos âmbitos jurisdicional e arbitral.
Se não houver embasamento teórico, metodológico e prático,
isso vai dar oportunidade para que as partes, que sentirem
seus interesses não contemplados pelo laudo pericial, no
litígio estabelecido, apresentem contestações, que venham a
enfraquecer ou mesmo invalidar o teor do laudo produzido.

Sobre isso, indique entre as alternativas a seguir a que contém


uma assertiva VERDADEIRA:

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a. As conclusões do laudo pericial, quer sejam técnicas ou não,
possuem a mesma consistência e robustez.
b. O conhecimento acadêmico e teórico do perito somente o
capacita para a atividade de docência superior.
c. cA metodologia científica empregada em um laudo pericial
fortalece a consistência das conclusões apresentadas.
d. A opinião pessoal do perito, desde que ele tenha muita
experiência, é bastante suficiente para a produção do laudo
pericial.
e. Para o trabalho pericial, o que importa é a prática. O
conhecimento teórico e acadêmico são dispensáveis.

2. Segundo preceitua a NBC PP 01 (R1), o “perito deve prestar


esclarecimentos sobre o conteúdo do laudo pericial
contábil ou do parecer pericial contábil, em atendimento à
determinação da autoridade competente. Se o pedido de
esclarecimentos tratar de matéria nova, alheia ao conteúdo do
laudo pericial, se caracteriza quesito suplementar” (CFC, 2020).

Indique entre as alternativas a seguir a que contém uma


assertiva VERDADEIRA:

a. O perito contábil deve com sobriedade responder aos pedidos


de esclarecimentos das partes e do julgador.
b. O perito contábil deve responder somente aos pedidos de
esclarecimentos que forem pertinentes.
c. O perito contábil deve revidar com ênfase qualquer ataque
que receba das partes.
d. O juiz de Direito não pode pedir esclarecimentos sobre o
laudo pericial.
e. O linguajar do perito contábil deve ser extremamente técnico
para evitar mal-entendido.

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GABARITO

Questão 1 - Resposta C
Resolução: A terceira assertiva é a verdadeira porque aborda
corretamente o fato de que a prática contábil, aliada ao saber
teórico e acadêmico, do perito, empregando-se metodologia
científica na elaboração do trabalho pericial, é que permite
chegar a conclusões sólidas.

Questão 2 - Resposta A
Resolução: A primeira alternativa é verdadeira. A segunda
alternativa é falsa, porque o perito contábil deve atender a
todos os pedidos de esclarecimento. A terceira alternativa é
falsa, porque o perito deve responder de forma diplomática
e sóbria. A quarta alternativa é falsa, porque o juiz de Direito
tem ampla liberdade, no curso do processo judicial, balizado
pelo que se preceitua no Novo Código de Processo Civil. A
quinta alternativa é falsa, porque o linguajar do perito deve ser
acessível para facilitar o entendimento por todos, o julgador, os
advogados, as partes.

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BONS ESTUDOS!

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