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Bruno Zanotti
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Material liberado para vocês se prepararem com questões discursivas para os concursos que
fazem tal exigência, como Delegado PC-AL, GO, DF, RS e outros que estão por sair. Nos meus
cursos, tal como neste material, coloco algumas diretrizes para potencializar o estudo de vocês:
2. Utilizamos como limite um padrão de 15 linhas para a sua resposta. Contudo, utilize o
quantitativo de linhas de acordo com o edital da prova que você fará!
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DIREITO CONSTITUCIONAL
(TUDO ATUALIZADO ATÉ DEZEMBRO DE 2022)
*Questões desse ebook gratuito retiradas de nosso 2º EBOOK DE QUESTÕES DISCURSIVAS AUTORAIS:
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QUESTÃO DISSERTATIVA
O domicílio se apresenta como um direito fundamental central e, nos últimos anos, os Tribunais
Superiores têm enrijecido suas jurisprudências para a proteção de tal direito. O Superior
Tribunal de Justiça, em julgado de 2021, fixou a obrigatoriedade de toda operação policial ser
registrada em áudio-vídeo, e preservado tal registro durante todo o processo.
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DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS:
Julgado 1 STF
Julgado 2 STF
Português (0,2 por erro)
NOTA FINAL
2) O tráfico ilícito de entorpecentes, em que pese ser classificado como crime de natureza
permanente, nem sempre autoriza a entrada sem mandado no domicílio onde supostamente se
encontra a droga. Apenas será permitido o ingresso em situações de urgência, quando se concluir
que do atraso decorrente da obtenção de mandado judicial se possa, objetiva e concretamente,
inferir que a prova do crime (ou a própria droga) será destruída ou ocultada.
Observe que essa decisão determinou, com eficácia erga omnes, que as polícias do país gravem
em vídeo a permissão dos moradores todas as vezes que precisarem invadir uma residência sem
ordem judicial e fora das hipóteses legalmente previstas. Via de consequência, houve a
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HC 598.051/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 02/03/2021.
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imposição de um ônus ao Poder Executivo, com um custo financeiro para o Estado, em razão da
necessidade de aparelhar as polícias e fazer a aquisição de câmeras para gravação.
Essa decisão chegou ao STF2 e, para o Ministro Alexandre de Moraes, a decisão do STJ foi
equivocada por 2 motivos:
Em síntese, nas palavras do Ministro Alexandre de Moraes, "é incabível ao Poder Judiciário, em
sede de Habeas Corpus individual, determinar ao Poder Executivo que faça o aparelhamento de
suas polícias como medida obrigatória para executar buscas domiciliares, sob o argumento de
serem necessárias para evitar eventuais abusos e ilegalidades".
No entanto, em novo capítulo sobre o tema, o STF entendeu que o local adequado para fixação
de tal obrigação seria em sede de ADPF, cujo julgamento naturalmente possui efeito erga
omnes. Ao julgar a ADPF nº 635, em 3/2/2022, entre várias medidas, o Tribunal consignou a
obrigatoriedade de o Estado do Rio de Janeiro, no prazo máximo de 180 dias, instalar
equipamentos de GPS e sistemas de gravação de áudio e vídeo nas viaturas policiais e nas fardas
dos agentes de segurança, com o posterior armazenamento digital dos respectivos arquivos.
Sobre o tema:
Resumo:
O Estado do Rio de Janeiro deve elaborar, no prazo máximo de 90 dias, um plano para
redução da letalidade policial e controle das violações aos direitos humanos pelas forças de
segurança, que apresente medidas objetivas, cronogramas específicos e previsão dos
recursos necessários para a sua implementação.
Nesse mesmo sentido, até que plano mais abrangente seja formulado, o emprego e a
fiscalização da legalidade do uso da força devem ser feitos à luz dos “Princípios Básicos
sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela
Aplicação da Lei”, com todos os desdobramentos daí derivados. Desse modo, cabe às forças
de segurança a análise, diante das situações concretas, da proporcionalidade e da
excepcionalidade do uso da força, servindo os princípios como guias para o exame das
justificativas apresentadas a fortiori.
Portanto, o uso da força letal por agentes de Estado só se justifica quando, ressalvada a
ineficácia da elevação gradativa do nível da força empregada para neutralizar a situação de
risco ou de violência, exauridos os demais meios, inclusive os de armas não-letais, e
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RE 1.342.077, Min. Alexandre de Moraes, julgado em 2/12/2021.
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necessário para proteger a vida ou prevenir um dano sério, decorrente de uma ameaça
concreta e iminente.
Ademais, nos termos do art. 227 da Constituição Federal, é imperiosa a necessidade de dar
prioridade absoluta às investigações de incidentes que tenham como vítimas crianças ou
adolescentes.
De igual modo, no caso de buscas domiciliares por parte das forças de segurança do Estado
do Rio de Janeiro, devem ser observadas as seguintes diretrizes constitucionais, sob pena
de responsabilidade: (i) a diligência, no caso específico de cumprimento de mandado
judicial, deve ser realizada somente durante o dia, vedando-se, assim, o ingresso forçado a
domicílios à noite; (ii) a diligência, quando feita sem mandado judicial, deve estar lastreada
em causas prévias e robustas que indiquem a existência de flagrante delito, não se
admitindo que informações obtidas por meio de denúncias anônimas sejam utilizadas como
justificativa exclusiva para a deflagração de ingresso forçado em domicílio; (iii) a diligência
deve ser justificada e detalhada por meio da elaboração de auto circunstanciado, que
deverá instruir eventual auto de prisão em flagrante ou de apreensão de adolescente por
ato infracional e ser remetido ao juízo da audiência de custódia para viabilizar o controle
judicial posterior; e (iv) a diligência deve ser realizada nos estritos limites dos fins
excepcionais a que se destina.
Por fim, o Estado do Rio de Janeiro deve, no prazo máximo de 180 dias, instalar
equipamentos de GPS e sistemas de gravação de áudio e vídeo nas viaturas policiais e nas
fardas dos agentes de segurança, com o posterior armazenamento digital dos respectivos
arquivos.
Síntese dos 8 pontos centrais da ADPF das favelas (fonte: dizer o direito):
2) o emprego e a fiscalização da legalidade do uso da força sejam feitos à luz dos Princípios
Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela
Aplicação da Lei.
3) seja criado um grupo de trabalho sobre Polícia Cidadã no Observatório de Direitos Humanos
localizado no Conselho Nacional de Justiça;
4) nos termos dos Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, só se justifica o uso da força letal por agentes
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6) No caso de buscas domiciliares por parte das forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro,
devem ser observadas as seguintes diretrizes constitucionais, sob pena de responsabilidade: (i)
a diligência, no caso específico de cumprimento de mandado judicial, deve ser realizada
somente durante o dia, vedando-se, assim, o ingresso forçado a domicílios à noite; (ii) a
diligência, quando feita sem mandado judicial, deve estar lastreada em causas prévias e robustas
que indiquem a existência de flagrante delito, não se admitindo que informações obtidas por
meio de denúncias anônimas sejam utilizadas como justificativa exclusiva para a deflagração de
ingresso forçado em domicílio; (iii) a diligência deve ser justificada e detalhada por meio da
elaboração de auto circunstanciado, que deverá instruir eventual auto de prisão em flagrante
ou de apreensão de adolescente por ato infracional e ser remetido ao juízo da audiência de
custódia para viabilizar o controle judicial posterior; e (iv) a diligência deve ser realizada nos
estritos limites dos fins excepcionais a que se destina.
8) o Estado do Rio de Janeiro, no prazo máximo de 180 dias, instale equipamentos de GPS e
sistemas de gravação de áudio e vídeo nas viaturas policiais e nas fardas dos agentes de
segurança, com o posterior armazenamento digital dos respectivos arquivos.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
O Supremo Tribunal Federal, contudo, cassou tal decisão, seja porque a natureza do Habeas
Corpus não permite sua utilização de forma abrangente e totalmente genérica, seja porque a
decisão extrapolou a competência do Superior Tribunal de Justiça, ao restringir as hipóteses
constitucionais de inviolabilidade do domicílio, inovando em matéria constitucional.
No entanto, em novo capítulo sobre o tema, o STF entendeu que o local adequado para fixação
de tal obrigação seria em sede de ADPF, cujo julgamento naturalmente possui efeito erga
omnes. Nessa linha, o Tribunal consignou a obrigatoriedade de o Estado do Rio de Janeiro, no
prazo máximo de 180 dias, instalar equipamentos de GPS e sistemas de gravação de áudio e
vídeo nas viaturas policiais e nas fardas dos agentes de segurança, com o posterior
armazenamento digital dos respectivos arquivos.
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QUESTÃO DISSERTATIVA
O Supremo Tribunal Federal, em repercussão geral, julgou o Recurso Extraordinário nº 1055941
e decidiu pela constitucionalidade do compartilhamento de relatórios de inteligência financeira
da UIF e procedimento fiscalizatório da Receita Federal para fins criminais sem autorização
judicial. À luz da decisão, não se trata de cláusula de reserva de jurisdição, inexistindo violação
de direitos constitucionais, como a privacidade, pois existe mera transferência de informações
de um procedimento sigiloso para outro. Considerando a decisão mencionada, no curso de uma
investigação criminal, o Delegado de Polícia requisita, sem autorização judicial, cópia de um
procedimento fiscalizatório da Receita Federal.
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Foi correta?
Fundamento.
Português (0,2 por erro)
NOTA FINAL
Processo
RHC 82.233-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, por maioria,
julgado em 09/02/2022.
DESTAQUE
É ilegal a requisição, sem autorização judicial, de dados fiscais pelo
Ministério Público.
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referências que o acórdão faz ao acesso direto pelo Ministério Público aos dados, sem
intervenção judicial, é no sentido de sua ilegalidade.
Em um estado de direito não é possível se admitir que órgãos de
investigação, em procedimentos informais e não urgentes, solicitem informações
detalhadas sobre indivíduos ou empresas, informações essas constitucionalmente
protegidas, salvo autorização judicial.
Uma coisa é órgão de fiscalização financeira, dentro de suas atribuições,
identificar indícios de crime e comunicar suas suspeitas aos órgãos de investigação
para que, dentro da legalidade e de suas atribuições, investiguem a procedência de
tais suspeitas. Outra, é o órgão de investigação, a polícia ou o Ministério Público, sem
qualquer tipo de controle, alegando a possibilidade de ocorrência de algum crime,
solicitar ao COAF ou à Receita Federal informações financeiras sigilosas detalhadas
sobre determinada pessoa, física ou jurídica, sem a prévia autorização judicial.
Assim, é ilegal a requisição, sem autorização judicial, de dados fiscais pelo
Ministério Público.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, uma coisa é órgão de fiscalização financeira,
dentro de suas atribuições, identificar indícios de crime e comunicar suas suspeitas aos órgãos
de investigação para que, dentro da legalidade e de suas atribuições, investiguem a procedência
de tais suspeitas. Outra, é o Delegado de Polícia, sem qualquer tipo de controle, alegando a
possibilidade de ocorrência de algum crime, solicitar à Receita Federal informações financeiras
sigilosas detalhadas sobre determinada pessoa, física ou jurídica, sem a prévia autorização
judicial.
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QUESTÃO DISSERTATIVA
O foro por prerrogativa passou por sensíveis limitações nos últimos anos, com uma atuação do
Supremo Tribunal federal e do Superior Tribunal de Justiça no sentido de diminuir a sua
incidência em cenários que, até então, eram de incidência típica de tal prerrogativa.
Sobre o tema, em uma investigação envolvendo promotor de justiça por fato sem relação à
função, o Delegado de Polícia deverá solicitar autorização do respectivo foro para instaurar o
inquérito policial? E se for hipótese de investigação envolvendo o Governador do Estado em fato
sem relação ao mandato? E, por fim, se for hipótese de investigação envolvendo um vereador
por fato ocorrido no curso do mandato e em razão deste, com foro previsto no respectivo
Tribunal de Justiça? As respostas devem acompanhar a atual jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal.
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Promotor de Justiça
Deputado Estadual
Vereador
Português (0,2 por erro)
NOTA FINAL
A questão foi amplamente debatida na Pet 3825 QO,3 julgada em 2007, pelo STF. De um lado, o Ministro
Sepúlveda Pertence se posicionou pela possibilidade de a Autoridade Policial investigar pessoas com foro
por prerrogativa de função, e, por outro lado, o Ministro Gilmar Mendes, que inclusive liderou seus pares,
entendeu que o Delegado de Polícia não possui atribuição para investigar pessoas com foro por
prerrogativa de função.
O Ministro Sepúlveda Pertence 4 motivou sua decisão em três fundamentos: (a) a instauração de
inquérito policial para a apuração de fato em que se verifique a possibilidade de envolvimento de titular
de foro por prerro-gativa de função não depende de iniciativa do Ministério Público vinculado ao
respectivo Tribunal, nem o mero indiciamento formal reclama prévia decisão de um Desembargador
desse Tribunal; (b) tanto a abertura das investigações de qualquer fato delituoso, quanto, no curso
delas, o indiciamento formal, são atos privativos do Delegado de Polícia que preside o inquérito policial;
e (c) a prerrogativa de foro do suposto autor do fato delituoso é critério exclusivo para determinar a
competência jurisdicional originária do Tribunal respectivo, quando do oferecimento da denúncia ou,
eventualmente, antes dela, se se fizer necessária diligência sujeita à prévia autorização judicial, não
abrangendo o procedimento investigatório prévio.
Por outro lado, de acordo com o Ministro Gilmar Mendes, 5 se a Constituição Federal estabelece, por
exemplo, que os agentes políticos respondem, por crime comum, perante o STF (CF, art. 102, I, b), não
há razão constitucional plausível para que as atividades diretamente relacionadas à supervisão judicial
(abertura de procedimento investigatório) sejam retiradas do controle judicial do STF, devendo,
portanto, a iniciativa do procedimento investigatório ser confiada ao MPF com a supervisão do
Ministro-Relator do STF.
3
. Pet 3825 QO, Relator(a): Min. Sepúlveda Pertence, Relator(a) p/ Acórdão: Min. Gilmar Mendes,
Tribunal Pleno, julgado em 10/10/2007.
4
. Pet 3825 QO, Relator(a): Min. Sepúlveda Pertence, Relator(a) p/ Acórdão: Min. Gilmar Mendes,
Tribunal Pleno, julgado em 10/10/2007.
5
. Pet 3825 QO, Relator(a): Min. Sepúlveda Pertence, Relator(a) p/ Acórdão: Min. Gilmar Mendes,
Tribunal Pleno, julgado em 10/10/2007.
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O Ministro Sepúlveda Pertence foi voto vencido e fixou-se o entendimento de que não é qualquer
suposto autor de crime que pode ser investigado em um inquérito policial. Apesar de a Constituição
Federal indicar somente o órgão competente para o julgamento das autoridades com foro por
prerrogativa de função e silenciar acerca do procedimento investigatório preparativo para a ação penal,
o Pretório Excelso entende que o foro por prerrogativa de função se estende também à etapa da
investigação criminal.
Em síntese, no que diz respeito às autoridades com foro no STF, o Tribunal 6 entende que a abertura do
procedimento investigativo, as medidas cautelares e o indiciamento pela Autoridade Policial estão
condicionados à autorização do Ministro relator da causa no STF. Nessas hipóteses, a abertura do
procedimento ou ato de indiciamento pela Autoridade Policial apresenta-se como ato complexo por
depender de duas vontades para a sua efetivação.
Segue um exemplo para ilustrar a questão. Trata-se da quebra do sigilo bancário feita pelo STF em 2018
em face do Presidente da República, a fim de instruir inquérito policial em andamento relativo ao “Decreto
dos Portos”, onde supostamente houve favorecimento a determinada empresa. Como um Presidente da
República possui foro por prerrogativa de função no STF, cabe a esse Tribunal decidir sobre as medidas
cautelares relativas às investigações criminais em curso.
E mais, nos casos em que o investigado com foro por prerrogativa de função é identificado no curso da
investigação criminal, ainda assim é necessária a remessa ao Tribunal competente. Nas palavras do STF 7,
“a prerrogativa de foro enseja a imediata remessa do inquérito à corte competente e não seu
trancamento automático por nulidade processual”. Contudo, a caracterização do foro reclama que a
participação da autoridade deva estar fundamentada em elementos de informação aptos a provocar a
convicção de que pode realmente ter havido algum envolvimento dessa autoridade com prerrogativa. Em
outras palavras, a caracterização do foro não pode decorrer de meras alusões genéricas mencionando
o nome da autoridade, sendo imprescindíveis, para tanto, elementos de informação aptos a provocar
a convicção de que pode realmente ter havido algum envolvimento da autoridade com prerrogativa.8
No mesmo sentido é a posição do STJ:
A mera presença de autoridade com foro por prerrogativa de função em conversas captadas por meio
de procedimento de interceptação telefônica não é suficiente para determinar a imediata remessa
dos autos ao foro competente em razão da pessoa. Este procedimento deve ser tomado após exame
acerca da idoneidade e da suficiência dos dados colhidos para se firmar o convencimento acerca do
possível envolvimento do detentor de prerrogativa de foro com a prática dos fatos apurados.
Precedentes.9
Por outro lado, em relação aos foros por prerrogativa dos demais Tribunais, as duas turmas do STJ seguem
linha distinta da sistemática presente no STF. O STJ faz uma interpretação restritiva do entendimento
acima apresentado, no sentido de que o posicionamento do STF sobre o tema se aplica somente ao
respectivo Tribunal, uma vez que a extensão do foro por prerrogativa de função à etapa investigativa
decorre exclusivamente de determinação presente no Regimento Interno do STF. Nessa linha, para o STJ,
o Delegado de Polícia pode investigar e indiciar pessoas com foro por prerrogativa de função sem
ingerência do respectivo Tribunal; a única ressalva seria eventual medida cautelar que deve ser
encaminhada ao Tribunal de foro para análise da representação. Segue o entendimento da 5ª Turma do
STJ: 10
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. Inq 2411 QO, Relator(a): Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 10/10/2007.
7
RHC 122338 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 22/03/2019. HC 153417 ED-segundos,
Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 12/03/2019.
8
HC 153417 ED-segundos, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 12/03/2019.
9
HC 482.175/GO, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 19/03/2019.
10
RHC 79.910/MA, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em
26/03/2019. No mesmo sentido, julgado analisando de forma mais específica o ato de indiciamento: AgRg
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1. No que concerne às investigações relativas a pessoas com foro por prerrogativa de função, tem-
se que, embora possuam a prerrogativa de serem processados perante o tribunal, a lei não
excepciona a forma como se procederá à investigação, devendo ser aplicada, assim, a regra geral
trazida no art. 5º, inciso II, do Código de Processo Penal, a qual não requer prévia autorização do
Judiciário. "A prerrogativa de foro do autor do fato delituoso é critério atinente, de modo exclusivo,
à determinação da competência jurisdicional originária do tribunal respectivo, quando do
oferecimento da denúncia ou, eventualmente, antes dela, se se fizer necessária diligência sujeita à
prévia autorização judicial" (Pet 3825 QO, Relator p/ acórdão: Min. Gilmar Mendes, Pleno, julgado
em 10/10/2007). Precedentes do STF e do STJ.
2. Não há razão jurídica para condicionar a investigação de autoridade com foro por prerrogativa
de função a prévia autorização judicial, sendo certo que a garantia constitucional diz respeito tão
somente ao processamento e ao julgamento de eventual ação penal movida em desfavor de
ocupante de cargo cujo status constitucional assegure privilégio de foro, de modo a evitar
persecução criminal infundada. Por isso, não há que se falar em nulidade quando o procedimento de
investigação instaurado pelo Ministério Público prossegue sem a chancela do Poder Judiciário, pois
trata-se de procedimento pré-processual, não acobertado pela garantia de foro especial.
4. A defesa tem razão quando sustenta que a quebra de sigilo bancário, além de outras medidas
acobertadas pela reserva de jurisdição, devem partir do Juízo competente para o julgamento da
ação principal. (...)
no HC 404.228/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 01/03/2018. No mesmo
sentido, a 6ª Turma do STJ: AgRg no AREsp 1541633/PR, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO,
SEXTA TURMA, julgado em 06/10/2020.
11
HC 177992 AgR, Relator(a): ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 23/08/2021.
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Por outro lado, para a 2ª turma do STF 12, "é indispensável a existência de prévia autorização
judicial para a instauração de inquérito ou outro procedimento investigatório em face de
autoridade com foro por prerrogativa de função em TJ."
O tema teve novo avanço em meados de 2022. Por unanimidade, em 16/05/2022, o STF13
validou dispositivo do regimento interno do Tribunal de Justiça do Amapá que incluiu, entre as
atribuições do desembargador-relator, a prerrogativa de autorizar a instauração de inquérito, a
pedido do procurador-geral de Justiça, contra autoridades com prerrogativa de foro no tribunal.
FORO
AUTORIDADE
COMPETENTE
12
HC 201965/RJ, relator Min. Gilmar Mendes, julgamento em 30.11.2021.
13
ADI 7083, Rel. Min. Cármen Lúcia, 13.05.2022.
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No que diz respeito ao quadro, o foro por prerrogativa dos Deputados Estaduais ou Distritais não estão
expressamente previstos na Constituição Federal, mas o STJ 14 entende que eles decorem implicitamente
da Constituição Federal por aplicação do princípio da simetria em conjunto com os artigos 25 e 27, § 1º,
da Constituição Federal.
Sobre o tema, as Constituições Estaduais podem criar outras hipóteses de foro por prerrogativa de função
para além daquelas previstas na Constituição Federal?
O tema foi trabalhado nas ADI 2553, ADI 6515 e ADI 6508,15 julgadas em meados de 2021. Nos diversos
precedentes, a Constituição Estadual criava foro por prerrogativa, por exemplo, para os procuradores de
Estado, procuradores da assembleia legislativa, defensores públicos, delegados de polícia, vereadores e
vice-prefeitos, de modo que todos fossem julgados perante o tribunal de justiça. Nos procedentes, o
Supremo Tribunal Federal entendeu que tais foros são inconstitucionais. Contudo, um ponto final deve
ser levantado: É possível a Constituição Estadual criar, com base no princípio da simetria, foros por
prerrogativa de função?
ADI 2553 2019 Não admite a ampliação do foro por prerrogativa no âmbito estadual
com base no princípio da simetria (só a CF pode criar foros).
ADI 6515 Agosto de Admite a ampliação do foro por prerrogativa no âmbito estadual com
ADI 6508 2021 base no princípio da simetria:
Nesse ponto, deve-se citar a Súmula Vinculante nº 45 do Supremo Tribunal Federal: “A competência
constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido
exclusivamente pela constituição estadual”.
14
CC 105.227-TO, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 24/11/2010.
15
ADI 6501/PA e ADI 6508, ambas do relator Min. Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em
20.8.2021. ADI 2553/MA, rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 15.5.2019
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Contudo, atualmente, o foro não abrange todos os crimes cometidos por essas autoridades, uma vez que
o STF limitou a sua incidência para os casos com a pertinência temática devidamente comprovada. À luz
do que decidido na AP 937 QO,16 a partir de 2018, a comprovação da pertinência temática envolve o
preenchimento de dois requisitos cumulativos:
• Requisito temporal: o crime deve ser praticado durante o exercício do cargo, sendo tal requisito
de ordem objetiva (análise de marcos temporais delineados);
• Requisito material ou substancial: o crime deve ter sido praticado em razão do cargo, sendo tal
requisito de ordem subjetiva (faz-se necessário analisar à luz das provas o preenchimento do
requisito).
Preenchidos os dois requisitos, estará caracterizada a incidência do foro por prerrogativa de função.
Atenção para a distinção jurisprudencial:
Contudo, como ficam os crimes em que os dois requisitos não estão preenchidos?
Os crimes sem preenchimentos de tais requisitos não ficarão sob a supervisão do respectivo Tribunal, de
modo que a abertura do procedimento investigativo e o indiciamento pela Autoridade Policial são feitos
diretamente pelo Delegado de Polícia sem ingerência do Tribunal, do mesmo modo que as medidas
cautelares serão representadas diretamente ao juiz de primeira instância.
16
AP 937 QO, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 03/05/2018.
19
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17
AgRg no HC 404.228/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 01/03/2018.
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daquela Corte Superior de Justiça, ao qual caberá dirigir o processo sob a sua relatoria,
devendo tomar todas as decisões necessárias ao bom andamento das investigações.18
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
No primeiro cenário, em uma investigação envolvendo promotor de justiça por fato sem relação
à função, o Delegado de Polícia não poderá presidir o mencionado procedimento, devendo
encaminhar o procedimento ao respectivo Procurador-Geral de Justiça para as deliberações
necessárias.
Por fim, se for hipótese de investigação envolvendo um vereador por fato ocorrido no curso do
mandato e em razão deste, com foro previsto no respectivo Tribunal de Justiça, deve-se pontuar
que tal foro é constitucional, consoante jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, já que a
Constituição Estadual pode regular tais foros em razão do princípio da simetria. Nessa hipótese,
o Delegado presidirá o procedimento, que terá foro por prerrogativa no respectivo Tribunal de
Justiça.
18
. HC 94278, Relator(a): Min. Menezes Direito, Tribunal Pleno, julgado em 25/09/2008.
21
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Considerando o tema, indique o objeto investigativo da inovação legislativa inerente ao art. 14-
A, bem como duas diretrizes legislativas que impactam nessa investigação.
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Objeto da Investigação
• direcionado para qualquer procedimento investigativo
• uso da força letal – consumada ou tentada, mesmo com
cláusula de excludente de ilicitude
• Qualquer agente do art. 144 da CF
2 diretrizes legislativas
Português (0,2 por erro)
NOTA FINAL
O tema foi inserido no art. 14-A do CPP pela Lei n° 13.964/19. Nos casos em que servidores
vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como
investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal
praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, mesmo se for suposta
hipótese de excludente de ilicitude, o indiciado poderá constituir defensor.
A inovação legislativa trouxe nova obrigação legal ao Delegado de Polícia por ocasião da
instauração do inquérito policial quando se tratar da situação narrada no parágrafo anterior,
entendimento esse aplicável a qualquer procedimento investigativo à luz do disposto no
mencionado artigo. De acordo com o art. 14, § 1º, do CPP, o investigado deverá ser citado da
instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48
(quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação. Tal ciência ao investigado é
qualificada como uma decorrência do contraditório e da ampla defesa, de modo que toda a
investigação policial não se efetue a sua revelia.
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Com a derrubada dos vetos dos §§ 3ºa 5º, essa pergunta é respondida nos seguintes termos:
Pela leitura dos dispositivos, observa-se que, inicialmente, a defesa cabe à Defensoria Pública.
Há quem19 sustente a inconstitucionalidade de tal dispositivo pelos mesmos fundamentos
apresentados no veto do Presidente da República20 . Contudo não é necessário que o dispositivo
seja declarado inconstitucional, mostrando-se suficiente outorga-lo uma leitura constitucional
em eventual ADI. Afinal, podem existir servidores do art. 144 da Constituição Federal que –
realmente – necessitem de um defensor público. Nessa linha, a utilização da técnica da
interpretação conforme a Constituição se mostra necessária, a fim de que a atuação da
Defensoria Pública incida somente quando ela realmente for necessária, ou seja, dentro de suas
19
Nesse sentido, Renato Brasileiro (Rejeição de vetos ao pacote anticrime, 2021, p. 21).
20
Termos do veto: “A propositura legislativa, ao prever que os agentes investigados em inquéritos policiais
por fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional serão defendidos
prioritariamente pela Defensoria Pública e, nos locais em que ela não tiver instalada, a União ou a Unidade
da Federação correspondente deverá disponibilizar profissional, viola o disposto no art. 5º, inciso LXXIV,
combinado com o art. 134, bem como os arts. 132 e 132, todos da Constituição da República, que
confere à Advocacia-Geral da União e às Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, também
função essencial à Justiça, a representação judicial das respectivas unidades federadas, e destas
competências constitucionais deriva a competência de representar judicialmente seus agentes
públicos, em consonância com a jurisprudência do Supremo Tribunal (v.g., ADI 3.022, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, j. 02/08/2004, DJ 04/03/2005.”
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Por fim, essa normativa se aplica aos servidores militares vinculados às Forças Armadas, desde
que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
Em tal cenário, a alteração legislativa traz duas inovações relevantes. Primeiro, o presidente do
procedimento investigado deve citar o investigado da instauração da investigação, podendo
constituir defensor no prazo de até 48h, contados do recebimento da citação. Segundo, passado
o prazo de 48 horas, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a
que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de
48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado.
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QUESTÃO DISSERTATIVA
Como muito se coloca, em sede de inquérito policial, passou-se a distinguir o termo “elementos
de informação” de “elementos de prova”. Isso é decorrência da reforma promovida ao Código
de Processo Penal pela Lei nº 11.690 de 2008, que passou a diferenciar os dois conceitos.
Sobre o tema, qual o elemento central de distingue entre elementos de informação e elementos
de prova? Quais são as provas presentes no inquérito policial? É possível a antecipação cautelar
de provas com fundamento no decurso do tempo para policiais?
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Art. 155 do CPP: O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas
as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
O termo “prova” é utilizado para se referir aos elementos produzidos em contraditório (mesmo que
diferido), ao passo que o termo “elementos de informação” abrange todos os demais que foram
produzidos inquisitoriamente ou por uma das partes fora do devido processo legal.21 Não se pode
esquecer que, excepcionalmente, existe produção de provas (e não só de elementos de
informação) na fase inquisitorial. Perícias e documentos produzidos na fase inquisitorial são
revestidos de eficácia probatória sem a necessidade de serem repetidos no curso da ação
penal por se sujeitarem ao contraditório diferido.22
Na verdade, essa distinção entre prova e elementos de informação guarda relação com o valor
probatório do inquérito policial, o qual tem as suas ressalvas para ser utilizado em juízo. Em regra,
os elementos de informação produzidos no curso do inquérito policial devem ser repetidos
em juízo. Isso consta do art. 155 do CPP, ao prescrever que o juiz formará sua convicção pela
livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
De fato, o juiz não pode fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos
colhidos na investigação; no entanto, tais elementos possuem papel de relevância no contexto
do livro convencimento do magistrado, como o STF 23 já se posicionou em inúmeras vezes:
21
. LIMA, 2011, p. 116.
2222
AgRg no REsp 1522716/SE, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, julgado em 20/03/2018.
23
. RE 425734 AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 04/10/2005
28
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(...) 3. Ao contrário do que alegado pelos ora agravantes, o conjunto probatório que
ensejou a condenação dos recorrentes não vem embasado apenas nas declarações
prestadas em sede policial, tendo suporte, também, em outras provas colhidas na fase
judicial. Confirmação em juízo dos testemunhos prestados na fase inquisitorial. 4. Os
elementos do inquérito podem influir na formação do livre convencimento
do juiz para a decisão da causa quando complementam outros indícios e provas
que passam pelo crivo do contraditório em juízo.
Nessa linha, para o STJ24, as provas inicialmente produzidas na esfera inquisitorial e
reexaminadas na instrução criminal, com observância do contraditório e da ampla defesa, não
violam o art. 155 do Código de Processo Penal - CPP visto que eventuais irregularidades
ocorridas no inquérito policial não contaminam a ação penal dele decorrente.
O art. 155 do CPP tem por finalidade evitar o contato judicial com as provas inquisitoriais, o que
poderia interferir na sua imparcialidade para o julgamento da causa. Por isso, a atuação do
magistrado no inquérito policial deve ocorrer de forma excepcional.
Nesse contexto, no curso do inquérito policial, o seu contato com a investigação somente ocorre
em três hipóteses: (a) quando houver lesão ou ameaça de lesão a direitos subjetivos,
(b) quando houver algum tipo de prejuízo à efetividade da jurisdição penal e (c)
quando houver necessidade de controle da legalidade dos atos produzidos no curso
do inquérito policial.
Outro tipo de atuação por parte do magistrado importaria na violação ao princípio constitucional
da imparcialidade, uma vez que ele tomaria conhecimento do material probatório. De acordo com
Eugênio Pacelli de Oliveira,25 o sistema acusatório não permite que o juiz tenha contato direto com
as provas produzidas nessa etapa:
Ora, não cabe ao juiz tutelar a qualidade da investigação, sobretudo porque sobre
ela, ressalvadas determinadas provas urgentes, não se exercerá jurisdição. O
conhecimento judicial acerca do material probatório deve ser reservado à fase de
prolação de sentença, quando se estará no exercício de função tipicamente
jurisdicional.
O STF26 seguiu o entendimento doutrinário acima ao concluir que:
[...] o Judiciário, em nosso sistema processual penal, atua no inquérito para
assegurar a observância dos direitos e liberdades fundamentais e dos princípios
sobre os quais se assenta o Estado Democrático de Direito.
Em sentido contrário, a reforma do CPP, promovida pela Lei nº 11.690, de 2008, facultou ao juiz
a produção da prova no curso do inquérito policial, desde que preenchidos alguns requisitos.
Segue, abaixo, o dispositivo legal:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício:
24
AgRg nos EDcl no AREsp 1006059/SP,Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, julgado em 20/03/2018.
25
. OLIVEIRA, 2010, p. 11.
26
. HC 92893, Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, julgado em 2/10/2008,
conforme noticiado no Inf. 522 do STF.
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A análise deve ser feita a partir de cada caso concreto, norteada pela razoabilidade, de modo a
envolver a análise de elementos como a idade da pessoa, a sua saúde e o risco que a não
realização imediata dessa prova poderá acarretar para a futura instrução criminal. Deve-se levar
em consideração, ainda, fatores como a demora no trâmite de inquéritos policiais e da futura
ação penal. Em regra, a decisão que determina a produção antecipada de provas com base no
art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero
decurso do tempo, tal como consta da Súmula 455 do STJ. Excepcionalmente, o STF28 entendeu
ser possível a antecipação de provas em situação correlata:
27
. TÁVORA e ARAÚJO, 2010, p. 223. No mesmo sentido, é a posição de Eugênio Pacelli de Oliveira
(2010, p. 11).
28
. HC 135386/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes,
julgamento em 13.12.2016
30
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Ainda sobre o tema, de acordo com o STJ29, é possível a antecipação da colheita da prova
testemunhal, com base no art. 366 do CPP, nas hipóteses em que as testemunhas são policiais,
tendo em vista a relevante probabilidade de esvaziamento da prova pela natureza da atuação
profissional, marcada pelo contato diário com fatos criminosos:
Por fim, é importante ressaltar que, seja nas hipóteses em que a atuação do magistrado é
constitucional, seja na hipótese do art. 156, inciso I, do CPP, o juiz que atuar no inquérito policial
estará prevento para a futura ação penal30.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
O termo “prova” é utilizado para se referir aos elementos produzidos em contraditório, mesmo que
diferido, ao passo que o termo “elementos de informação” abrange todos os demais que foram
produzidos inquisitoriamente ou por uma das partes fora do devido processo legal. Observe que o
inquérito policial possui elementos de prova e elementos de informação, em especial porque, no
inquérito, podem ser produzidas as provas cautelares, não repetíveis ou antecipadas.
Uma dessas provas guarda relação com a antecipação cautelar de provas, medida essa que, em
regra, não pode se fundamentar exclusivamente no decurso do tempo. Contudo, o Superior
Tribunal de Justiça tem restringido tal entendimento para os policiais, cuja natureza da atividade
profissional é marcada pelo contato diário com fatos criminosos semelhantes, para que sejam
ouvidas com a máxima urgência possível.
29
RHC 074576/DF, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 21/08/2018.
30
. HC 94188, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 26/0/2008; HC 93762,
Relator(a): Min. Eros Grau, Segunda Turma, julgado em 29/4/2008; HC 99353, Relator(a): Min. Eros
Grau, Segunda Turma, julgado em 18/08/2009.
31
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DIREITO PENAL
QUESTÃO DISSERTATIVA
Um ponto central, relativo a atuação dos Delegados de Polícia e que gera polêmica na doutrina,
diz respeito a (im)possibilidade de aplicação do princípio da insignificância no curso de uma
investigação policial.
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A lavratura do Auto de Prisão em Flagrante Delito tem por pressuposto a existência de um fato
típico, em seu aspecto formal e material, cenário que não está caracterizado quando se tratar de
hipótese de aplicação do princípio da insignificância.
É nesse contexto, de acordo com Roxin, que o princípio da insignificância se apresenta como
corolário do princípio da intervenção mínima, tanto no âmbito da subsidiariedade, quanto no
âmbito da fragmentariedade. Zaffaroni segue a mesma linha de pensamento ao compreender
que o princípio da lesividade, tal como o princípio da intervenção mínima para Roxin, demanda
a punição somente das pessoas que efetivamente lesionem um bem jurídico.
Em outras palavras, se não há uma lesão, não existe um conflito; se não existe um conflito, não
pode existir um delito; e se não existe um delito, não se pode falar em sanção penal pelo Estado.
Não basta, portanto, que um bem jurídico seja tutelado (tipificado) pelo Código Penal, uma vez
que se faz necessário que o bem jurídico seja lesionado para a atuação do Direito Penal.
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No RHC 12627231, em um típico caso de insignificância que chegou ao STJ, o Ministro Relator
destacou que o Delegado de Polícia foi o único a agir corretamente dentre os demais agentes
estatais (MP e Poder Judiciário), de modo a aplicar precedentes da Corte ao não ratificar a prisão
em flagrante, reconhecendo o valor irrisório do produto furtado, dentre outros requisitos. Nas
palavras do Ministro Relator, "está-se utilizando o sistema de Justiça Criminal para perseguir
quem furtou R$4,00 de alimentos, que representam 0,5% do salário mínimo à época, sendo que
a jurisprudência do STJ indica que é possível aplicar a insignificância quando o valor do bem
furtado não ultrapassar 10% do salário mínimo vigente à época dos fatos”.
Não obstante, para incidir no presente caso o princípio da insignificância, a jurisprudência pacífica
do STF demanda o preenchimento de quatro requisitos. Primeiro, a mínima ofensividade da
conduta do agente está configurada. Segundo, verifica-se que a conduta não possui
nenhuma periculosidade social da ação. Terceiro, tem-se configurado o grau reduzido de
reprovabilidade do comportamento. Quarto, verifica-se a inexpressividade da lesão
jurídica provocada.
2. Precisa encaminhar Em regra não! Alguns poucos Estados possuem normativa estadual
ao superior hierárquico pela obrigatoriedade de envio ao superior hierárquico ou Delegado
ou Delegado Geral? Geral.
31
RHC 126272, Rel. Rogerio Schietti, julgado em 01/06/2021.
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EMENTA: Processual penal. Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Furto
qualificado tentado. Princípio da insignificância. Inaplicabilidade. Jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal.
2. O acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça não divergiu dessa orientação, ao
assentar que “o decisum agravado foi claro ao afirmar a impossibilidade de incidência do princípio
da insignificância ao caso, haja vista o valor da res furtiva – que equivale a, aproximadamente,
25% do salário mínimo vigente à época dos fatos –, além do fato de que o réu ostenta anotações
e condenações definitivas anteriores pelo delito de furto”. Nessa linha, veja-se o HC 171.536-
AgR, Rel. Min. Luiz Fux.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
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(RHC 205936 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 23/11/2021,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-242 DIVULG 07-12-2021 PUBLIC 09-12-2021)
(RHC 198550 AgR, Relator(a): NUNES MARQUES, Segunda Turma, julgado em 04/10/2021,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-238 DIVULG 01-12-2021 PUBLIC 02-12-2021)
(HC 133226 AgR, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 29/03/2016,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-082 DIVULG 27-04-2016 PUBLIC 28-04-2016)
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O Direito penal é apenas a última dentre todas as medidas de proteção existentes, é dizer que
somente é possível intervir quando os outros meios de resolução de conflitos falham — como
a ação civil, os regulamentos policiais ou técnico-jurídicos, as sanções não penais etc. Por
isso se concebe a pena como a “ultima ratio da política social” e se define a sua finalidade
de proteção subsidiária de bens jurídicos. (ROXIN, 1997, p. 65, grifo do autor, tradução
nossa)33.
32
“Atualmente, somente para exemplificar, determinadas infrações administrativas de trânsito
possuem punições mais temidas pelos motoristas, diante das elevadas multas e do ganho de
pontos no prontuário, que podem levar à perda da carteira de habilitação do que a aplicação de
uma multa penal, sensivelmente menor” (NUCCI, 2013, p. 93).
33
“El Derecho penal sólo es incluso la última de entre todas las medidas protectoras que hay
que considerar, es decir que sólo se le puede hacer intervenir cuando fallen otros medios de
solución social del problema —como la acción civil, las regulaciones de policía o jurídico-
técnicas, las sanciones no penales, etc. Por ello se denomina a la pena como la ‘ultima ratio de
la política social’ y se define su misión como protección subsidiaria de bienes jurídicos”.
34
“O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da
liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se justificam quando estritamente
necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes
sejam essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se
exponham a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa lesividade. O Direito Penal
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nossa)35 “[...] na medida em que o Direito Penal protege somente uma parte dos bens
jurídicos, mesmo que nem sempre de maneira geral, mas frequentemente (como no
patrimônio) só contra ataques concretos, fala-se também na natureza ‘fragmentária’ do
Direito Penal” (grifo do autor).
não se deve ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor — por não importar em
lesão significativa a bens jurídicos relevantes — não represente, por isso mesmo, prejuízo
importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social”
(HC 84412, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 19/10/2004).
35
“[...] en la medida en que el Derecho penal sólo protege una parte de los bienes jurídicos, e
incluso ésa no siempre de modo general, sino frecuentemente (como el patrimionio) sólo frente
a formas de ataque concretas, se habla también de la naturaleza ‘fragmentaria’ del Derecho
penal.”
36
“Como bem se sabe, o princípio da insignificância — que deve ser analisado em conexão com
os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal —
tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de
seu caráter material, consoante assinala expressivo magistério doutrinário expendido na análise
do tema de referência” (HC 84412, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado
em 19/10/2004).
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insignificante, atualmente punível muitas vezes com uma infração penal, sua sanção como
contravenção poderia cumprir a mesma função protetiva, ainda mais quando o dever de
indenização civil produza um efeito preventivo considerável. Em outros casos — por
exemplo, em algumas formas de condutas nocivas para o meio ambiente — os deveres e as
sanções administrativas podem ser mais eficazes do que a persecução penal, que, nesses
casos, frequentemente, encontram dificuldades para elucidar a responsabilidade individual.
Também se apresentam como possibilidades, longe de serem esgotadas pela política jurídica,
a substituição de soluções penais por soluções do Direito civil (ROXIN, 1997, p. 66, tradução
nossa)37.
Nesse sentido, Busato (2017, p. 52-59), Galvão (2011, p. 116 e 117) e Bitencourt (2017,
p. 55-58) compreendem a intervenção mínima como decorrência direta do paradigma do
Estado Democrático de Direito, já que o avançar do constitucionalismo mostrou que o
poder coercitivo deve ser exercido de forma adequada e proporcional à ação do autor,
contexto no qual o constitucionalismo brasileiro também se insere. Seja pelo
reconhecimento do princípio republicano, seja em razão do avanço do Direito Penal (não
só em nível mundial, mas também no Brasil), seja pela adoção do paradigma do Estado
37
“En virtud de la subsidiariedad de la protección jurídicopenal de bienes jurídicos, el legislador
debe estatuir una contravención allí donde una sanción no penal baste para asegurar el fin que
persigue. Así sucede sobre todo en caso de delitos que suponen sólo un menoscabo
insignificante de bienes jurídicos (cfr. los §§111 ss. OWiG). Pero también hay que considerar esa
posibilidad cuando una conducta, pese a causar un daño a veces considerable, sólo muestra un
escaso contenido de desvalor ético; así en el caso de la imprudencia insignificante, que hoy se
castiga muchas veces como infracción criminal, su sanción como contravención podría cumplir
la misma función de protección, tanto más cuanto que el deber de indemnización civil despliega
un considerable efecto preventivo. En otros casos — p.ej. en algunas formas de conductas
nocivas para el medio ambiente — los deberes y sanciones administrativas pueden ser a menudo
más eficaces que la persecución penal, que en estos casos frecuentemente tropieza con
dificultades para aclarar la responsabilidad individual. También ofrece posibilidades que con
mucho no se han agotado aún a efectos de política jurídica la sustitución de soluciones penales
por soluciones del Derecho civil”.
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Ocorre, nas palavras de Zaffaroni (2010, p. 369), uma reestruturação do conceito do crime
por esses princípios constitucionais, de modo que todo fato deve ser capaz de gerar uma
real lesão ao bem jurídico para ser considerado crime. Com isso, o fato típico, além da
tipicidade formal, passa a ser estruturado com uma tipicidade conglobante, na qual é
reconhecida a existência da insignificância com consequência que parte de um estudo
constitucional do Direito Penal. O conceito em estudo
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Essa reflexão delega um caráter também histórico ao princípio da insignificância, fruto da
evolução do poder punitivo estatal (LUZ, 2012, p. 205-209).
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Ao analisar o ordenamento jurídico brasileiro, Zaffaroni e Pierangeli (2013, p. 505)
compreendem que a insignificância está presente no Brasil, estruturada no âmbito da tipicidade
conglobante, como corretivo da tipicidade penal. Inclusive, os autores trabalham alguns
exemplos para a sua aplicação. “A conduta de quem estaciona seu veículo tão próximo a nosso
automóvel, a ponto de nos impedir a saída, não configura alguma previsão à liberdade; nem os
presentes de uso, como as propinas aos servidores públicos por ocasião do Natal, configuram
uma lesão à imagem pública da administração, configuradora da tipicidade do art. 317 do CP;
nem arrancar um fio de cabelo, por mais que possa ser considerado uma ofensa à integridade
corporal (art. 129, caput, do CP), resulta numa afetação do bem jurídico típico de lesões; nem a
subtração de uma palito de fósforo da caixa que encontramos no escritório vizinho configura
um furto, ainda que se trate de uma coisa móvel totalmente alheia”.
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BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
BOTTINI, Pierpaolo Cruz; OLIVEIRA, Ana Carolina Carlos de; PAPA, Douglas de Barros Ibarra;
RIBEIRO, Thaísa Bernhardt. A confusa exegese do princípio da insignificância e sua aplicação pelo STF:
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BUSATO, Paulo César. Direito Penal: parte geral. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
GALVÃO, Fernando. Direito Penal: parte geral. 4. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
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NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.
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https://www.conjur.com.br/2019-fev-12/academia-policia-flagrantes-bagatela-prisao-delito
https://www.conjur.com.br/2015-ago-18/academia-policia-delegado-aplicar-principio-
insignificancia
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
É nesse contexto, de acordo com Roxin, que o princípio da insignificância se apresenta como
corolário do princípio da intervenção mínima, tanto no âmbito da subsidiariedade, quanto no
âmbito da fragmentariedade.
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Por fim, vale pontuar que, em recente julgado do Superior Tribunal de Justiça, o Ministro Relator
destacou que o Delegado de Polícia foi o único a agir corretamente dentre os demais agentes
estatais (MP e Poder Judiciário), de modo a aplicar precedentes da Corte ao não ratificar a prisão
em flagrante, reconhecendo o valor irrisório do produto furtado, dentre outros requisitos.
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