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Lei 8.

072 de 1990

LEI DE ABUSO DE
AUTORIDADE
Professora Livia Justiniano Pagani
FORO ESPECIAL
Questão de Ordem na AP 937/RJ (STF, 2018)

Os crimes de abuso de autoridade podem ser praticados por


autoridades em sentido estrito (agentes políticos), não somente por
autoridades no sentido genérico (agentes públicos).

Assim, qualquer autoridade que tenha foro especial (Presidente da


República, Governadores, Prefeitos etc.), se for acusado de abuso de
autoridade, será julgado no foro especial.
FORO ESPECIAL
Questão de Ordem na AP 937/RJ (STF, 2018)

O artigo 102 em relação ao Supremo Tribunal Federal da Constituição; o artigo


105 da Constituição Federal em relação ao STJ; o artigo 109 em relação ao TRF
e os artigos pertinentes relativos aos tribunais de justiça, como as regras sobre
Promotores de Justiça e Desembarcadores também estão na Constituição e
remetem a competência ao TJ do Estado respectivo e, por fim, as constituições
estaduais naquilo que não seja incompatível com que está descrito na
Constituição Federal.
FORO ESPECIAL
Questão de Ordem na AP 937/RJ (STF, 2018)

O artigo 102 em relação ao Supremo Tribunal Federal da Constituição; o artigo


105 da Constituição Federal em relação ao STJ; o artigo 109 em relação ao TRF
e os artigos pertinentes relativos aos tribunais de justiça, como as regras sobre
Promotores de Justiça e Desembarcadores também estão na Constituição e
remetem a competência ao TJ do Estado respectivo e, por fim, as constituições
estaduais naquilo que não seja incompatível com que está descrito na
Constituição Federal.
FORO ESPECIAL
Questão de Ordem na AP 937/RJ (STF, 2018)
O tribunal restringiu o foro especial, de modo a considerar que o
foro especial só existe naquelas situações em que o crime foi
praticado por alguém que tem a função pública enquanto está
naquele cargo.

Isso gerou uma série de consequências, porque se reduziu


drasticamente o alcance do foro especial.
FORO ESPECIAL
Questão de Ordem na AP 937/RJ (STF, 2018)

Por exemplo: um Senador ou um Deputado Federal que tenha sido


Prefeito ou anteriormente não tenha tido atividade pública e
praticou crime nessa função, como Prefeito ele teria foro especial no
TJ ou no TRE para crimes eleitorais ou no TRF para crimes Federais;
posteriormente, ao se eleger Deputado Federal, ele passa a ter foro
especial no Supremo Tribunal Federal.
FORO ESPECIAL
Questão de Ordem na AP 937/RJ (STF, 2018)

Partindo do princípio da igualdade e da isonomia, o STF decidiu que esse


indivíduo fosse responsabilizado perante a Primeira Instância, ou seja, não
mais pelo STF ou pelo cargo anterior.

Isso gerou diversas controvérsias, inclusive sobre os mandatos cruzados e por


quem ele seria responsabilizado caso cometesse um crime de Abuso de
Autoridade: pela função do cargo anterior ou do cargo atual. Para o STF a
questão de Ordem foi de que deveria ser no contexto do cargo, porque assim
não haveria jurisprudência e a atuação da Primeira Instância.
Caso do Desembargador Santista (2020)
• Abuso de autoridade como crime funcional (só existe como tal se estiver ligado a
função).
• Aplicabilidade do foro.

Em 2020, no Estado de São Paulo cidade de Santos, um Desembargador deu uma


carteirada contra um agente municipal de segurança (Guarda municipal) que estava no
legítimo exercício da sua função controlando o espaço público. O Desembargador
destratou o funcionário público municipal por ter sido obrigado a colocar a máscara,
conforme decreto municipal por causa da pandemia do coronavírus, além de ter o
ameaçado com uma chamada para o secretário municipal. Essa atitude nos remete ao
patrimonialismo, ou seja, a apropriação do poder público e dos espaços públicos pelos
indivíduos que se acham donos do poder, uma herança do passado colonial brasileiro.

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